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MEDIDA DE INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL: UM DESAFIO PARA A


ENFERMAGEM

Luana Silveira1
Jamile Block Araldi Macagnan2
João Augusto Brancher Fuck3
Maria Teresa Cicero Lagana4

RESUMO

A Medida de Independência Funcional é um instrumento de avaliação desenvolvido para o


acompanhamento de pessoas sob processo de reabilitação. A utilização da escala focaliza a efetiva
realização de atividades de forma independente na rotina diária. Sendo assim permite documentar sua
sensibilidade às aquisições funcionais e sua correlação com os níveis funcionais. Visto isso, realizou-
se uma revisão sistemática da literatura para avaliação crítica e síntese dos estudos nacionais
relevantes. Este estudo objetiva analisar o perfil dos sujeitos para as quais a Medida de Independência
Funcional foi aplicada; levantar um panorama nacional de utilização deste instrumento e concluir a sua
implicação de utilização nos dias atuais. No Brasil a escala de Medida de Independência Funcional
vem sendo utilizada em indivíduos do sexo masculino, idosos e com baixa renda e, exclusivamente na
região sul e sudeste. Conclui-se que o instrumento de Medida de Independência Funcional representa
grandes benefícios para desempenhar o trabalho da enfermagem. Além de identificar a dependência
pode ser utilizado para avaliar a evolução clínica do paciente periodicamente.

Palavras-chave: Reabilitação. Perfil de Impacto da Doença. Enfermagem.

1 INTRODUÇÃO

O aumento da longevidade, realidade mundial atual, favorece alterações funcionais


nos indivíduos que resultam muitas vezes, em predisposição para o aparecimento de doenças
crônicas não transmissíveis e suas seqüelas, quase sempre incapacitantes, destacando-se entre
elas a hipertensão arterial sistêmica, o diabetes mellitus, a artrite reumatóide e o acidente

1
Graduada em Enfermagem pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). Enfermeira ESF do
município de Canelinha/SC. E-mail: luanasilveira2@gmail.com
2
Enfermeira; Especialista em Enfermagem do Trabalho, Educação Profissional na área da saúde e Enfermagem
em Centro Cirúrgico; Mestre em Saúde Coletiva. E-mail: jamilemacagnan24@hotmail.com
3
Enfermeiro; Especialista em Estratégia Saúde da Família. Enfermeiro ESF do município de Canelinha/SC. E-
mail: joaooabf@gmail.com
4
Doutora em Saúde Publica pela Universidadee de São Paulo. Professor Adjunto da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte. E-mail: laganateresa@gmail.com

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vascular encefálico, sendo estas, doenças que necessitam de reabilitação (CRUZ; DIOGO,
2009). Estas mudanças nos perfis demográficos e de morbimortalidade da população mundial
ao longo do último século e consequentes desafios para os sistemas de saúde explicam o
crescente interesse dos pesquisadores pelo cuidado domiciliário à saúde, realizado no âmbito
da família e envolvendo cuidadores leigos (AMENDOLA; OLIVEIRA; ALVARENGA,
2008).
O enfermeiro como membro da equipe multidisciplinar de saúde deve estar atento para
diminuir os riscos de desenvolvimento de sequelas e complicações bem como garantir
assistência de enfermagem individualizada e integral nas diferentes esferas do processo de
reabilitação (CRUZ; DIOGO, 2009). Para tanto, faz-se necessário conhecer os indivíduos, o
grau de dependência de acordo com sua funcionalidade e o conhecimento de instrumentos que
elucidam estes dados, como a Medida de Independência Funcional (MIF).
Para Sardá Júnior; Kupek e Cruz (2009) a incapacidade e a funcionalidade do
indivíduo e sua saúde são resultados de uma interação dinâmica entre a condição de saúde do
indivíduo e fatores contextuais (ex: fatores demográficos, ambiente de trabalho, contingências
do sistema de saúde e seguridade social).
No plano individual, a independência pode ser definida como a capacidade de uma
pessoa definir as suas escolhas e ter autonomia para decisões. Ainda é importante destacar que
durante o desenvolvimento humano, a independência é cultivada como um valor, estimulada e
reforçada em todas as etapas da vida. Contrapondo-se a esse significado, a dependência
representa o aprisionamento da pessoa às condições de outrem. Frente à condição de
submissão ao poder do cuidador e à limitação ao desfrute do valor cultivado desde a infância,
a dependência freqüentemente implica na redução da auto-estima, desmotivação e depressão
(RIBERTO et al, 2007).
A independência funcional foi escolhida como desfecho em reabilitação em vários
países em função do seu significado econômico. Da mesma forma que a instalação de uma
incapacidade em uma pessoa pode representar custo familiar em nosso meio, em países nos
quais o sistema securitário provê cuidadores ou asilo para as pessoas que não dispõe de
família, o aparecimento de uma limitação à locomoção, autocuidados e atividades cognitivas
mais básicas representam custo. Segundo este ponto de vista, a dependência é fonte de
despesas e medí-la é uma forma de quantificar a dimensão do aporte financeiro necessário
(RIBERTO et al, 2007).

