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SUMÁRIO
1. Contexto Econômico 02
2. Introdução à Lei 02
3. Conceito de inovação e desenvolvimento 03
3.1. Conceitos trazidos pela Instrução Normativa à interpretação da norma 04
4. Benefícios 05
4.1. Limitações e observações à aplicação do benefício 06
4.2. Dispêndios 07
4.3. Folha de Pagamento 08
4.4. Amortização de intangíveis 09
4.5. Depreciação 11
5. Documentação 11
6. Obrigações Acessórias 12
7. Aplicação 13
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1.CONTEXTO ECONÔMICO
Os dados estatísticos mais recentes levantados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações
e Comunicações (MCTIC) e analisados pela Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento
das Empresas Inovadoras (ANDEI) revelam que as 1.206 empresas que declararam o uso dos
incentivos fiscais da Lei do Bem em 2014 investiram um total bruto de R$ 9,25 bilhões em
atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I).
A renúncia fiscal decorrente totalizou R$ 1,71 bilhão no mesmo período, em valores reais. Assim,
é possível verificar que o efeito multiplicador da Lei do Bem foi de 1 para 4,4. Ou seja, a cada R$
1 incentivado, as empresas participantes investiram mais R$ 4,41 em 2014.
No entanto, apenas pouco mais de mil empresas no Brasil, das 17 milhões ativas, estão
aproveitando hoje este incentivo, o que corresponde a 0,007% das empresas registradas no país.
O dado mais alarmante é registrado quando analisamos o índice de empresas com perfil
inovador que se utilizam deste benefício, que chega a 2,5%.
Ou seja, apenas uma em cada 40 empresas com potencial se utiliza deste benefício.
Os ganhos oriundos da aplicação da Lei do Bem são efetivos, pois, a partir dessa redução no
pagamento de impostos, as empresas podem reinvestir os novos recursos disponíveis nas áreas
de pesquisa e desenvolvimento, em outras áreas consideradas estratégicas para manter o seu
crescimento de forma sustentável ou então nos produtos/serviços levando mais opções ao seu
mercado de atuação.
2. INTRODUÇÃO À LEI
A Lei 11.196/05, chamada de Lei do Bem, se tornou o grande marco legal para o apoio à inovação
no Brasil, e, por meio dele, o governo federal criou variados instrumentos com o objetivo de
incentivar e fortalecer a implementação de uma cultura interna de inovação tecnológica por
parte das empresas. Foi regulamentada por meio do Decreto nº 5.798/2006 e pela Instrução
Normativa RFB nº 1.187/2011.
LEI nº 11.196/2005
a concepção de novo
produto ou processo de
fabricação, bem como a
agregação de novas
funcionalidades ou
características ao produto
ou processo que implique
melhorias incrementais e
efetivo ganho de qualidade
ou produtividade,
resultando maior
competitividade no
mercado.
Pesquisa básica
Pesquisa aplicada
Tem como objetivo desenvolver a inovação ou tecnologia, buscando dar novas funções às
descobertas ou resultados que virão a ser patenteados.
Desenvolvimento Experimental
- os gastos com pessoal na prestação de serviços indiretos nos projetos de pesquisa tecnológica
e desenvolvimento de inovação tecnológica, tais como serviços de biblioteca e documentação.
4. BENEFÍCIOS
Os benefícios da Lei do Bem são elencados pela Lei nº 11.196/2005 e pela Instrução Normativa
RFB nº 1.187/2001.
Para aplicação do benefício alguns pontos deverão ser observados, em disposição ao art. 111 do
Decreto 5.172/1966 (CTN), aplicando-se o usufruto deste em conformidade com a literalidade
da norma.
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4.2. Dispêndios
Sendo assim, o primeiro ponto que deverá ser observado é definição de despesas operacionais
elencada no art. 299 do Decreto 3.000/99 (RIR), conforme abaixo.
