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CURSO

POLITÉCNICO

Curso Prático de Interpretação, Tópicos


Gramaticais e Tipologia Textual.

Professor: Marcelo Chaves


Sumário
Tecnologia do texto:
1-Padrões frasais em língua portuguesa....................................3
2-Acentuação.............................................................................4
3-Regras de utilização do hífen.................................................6
4-Leitura e Interpretação...........................................................10
5-18 formas para você começar um texto................................11
6-Emprego de pronomes do caso retos...................................16
7-Emprego de pronomes oblíquos átonos e tônicos..................18
8-Emprego dos pronomes relativos..........................................24
9-Estruturas oracionais I...........................................................27
10-Estruturas oracionais II..........................................................29
11-Estruturas oracionais III.........................................................32
12-Emprego de estruturas de valor adjetivo I..............................35
13-Emprego de estruturas de valor adjetivo II.............................38
14-Emprego de estruturas de valor substantivo............................39

Tipologia do texto:
15-O texto Referencial/Informativo.............................................41
16-O texto Argumentativo I..........................................................44
17-O texto Argumentativo II.........................................................46
18-A Enumeração..........................................................................49

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Padrões Frasais em Língua Portuguesa (seis)
1- Sujeito – verbo intransitivo – (adjunto adverbial)
Ex.: O presidente regressou ontem.
2- Sujeito-v. trans. Direto-obj. direto-(adj. Adv.)
Ex.: O médico assinou o laudo nesta manhã.
3- Sujeito-v. trans. Indireto- obj. indireto- (adj. Adv.)
Ex.: O hospital precisa de pessoal treinado na copa.
4- Sujeito- v. trans. Direto e indireto- O.D.-O.I.-(A.A)
Ex.: O enfermeiro informou o estado do paciente ao técnico em radiologia na porta da sala de
exames.
5- Sujeito-v. trans. Indireto-Complemento verbal-(A.A)
Ex.: A reunião dos técnicos ocorrerá no salão central na próxima semana.
6- Sujeito- Verbo de Ligação- Predicativo-(A.A)
Ex.: O exame será realizado na segunda-feira.
Além destes formatos podemos ter estruturas formadas por mais de um verbo, que receberão o
nome de período composto - por subordinação ou coordenação.
Nesta nova estrutura, o que antes era representado por apenas uma palavra, agora é expressa por
um conjunto.
Período composto por subordinação
Orações Substantivas
Neste grupo as orações receberão uma das seguintes funções: Sujeito, Predicativo, Objeto
Direto ou Objeto Indireto.
1. Função de Sujeito – SUBJETIVAS.
Ex.: É necessário que o técnico seja ético.
2. Função PREDICATIVA.
Ex.: O problema do exame foi que os químicos da processadora estavam vencidos.
3. Função de OBJETO DIRETO.
Ex.: O médico anunciou que os laudos estavam prontos.
4. Função de OBJETO INDIRETO.
Ex.: A liberação dos resultados depende de que o Diretor a autorize.
Orações com função adjetiva.
Ex.:Os exames que estiverem autorizados só serão realizados depois de agendados. (restritiva)
Ex.; O médico, que solicitar exames radiológicos nas consultas ambulatoriais, deverá indicar no
pedido o tempo de retorno do paciente. ( explicativa)

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O Português e sua transformação:
EM 1915 o Brasil lançou um sistema gráfico da língua com regras. Anos depois, em 1931,
um primeiro acordo ortográfico foi criado e depois de certo tempo revogado em 1934. Mas
em 1943, o Brasil publica sua maneira particular de ver o Português, criando regras que
sofrem mudanças somente em 1971. Porém, em 1996 Portugal, Brasil e Cabo Verde
concordam com o acordo. Timor Leste participa do acordo em 2004. Em 2008, este acordo
cria força e outros aderem as modificações.
A Língua Portuguesa está presente oficialmente nos seguintes Lugares: Portugal, Brasil,
Angola,São Tomé e Príncipe , CaboVerde , Guiné-Bissau, Moçambique, Timor Leste e Macau
(China).
No Brasil desde 1º de Janeiro de 2009 a mudança do Português está em vigor juntamente com a
antiga que deverá ser substituída aos poucos. O acordo estabelece um prazo para as pessoas
acostumarem com as modificações. (até 31 de dezembro de 2012).
MUDANÇAS :
1 O nosso alfabeto oficialmente passou de 23 letras para 26 pois, entraram : K,W e Y como
siglas,símbolos e para nomes estrangeiros ou derivados. EX:Yuri, K(potássio),
Darwin,Kardec,Kuwait, Washinghton, Km, -quilograma Kg,

2 Não existe mais o trema aqui desaparece o sinal que era anteriormente colocado sobre a letra
u para indicar a mudança na fala nos grupos : güe,güi,qüe,qüi. Portanto escreveremos:
linguiça,bilíngue, e cinquenta. Exceção a essa regra refere-se aos nomes estrangeiros e seus
derivados que possuem trema EX:Müller , mülleriano .

