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Alceu A. Sperança
Primeiro, esperar não é saber. Como quem tem, tem medo, quem tem
sindicato que o fortaleça, para não ficar de braços cruzados agora, esperando
um improvável milagre “dilmístico” despencar alegremente do céu e depois
ter que cruzar os braços em uma greve geral.
Olha a Intersindical aí, gente!
Não dá pra fechar os olhos à Europa e aos EUA. Na Europa, a crise vai
derrubando países como na teoria do dominó: derruba um, vão caindo os
outros. O nível de pobreza cresce nos EUA. Ameaça retornar aos níveis da
década de 60, quando foi inventado o Bolsa-Família lá deles, copiado aqui no
Brasil pelos irmãos siameses que governam o País já há cerca de duas
décadas.
Como a conta da CPMF não fecha com o sinal de mais ou de menos da
“ampla reforma tributária”, também não fecha a conta do aumento da idade
para aposentadoria. Como o cidadão vive mais, terá que trabalhar mais, dizem
os governistas. Epa! Vamos checar melhor isso aí com um camaradinha
cortador de cana.
Há duas décadas, quando começou a “ampla reforma” neoliberal que nos
governará por mais quatro anos, os cortadores de cana chegavam a suportar 30
anos de trabalho. Atualmente, um cortador aguenta trabalhar nos canaviais no
máximo por 12 anos. Nesse caso, a idade para se aposentar deveria diminuir e
não aumentar.
Nessa coisa de “ampla reforma”, enfim, a amplitude depende da vontade de
quem dá as ordens. Hoje, no Brasil, quem manda são bancos, transnacionais,
ruralistas, empreiteiras e outras empresas prestadoras de serviços
governamentais.
Povo? Dizem que vão reformá-lo amplamente, até que pare de se queixar.
alceusperanca@ig.com.br
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O autor é escritor