“Art. 299 São operacionais as despesas não computadas nos custos, necessárias à
atividade da empresa e à manutenção da respectiva fonte produtora (Lei n° 4.506, de
1964, art. 47).
Deste modo, o art. 4º da Instrução Normativa RFB 1.187/2011, enfatiza em seus parágrafos que
poderão ser considerados dispêndios para aplicação da norma:
Não há um tempo determinado para duração da Lei do Bem, sua duração é por tempo
indeterminado.
OBS1 Essas importâncias recebidas por essas empresas, desde que não optantes pelo Simples
Nacional, não serão computadas como receitas, desde que utilizadas integralmente na
realização do P&D. Também não será computada como rendimento para fins de IRRF ao
interventor independente, seguindo mesma regra acima.
OBS3 Somente para pagamentos efetuados no país, exceto nos casos de pagamentos com
registros de patentes industriais, royalties realizados no exterior, bem como à assistência técnica
científica e assemelhados no exterior, condicionado aos arts. art. 353 e 354 do RIR/99.
OBS4 Não poderá ser utilizado a dedução nos casos transferidos à execução de pesquisa
cientifica sob encomenda ou contratada.
OBS5 prestação de serviços técnicos como exames laboratoriais, testes contratados com
outra PJ poderão ser dedutíveis, desde que não caracterize transferência de execução de
pesquisa.
OBS6 Poderá ser descontado o valor de até 20% do LL da base de cálculo da CSLL, relativo
aos custos de P&D objeto de patente concedida ou cultivar registrado. Somente poderá ser
excluída da Base no mês em que ocorrer efetivamente a concessão da patente ou do registro.
(ainda que do exterior), limitando-se ao valor do Lucro Real e da base de cálculo da CSLL, antes
da própria exclusão, vedado o aproveitamento do excesso em período posterior.
OBS7 Os dispêndios e pagamentos de que tratam esta Instrução Normativa deverão ser
controlados contabilmente em contas específicas.
- Salários
- Horas extras
PESQUISADORES - Adicional Noturno
- Comissões
- Gratificações e prêmios
- Ajuda de custo e despesas para viagens
- DSR
- Qualquer outro valor pago ao empregado, deve estar relacionado em
sua folha de pagamento, independentemente de ser um montante
que integra seu salário, com consequente tributação de INSS e FGTS.
- Convênios/contribuições/FGTS/SEST/SENAT/INSS Patronal
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os gastos com pessoal de serviços auxiliares, ainda que relacionados com as atividades de
inovação tecnológica, inclusive as despesas dos departamentos de gestão administrativa e
financeira, bem como da segurança, limpeza, manutenção, aluguel e refeitórios.
No cálculo poderão ser considerados os gastos com P&D pagos às universidades e aos
inventores independentes.
A Lei do Bem salienta a questão da amortização de bens intangíveis e como deverá ocorrer.
Todavia, faz-se necessário determinar o conceito e o reconhecimento de um intangível.
Conforme o item 05 deste CPC, são definidos como ativos intangíveis àqueles que:
“Aplicam-se aos gastos com propaganda, marcas, patentes, treinamento, início das
operações (também denominados pré-operacionais) e atividades de pesquisa e
desenvolvimento. As atividades de pesquisa e desenvolvimento destinam-se ao
desenvolvimento de conhecimento. Por conseguinte, apesar de poderem gerar um ativo
com substância física (por exemplo, um protótipo), o elemento físico do ativo é secundário
em relação ao seu componente intangível, isto é, o conhecimento incorporado ao
mesmo.”
Geradores de
Benefícios
IDENTIFICÁVEIS CONTROLADOS
Econômicos
futuros
Quadro 02
Tem como definição, segundo ASSAF NETO, o quanto se deixou de ganhar por não aproveitar
outras oportunidades disponíveis ao se decidir por determinada alternativa financeira.
incorridos após a aquisição desse projeto, devem ser contabilizados de acordo com os
itens 54 a 62 do mesmo CPC.