Acentuação: a) ditongos abertos eí e oí das palavras paroxítonas perdem o acento. Ex: idéia
agora é ideia/ heróico passou para heroico./andróide agora é androide.Alcatéia passou a ser
alcateia.

B) Mas permanece o acento nos ditongos ei oi nas palavras oxítonas e monossílabos tônicos Ex:
herói,pó etc.

Mas,continuam acentuadas as palavras paroxítonas com vogais abertas ou fechadas grafas


em A,E,I,O,U QUE TERMINEM com L,N,R,X,PS. ( inclusive suas respectivas formas no
plural.) ( exceto as terminadas em ens) algumas das quais passam a proparoxítonas. Ex.:
AmáveL, Amáveis, Açúcar ,açúcares, éden édens,tórax,(pl tórax ou tóraces), bíceps,(pl.
bíceps,var. bícipite,pl .bicipites)
Cármem,dócil , dóceis, cadáver,caráter,córtex,bômbax(sing e pl) etc.

Continuam acentuadas as paroxítonas que apresentam,na sílaba tônica , as vogais abertas ou


fechadas a,e,i,o,u que terminam em : ã(s),- ão(s) , -ei(s) ,-i(s) ,-on(s) ,-um-uns ou –us.

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Exemplos: órfã (orfãs),húmus (sing e pl),oásis (sing e pl),fórum(fóruns), bênção
(bênçãos),amáveis.

Não serão mais acentuadas as palavras paroxítonas com vogais tônicas i, u, quando
estiverem precedidas de ditongo decrescente. EX:feiura, saiinha, feiinho, baiuca
Atenção a palavra paroxítona Guaíba não perde o acento agudo porque a vogal tônica i está
precedida de ditongo crescente. Só perderia o acento se fosse ditongo decrescente.

Continuam acentuadas as palavras oxítonas terminadas em éis,éu,éus,ói e óis. Ex:papéis,herói,


heróis etc.

Restabelecemos o acento gráfico nas palavras paroxítonas com ditongos éi e ói quando


terminados com R Ex:Méier, destróier,blêizer .

Excluir o hífen nas formas de denominações botânicas e zoológicas que têm significações
diferentes àquelas:bico de papagaio : “nariz adunco” ou saliência óssea” / bico-de-papagaio
(espécie de planta) pé de cabra (alavanca metálica), pé- de- cabra (planta) .

Permanecem os acentos circunflexos que diferenciam o singular do plural nos verbos


TER/VIR/ assim como os derivados : manter,deter,reter,conter, convir, intervir, advir etc. Ex: Ele
tem dois cachorros/Eles têm dois cachorros./Ele mantém a palavra./Eles mantêm a palavra./Ele
vem do Rio de Janeiro/ Eles vêm do Rio de Janeiro. Portanto 3ªpessoa do plural.
O acento no ditongo aberto permanece Ex: Véu.

Se a palavra for oxítona e o( i) ou( u) estiverem no final seguido inclusive de (s) a acentuação
permanecerá. Ex:Tuiuiú Tuiuiús ,Piauí.

Os verbos arguir e redarguir perdem o acento em algumas situações: Presente do indic. Eu


arguo (leia-se argúo,mas não leva acento), tu arguis (leia-se argúis,mas não leva acento),ele argui
(leia-se argúi, mas não leva acento) nós arguímos ( aqui a sílaba tônica é i ), vós arguís ( sílaba
tônica é is) portanto formas arrizotônicas, eles arguem (leia-se argúem mas não leva o acento);
(redarguir querdizer:reclamar,argumentar).

Acento circunflexo das palavras terminadas em êem e ôo não existem mais. (que vem dos
verbos: ler, dar,ver,crer) Ex: antes era abençôo, lêem,vêem agora é abençoo, leem,veem .É
facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras forma/fôrma(ficando mais
claro a utilização do acento quanto a leitura) Ex;Qual é a forma da fôrma do bolo?

