das propriedades e características de comportamento
dos materiais que ele se propõe a usar.
Ao fazer a escolha, o engenheiro precisa levar em
conta propriedades tais como resistência mecânica, condutividade térmica e elétrica, densidade e outras. Mas devemos considerar o comportamento do material durante o processamento e uso, tanto quanto o seu custo e sua disponibilidade. Os materiais são compostos de moléculas constituídas de átomos (que são compostos por partículas menores: prótons, elétrons e nêutrons). As cargas elétricas estão presentes em todos os materiais. As propriedades elétricas dos materiais constituem importantes características que determinam suas aplicações. Uma das características elétricas mais importantes de um material sólido é a facilidade com que transmite uma corrente elétrica. Os materiais sólidos são classificados de acordo com a facilidade de condução de uma corrente elétrica, existindo três grupos principais: condutores, semicondutores e isolantes. Os materiais elétricos em geral têm suas diversas propriedades associadas às ligações químicas.
Na natureza, os átomos dos elementos se unem,
dando origem à enorme variedade de materiais que conhecemos. Em condições ambientes, só os gases nobres são formados por átomos isolados. Os átomos dos gases nobres são os únicos que já têm a camada da valência completa com 8 elétrons e uma configuração estável (o He possui somente 2 elétrons na última camada). São muito estáveis, portanto, pouco reativos. Os átomos dos demais elementos químicos, ligam-se uns aos outros na tentativa de completar a camada da valência e aumentar sua estabilidade (teoria do octeto). Isso pode ser conseguido de diversas maneiras, dando origem a diversos tipos de ligações químicas. Nas ligações químicas os átomos recebem, perdem ou compartilham elétrons da última camada até adquirirem configuração eletrônica de um gás nobre. Um átomo adquire estabilidade quando possui 8 elétrons na última camada (camada de valência) e 2 elétrons quando possui somente uma camada. Esses átomos ligam-se para formar substâncias. A facilidade em receber elétrons caracteriza o átomo como elemento eletronegativo. A facilidade em perder elétrons o caracteriza como sendo um elemento eletropositivo. As ligações químicas podem ser classificadas em três categorias: - Iônica - Covalente (atômica) - Metálica É a atração eletrostática entre íons de cargas opostas num retículo cristalino. Esses íons formam-se pela transferência de elétrons de um átomo de um elemento que transfere definitivamente um, dois ou três elétrons para o átomo de outro elemento. A ligação iônica ocorre, em geral, entre átomos de metais (possuem 1, 2 ou 3 elétrons na última camada e forte tendência a perdê-los) e átomos de não metais (possuem 5, 6 ou 7 elétrons na última camada e forte tendência a receber mais 3, 2 ou 1 elétron e assim completar seus octetos eletrônicos). Não existe sódio (Na) nem cloro (Cl) livres na natureza, mas existe grande quantidade de cloreto de sódio (NaCl) em que o sódio e o cloro aparecem unidos entre si por ligação iônica. O átomo de sódio transfere definitivamente 1 elétron ao átomo de cloro e forma-se um íon positivo (cátion Na+1) e um íon negativo (ânion Cl-1), ambos com o octeto completo e portanto ficam estáveis. Além de se movimentarem em torno do núcleo atômico, os elétrons possuem também um movimento helicoidal em torno de um eixo próprio, chamado de spin. Dois elétrons com movimentos helicoidais opostos representam um par de elétrons. Esse tipo de ligação aparece quando ocorre a união entre átomos estabelecida por pares de elétrons.
Nesse tipo de ligação, dois elementos eletronegativos se
unem, a ligação ocorre entre não metais ou entre não metal e hidrogênio (H). Neste caso, a configuração estável dos dois elementos ocorre por compartilhamento de elétrons, pois os dois átomos possuem tendência de receber elétrons. Formação da molécula de ácido clorídrico (HCl): • o hidrogênio (H) possui um único elétron em sua única camada e precisa receber mais 1 para ficar estável (ficar com a configuração eletrônica do gás nobre He). • o cloro (Cl) possui 7 elétrons na camada de valência, também precisa receber 1 elétron para ficar com 8 e configuração eletrônica de gás nobre. Os dois elementos compartilham 1
elétron e ficam estáveis.
É o tipo de ligação que ocorre entre os átomos de metais. Os átomos dos elementos metálicos apresentam forte tendência a doarem seus elétrons da última camada. Quando muitos destes átomos estão juntos num cristal metálico, perdem seus elétrons da última camada e estes elétrons ficam livres para se movimentarem de forma desordenada. Forma-se então os íons positivos (cátions) que ficam mergulhados num mar de elétrons (nuvem eletrônica). Se aplicarmos um campo elétrico a um metal, orientamos o movimento dos elétrons numa direção e geramos corrente elétrica. Através de tais elétrons pode-se explicar a alta condutividade elétrica e térmica dos metais.
Com um campo elétrico, teremos diferentes níveis de energia,
que provocarão uma diferença de potencial (ddp) ou tensão elétrica.
Corrente elétrica é o movimento
ordenado de elétrons. Os metais são encontrados na natureza na forma de minérios (matéria prima para obtenção dos metais), que são ligações do metal com oxigênio, enxofre e outros elementos (normalmente aparecem como óxidos ou sais). Encontramos no estado puro apenas os metais nobres como o ouro e a platina e pequenas quantidades de prata e de cobre.
