Você está na página 1de 13

UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP

Andréia Ferreira da Silva Seixas- R.A: C345IB-5 – Turma: 08/FS8148

Gabriel Barreto da Silva- R.A: C7052G5 – Turma: 08/FS8P48

SEMINÁRIO:
Efeitos Fisiológicos da Imersão no Sistema Cardiorrespiratório

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS-SP


2019
UNIVERSIDADE PAULISTA-UNIP

ANDRÉIA FEREIRA DA SILVA SEIXAS R.A: C345IB-5


GABRIEL BARRETO DA SILVA R.A: C7052G5

Efeitos fisiológicos da imersão no sistema Cardiorrespiratório

Seminário solicitado pela disciplina de


Estágio Curricular, ciclo Hidroterapia, no
curso de fisioterapia apresentado à
Universidade Paulista-UNIP.

Orientadora: Prof.ª Lélia

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS-SP

2019
ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1-

Figura 2 –

Figura 3-

Figura 4-

Figura 5-

Figura 6-

Figura 7

Figura 8-
5

1. INTRODUÇÃO

A água é um meio muito diferente da terra. Ao ser inserido neste novo meio o
organismo é submetido a diferentes forças físicas e em consequência realiza uma
série de adaptações fisiológicas. O objetivo desse trabalho é fornecer elementos
para o fisioterapeuta compreender as respostas fisiológicas cardiorrespiratórias
desencadeadas a partir da imersão do corpo na água.
O presente trabalho tem como objetivo realizar uma revisão de literatura,
abrangendo todos os assuntos relacionados Aos Efeitos da imersão no Sistema
Cardiorrespiratório, buscando aprofundar e complementar o conhecimento.
O instrumento de estudo/pesquisa realizado foi baseado em artigos
científicos, livros e documentos de origem acadêmico-científico a fim de que o
conhecimento adquirido seja fidedigno a ciência.
Entretanto o uso das propriedades físicas da água como meio de cura ou
tratamento de variadas condições clínicas é um recurso fisioterapêutico importante.
Trataremos a seguir as alterações que podem ocorrer no sistema
cardiorrespiratórios resultantes do efeito da imersão.
Esperamos desenvolver o conteúdo o mais breve possível, porém de forma
clara e coesa, ampliando e aprofundando o conhecimento nessa área da
Fisioterapia.

IMERSÃO

Conceitos e Fisiologia da Imersão

Utilizar a água com finalidades terapêuticas é uma prática antiga, mas que
através de novas técnicas, se mantém em constantes redescobertas. A imersão do
corpo em meio líquido se tornou a técnica mais abrangente proporcionando
benefícios terapêuticos amplos, tanto físicos quanto psicológico. Os efeitos
proporcionados pela água podem ser justificados pelas influências fisiológicas
resultantes devido as propriedades físicas da água durante a imersão. 2,3

Dentre as propriedades, as destacadas são a pressão hidrostática, a força de


empuxo, a termo condutividade da água e a força de resistência ao movimento. De
acordo com o princípio de Pascal, a pressão do líquido é exercida igualmente em
6

todas as áreas de um corpo quando está imerso e em repouso a uma determinada


profundidade. A pressão hidrostática atua em todas as direções com a mesma
magnitude. De acordo com o princípio de Arquimedes, todo corpo parcial ou
totalmente imerso sofre uma força igual ao peso do volume deslocado por esse
fluído, com sentido contrário à ação da gravidade. Indivíduos imersos na água estão
sempre submetidos a duas forças: a gravidade e a flutuação. 2,3
Em consequência dessas duas forças, o peso hidrostático é reduzido na
água. A força de resistência é a sobrecarga natural exercida pela água. O principal
componente que afeta diretamente a força de resistência ao movimento em meio
aquático é a velocidade da execução. Além desses fatos, a imersão afeta a termo
condutividade. A facilitação da troca de calor entre o corpo e o meio aquático, em
temperatura termo neutra, exerce uma influência importante nas respostas
fisiológicas. Autores sugerem a temperatura 28 graus no meio terrestre e 36 graus
em meio líquido. Esses valores são alterados com a realização dos exercícios pois o
mecanismo de perda de calor corporal no exercício aquático são diferentes. A perda
ou ganho de calor na água é mais comum por convecção e condução. 2,3

