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ANOTAÇÕES DA AULA DE ANALISE

DE JURISPRUDÊNCIA
05 DE MAIO DE 2017

 A liberdade de imprensa é derivação elementar da liberdade de expressão.  abordagens diferentes


e igualmente válidas (EUA e Europa); não é melhor ou pior;

 Ao matar a lei de imprensa, o STF confrontou a forma como o Brasil trata a liberdade de expressão.
 consequência: a profissão de jornalista não pode ser regulamentada no Brasil, ela é regulamentada
pelo mercado (the invisible hand);

o Não temos hoje parâmetro para direito de resposta, na legislação atual. Por mais que se
possa deduzi-lo racionalmente, há coisas sobre as quais convinha haver uma
regulamentação, mas não há.

o Hipótese da parcial procedência da lei de imprensa: seria bom ter separado o que era
autoritário e o que não era autoritário na lei.

 O regime militar brasileiro teve uma característica de tentar se disfarçar de


democracia. Biombo democrático, a tentativa de ter uma aparência de
democracia.

 Há constituições que são um traje que cabem bem à democracia: controlam a


atuação estatal e pá. Mas há constituições, como as de 1937 e de 1967, que não
são traje, mas disfarce: elas têm uma aparência de institucionalidade que
assassina a democracia. Tanto que a constituição de 1967 incorporou o AI-5, que
foi revogado, na abertura, por EC.

 O Levy fala que o CPC de 73 era legalzinho e pá, e comenta que o CP ainda é
um decreto-lei de 1940 (ele não falou das reformas de 1984 e pá mas tudo bem).

 A tendência natural do nosso legislador é de deixar profissões sem regulamentação, caso não haja
necessidade. Por exemplo, a atividade de jornalista não pode ser regulada atualmente; Ayres Britto
vincula isso ao próprio conceito de democracia;

o Tal veto tem se repetido em muitas profissões que se tenta regulamentar, com a ideia de
que esse poder de polícia seria indevido. Tipo OAB, CRM, e afins.

o ADIn 1717 – Conselho Nacional de natureza autárquica não pode ser objeto de bla bla bla
porque exerce poder de polícia, o qual é privativo do Estado.

 O STF não seria o guardião da constituição, mas da ordem constitucional, conforme o meu crush.
Constituições inauguram novas ordens jurídicas, como ele diz. Ou seja, pra ele, o voto do STF foi
meio infantil, ao imaginar que sempre que se promulga uma CF, deve-se começar do zero. Assim, eu
discordo um pouco dele, sabe, mas ele é bonito. O nome dele é Douglas, vamos stalkear.
o O Levy comentou que isso seria caricaturar um pouco as coisas. No período de 2005 a
2012, deve-se a ideia de que a composição do STF tinha o deleite de superar
entendimentos constitucionais que vinham de antes: a questão da prisão pelo condenado
em primeira instância. Houve um deleite de superar um entendimento anterior porque seria
um entendimento anacrónico. PERA O LEVY TA DEFENDENDO A PRISAO EM
PRIMERIA INSTANCIA QUE HORROR. A CF é tão clara. Affs. Que preguiça.

 Ministro Britto: controle a posteriori pra tudo. Direito de resposta e pá. O dano já está feito. Pro Levy,
jornalistas deveriam estar regulamentados sim.

 A imprensa italiana é, com todo respeito, italiana. Parabéns. A qualidade da TV italiana é muito boa.
Ótimos jornais. O jornalismo português é de alto nível. Estamos super longe do modelo EUA, que tem
várias caricaturas terríveis,

 Blackbird fly. O único direito absoluto no país é o direito à integridade física, mais especificamente o
direito de não ser torturado. O resto é tudo sopesado. Tanto que, no brasil, não pode haver
condenação a trabalhos forçados. Nos Estados Unidos, isso não é absoluto. A liberdade de imprensa
acabou abrindo uma vacatio impressionante.

o É um daqueles assuntos pendulares: houve excesso de um lado, e há excesso do outro


lado; um dia esperamos ter um encontro no meio.