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Segundo Itami et al (2009), a Medida de Independência Funcional (MIF) permite aos


profissionais de saúde utilizar este instrumento capaz de quantificar a capacidade funcional
dos pacientes e, dessa maneira, melhor direcionar os programas de reabilitação. É um
instrumento multidimensional, podendo ser utilizado para trazer resultados quanto ao
tratamento, como forma de planejamento terapêutico para avaliar a aplicabilidade em
protocolos de geriatria e gerontologia (RICC; KUBOTA; CORDEIRO, 2005).
A MIF faz parte do Sistema Uniforme de Dados para Reabilitação Médica (SUDRM)
e é amplamente utilizada e aceita como medida de avaliação funcional internacionalmente.
Para Riberto et al (2007), a escolha da independência funcional como parâmetro de avaliação
da reabilitação fundamenta-se na sua importância para o indivíduo, para a família e para a
sociedade. Granger et al (1993), apoiados pelo Congresso e pela Academia Americana de
Medicina e Reabilitação, reuniram um conjunto de dados para mensuração da incapacidade e
para avaliação dos resultados de programas de reabilitação.
Nesse projeto, foram revisados 36 instrumentos de avaliação funcional, publicados e
não publicados, com o intuito de identificar os itens mais comuns e úteis para a elaboração de
uma escala que fosse capaz de avaliar a função em diversas condições de incapacidade, como
o acidente vascular cerebral, a esclerose múltipla, a lesão medular, além de outras doenças.
Dessa forma, surgiu a escala de Medida de Independência Funcional (MIF) como um
instrumento multidisciplinar (BARBETTA; ASSIS, 2008).
Esta escala foi traduzida para o português utilizado no Brasil, com auxilio de médicos
bilíngües que eram familiarizados com o instrumento e que se basearam em orientações da
OMS, do manual original em inglês e da versão em língua portuguesa, realizada em Portugal.
Como resultado não se encontrou conflitos de interpretação, no processo de tradução
(RIBERTO et al, 2001; RABEH; CALIRI; HAAS, 2009).
Portanto, de acordo com a literatura a MIF é um instrumento vastamente utilizado para
avaliar a funcionalidade, internacionalmente. No Brasil, estudos (principalmente sobre
acidentes vasculares cerebrais e independência funcional) com a utilização da MIF tem se
concentrado na área da fisioterapia, geriatria e neurologia, sendo um desafio para a
enfermagem, pois ao longo de sua história vem conquistando se espaço na comunidade
científica. Em relação à área de saúde mental, estudos mostram que há relação entre o
comprometimento motor e funcional e os transtornos de conduta.

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O grau de dependência dos pacientes é classificado conforme a medida de


independência funcional. Este instrumento é composto por 6 dimensões: autocuidado,
controle de esfíncteres, transferência, locomoção, comunicação e cognição social. Cada item
pontua de 1 (dependência total) a 7 (independência completa). Obtém-se escore total mínimo
de 18 e máximo de 126 pontos que caracterizam os níveis de dependência (AMENDOLA;
OLIVEIRA; ALVARENGA, 2008). Por meio da pontuação o indivíduo será classificado da
seguinte maneira: incapacidade leve (> 80 pontos), incapacidade moderada (40 a 80 pontos)
ou incapacidade grave (<40) (QUILICI et al, 2009).
Este trabalho objetiva desenvolver uma revisão sistemática da literatura sobre a
Medida de Independência Funcional (MIF) permitindo assim a solidificação de pesquisas já
desenvolvidas que utilizaram este método. A partir disto visa:
a) analisar o perfil dos sujeitos para as quais a MIF foi aplicada;
b) levantar um panorama nacional de utilização deste instrumento;
c) concluir a sua implicação de utilização nos dias atuais.