https://www.fundacionstepbystep.com/hidroterapia
7

Sistema Cardiorrespiratório

A função básica do sistema circulatório é de levar matéria nutritivo e oxigênio


para as células do corpo. O sistema circulatório é um sistema fechado, sem
comunicação com o exterior e constituído por vasos e, em seu interior, contendo
sangue e linfa. Para que o sangue possa circular através dos vasos, há órgão
central que funciona como uma bomba contrátil propulsora que é o coração. As
trocas entre o sangue e os tecidos vão ocorrer em extensas redes de vasos de
calibre reduzido com parcelas finas que são os capilares. O corpo de um indivíduo
adulto tem em média 5L de sangue circulando continuamente. No sistema
circulatório existe a circulação pulmonar ou pequena circulação onde tem início no
ventrículo direito, de onde o sangue é bombeado para a rede capilar dos pulmões.
Depois de sofrer a homeostase, o sangue então oxigenado retorna ao átrio
esquerdo. A circulação sistêmica ou grande circulação tem início no ventrículo
esquerdo, onde o sangue é bombeado para a rede capilar dos tecidos de todo o
organismo, e após as trocas, o sngue retorna pelas veias ao átrio direito. 4

http://www.professorinterativo.com.br/aval_on_line/01_TICs/TIC_11/04_pq_grande_circulacao.htm
8

O sistema respiratório pode ser definido como um conjunto de vias


aéreas(superiores e inferiores), unindo um par de pulmões (principal órgão da
respiração), os quais são revestidos pela pleura pulmonar e estão contidos na caixa
torácica. Funcionalmente o sistema respiratório está ligado ao coração, interagindo
com o sistema circulatório, e suprindo o organismo de oxigênio, que é sua função
principal. O sistema respiratório essencialmente realiza absorção, pelo organismo,
de oxigênio e eliminação de gás carbônico resultante de oxidações celulares. Este
sistema pode ser dividido em duas partes sendo uma a porção de condução e a
outra a porção de respiração. Este sistema contém por cerca de 400 milhões de
alvéolos, sendo a maior parte do organismo em contato com o meio ambiente.
Todavia os pulmões não são somente órgãos respiratórios, pois participam do
equilíbrio térmico, controle do Ph sob forma de gás carbônico, além de filtrar
possíveis êmbolos trazidos pela circulação venosa. 2,4
O pulmão tem capacidade suficiente para oxigenar até 30 litros de sangue
venoso por minuto, quando necessário, para suprir as necessidades do organismo.
A enorme superfície disponível para as trocas gasosas permite que em um minuto o
organismo possa captar cerca de 250 ml de oxigênio e eliminar 200 ml de gás
carbônico. 5

Débito Cardíaco e Frequência Cardíaca

A quantidade de sangue bombeada para fora do coração por batimento, o


volume de ejeção é em torno de 70 ml em cada ventrículo em um indivíduo em
repouso na posição de decúbito dorsal. O fluxo para fora do coração por unidade d
tempo é chamado de débito cardíaco.5
Em um indivíduo quando permanece em decúbito dorsal, o fluxo de sangue é
em média cerca de 5,0 L/min. A frequência cardíaca é controlada principalmente
pelos nervos autonômicos, sendo a frequência aumentada pelo estímulo simpático e
diminuída pelo estímulo parassimpático. No coração, cada batimento se origina no
Nodo AS (ritmo sinusal normal, RSN) e ele bate cerca de 70 vezes por minuto em
repouso. Quando a Frequência cardíaca diminui é chamado de bradicardia e, ao
contrário, quando a frequência aumenta é chamado de taquicardia. Em indivíduos
jovens e sadios respirando em uma frequência normal, a FC varia com as frases da
respiração: acelerando durante a inspiração e diminuindo na expiração. 5
9

Alteraçoes fisiologicas durante a imersão:

Sistema respiratório

Para (PEREIRA e CUBERO, 2000) o sistema respiratório dos seres humanos


pode ser definido como um conjunto de vias aéreas (superiores e inferiores), unindo
um par de pulmões (principal órgão da respiração), os quais são revestidos pela
pleura pulmonar e estão contidos na caixa torácica. Funcionalmente o sistema
respiratório está ligado ao coração, interagindo com o sistema circulatório, e
suprindo o organismo de oxigênio, que é sua função principal. A função básica o
sistema respiratório é de prover o organismo com oxigênio e remover o gás
10

carbônico, que é produto do metabolismo celular. Os pulmões são os órgãos


responsáveis por esta função vital em nosso organismo. São formados por cerca de
400 milhões de alvéolos, possuindo uma superfície de cerca de 70 a 100 m2, sendo
esta a maior parte do organismo em contato com o meio ambiente.

