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Variáveis Qualitativas de Ingredientes para Rações:

Índice de Peróxidos e Solubilidade em Pepsina

Claudio Bellaver, PhD


Desafios da Qualidade na Produção de
Farinhas e Gorduras animais (Rações)
Materiais de boa qualidade para
Farinhas Animais - 1.
Materiais de boa qualidade para
Farinhas Animais - 2.
Materiais “inadequados” para
Farinhas Animais - 1.
Materiais “inadequados” para Farinhas Animais

Devoluções Lodo flotado Res de peneiras

Fração solida do RI Mortalidades

Lodo centr.
“Lodos” em Farinhas Animais
Lodo centrifugado

Lodo flotado
Peroxidação e Acidez das Gorduras
Resultados analíticos do LODO – Não centrifugado

Unidade/Local Local 1 Local 2 Local 3


Data
Ac.NaOH mg/g 19,97 16,9 17,20
Peróxido mEq/kg 50,25 1,87 1,76
Eber (Sulfetos) Negativo Negativo Fortemente positivo

Nessler (Amonia) Positivo Positivo Positivo

Deterioração da gordura (peróxido e acidez) e da proteína (aminas, amônia e sulfetos), ocorre desde o início.
Resultados analíticos do LODO centrifugado
Amostra 1 2 3 4 5
Data 2009 2009 2009 2009 2009
Ac.NaOH mg/g 0,17 0,22 0,22 0,82 20,1
Peróxido mEq/kg NA NA NA 192 191
Eber Negativo Negativo Negativo Negativo
Nessler Positivo Positivo Positivo Positivo
MS 40,82 41,79 42,26 43,77
MM 18,48 21,41 21,9 6,17 8,06
PB 24,49 23,44 23,93 53,17 32,35
EE 13,03 9,56 6,41 31,7
Ca 6,45 6,65 6,2 1,07 0,14
P 0,56 0,57 0,54 0,69 1,08
Na 0,02 0,02 0,01 0,12 0,003
• Deterioração da gordura (peróxido)
• Deterioração da proteína (amônia)
• Alto [Ca] nas amostras (adição de CaO, CaOH, Calcário) 10
Lodo e gordura ácida com três horários de coleta no dia

Produto Análise Resultado


Lodo saída do decanter, Acidez (mg/g NaOH) 4,04
coleta das 9 horas Índice de peróxido 47,04
Lodo saída do decanter, Acidez (mg/g NaOH) 3,07
coleta das 16 horas Índice de peróxido 69,18
Lodo do decanter, Acidez (mg/g NaOH) 4,29
coleta das 22 horas Índice de peróxido 91,22

Acidez (mg/g NaOH) 19,68


Gordura ácida,
Índice de peróxido 8,4
coleta das 9 horas
Sabões, oleato de Na, ppm NA
Acidez (mg/g NaOH) 22,00
Gordura ácida,
Índice de peróxido 21,78
coleta das 16 horas
Sabões, oleato de Na, ppm NA
Acidez (mg/g NaOH) 32,6
Gordura ácida,
Índice de peróxido 27,27
Coleta das 22 horas
Sabões, oleato de Na, ppm NA

Resultados expressos, na base matéria seca


Padrões:
-Acidez (NaOH) max 3,0
-Peróxido max. 10

13
Padrões:
-acidez (NaOH) max 3,0
-Peróxido max. 10

14
Padrões:
-Acidez (NaOH) max 3,0
-Peróxido max. 10
Desempenho com lipídios peroxidados na dieta

Vários trabalhos reportam taxa de crescimento reduzida (Oldfield et al, 1963; Inoue
et al, 1984; Lin et al, 1989; Engberg et al, 1996; Takahashi e Akiba, 1999; Anjum et
al, 2002, 2004; DeRouchey et al, 2004; Racanicci et al, 2008; Harrell et al, 2010;
McGill et al, 2011a; Tavárez et al, 2011; Boler et al, 2012; Liu, 2012) e na eficiência
do ganho de peso (Inoue et al, 1984; Takahashi e Akiba, 1999; McGill et al, 2011a,
b; Tavárez et al, 2011) em suínos e frangos de corte alimentados com dietas
contendo lipídios peroxidados. Esta resposta está ligada em parte ao consumo de
ração reduzida, o que é frequentemente associada com a alimentação lipídios
alimentares peroxidados (Oldfield et al, 1963; Engberg et al, 1996; Anjum et al,
2002, 2004; DeRouchey et al, 2004; Tavárez et al, 2011; Boler et al, 2012; Liu, 2012).