2 METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão sistemática que para Medronho et al (2009, p. 289) é a


“aplicação de estratégias científicas para limitar o viés na reunião sistemática, avaliação
crítica e síntese de todos os estudos relevantes em um tópico específico”. Define-se, portanto,
uma revisão de estudos que faz uso de uma abordagem sistemática, com metodologia
claramente definida, visando minimizar erros na conclusão.
Buscando entender objetivos propostos e desenvolver a temática em estudo, foi
realizada a análise de dados nacionais previamente publicados e interpretados por meio da
Biblioteca Virtual Eletrônica, BIREME, nos bancos de dados informatizados que aconteceu
no mês de agosto de 2010. Foram incluídos artigos com texto completo, publicados no idioma
português, após o ano de 2000. A análise dos dados iniciou-se no mês de setembro e a
consolidação dos mesmos concluiu-se neste mesmo mês. Essa etapa teve por finalidade
ordenar e sumarizar as informações contidas nas fontes, de forma que estas possibilitassem a
obtenção de respostas ao problema da pesquisa.
Posteriormente, realizou-se a leitura interpretativa e a conclusão desta revisão. Foram
encontrados 62 resultados, dos quais 32 apresentavam texto completo. Destes, foram

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selecionados 18 artigos. Foram excluídos 14 artigos porque tinham o mesmo título e autores,
apenas publicados em revistas e datas diferentes.

3 RESULTADOS/ DISCUSSÃO

A partir da interpretação dos artigos pesquisados para este estudo reuniu-se as


informações de acordo com a condição clínica e o perfil dos indivíduos em estudo, como
também apontar onde vem sendo aplicado este instrumento no Brasil.

3.1 MEDIDA DE INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL CONFORME A CATEGORIA DE


SUJEITOS

Medida de Independência Funcional e Idosos: As doenças crônicas não transmissíveis


frequentemente acometem os idosos e não são passíveis de cura, porém o acompanhamento
contínuo e rigoroso permite o controle da sua progressão e favorece a prevenção de
complicações e agravamentos. Contudo, uma grande parcela de idosos ainda sofre as
consequências dessas doenças não controladas e ficam propensos ao desenvolvimento de
limitações e incapacidades permanentes.
Nesse contexto, surge a capacidade funcional como um novo paradigma de atenção à
saúde da população idosa e uma importante ferramenta para o envelhecimento saudável
(KAWASAKI; DIOGO, 2007). Assim, a capacidade funcional sofre influência de fatores
externos, ambientais, físicos ou mesmo culturais, interferindo na independência funcional de
um indivíduo. Sendo assim, a independência funcional pode sofrer alterações durante o
processo de hospitalização. Diversos trabalhos comprovam que o declínio funcional acomete
de 34 a 50% dos idosos durante o período de hospitalização (KAWASAKI; DIOGO, 2007).
Os idosos apresentam grande fonte de pesquisa com a utilização da MIF onde o
aumento da longevidade faz com que as alterações funcionais resultem em predisposição para
doenças crônicas e sequelas, como Acidente Vascular Encefálico, (AVE) entre outras (CRUZ;
DIOGO, 2009). O idoso necessita especial atenção e a avaliação funcional representa uma
abordagem relevante na prática geriátrica, visando à qualificada inserção deste na sociedade
(BORGES et al, 2006).