Os Autores (CANDELORO e CAROMANO, 2004) afirmam que os pulmões


não são somente órgãos respiratórios, pois participam do equilíbrio térmico,
hidrossalino, controle do Ph sobforma de gás carbônico, além de filtrar possíveis
êmbolos trazidos pela circulação venosa.

O sistema pulmonar é profundamente afetado pela imersão do corpo no nível


do tórax, isso ocorre pelo deslocamento sanguíneo das extremidades para as
regiões centrais do tórax, e pela compressão da caixa torácica pela água (PEREIRA
e CUBERO, 2000) A propriedade física da água que interfere diretamente sobre o
sistema respiratório é a pressão hidrostática (PEREIRA e CUBERO, 2000). Segundo
(KOURY, J.M e SIEPIERSKI 2000) a pressão hidrostática é a força exercida
igualmente sobre todas as áreas de um corpo imerso, sendo proporcional a
profundidade e a densidade do fluido. Com a ação da pressão hidrostática haverá
uma profunda alteração na mecânica respiratória, e na hemodinâmica central. Num
estudo realizado por SAAD et al; (2002), foi constatado que ratos submetidos a
natação realizaram maior esforço inspiratório, causado pela ação da pressão
hidrostática, aumento da frequência respiratória e aumento da resistência elástica
pulmonar, e que para isso houve maior necessidade de adaptação aeróbica, como
consequente aumento de fibras oxidativas e aumento da resistência a fadiga.

A explicação de (PEREIRA e CUBERO, 2000) mostra que a imersão causa


alterações na hemodinâmica central, com aumento do débito cardíaco em 32%, e no
volume de sangue central de 0,7 litros, aumentando o volume sanguíneo
intratorácico. Em imersão com o nível da água até o processo xifóide o abdome é
empurrado para dentro e a caixa torácica expande-se na expiração final, com isso o
diafragma terá aumento em seu comprimento, dando a ele uma vantagem contrátil,
esse deslocamento também irá causar uma redução do volume de reserva
expiratória e volume residual. Já os músculos intercostais inspiratórios sofrem um
encurtamento pôr estarem em contração, mesmo no final de uma expiração, tendo
uma desvantagem contrátil.
11

Ocorre também redução do volume de reserva expiratório (VRE) graças ao


deslocamento do músculo diafragma em direção cefálica, juntamente com a ação da
pressão hidrostática sobre a caixa torácica.

A carga inspiratória será aumentada com a imersão até o ombro, isso


resultará em diminuição da complacência pulmonar (grau de distensão) em torno de
50% dos valores.

O volume de reserva expiratório diminui cerca de 50% quando o corpo está


imerso, isso é facilmente percebido quando ao final de uma expiração normal, tenta-
se expulsar o ar restante nos pulmões, pois o volume de reserva expiratório está
reduzido a 11% da capacidade vital (PEREIRA; CUBERO, 2000). A pressão
hidrostática trabalha como uma carga para contração do diafragma durante a
inspiração, resultando em um exercício para essa musculatura, alem de auxiliar na
elevação do diafragma e saída do ar durante a expiração diminuindo assim o espaço
morto (SCHOENHOFER; KOEHLER; POLKEY 2004). Devido ao fato de o aparelho
respiratório precisar trabalhar mais intensivamente, ocorre fortalecimento dos
músculos respiratórios, e o processo da respiração pode ser melhorado
(CANDELORO e CAROMANO 2004).

Sistema circulatório.

Os autores (RUOTI, MORRIS e COLE, 2010) falam que o conjunto de


respostas cardiovasculares á imersão, incluindo bradicardia, vasoconstrição
periférica e desvio preferencial do sangue para áreas vitais, é coletivamente
conhecido como reflexo de mergulho. A extensão da bradicardia é usada como um
índice da profundidade do reflexo. O Reflexo de mergulho ocorre em resposta a uma
variedade de condições de imersão: imersão da face, imersão do corpo com a
cabeça fora da agua.

Segundo (ALBERTON e KRUEL, 2009) a profundidade de imersão exerce


influência na FC, visto que, quanto mais imerso está o corpo, maior é a ação da
pressão hidrostática. Com a ação da pressão hidrostática mais acentuada, maior
12

pode ser a redução da FC, quando a temperatura da água e a posição corporal são
devidamente controladas.

