Você está na página 1de 17
Paseo, Palo Sg 1985, “Clases médias urbnas:formaslo, atures intervengio ‘ma vid police 1a Fausto Borin (or). © Brn Replica vol 1s Eauure de poder e economia (1889-1930). SS Paulos Die. (Colsho Hitt da Casio Brae, somo i Pinto, Celi epina 1986. Pim: um projet police demative (RS; 1889-1930) Porto Alegre: LPM, (Queirr, Suly Robles Reis de 1985. Osradizss ds Repub. acobisismo: eclgia alo — 1893/1897. Tesede Live Doctnia em Hira FFLCH/USE So Pasa. Ramos, Gralano. 1976. "Peuena histia da Repiblc™ Ia Alexndree otros He- ‘is Ri de JaneoSto Paso: Recerd Martine. Renault, Deo. 1987 Avid Balers ofl do wel XX: vio wciocutralepo- ica de 18901901. Rio de jai: José Oppo, Revebel, Cros 1985 Mangos pcp uct civic depos no Rio Grane, Porto ‘Alege: LPM. Sampaio, Jolo César 1920. O corel Sampaio «oF spontamentor do Dr, Wenceln Excobr sobre a reolugt io grandnse de 1193. Pore Alegre: Globo, Sues, Desi. 1985. jormagto do Estadeburgus wo Bras (1888-1191). Rode jne- Sir Edaao, 1988 As quezs do pov Rio de Jancio: Bx Ter Sia Hai. 1972 1489, «Repblice mio eperouo amanhecr Rio de Jaci; Civili ‘apf Bri, Sout, oto Francisco 1934, Novena ent Rio Jancis Tp, oral do Comercio. = 1923, Bycolgis dos acontecimestos polticossulio-gandenses. St Pale Porto Alegre: Typ Jornal do Comercio. “rorlo, Lopes. 1993. "Via Replies” In Riko, Darcy org) rma ema de govemo, Popol: Vores. ‘Veer Rodrigues, Reade. 198, Catithamo: ums Slosoiada Reps Porte Alegre: ESTUGS. Vilas, Frederico. 1951. As reotigdes queen: Ro de janeiro: Biblteca do Exec. Viltba, Epaminonda. 1897.4 revolts fdeaita no Re Grande do Sul dcumen: ‘ose conentiros Rio de janeiro: Laemmert. Vie da Cora, Eli 1999. Be Monae Replica: momentos disivos, Sto Palo Unesp Wane, Pee. 1955. Lagoa de Misia. Porto Alege Gobo, O processo politico na Primeira Repiblica ¢ o liberalismo oligarquico Maria Efigénia Lage de Resende roeurs Tid Ha do al do Deparameto A Hiner da Uva ered de Min Gere “asi a expresso ibrasmo oligauic, com que se carscterira “> piocesso polfico da Repablica no petodo compreendido entre 1889 ¢ 1930, Ambiguae contraditria, a expres revela qu oadrento da Reps bic, eno pressupontote6rico €o de um govern destinadoa sevird coisa piblca ou 20 interewecoletv, tev signifiado extemamente limitado no proceso hisrico de constacio da democricia ede expanso daciadania 0 Brasil ‘A denoninago de Repablicaoligrqucyfequentemente abu 208 priniros 40 anos da Replica, denuncia um sstena baseado na domina- jnoriaenaexcutio de uma msoria do proceso de partic sSopoltica.Corondismo, ofgarqiae politica dos governaderesfzem parte do voesbolro polfico necssrio ao entendiment do peradorepulicano em andl. Para o desenvolvimento do tems, ese texto ests div AConainiao de 191 etaualizao nega da federlismo einsablidadepoltica Poltca dos goernadore uncona- testo do sitema police. "A primeira parte —A Constitigio de 1891: estatualizagtoe nego da iddaria — €dediada a exlarecet as base crises da Coaniigi rep Uleann de 1891, elegendo como quests bisicaso federalimo €oindvi= dualism. Nela tense como refréaca obigatéra o mapa do movimento dasa berais no decorer do séclo XIX. Nessaabordagem desacamse as adaptagées que alts polca brass fazem do lberlismo 108 con- texos da independécia eda prochimagio da Replica. No desenvolvimento do tema fedralismo, o cbetivo€examinar as be ‘5 do sistema politico predominantena fase de implantasio da Repblics, Faraissoénecesrio identfiar es elementos que dio sutenagio forma: $40 © afrmagio do poder dos coronéis nos maniipios © dos oligarcas nt politica etadual e nacional. Na segunda parte — Militari, fedralsmo e instabilidade politica = ragasie tim quadro geral das politico em nivel nacional, marca tos armadon.A volta, ebelibese motins, episédios pontuais ou de me- ‘nor durasio, acrescem-se dois movimentos que, pela durasio e motivacio, abalaram os primeiros anos da historia politica da Replica. Sto eles: ‘evolugio Federalista (1893-1895), que, partindo do Rio Grande do Sul, leyou a luta aos estados de Santa Catarina e Parang ea Revolta de Canu- dos (novembro de 1896/unho de 