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Entende-se que para os idosos uma QV relacionada à saúde satisfatória pode ser
interpretada como a possibilidade de conseguir cumprir suas funções diárias básicas
adequadamente, se sentir bem e viver de forma independente (SCATTOLIN; DIOGO;
COLOMBO, 2007).
O diagnóstico baseado somente na condição clínica dos pacientes idoso torna-se
insatisfatório, uma vez que nesta faixa etária os dados de funcionalidade e independência são
mais relevantes do que apenas a presença de condições mórbidas. Logo, a avaliação da
capacidade funcional dos idosos é essencial para a escolha do tipo de intervenções e
monitorizações do estado físico e funcional dos idosos.
Avaliação da Vida Diária (AVD) é um método utilizado porque é no domicílio que o
idoso consegue ou não desenvolver a sua capacidade de autocuidado. Essa avaliação pode ser
por observação indireta, direta e auto-relato. Porém nem sempre é possível realizar auto-relato
em virtude de déficits cognitivos dos pacientes. O método de maior confiabilidade mostrou-se
o de observação direta, por não depender das respostas de familiares e cuidadores (RICCI;
KUBOTA; CORDEIRO, 2005).

Medida de Independência Funcional e Acidente Vascular Encefálico: Polese; Mazzola;


Schuster (2009); Cruz e Diogo (2009) definem AVE como um déficit neurológico súbito,
originado por uma lesão vascular, compreendido por complexas interações nos vasos e nos
elementos sanguíneos e nas variáveis hemodinâmicas. Essas alterações podem provocar
obstrução de um vaso, causando isquemia, pela ausência de perfusão sanguínea, nesse caso,
conhecido como AVE isquêmico, como podem também causar rompimento de um vaso e
hemorragia intracraniana, conhecido como AVE hemorrágico.
O AVE provoca alterações e deixa seqüelas muitas vezes incapacitantes relacionadas à
marcha, aos movimentos dos membros, a espasticidade, ao controle esfincteriano, à realização
das AVD, aos cuidados pessoais, à linguagem, à alimentação, à função cognitiva, à atividade
sexual, à depressão, à atividade profissional, à condução de veículos e às atividades de lazer.
Uma pesquisa desenvolvida em diferentes unidades de saúde do município de
Campinas, São Paulo, com idosos que sofreram AVE os resultados referem que: quanto à
capacidade preservada após o AVE apenas 15% não apresentam alteração de capacidade
funcional, 37% discreta alteração, 16% capacidade funcional prejudicada moderada e 32%
grave (CRUZ; DIOGO, 2009).

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Para os pacientes com acidente vascular encefálico (AVE) foi desenvolvida uma
pesquisa com a teoria da restrição, que utilizou a MIF como instrumento de pesquisa. A
terapia de restrição consiste na imobilização do membro superior não comprometido de
pacientes hemiplégicos em decorrência de acidente vascular encefálico como forma de
estímulo ao uso do membro superior que teve a sua força reduzida (RIBERTO et al, 2005).
Em um estudo desenvolvido por Amendola, Oliveira e Alvarenga (2008) para avaliar a
QV dos cuidadores de pacientes com alto grau de dependência atendidos pelo PSF, na capital
paulista, no período de dezembro de 2006 à março de 2007, apresentou um perfil dos
pacientes onde a maioria eram mulheres, com predomínio da patologia AVE.

Medida de Independência Funcional e Doenças Cardíacas: Scattolin, Diogo e Colombo


(2007) descreve que a insuficiência cardíaca (IC) é uma patologia considerada dos mais
velhos, caracterizada pelo avanço por fadiga e dispnéia. Após os 60 anos, a IC apresenta
grande prevalência, 10 em 1.000 idosos. A IC esta relacionada ao comprometimento do
desempenho funcional, pelas limitações nas atividades do dia a dia. Borges et al (2006)
escreve que a cirurgia cardíaca proporciona melhoria do resultado dos tratamentos de
doenças cardiovasculares. No entanto a dor e a funcionalidade apresentam-se prejudicadas
após esta intervenção.
As atividades de vida diárias (AVD) tornam-se prejudicadas, principalmente no estado
físico do paciente, quanto à qualidade de vida. Por isso direcionou o interesse em quantificar
as alterações das capacidades ligadas às funções humanas por meio de escalas que medem a
independência funcional. Reforça que qualidade de vida está diretamente relacionada com a
recuperação depois da cirurgia cardíaca, em especial à dimensão física e que, o indicador de
uma baixa qualidade de vida após a cirurgia cardíaca é uma deficiente recuperação do estado
funcional, ainda no período hospitalar. Este mesmo autor desenvolveu um estudo com
objetivo de avaliar a dor e a funcionalidade em pacientes no período pré e pós cirúrgico de
pacientes submetidos à cirurgia cardíaca.
Segundo a literatura, o quadro álgico interfere na evolução do pós-operatório, na
medida em que o paciente evita executar diferentes atividades. O decréscimo do nível de dor
entre o sétimo dia pós-operatório e a alta contribuiu para altos níveis da funcionalidade além
de significantes alterações nas AVD. Esse prejuízo pode afetar a qualidade de vida e deve ser
considerado fator relevante no prognóstico de alta hospitalar (BORGES et al, 2006).

