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Dica para osciloscopio (sinal com ruido)

agosto 30, 2014


Olá humano!

Este será um post mais curto, mas nem por isso deixa de ser interessante.
Para aqueles que ainda não estão acostumados a utilizar um osciloscópio
(principalmente os digitais), ou que estão começando agora, vou mostrar
como a função média pode ser muito útil.
A função média nos apresenta na tela do osciloscópio uma média do sinal
amostrado, logo ela leva mais tempo para atualizar a tela. Mas qual o ganho
em olharmos para a média de um sinal ao longo do tempo? Simples,
quando estamos trabalhando em um ambiente onde temos muita
interferência, ou ruido (elétrico), o sinal que queremos ver fica deteriorado,
e em alguns casos fica impossível realizarmos algumas medidas, ou o erro
fica muito grande. É ai que entra o recurso de média do sinal.

Abaixo podemos verificar o mesmo sinal capturado em um ambiente com


muito ruido elétrico, que atrapalhava a medição correta do sinal. Na figura
01 temos o sinal amostrado normalmente, e na figura 02 o ‘mesmo’ (o sinal
é proveniente do mesmo equipamento, sob as mesmas condições do
primeiro, mas num momento de tempo diferente) sinal exibido com o uso
da função média do osciloscópio.

Figura 01: Sinal com ruido.


Após o uso da função de média obtemos o seguinte:
Figura 02: Sinal com uso da função de média
Como podemos verificar nas imagens, temos uma medida de pico-a-pico de
113mV antes da média e 78.9mV após a media, e frequência de 7.4516Hz
contra 7.500Hz.

No caso utilizamos 16 medias, mas este osciloscópio permite que


selecionemos entre 8, 16, 32 e 64 medições. Neste caso o osciloscópio
realiza 16 medições, faz a media destas medições e apresenta na tela o
resultado. Mas porque isto ‘limpa’ o ruido?

Uma analise mais matemática nos mostra que enquanto o sinal que
queremos é repetitivo (e este recurso só funciona nestes casos), o ruido, ou
interferência, não é. Traduzindo de maneira mais praticas, o que temos é o
seguinte, em sinais repetitivos, quanto mais tempo calcularmos médias
mais próximos chegamos do sinal original, pois a interferência não
acontece de maneira repetitiva, ora ela aparece em um momento, ora em
outro. Por exemplo, caso exista uma interferência num pico da senoide no
primeiro ciclo, no segundo ciclo ela aparece na passagem pelo zero. Ou no
primeiro ciclo ela acontece de maneira positiva (um sinal positivo, que
aumenta o sinal original) e no segundo (ou qualquer outro) ciclo, ela
acontece de maneira negativa (diminuindo, ou atenuando, o sinal original).

Porem como tudo na engenharia, nem sempre isso funciona ou é indicado.


Como por exemplo, não funciona em sinais não repetitivos, ou em casos de
disparo único (single shot), uma vez que precisamos ‘ver’ vários ciclos do
sinal para calcularmos a sua média.
Usando a media, a atualização da tela fica mais lenta (quanto maior o
numero de amostras, mais lenta a atualização). E com isso também
perdemos a capacidade de verificar sinais esporádicos. Portanto sempre
precisamos ponderar quando é útil utilizarmos este recurso, e quando este
recurso limita nossa percepção.
Bom, acho que consegui mostrar a utilidade e limites deste recurso.
Qualquer duvida se manifeste nos comentários abaixo.

Caso seja útil esta informação, o osciloscópio utilizado foi o DSOX-


2002 da Agilent (2 canais, 70MHz)
Até a próxima!
Mario Equipamentos, Pratica, Teoria
ESC Brazil
Andando entre transistores.

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