A pressão hidrostática é um dos principais fatores que influenciam na FC em


imersão. Com a imersão, ocorre aumento no volume sanguíneo central, devido à
redistribuição do sangue venoso e fluido extracelular dos membros inferiores para a
região central. Com o aumento do volume plasmático na região central, o coração e
os vasos da circulação central são distendidos, gerando estimulação nos receptores
de volume e pressão desses tecidos. Isso conduz à readaptação no sistema
cardiovascular, aumentando a pressão venosa central, o débito cardíaco e o volume
sistólico, para, enfim, diminuir a FC.

Provavelmente, as condições térmicas oferecidas pelo meio aquáticas


representam também um dos mecanismos responsáveis pela redução da FC em
imersão, devido à facilitação da troca de calor entre o organismo e o meio ambiente.
Por causa disso, a necessidade de distribuir sangue da região central (tórax e
abdômen) para a periferia é diminuída, fazendo com que o volume plasmático se
concentre na região central, acrescentando mais um fator para estimular os
receptores de volume e de pressão do coração e sistema vascular central.

Outro possível mecanismo responsável pela redução da FC advinda da


imersão no meio aquático esteja relacionado com o comportamento de diminuição
do peso hidrostático oferecido por esse meio. Com a redução do peso hidrostático,
provavelmente seja necessário menor recrutamento muscular para manter a postura
em pé, diminuindo a necessidade de aporte sanguíneo para os membros inferiores,
auxiliando também na concentração de sangue na região central do organismo.

Pode-se concluir que a associação desses três mecanismos principais (a


pressão hidrostática, os efeitos térmicos da água e a redução do peso hidrostático) é
responsável pelas alterações hemodinâmicas decorrentes da imersão.

Referencias
13

1. COSTA D.P.M, LUCENA L.C, VELOSO L.S.G. Aplicabilidade terapêutica dos


princípios físicos da água. XI Encontro de Iniciação à Docente. Centro de
ciências da Súde UFPB-PRG. P. 1-7, 2009
2. SILVA R.F. A imersão em piscina e seus efeitos sobre o sistema respiratório:
Uma revisão da literatura. X Encontro latino americado de iniciação científica
Universidade do Vale do Paraíba. P. 522-525, 2011
3. PARREIRA P, BARATELLA T.V, COHEN M, Fisioterapia Aquática. ! Ed. São
Paulo: Manole; 2011, capítulo 1, Fisiologia da Imersão; 1-2
4. DANGELO J.G., FATTINI C. A. Anatomia Humana: Sistêmica e segmentar. 3
ed. São Paulo: Atheneu; 2007. Capítulo 8 e 9 Sistema Circulatório e Sistema
Respiratório; p. 124-146
5. BARRET K. et.al. Fisiologia Médica de Ganong. 24 ed. Porto Alegre: Artmed;
2014, Capítulo 30, O coração como bomba; p.529-530

PEREIRA, K.S; e CUBERO, L.M; Alterações Fisiológicas Do Sistema


Pulmonar Durante A Imersão. Rev. Fisioter. UNICID., Jun. 2000.

CANDELORO, J.M; e CAROMANO, F.A. Revisão e atualização sobre a


graduação da resistência ao movimento durante a imersão na água. Rev. Fisioter.
Brasil. Pág. 01-05, Jan/Fev. 2004

KOURY, J.M; SIEPIERSKI, S.P. Programa de Fisioterapia Aquática: um guia


para a reabilitação ortopédica. São Paulo: Manole, 2000.

SAAD P, C, B; DAL PAI V; KROLL,L, B. Análise histológica e histoquímica


das fibras dos músculos reto do abdome e intercostal paraesternal de ratos
submetidos ao exercício da natação. Rev Bras Med Esporte, V. 8, N.4, Jul/Ago,
2002.

SCHOENHOFER, B; KOEHLER, D; e POLKEY, M. Influence of immersion in


water on muscle and breathing pattern in patients with severe diaphragm weak-
ness.The Cardiopulmonary And Critical Care Journal. Pág. 2069-2074, Out. 2004.
14

ALBERTON, KRUEL. Rev Bras Med Es-


porte vol.15 no.3 Niterói May/June 2009

Você também pode gostar