1897), que rerulvou ca um massacre {nomindvel da populagio do arraal de Canudos,localizado no sertdo da Bahia, ‘Na terceira parte — Poltica des governadores¢funcionamento do siste- ‘ma politico — aberda-se 0 arranjo politico idealizado pelo presidente Cam- ‘bos Sales, como forma de vablizar 0 apoio necersiio ao desenvolvimonts “de suas agSes de governo, Pode-se dizer que neste arranjp os coronéis ocupam ¢ centro da cena polfca. Sto os cerontis, chefes politics locais, a base e a origem de uma ‘complexa rede de elagdes que a partir do municipio estrutura as relagbes de ppeder que vio desde 0 coronel até o presidente da Reptbiica, envalvendo ompromistos reciprocos (Carvalho, 1998, p. 131) Na anilise da politica dos governadores inchu-se, também, a dindmi- ‘sa do jogo de interagio entre o poder do Estado nacional eos interesses oligarquicos coincidentes ou conflitantes. Tem-se como principio norteador ofato de que obalance das eleicbes presidenciais, no perfodo ‘que se examina, quase sempre favordvel aos intereses e/ou acordos entre Minas ¢ Sio Paulo, esconde diffceis negociag6es entre as respectvas oli argu las pela pasticipasio de ours oligarquias estaduais. A impossbilidade de acordo abre espaso a indmeros conflitos 6; finalmente, a confronto aberto, de que resulta a ruptura do sistema oligérquico verficada com 0 movimento politzo 20 qual, historicamen- te, se tem atribuido o nome de Revolusio de 1930. ‘A CONSTTUIGAODE 1891; ESTADUALIZAGAD E NEGAGAO DACIDADANA epiblca, em 15 de novembro de 1889, ocorr na coni- de esgargamento da legiimidade do governoimpe- em to republicano de 1870, “A aboliio da escraidio, em. 13 de maio de 1888, pe fim a um proceso lento e dif, que faz ra base socal do regime imperil Bses dois acon- tecimentos — aboigioe proclanagio da Replica — consttuem marcos jurdicoinsinucionais que esto m base dis quests politica e soca era nfrentadas pela Asvembidia Contituitena area de claboragdo da primeira Constinisio da Repiblic (© modelo da Constiuicho tepublicana de 1891 € 2 ConsinigSo dos Estados Unidos da América. Com ele, enquadra-se o Brasil na tradi libe- fe organizaso federativa edo individulismo plitce¢ seontmieo. Mais que o individualism, €0 federsismo agrande inovacio da Cons- fiuigio de 1891. Iso porque ainpiragio liberal do individualism politico ‘econémico, ascendente nas primeira dicadas do século XIX e ro auge to findar do século, jf deixara sua marca ma Constuigio de 1824, Nesseat- ecto, a Constinsigfo dos Estados Unidos funciorars menos come una ino ago e mais como reforso para justifca econsolidar 0 individulismo que se reafrma na primeira Constnuicio da Repablia. ‘0 federalismo, implantado em substituigSo a9 cenralismo do Impéri, confere a0 estados uma enorme soma de poder, que se dstrbui entre 0«s- tado.e or municipios. Sobre este principio edifice a forza politica dos co. vel municipal dso eis esiadual e federal. A Se ee ee tuo da cidadania no Fes. 0 federalism, tal como se configura a Constnigho de 1891, dies aoe «stadosrecém-crados, uma larga targem de autonomia,PelaConstin ‘éexém a propredide das mina eds terasdevoluas situaas em seus respect: ‘0s terrtirios e podem realizar ents ajustese conrengbes, tem carer pot «o. Podem legisla, também, sobre qualquer asunto que nio Ihes for negado, ‘expresea on implicsamente pelos principios conttvionais da Unio ar. 63) Esse dispsitivo permite aos estades, por exemplo, cobra inposts interests duais, decreta imposts de exportigso,cortrai empréstimos no exterior, ea borar sistema clitoral e judicirio proprios, organza frca militar e. Us de provincia no Impétio ¢ ot overnantes dos tados ajuda a enender a profuida mudanga que se pro- «essa na sbsttuiso do Império Unitério pela Replica Federativa, (Os presidentes das provincassio polices de confianca dos ministrios ‘do Império, pasiveis de remocio a qualquer tempo. Eles devem irabalhat ‘para manter bem articulados 0 iteresses do Império com os intereses dot ‘tupos de poder privado locas, caidando.ao mesmo tempo para enitar que ‘penhum deles se sntapreterido em funsio do outro, Cabiaao presidente de