Quanto à aplicação das disposições destes itens, significa que os gastos subsequentes de projeto
de pesquisa e desenvolvimento em andamento, adquirido separadamente ou em uma
combinação de negócios e reconhecido como ativo intangível, devem ser reconhecidos da
seguinte maneira:
4.5. Depreciação
Segundo a legislação tributária, "A taxa anual de depreciação será fixada em função do prazo
durante o qual se possa esperar utilização econômica do bem pelo contribuinte na produção de
seus rendimentos", de acordo com o art. 310 do Decreto n° 3.000/1999.
As taxas de depreciação, bem como o prazo de vida útil admissível, aceitas perante a legislação
tributária estão dispostas na Instrução Normativa RFB n° 1.700/2017, na qual a tabela de taxas
de depreciação está disposta no Anexo III.
Salienta-se que o usufruto do benefício da Lei do Bem, serão desconsideradas as taxas anuais
para fins de depreciação das máquinas e equipamentos, tendo em vista que esta ocorrerá
integralmente no período em que for adquirido pela entidade, de acordo com art. 8º da IN RFB
1.187/2011.
5. DOCUMENTAÇÃO
Para usufruto do benefício faz-se necessário que a empresa cumpra os seguintes pré-requisitos:
Não se faz necessário que a empresa tenha necessariamente uma área específica de pesquisa e
desenvolvimento para usufruto do benefício. Essas inovações poderão ocorrer em áreas
diversificadas, como o setor de TI, por exemplo.
Para usufruto dos benefícios da Lei não se faz necessário pré-aprovação desses projetos, sendo
necessária, somente, a prestação de contas no ano seguinte à utilização do incentivo fiscal.
6. OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS
As empresas que fizerem utilização do incentivo fiscal, terão como obrigação acessória a entrega
do Formulário para Informações Sobre as Atividades de Pesquisa Tecnológica e
Desenvolvimento de Inovação Tecnológica nas Empresas (FORMP&D), até o dia 31.07 do ano
subsequente, por meio do sitio eletrônico: http://formpd.mctic.gov.br/fontes/php/index.php,
conforme dispõe a Portaria MCTIC nº 4.349/2017.
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Caso a empresa feche seu balanço com prejuízo fiscal, não será obrigatório o envio do
FORMP&D, tendo em vista que seu resultado fiscal foi negativo.
7. APLICAÇÃO
Exemplo
DESCRIÇÃO VALOR
Máquina A100 R$ 1.000.000,00
Máquina A200 R$ 1.000.000,00
Instrumento 000 R$ 250.000,00
Instrumento 001 R$ 100.000,00
Instrumento 002 R$ 150.000,00
Despesas operacionais vinculadas à atividade R$ 100.000,00
Gastos com folha de pagamento de pesquisador contratado R$ 40.000,00
Gastos com assistência de apoio técnico R$ 5.000,00
Remessa ao exterior relativo à manutenção de patente R$ 100.000,00
Lucro Liquido antes do IRPJ e CSLL R$ 6.500.000,00
Alíquota de IPI máquinas 10%
Alíquota de IPI instrumentos 5%
AJUSTES DE APURAÇÃO
LALUR
Lucro liquido R$ 6.500.000,00
(+) Adições R$ 500.000,00
(-) Exclusões R$ 3.361.035,91
(-) Depreciação R$ 3.116.035,91
(-) Despesas operacionais R$ 60.000,00 (60%)
(-) Gastos com folha de pesquisador R$ 40.000,00
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IMPACTO TRIBUTÁRIO
IMPACTO TRIBUTÁRIO
Custo dos ativos R$ 274.254,47
IRRF R$ 1.500,00
IRPJ R$ 422.857,93
CSLL R$ 299.082,15
REDUÇÃO R$ 997.694,55
CRE 37,88%