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INSOLVÊNCIA E RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS

CASO PRÁTICO I

A empresa “PMPS Moldes, Lda.” tem sede social na Marinha Grande, com 50 trabalhadores
admitidos ao seu serviço. A empresa não paga o salário aos seus funcionários nem a renda da
fábrica há três meses e faltou com o pagamento de duas prestações no valor de 150 mil euros
cada, de uma caríssima máquina de CNC, no valor total de 800 mil euros que tinha comprado
à “Tooling CNC, Lda.

Um grupo constituído por 10 trabalhadores, veio requerer a insolvência da PMPS Moldes Lda.,
fundamentando o pedido para que fosse declarada a sua insolvência com base no
incumprimento de obrigações emergentes dos contratos de trabalho, rendas, aquisição da
máquina de CNC em prestações e ainda com o argumento de que as dívidas da empresa
superavam os bens e direitos assim como que não apresentava o depósito de contas à mais
de um ano.

A empresa PMPS Moldes, Lda. opôs-se à declaração de insolvência, alegando que as dividas
com a segurança social e autoridade tributária estavam a ser regularizadas mediante um plano
de pagamento e que o seu desequilíbrio económico-financeiro se deveu ao conflito armado
entre a Ucrânia e a Rússia.

Por sentença judicial, o Tribunal declarou a insolvência da empresa PMPS Moldes, Lda., a qual
veio a ser objeto de oposição de embargos pela própria devedora, após 10 dias de ter sido
notificada, por não se conformar com decisão.

Quid Juris?
CASO PRÁTICO II

Felisberto Salgado, celebrou com Ricardo Flores no dia 22 de dezembro de 2022, um contrato
de compra e venda de uma mota da marca Harley Davidson, pelo valor global de 40.000,00€
a pagar em 20 prestações mensais e sucessivas de 2.000,00€, tendo ficado redigido em
contrato escrito, que a propriedade da mota apenas se transmitiria para Felisberto Salgado
com o pagamento de todas as prestações. Com a celebração do contrato a mota foi entregue
a Felisberto Salgado.

Felisberto Salgado, celebrou ainda um contrato de arrendamento para fins não habitacionais
com Carla Antunes, no dia 1 de janeiro de 2023 e pelo prazo de 3 anos, obrigando-se a pagar
uma renda mensal no valor de 1.500,00€ de uma loja para a exploração de uma pizzaria. Tendo
ficado acordado que a loja seria entregue dali a 60 dias, porque necessitava de obras de
conservação.

Felisberto Salgado é declarado judicialmente como insolvente, tendo sido nomeado como
Administrador da Insolvência, por sentença proferida no dia 2 de fevereiro de 2023, Venâncio
Antunes, optou pelo não cumprimento dos dois contratos suprarreferidos.

Venâncio Antunes, no âmbito do seu cargo, sonegou propositadamente ativos de Felisberto


Salgado aos credores, tendo desviado para si bens que deveriam integrar a massa insolvente.

No entretanto, foi designada comissão de credores pela assembleia de credores através de


deliberação com o parecer favorável do maior credor que detém 80% do valor total dos
créditos e parecer desfavorável dos demais credores da sociedade insolvente.

A comissão de credores resolveu, na passada semana, destituir Venâncio Antunes, por


entender que a sua atuação não era totalmente isenta e, como tal, não reunia as condições
para o desempenho do cargo em causa.

Quis Juris?

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