 Por volta de 2001/2002, o STF cancelou uma súmula daquelas mega antigas. Ele não lembra o
numero, mas trata de que o foro privilegiado era sempre perene, independente da pessoa perder o
cargo; atualmente, o entendimento é de que, ao perder o cargo, o foro muda, deixa de ser privilegiado.
O que aconteceu? O Congresso reagiu. Editou uma lei pra incluir no CPP uma redação muito parecida
com a súmula que foi revogada. O STF simplesmente declarou essa lei inconstitucional. Levy entende
que STF está errado. A Constituição não é clara nesse ponto.

 Outro caso desses (não entendi muito bem aonde ele quer chegar. É tipo embate Congresso v. STF?)
é o da verticalização. No Brasil, coligações que o partido faça em cima têm de ser reproduzidas
embaixo. O Congresso tentou permitir isso, o STF proibiu de novo. Aconteceu essa semana.

 Pessoa jurídica pode ou não financiar campanhas? Não há um impedimento, mas há uma simpatia
popular de proibir isso por lei. POR LEI. Não por ação do Supremo.

12 DE MAIO DE 2017

 É a ADPF da anencefalia
 Os ministros se mostraram preocupados com a duração de vida dos anencéfalos e com a
capacidade do SUS e afins de comprovar, durante a gestação.
 Se a pessoa tem expectativa de vida, deixa de ser aborto e se torna eugenia. No caso de
microcefalia, o que se faz?
 “Há países em que se não veem portadores de síndrome de Dawn”.
 Ou seja, tem-se de tomar o cuidado para não abrir precedente para eugenia
o Não é porque o precedente foi aberto que ocorreu uma desvalorização do direito a vida

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o Todos os argumentos de Marco Aurélio entram na questão da falta de perspectiva de
vida: seria o precedente fechado em si próprio?
 Levi não se impressiona com os argumentos de laicidade: eles podem ser argumentados, mas o
que importa é que não haja a imposição de credos de um grupo sobre o outro, a argumentação
deve ser feita sob esse ponto de vista.
 Fora disso, estamos transitando numa matéria com grande fundo moral. Esse tipo de situação, a
quem cabe a decisão? Ao Parlamento ou à Suprema Corte?
o O Legislativo tem a legitimidade popular necessária
o Porém, a decisão do Legislativo iria para a maioria; e se se deixa a maioria decidir uma
decisão de exceção, pode ficar descoberta a minoria
o Pro Levi, é o Legislativo.
 Mas isso fica complicado quando você considera levar cada caso de exceção
para o legislativo, especialmente considerando a morosidade do legislativo.
 Waldoon (É o autor que ele sempre cita, eu tenho dificuldade de compreender o
nome dele) argumenta do sentido do Legislativo, pela legitimidade popular, mas
ele chega a uma conclusão inconclusiva: são pessoas.
 Exemplo: a Suprema Corte dos EUA, em 1894, confirmou a segregação
racial (igual mais separada), a qual foi superada no caso Brown, 60 anos
depois, na jurisprudência, e 70 anos depois, nos anos 1960, com o Civil
Rights Act, fruto do presidente e do Congresso. É um ciclo que começou
com o fim da escravidão (Lincoln) e só terminou com MLK e intervenção
Parlamentar.
 Ou seja, Parlamentos e Tribunais erram e acertam por igual. Os resultados não
podem ser considerados conclusivos. Assim, quem tem melhores
procedimentos?
 “O Judiciário resolve melhor para casos concretos” – mas o Legislativo
cria várias leis baseado no caso concreto, como Lei Carolina Dieckmann
e Lei Maria da Penha.
 Legitimidade é um conceito comparativo. O nível de acesso, de debate,
de discussão, de prospecção de informações com a comunidade é muito
maior no Parlamento que nos Tribunais – tanto que, os tribunais, muitas
vezes, mimetizam isso com as audiências públicas. Assim, além da
legitimidade originária popular, o Congresso também tem, na sequência
dos seus trabalhos, a necessidade de legitimação. O Parlamentar está,
porém, amarrado ao seu eleitorado – isso não cerceia a sua liberdade?
 Kranee: devemos repudiar a ideia de que a Suprema Corte é do povo.
 Levi levanta a questão de que pode haver dúvidas no diagnóstico, e que há vários graus de
anencefalia: falta regulamentação.
o Um dos ministros: “daqui a pouco, o Brasil vai ser o país com o maior número de
anencefalia do mundo”; o falseamento de diagnósticos
o As eventuais situações assemelhadas, talvez, tenham mais espaço de dúvida que as
outras

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