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Sistema de embreagem: o
guia completo que o
mecânico precisa ler!
3 de setembro de 2018
Assim, para que os clientes fiquem satisfeitos e sua oficina reduza os custos
com retrabalhos, o ideal é orientar os motoristas sobre algumas boas práticas
na direção e dar uma atenção especial aos componentes do veículo.
Mas, afinal, o que influencia na durabilidade e como fazer a manutenção
correta da embreagem? Para responder a essas perguntas preparamos este
post, como um guia para o profissional de reparação mecânica, com as
principais informações sobre esse sistema. Confira!
Funcionamento do sistema de
embreagem
O sistema de embreagem foi uma das inovações que permitiram a viabilidade
do automóvel moderno. De ideia simples, mas eficaz, tornou possível manter o
motor a combustão interna funcionando mesmo durante as paradas do veículo,
de modo que não perdesse sua temperatura ideal, tampouco precisasse de
partidas constantes a cada nova movimentação das rodas.
É muito comum dizermos que, para mudar de uma marcha para outra, é
preciso pisar na embreagem. Mas, na realidade, o que está sendo feito é o
acionamento do pedal do sistema de embreagem, que desacopla o disco do
volante do motor, cortando sua ligação com a caixa de câmbio. Assim, permite
que as marchas sejam trocadas com menos impacto, preservando ambos os
componentes.
Etapas do funcionamento
A chamada embreagem é, na verdade, um conjunto de peças presente nos
veículoscom trocas de marchas manuais ou câmbio automatizado. Por isso, o
termo mais adequado é sistema de embreagem.
Composto por vários itens, desde pequenos parafusos até pesadas
engrenagens de metal fundido, ele é o responsável, entre outras coisas, por
facilitar e tornar mais suave a transmissão da força do motor para a caixa de
câmbio e, consequentemente, para as rodas.
Pedal é acionado
Ao acionar o pedal, um sistema mecânico (por cabo de aço) ou hidráulico (por
fluido de embreagem) transfere a pressão colocada pelo pé do motorista para o
cilindro auxiliar, chamado por vezes de servo de embreagem.
Caso contrário, o giro do motor sofrerá uma desaceleração brusca por causa
da resistência da inércia das rodas, podendo morrer.
Todo esse processo parece complexo, mas ele ocorre quase instantaneamente
após o acionamento do pedal. Isso só é possível porque todas as peças agem
simultaneamente, exercendo as funções para as quais foram projetadas.
No tópico seguinte, falaremos sobre cada uma delas para auxiliar você na
identificação dos componentes do sistema de embreagem.
Lista de peças
Após ver como o sistema de embreagem funciona, é interessante saber,
também, identificar as peças que o compõem, de modo que a manutenção
possa ser feita da forma mais intuitiva e correta possível. Portanto,
confira abaixo a lista que preparamos com as características e funções de cada
uma delas.
Volante do motor
O volante do motor é uma grande engrenagem circular, em formato de disco
dentado, conectada à ponta do virabrequim, junto ao motor. Feito de metal
fundido, é um componente muito pesado, que tem duas funções primordiais.
A primeira é a de reduzir as vibrações causadas pelos movimentos irregulares
dos pistões. A segunda diz respeito à transferência de força para a
embreagem.
Por isso sua massa é grande, para que a inércia ajude a manter o virabrequim
estável e para que o contato com o disco da embreagem não cause tanta
perda de rotação ao motor.
Platô de embreagem
O platô de embreagem é um conjunto de peças formado, basicamente, por:
Por estarem fixados, volante e platô giram juntos. No entanto, é este último que
permite a realização da desembreagem, o desacoplamento da caixa de câmbio
com o motor. Ao ter suas molas pressionadas, a pressão da placa sobre o
disco é reduzida, afastando-o do volante.
Disco de embreagem
O disco de embreagem é o componente central da embreagem, pois ele é
responsável por fazer a ligação física entre o motor e a caixa de câmbio. É um
disco circular de metal com um revestimento na borda (também chamado de
guarnição), fabricado em material abrasivo e com frisos para melhorar o atrito
com o volante de um lado, e com a placa de pressão do platô, de outro.
Rolamento de apoio
O rolamento de apoio, também chamado de colar de embreagem, desliza
sobre o eixo piloto e é usado para pressionar a mola diafragma. A escolha por
um rolamento para essa função tem como objetivo reduzir a força do impacto
entre as peças, já que o platô geralmente está girando quando o pedal é
acionado.
Garfo da embreagem
O garfo da embreagem é o braço que, ao ser acionado, movimenta o rolamento
de apoio em direção à mola diafragma.
Desmonte o câmbio
Para poder acessar o conjunto de embreagem, é preciso, primeiro, afastar a
caixa de câmbio do motor. Aproveite para desmontá-la, limpá-la e conferir o
estado dos componentes.
Desparafuse a carcaça
Após liberar o caminho, desparafuse a carcaça, tendo o cuidado de não soltá-la
de uma vez, pois o disco está sem apoio dentro dela. Assim, você evita causar
um acidente ou danificar outros componentes.
Essa é, inclusive, uma prática que muitos mecânicos adotam, mas que reduz
severamente a vida útil dos componentes da embreagem, espanando
parafusos e roscas, modificando a pressão no sistema e tornando-o irregular.
Trepidação
A trepidação ocorre quando as superfícies das peças estão em contato
irregular umas com as outras. Essas irregularidades podem surgir na
montagem do sistema quando há uma distribuição de pressão diferente em
cada parafuso, desbastamento desigual das pistas ou da guarnição do disco,
afrouxamento das partes ou, até mesmo, com o fim da vida útil do rolamento de
apoio ou da mola diafragma.
Ruído excessivo
O ruído excessivo, seja ao acionar o pedal da embreagem, ao reacoplar o
disco ou durante as acelerações, pode ser sinal de desgaste acentuado das
peças, perda de lubrificação, montagem irregular ou componentes com
rachaduras e quebras.
Pedal duro
O pedal duro, na maioria dos casos, significa problemas com o cabo flexível ou
com o sistema hidráulico de acionamento. Pode haver entupimento do canal,
sujeira no cabo, rompimento das fibras de aço ou travamento do cilindro servo.
Embreagem travando
A embreagem trava, geralmente, quando os rolamentos já não conseguem dar
conta do giro dos componentes. Assim, os trancos passam a ser constantes
nas trocas de marcha, principalmente no reacoplamento do disco.