provincia indiar os ocupantes da mais alta patente da Guarda Nacional, insttuigdo que agrega os interesss entre o centro ea perifera. ‘A Guarda Nacional, insiugo imperial, fandada ra Regia, funciona como uma espéie de fora paranltar de elite. O posto supremo, ode coronel, &att- buldo aos homens de grande fortuna e, melhor ainda, sso ilustrades,o8 of vim defame abuetadas 0% roldados de erat cca mai aixos, No entanto, mesmo ese timos devem comprovar um padeio de reeda mii- mo. Cabe os coronis da Guarda caiar do aparethamento d> corpo paraml- tar sob sis ordens, fzeroreerutamento ea convoctlo, quando necssrio, No pepe de representantes do imperader, esses presidents cupam o cargo or muite pouso tempo, Slo mudados roticiramente de wma provincia para ‘utra— sa porque cumpzem logosua principal miso, sja porque demons- ‘tam pardalidade em faver de alguma facsio de poder local. So, ambém, ‘muita vees removidos para o Rio de Janero para ocuparem posigées-chave 1m administrago central on para se ocupar de fung6es menores por serem ‘onsiderados incompetents (Graham, 1997, p. 87). Alem de stems nigoross- mente coatrolados nas fungdes de intermedidrios entre o poder cesral e 08 _rupot de poder privado locas, ox presidentes de provincia nunca permane- ‘em em ama provincia tempo necesirio para enrizarem-se politiamente. © federal stema de relagio diretn entre os detento- resdo poder loca e 0 centro de poder nacional prevalecenteno Brasil Impé- _governadores ou presentes, onforme denominado nt de poder que es advér do proprio texto consitucionl, Hes dr , Se objeto de pritics de violéncia sociale insiruciona, tanto prevens- vas quanto represvas (Fgoli Jc, 1995; Cancell, 2002) ‘Uma datese do quad de relagbes entre municipios ¢estados, no pero- do compreendido entre 1889 1898, quando Canpos Sales assure a Pres- ‘ncia, ponta para uma série infindivel de confitos e confronts, muitos dees violentos, ns estado, desde os pineiros momentos de via repub- cana. Nos municipios traram-se las enue facg6e iva, vsande a obter 0 controle da politica local, via deegra psicionar-se na condisfodeaiado ‘hu olgarqia quedetém o poder no estado, ej eh uma pessoa, una fafa ‘ou um grupo de familias entrelagadas por casamentos,aliangas politica, interesses econdmicos ou controle de funsbespiblias. No nivel do estado, disput enre fags oigirquicas € quae uma constante, ‘Nos munisfpipso controle dos coronéis sobre or votos permite a eleicio <4 candidatos com presi lca, fora ds chapss propor pele partidos ‘etaduais representantes dos ntereses ds oligarqias no poder. A fraude € atbnica das eleighes na Repbliceolgirquca, Sto muitosos subregion de fascameato das eeiges. ara ganht-as os corontis providenciam, muias ezes, para que ov tables aprendam a asiar 0 nome. Asim, nas k= es, vta dos capanga de seus pattbes, les podem assinar mehordizn- do, desetharo nome nolveo de ata da vorago. Esse voto aberte, portato faclmene controlado, 60 chamado “vor de eabresto”. Mua veaes nem leis hi. Um preposto do coronel prenche olivro de ata em que voum sivos e mortos — sto as clelgbcs a bico-de-pena. As lute constntes entre ‘coronéisrivais no municipio propiciam,muitasvzes, uma dualidade de et ‘bes, gerando ats flsas, duplcatas de clmaras muncipss ede assembléas legilativa. Ese fatossfo uma constanve na Repblica dos coronis e das sligarquas. E apartir do quadro politico, econémico e social da Repablica que, em 1098, Campos ae come a foro ao aaa solic a oe denon nar de“plica dos exados”« que fs corhecid somo “oltica dor sevemadore™ ‘Na mensagem de posse, Campos Sales resfirma dois prinefpios que Tee pees dente poe culate opments des, de acca pole, rfseseansosndade dexabelee pie sm o pode exes poder leila, indepen formagtes partis. Quepuso referee bilizagdo politica. Esas sho as razdesbisicasimediatas para a formulagso da poltca dos governadores. ‘Cosaa Porto assim justifica 0 4a poltca dos governadores: injo politico de Campos Sales, a chama- (paula tem um plano: satar a ftangas sane as deasticamentee, Aenea! é ¢ foraAaa Anya PUA loys nme 5 aa tu atetas®.

Você também pode gostar