Hanson A.R. & Shurson, G.C. 2014. Effects of dietary peroxidized lipids on the
growth performance and metabolic oxidative status of nursery pigs. U. of
Minnesota. PhD Thesis
Índice de Peróxidos
1. Conceito:
Os peróxidos são substâncias que se formam pela oxidação lipídica e possuem grande reatividade
devido aos radicais livres, os quais são muito deletérios à saúde dos animais que o consomem;
1.1. Fatores aceleradores são os metais (Fe, Cu, Zn...), microrganismos, oxigênio, luz, água, etc.

2. Dualidade:
Metodologia de análise de peróxidos à frio e a quente, referidas no Compêndio do Sindirações 2017;
2.1. Originalmente o método de determinação de peróxidos é da AOAC (1990), método 965.33 e exclusivo de
óleos e gorduras, inclusive margarina e não para farinhas animais;
2.2. No procedimento à frio, a diferença principal com o método a quente é que, não é feito a extração com éter
de petróleo, filtração e evaporação em banho-maria a 80 oC e secagem em estufa a 105 oC;
2.3. Para determinar a estabilidade oxidativa, o lipídio é exposto a temperaturas de 100 a 140 oC e o progresso das
curvas de oxidação são determinadas pelo valor de peróxidos pelo AOM (AOCS, Método Cd 12-57).

3. Aplicações:
2.1. À quente, quando se deseja determinar a qualidade da farinhas e óleos na perspectiva do usuário;
2.2. À frio, noutros casos.
Pepsina
Solubilidade em Pepsina / Digestibilidade in vitro - I
• Referências
• AOAC. Official Methods of Analysis of Official Analytical Chemists. Horwitz, W. (Ed.), Washington, USA, 2005.
• Bellaver, C.; Zanotto, D.L.; Guidoni, A. L. e Klein, C.H. 2000. In vitro solubility of meat and bone meal protein with
different pepsin concentrations. C. Rural, Santa Maria, v.30, n.3, p.489-492.
• Bellaver, C.; Zanotto, D.L. e Guidoni, A. L. 2004. Determinação da Solubilidade Proteica de Farinhas de Subproduto
de Aves com a Pepsina em Baixa Concentração. R. Bras. Zootec., v.33, n.5, p.1167-1171.
• Bellaver, C.; Zanotto, D.L.; Guidoni, A. L. e Klein, C.H. 1998. Ajuste no teste de solubilidade do nitrogênio em
pepsina para farinhas de carne e ossos destinadas a fabricação de rações. CT/225 /Embrapa Suínos e Aves,
maio/98, p.1-2.
• Miller et al. 2002. Determination of nitrogen solubility in dilute pepsin hydrochloric acid solution of fishmeal:
interlaboratory study. Journal of AOAC International. 85 (6): 1374-81.
• Parsons, C. M.; Castanon, F. e Han, Y. 1997. Protein and Amino Acid Quality of Meat and Bone Meal. Poultry
Science 76:361–368.
• Métodos in vivo: são caros, demorados, nem sempre precisos, poucos locais, burocracias publicas sujeitas a
Fundações;
• Métodos in vitro: custos compatíveis com os benefícios dos resultados, rápidos, repetíveis se aplicadas boas
praticas laboratoriais;
• Fontes: Compêndio Sindirações, Mapa, Adolfo Lutz, ...
Solubilidade em Pepsina / Digestibilidade in vitro - II
Pepsin Definition of Digestibility Official Method
AOAC 971.09
the percent of crude protein digestible in AOAC 16th Edn. 1995. Cap. 4:15-16.
Paradigma Bellaver et al. 2000;
0.075N HCl solution with 0.2% pepsin at Parsons et al. 1997
0,2% pepsin digestibility
45ºC with 16 hours agitation
the percent of crude protein digestible in
Bellaver et al. 2000; 2004
0,02% pepsin digestibility 0.075N HCl solution with 0.02% pepsin at -
45ºC with 16 hours agitation
the percent of crude protein digestible in
Bellaver et al. 2000
0,002% pepsin digestibility 0.075N HCl solution with 0.002% pepsin at Parsons et al. 1997
45ºC with 16 hours agitation
AOAC - Miller et al. J. of AOAC Intl.
the percent of crude protein digestible in 85(6). 2002.
Melhor discriminação
0.075N HCl solution with 0.0002% Bellaver et al. 2000; 2004
0,0002% pepsin digestibility Parsons et al. 1997
pepsin at 45ºC with 16 hours agitation
Coeficientes de solubilidade da PB em diferentes Estimativas da Solubilidade em Pepsina, com duas FCO em
concentrações de pepsina e HCl. diferentes concentrações de pepsina, com o modelo de Spillman1,2