Acento diferencial é aquele que distinguia o verbo da preposição ou do substantivo por


exemplo . Nesse sentido ele não mais possui mais acento. Ex: antes pélo (flexão de pelar) ,Pêlo

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(substantivo)/ pólo (substantivo) , pára (verbo) e para (preposição) Tudo mudou para pelo e
polo .Ex: antes:Esse cão tem pêlos brancos. Agora:Esse cão tem pelos brancos./ antes:Ela pára o
carro ,agora:Ela para o carro.

Todavia o acento diferencial não caiu com o verbo Pôr./ Pôde Ex: Ele pôde fazer a lição.(3ª
pessoa do singular pretérito perfeito do indicativo) /Ex: Ele pode fazer a lição(3ª pessoa do
singular presente do indicativo).Vou pôr este casaco feito por mim.

Português. Não usar o Hífen.


1)Não usamos nas palavras em que o prefixo ou falso prefixo termine em VOGAL e o segundo
elemento da palavra começa com R ou S. Se vier vogal E ou I. Nesse caso repetimos o R ou S.
Ex: anti (i ) + social (S) antissocial ,antirrugas, semirreta.

2) Quando tivermos o prefixo terminado por uma vogal e a segunda começar por VOGAL
DIFERENTE não usaremos o hifen. Ex: auto(o)+ (a)aprendizagem fica
então:autoaprendizagem,anteontem,infraestrutura

3)Não usamos também o hífen se o prefixo terminar em vogal e o segundo elemento for
consoante diferente de r ou s (pois não haverá repetição de consoante)Ex:
semi+círculo=semicírculo/ geo+política=geopolítica.
Locuções substantivas:cão de guarda,fim de semana,fim de século,sala de jantar
Locução adjetiva:cor de açafrão, cor de café com leite, cor de vinho,
Locução pronominal : ele próprio, nós mesmos,
Locução adverbial: à vontade,de menos, depois de amanhã.
Locução prepositiva:abaixo de, acima de, por baixo de, etc.
Locução conjuncionais: a fim de que, logo que etc.

4) Em certos compostos em que se perdeu a noção de composição. Não usamos o hifen.


Ex:girassol, paraquedas,mandachuva,pontapé paraquedismo.

5)Quando o prefixo terminar por consoante não se usa o hífen se o segundo elemento
começar por vogal. Ex:
hiper+acidez=Hiperacidez,super+otimismo=superotimismo,inter+estadual=interestadual

6)Não usaremos o hífen se o prefixo terminar em consoante diferente da segunda


palavra.Ex: inter+municipal= intermunicipal
Ex; hiper+mercado=hipermercado

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QUANDO DEVEMOS USAR O HÍFEN:
1) Se a primeira palavra terminar com a mesma vogal que a segunda .Ou seja: vogal+ vogal
igual = palavra com hifen Ex: micro-ondas, anti-ibérico existe uma exceção para essa regra...
Com CO e RE. Ex.: coordenação, reeleição.

2) Usamos o hífen quando o primeiro elemento for vogal, R ou B e o segundo elemento for H
: Ex: bio-histórico, auto-hipnose, sub-humano, sobre-humano,etc.
3) Quando o primeiro elemento começar por B (AB,OB, SOB,SUB) OU d(ad) e o segundo
elemento for R :
Ex: sub-rogar,ad-renal,sub-reitor,sob-roda etc.

4) Usamos o hífen nos compostos sem elementos de ligação quando o primeiro termo está
representado por forma substantiva,adjetiva,numeral ou verbal. Ex:tio-avô,azul-escuro,
segunda-feira,bate-estacas ,quebra-nozes etc.
Não confundir com as formas empregadas adjetivamente como: afro,anglo,euro,indo,luso sino e
outras semelhantes pois estas continuarão sem hífen em empregos que só há uma etnia :
afrodescendente, anglofalante, lusofonia, sinologia etc.
Mas escreve-se com hífen se houver mais de uma etnia: afro-brasileiro,anglo-saxão, euro-
asiático etc.

5) Os compostos que apareçam o emprego do apóstrofo deverão utilizar o hífen. Ex: cobra
– d´água.,mestre-d´ armas, etc.
6) Com nomes geográficos compostos pelas formas grã,grão ou por forma verbal ou ligada
por artigo: EX:Grã-Bretanha,
Abre-campo, Passa-Quatro,Trás-os-Montes,
Baía de Todos-os- Santos.

7) Usamos hífen com os adjetivos gentílicos derivados de nomes geográficos compostos


que tenham ou não elementos de ligação.Ex: belo-horizontino,mato-grossense-do-sul, juiz-
forano, etc.