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Medida de Independência Funcional e Lesão Medular, Lesão Encefálica e Esclerose


Múltipla: A MIF foi utilizada em estudos que tiveram como base de pesquisa pacientes com
lesão medular (LM) e lesão encefálica (LE). Outro estudo teve por objetivo avaliar a
capacidade funcional de pacientes com esclerose múltipla (EM) num período de dez semanas
de atividades de exercício resistido. A lesão de medula espinhal (LME) é uma das lesões mais
devastadoras que se caracteriza pelo comprometimento de uma série de funções vitais como a
locomoção, sensibilidade, sexualidade, eliminação urinária e intestinal, e do sistema nervoso
autonômico, que agrava ainda mais estas alterações, pois danifica a rede neural afetando a
coordenação motora e sensorial (RABEH; CALIRI; HAAS, 2009). A potencialização da
independência funcional é uma das expectativas do tratamento após a LME. Assim, monitorar
a capacidade funcional durante todo o processo de reabilitação, modificando a estratégia de
tratamento para maximizar os resultados funcionais é uma atividade recomendada pelas
diretrizes para a prática clínica do Consortium for Spinal Cord Medicine aos profissionais de
saúde.
Segundo Riberto et al (2007) as lesões encefálicas adquiridas atendidas nos centros de
reabilitação nacionais incluem, principalmente, aquelas decorrentes de acidente vascular
encefálico e os traumatismos crânio-encefálicos. Frente a lesão encefálica, a incapacidade
apresentada habitualmente é a hemiplegia, ou seja, o acometimento motor e sensorial de um
domínio corpóreo, com ou sem o acometimento de funções cognitivas. A hemiplegia direita
está habitualmente associada a quadros de afasia, particularmente a afasia motora, na qual há
razoável preservação da compreensão e comprometimento da fluência e produção da fala. Por
outro lado, a hemiplegia esquerda, decorrente das lesões ao hemisfério cerebral direito
manifesta-se por acometimento sensório-motor no domínio esquerdo e razoável preservação
das funções corticais superiores.
O mesmo autor escreve em 2005 que as intervenções de reabilitação para LM têm
como premissas a aplicação de técnicas terapêuticas específicas para cada paciente com o
objetivo de restauro ou aquisição do melhor nível de realização de tarefas de vida diária
mesmo que haja incapacidades residuais. A avaliação funcional permite o acompanhamento
da evolução do pacientes em seu processo de reabilitação, permitindo o refinamento das
intervenções terapêuticas e a verificação da velocidade de ganhos até que se estabeleça uma
redução da velocidade de aquisição de melhoras.

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No âmbito específico da reabilitação, é habitual observar-se a permanência de


limitações residuais que nem sempre são determinantes da menor participação em atividades
de vida diária, sociais, lazer, religiosas ou vocacionais. Desta forma, a avaliação da
participação do indivíduo que se submete a um processo de recuperação de habilidades não
deve se voltar à mensuração da quantidade de lesão apresentada (seja o tamanho, extensão ou
gravidade), mas, sim, ao impacto que essa lesão tem sobre a efetiva realização das atividades
acima enumeradas.
A avaliação do grau comprometimento funcional é definida como qualquer tentativa
sistemática de medir objetivamente o nível de funcionalidade em vários aspectos que incluem
saúde física, habilidade de auto-manejo, qualidade na execução das atividades, estado
intelectual, atividade social e estado emocional (BARBETTA; ASSIS, 2008).