FCO1 Pepsina N CSPBPEPH 2


Média DP PEPSINA FCO FCO Diferença entre
B 0,2 4 93,48 1,01 % baixa PB1 alta PB2 FCO alta e baixa
B 0,02 4 88,42 1,79
B 0,002 4 65,30 0,87 0.00002 28.99 77.29 48.30
B 0,0002 4 33,76 0,78
A 0,2 4 93,02 0,84 0.00020 33.76 78.68 44.92
A 0,02 4 90,91 0,66 0.00200 65.29 87.05 21.76
A 0,002 4 87,05 2,34 0.02000 90.95 91.97 1.02
A 0,0002 4 78,68 1,35
0.20000 90.96 91.97 1.01
Média geral 78,83
Coef. de Determinação 0,9964 0.60000 90.96 91.97 1.01
Coef. de Variação 1,68 1 Y =90,9562 ( 1-10 – 193,330 (X + 0,000842) ), r2= O,9924;
2 Y =91,9653 ( 1-10 – 239,914 (X + 0,003302) ), r2 = 0,9324
1 FCO com alta (A) PB (57,66 %) e outra baixa (B) PB (38,79 %); 2
coeficientes de solubilidade da PB em pepsina e HCl .

Concluiu-se que a concentração de 0,0002 % é a mais indicada para melhorar a estimativa da solubilidade da PB
Solubilidade do N da FCO com alta e baixa PB submetidos a diferentes concentrações de Pepsina e HCl

100 0,02 0,2


0,002

% de Solubilidade da PB
90 0,2
0,02
80 0,0002
70
0,002
60 Baixa PB
50 Alta PB

40
0,0002
30
-0,05 0 0,05 0,1 0,15 0,2
Conce ntração de Pe psina ( % )

100 -1,6
-6,1 -3,9
% de Solubilidade da PB

90 -1,6
-8,5 -3,9
80
70
60 -6,1
Baixa PB
50 Alta PB

40
-8,5
30
-10 -8 -6 -4 -2
Log da Conce ntração de Pe psina
Coeficientes de Correlação em diferentes ensaios, entre Solubilidade do N e Dig. da Lisina para 14 MBM1

1 Parsons, C.M., Castanon, F., and Han, Y., 1997. Poultry Sci. 76:361-368.
Bellaver et al. 2004. R. Bras. Zootec., v.33, n.5, p.1167-1171, 2004
Efeito do tempo de autoclavagem (120°C) sobre a solubilidade da PB.

Bellaver et al. 2004. R. Bras. Zootec., v.33, n.5, p.1167-1171, 2004


https://hbr.org/1987/11/competing-on-the-eight-dimensions-of-quality

Performance, Características, Confiabilidade,


Conformidade, Durabilidade, Serviços, Estética
e Percepção da Qualidade

Conformidade:
Tolerância na medida
Redução de variabilidade
Estabelecimento de medias e desvios reais

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