Principais condutores sólidos: prata, ouro, cobre,
alumínio. Estrutura cristalina (cristais): apresentam uma disposição ordenada e regular de seus átomos. Brilho típico: possuem elevada capacidade de reflexão à luz. Opacidade (não permite passagem de luz): mantêm essa propriedade até serem reduzidos a lâminas muito finas (espessura inferior a 0,001mm). Maleabilidade: capacidade de deformarem-se, produzindo chapas muito finas. Ductibilidade: capacidade de se transformar em fios. Elevada condutividade elétrica e térmica: bons condutores de corrente elétrica e de calor. Sólidos na temperatura ambiente (exceto o mercúrio – Hg). Encruamento: metais deformados a frio endurecem e reduzem sua condutividade elétrica. Transformam-se em derivados metálicos quando expostos a certos ambientes. Ex: perante o oxigênio do ar formam-se óxidos. Todos os derivados metálicos são menos condutores que os metais de origem. Podem formar ligas metálicas pela capacidade de se combinarem entre si. Essas ligas tem grande importância nas aplicações elétricas. Os metais apresentam estrutura cristalina. Na maior parte dos casos a disposição cristalina dos metais segue o formato de um cubo (sistema cúbico), mas existem casos de disposição hexagonal. As estruturas cristalinas são classificadas conforme a forma geométrica que apresentam: Estrutura cúbica de corpo centrado ou CCC: a estrutura terá a forma de cubo com um átomo extra em seu centro. Os metais ferro, cromo, tungstênio e molibdênio apresentam essa estrutura. Estrutura cúbica de face centrada ou CFC: a estrutura terá a forma de um cubo com um átomo em cada uma de suas faces. Os metais alumínio, níquel, cobre, prata, ouro, platina e chumbo apresentam essa estrutura. Estrutura hexagonal compacta ou HC: a estrutura terá a forma de um prisma hexagonal, com três átomos dentro dela. Os metais berílio, zinco e cádmio apresentam essa estrutura. Cobre (Cu): A principal razão para a utilização do cobre é sua excelente condutividade elétrica. O cobre possui pequena resistividade, somente a prata tem valor inferior, mas o seu custo elevado não permite o seu uso em quantidades grandes. Possui baixa oxidação para a maioria das aplicações.
O valor da condutividade informa o grau de pureza do cobre. A
máxima pureza é encontrada no cobre obtido em ambiente sem oxigênio (neste caso o grau de pureza é 99,9%).
Principal minério de cobre: calcopirita ou sulfeto de ferro cobre
(CuFeS2). Outros minérios de cobre: CuS 2, Cu3FeS3, Cu2O e CuCO3.Cu(OH)2. Cobre nesses minérios: 3,5% a 0,5%. Alumínio (Al): segundo metal mais usado na eletricidade. O uso do alumínio em torres de linhas de transmissão elétrica, ao invés do cobre (que tem maior condutividade elétrica), é justificado pelo seu menor peso molecular e grande maleabilidade. Deste modo, o vão entre as torres pode ser maior (pois o alumínio suportará a deformação), o que implica em redução de custos de infraestrutura.
Importância na substituição do cobre (Cu): é o elemento metálico mais
abundante da crosta terrestre. Apresenta oxidação rápida, formando uma película de óxido de alumínio (alumina) que evita que a corrosão se amplie.
Principal minério de alumínio: bauxita (Al2O3 . H2O),
composta por Al2O3, Fe2O3, e SiO2. A bauxita contém de 35% a 55% de óxido de alumínio (alumina). Este mineral é extraído da natureza e através dele se obtém a alumina (Al2O3), produto intermediário que leva a produção de alumínio metálico. Tungstênio (W): Metal escasso na crosta terrestre. É utilizado em filamentos de lâmpadas incandescentes, canetas esferográficas, em resistências elétricas, em ligas de aço.
Principais minérios de tungstênio (W) são
tungstato de cálcio: CaWO4, tungstato de chumbo: PbWO4 e wolframita ou tungstato de ferro-manganês: (Fe,Mn)WO4 e carbeto de tunstênio: WC. Elétricos: condutores, semicondutores e isolantes. Baseados no valor da resistividade transversal, os materiais se classificam em: 1. condutores: 10-2 a 10 Ω mm2/m 2. semicondutores: 10 a 1012 Ω mm2/m 3. isolantes: 1012 a 1024 Ω mm2/m
Magnéticos: ferromagnéticos, diamagnéticos e
paramagnéticos. O que caracteriza o material bom condutor é o fato de os elétrons estarem fracamente ligados ao átomo, podendo ser facilmente deslocados do mesmo. Os elétrons se movimentam livremente no cristal de forma desordenada (em todas as direções).
A condução elétrica ocorre nos metais, pois estes
possuem um bom ordenamento em sua estrutura cristalina e também elétrons livres que podem se movimentar através da rede de átomos. Os elétrons se movimentam em virtude da diferença de potencial (ddp) aplicadas nas extremidades desse metal. Essa diferença de potencial surge devido a falta de elétrons numa região e a sobra de elétrons em outra região. A ddp está associada as forças de atração entre as cargas elétricas. A região positiva (onde faltam elétrons) atrai os elétrons da região onde sobram elétrons (região negativa). Durante o deslocamento destas cargas ocorrem interações entre elétrons e a cadeia de átomos que causa resistência ao movimento destes elétrons. A condução elétrica ocorre também em meios líquidos e gasosos, pelo deslocamento de íons positivos e negativos, movendo-se simultaneamente em sentidos opostos. Ocorre em soluções eletrolíticas (soluções ácidas, básicas ou salinas) e nos gases ionizados (lâmpadas fluorescentes).