Medida de Independência Funcional e a Saúde do Trabalhador: Dentre diferentes estudos,


medir a capacidade funcional dos trabalhadores de um frigorífico também se mostrou eficaz,
uma vez que a presença de doenças relacionadas ao ambiente de trabalho tem sido largamente
descrita na literatura. Mais especificamente, no setor de abatimento de carnes as condições de
trabalho e a alta incidência de acidentes de trabalho e doenças foram ilustradas no início do
século XX (CRUZ; DIOGO, 2009). Este autor define que as doenças musculoesqueléticas são
responsáveis por cerca de 28% dos afastamentos e 20% dos transtornos mentais.
Os acidentes de trabalho como: lesões, traumas, mortes causadas por acidentes e,
algumas vezes, violência geram altos custos econômicos, sociais e emocionais. Sendo esses,
internações, terapêutica, reabilitação e previdência, dias de afastamento do trabalho, anos
potenciais de vida perdidos, danos psicológicos às vítimas e seus familiares, são altamente
onerosos, principalmente pelo fato de que a grande concentração de atingidos são indivíduos
jovens, em idade produtiva. As vítimas de traumas ortopédicos e, em especial de fraturas
ósseas, são representantes importantes de indivíduos que apresentam, de forma temporária ou
permanente, incapacidades, deficiências, seqüelas e diminuição de capacidade funcional,
gerando interesse em desenvolver pesquisas através da MIF (ITAMI et al, 2009).

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3.2 PERFIL DOS SUJEITOS PARA AS QUAIS A MEDIDA DE INDEPENDÊNCIA


FUNCIONAL FOI APLICADA

Observou-se que dentre os 21 artigos analisados, 11 deles foram realizados com


homens, idosos e adultos. Este dado confere com o que escreve Cruz; Diogo (2009) que os
idosos apresentam grande fonte de pesquisa com a utilização da MIF onde o aumento da
longevidade faz com que as alterações funcionais resultem em predisposição para doenças
crônicas e seqüelas. Para Borges et al (2006), o idoso necessita de especial atenção e a
avaliação funcional representa uma abordagem relevante na prática geriátrica, visando à
qualificada inserção deste na sociedade.
A presença de cuidadores para os sujeitos analisados nos estudos mostra-se relevante,
sendo relatado em seis deles. Observa-se nestes a predominância de cuidador do sexo
feminino e familiar que reforça o que Amendola; Oliveira; Alvarenga (2008) escrevem: que o
papel social da mulher, historicamente determinado, espera que ela seja a cuidadora principal
e que o cuidado a pessoas dependentes fique a cargo dos parentes mais próximos. Ainda
segundo o mesmo autor, o cuidador é a pessoa que assume o papel de assistir ao familiar em
situação de dependência, que necessita de ajuda no desempenho de suas atividades da vida
diária, como alimentação, locomoção, banho entre outros. Neste sentido a MIF é considerada
um instrumento multidimensional onde o foco principal diz respeito à solicitação de cuidados
de terceiros que o paciente exige nas atividades cotidianas permitindo a conclusão de que os
familiares e a mulher seguem o perfil social que a literatura indica.
Quanto a renda dos sujeitos pesquisados observa-se no estudo desenvolvido por
Scattolin, Diogo e Colombo (2007) que a maioria dos idosos é aposentado e apresenta renda
média de 2 a 3 salários mínimos. O estudo desenvolvido por Cruz e Diogo (2009), indica que
os indivíduos entrevistados eram, em sua grande maioria, a fonte principal de renda da casa
com salários variando entre um e menos que três salários mínimos demonstrando uma baixa
renda familiar, dados estes semelhantes aos encontrados em estudo realizado na região
sudeste do Brasil. Sendo assim entende-se que os estudos que utilizam a MIF estão avaliando
fatores importantes, pois, segundo Sardá Júnior, Kupek, Cruz (2009) a incapacidade e a
funcionalidade do indivíduo e sua saúde são resultados de uma interação dinâmica entre a
condição de saúde do indivíduo e fatores contextuais (fatores demográficos, ambiente de
trabalho, contingências do sistema de saúde e seguridade social).

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3.3 PANORAMA NACIONAL DA UTILIZAÇÃO DA MEDIDA DE INDEPENDÊNCIA


FUNCIONAL

Traçando um panorama nacional da utilização da medida de independência funcional


nota-se sua utilização em grande número no estado de São Paulo comparado ao restante do
país. Dos artigos selecionados, 19 foram aplicados no estado de São Paulo, 1 no estado do Rio
Grande do Sul e 1 no estado de Santa Catarina, respectivamente pelos autores, Polese;
Mazzola; Schuster (2009) e Sardá Júnior; Kupek; Cruz (2009). Observa-se a dinâmica com
que a MIF pode ser utilizada através de estudos já desenvolvidos no Brasil e apesar da versão
brasileira de Medida de Independência Funcional ter sido desenvolvida em 2001, estudos
referentes à sua validade ainda são necessários como forma de corroborar seu uso na
avaliação da reabilitação de brasileiros incapacitados, uma vez que peculiaridades
socioculturais nacionais podem determinar um comportamento diverso dos dados fornecidos
pelo instrumento.
Para Riberto et al (2001) a criação de um banco de dados permitirá reconhecer as
características da evolução funcional de doenças e lesões incapacitantes. À semelhança do que
ocorre em outros países, o esforço em mensurar a incapacidade padronizando o sistema de
avaliação deverá ter um forte impacto na definição de políticas públicas para a reabilitação de
pessoas portadoras de deficiência.

3.4 IMPLICAÇÕES DA MEDIDA DE INDEPENDENCIA FUNCIONAL NOS DIAS


ATUAIS

Considerando o aumento da longevidade, consequentemente da prevalência de


doenças crônicas não transmissíveis e de suas sequelas, nos dias atuais, a medida de
independência funcional é um instrumento que pode elucidar a necessidade de cuidados
exigidos por um cuidador, a qualidade de vida quando esta for determinada a partir das
atividades de vida diária e a recuperação da funcionalidade quando utilizada em diferentes
momentos aos mesmos indivíduos.
Sendo que o enfermeiro deve desempenhar o cuidado ao indivíduo de forma integral,
implica a MIF nortear e qualificar seu trabalho, sendo um desafio para esta categoria de
profissionais, principalmente nos processos de diminuição de seqüelas e reabilitação. Assim, a

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MIF apresenta muitos aspectos positivos entre eles de permitir estimar o custo da
incapacidade em termos de segurança, de dependência de outras pessoas e de dispositivos
tecnológicos necessários ao indivíduo (TEIXEIRA et al, 2009).

4 CONCLUSÃO

Conclui-se que o instrumento de Medida de Independência Funcional representa


grandes benefícios para desempenhar o trabalho da enfermagem. Identificar o grau de
dependência e cuidado que o indivíduo exige é um desafio para realizar o planejamento dos
cuidados que devem ser voltados á este. Além de identificar a dependência pode ser utilizado
para avaliar a evolução clínica do paciente periodicamente.
Para o sistema de saúde a MIF representa benefícios econômicos por ser um
instrumento de baixo custo que permite desde o planejamento até a evolução da
independência funcional dos indivíduos. Com a conclusão desta pesquisa de revisão
sistemática espera-se que os profissionais de enfermagem junto com o sistema de saúde façam
adesão desta escala para otimizar a qualidade do seu trabalho.

FUNCTIONAL INDEPENDENCE MEASURE: A CHALLENGE FOR


NURSING

ABSTRACT

The Functional Independence Measure is an assessment tool developed for the monitoring of persons
undergoing rehabilitation. The use of scale does not focus its attention on the capability of performing
tasks, but on its effective realization independently in the daily routine. Allowed us to document its
functional sensitivity to functional acquisitions and its correlation with the functional levels. Seen it,
was been performed a systematic review of literature for critical evaluation and summary of relevant
national studies to analyze the profile of the subjects for which the MIF was applied; get an overview
of national use of this instrument and to conclude your implication of use today. It is concluded that, in
Brazil the MIF scale is being used in males, the elderly and low-income and exclusively in the
southern region. The nurse must take care of the pacient in a integral way, especially in cases of
reduction of sequels and rehabilitation. In this process, the MIF has the quality of assistance, allowing
in addition to identifying early care needs, evaluate and plot plans therapeutic nursing and ensure
quality of life for patients and caregivers.

Keywords: Rehabilitation. Sickness Impact Profile. Nursing.

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REFERÊNCIAS

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