8) Nos compostos de espécies botânicas (planta e fruto) e zoológicas,estejam ou não ligadas


por preposição ou qualquer outro elemento: Ex: andorinha-do-mar, bem-te-vi, couve-flor,feijão-
verde, etc.
Observação:Se esses compostos que deveriam designar espécies da fauna e flora não forem
utilizados com esse sentido não terão hífen. Ex: bola-de-neve (com o significado de arbusto) e
bola de neve ( o que toma vulto rapidamente),
Não-me-toques (planta), não me toques ( pessoa com melindres)

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9) Quando a segunda palavra começar com H usamos o hífen (permanece igual a antiga regra)
Ex: super-homem,mini-hotel

10) Usamos hífen com formações de palavras quando a primeira parte terminar por m ou n e o
segundo elemento começar com vogal, M,H N,b ou p: Ex: Circum-navegação, pan-americano
pan-negritude,circum-hospitalar,pan-brasileiro.

11) Com Ex, pós, pré, pró, vice,sota,soto,vizo como prefixos usamos o hífen. Ex: Ex-diretor,
pós-graduado,vice-presidente,soto-capitães,
sota-almirante,vizo-rei (anterioridade ou cessação).

12) Com Hiper, Super, inter, quando a palavra seguinte começar com R usamos o hífen EX:
Hiper-realismo,super-resfriado.

13) Nos compostos com advérbios bem e mal quando a segunda palavra começa por vogal ou
H usamos o hífen.
EX:Bem-aventurado, mal-estar
Existe uma exceção para essa regra....
EXCEÇÃO:Ao contrário de mal, bem não se junta com outra palavra começada por
consoante. Ex:Bem-criado,malcriado,bem-falante, malfalante.

14) Nos compostos com os elementos além,recém,e sem continua o hífen. Ex: além-
mar,recém-nascido,sem-vergonha etc.

15)Quando o prefixo terminar por uma consoante usa-se o hífen se o segundo elemento
começar pela mesma consoante.
Ex: inter+racial= inter-racial
Sub-base,

16) Usa-se o hífen nos compostos terminados por sufixos de origem tupi. Representam formas
adjetivas como: açu =(grande) guaçu(grande),mirim=(pequeno)
Quando a primeira palavra acaba em vogal acentuada graficamente ou quando a pronuncia
exige a distinção gráfica dos dois elementos. Ex:
amoré-guaçu,capim-açu, Jacaré-açu
Ceará-Mirim ,capim-açu etc.
Usa-se o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam
momentaneamente formando assim encadeamentos com hífen.
Ex: Ponte Rio-Niterói.
eixo Rio-São Paulo .
Angola-Brasil,Austro-Húngaro (ligação histórica)

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Liberdade-Igualdade-Fraternidade.
Continuam com hífen : Cor-de-rosa
Água-de-colônia, Grã- Bretanha, Azul-escuro,Beija-flor, azul-marinho.

Observação: Quando mudamos de linha com palavra composta ou uma combinação de


palavras em que existe hífen coincide com o final de um dos elementos ou membros deve-se
repetir o hífen no inicio da linha imediata.
Ex:vice-
-almirante

Assinaturas e firmas:
Para ressalvar seus direitos ,cada um poderá manter a escrita que,por costume ou registro
legal,adote na assinatura (do seu nome).
Podemos manter as grafias das Firmas comerciais,sociedades,marcas e títulos que estejam
inscritos em registro público.

Excluir o hífen com o prefixo an quando o segundo elemento começar por h


Ex:an+hanga=anhangá
an+hanguera=anhanguera,anhuma,anhambí, etc.
Continua o hífen se for a + h= a-histórico

Observe a seguinte situação: pré e pre. O som aberto do é vai determinar o uso do hífen e o
som fechado do e deixará a palavra junta sem hífen.Pré aparece como prefixo.
Ex:pré-histórico, pré-adolescente,
Pré-escolaridade,pré-enzima,
pré-carnavalesco,/ pre+aquecimento:preaquecimento (aquecimento anterior),preconceito,
pre+condição:precondição (condição anterior)
Precaução,precaver,preencher, etc.
Português algumas palavras com pre e pré :
Preclusão,preçar,precativo,precatória,precaução
precauto,precedência,precedido,preceituação
preceptor,preciosa,preciptável,
preconcebimento,preciosidade,pregado,prefixo,
Prematuração,premonição,preenchido,premeditador prejulgar,prefiguração,preexistente etc.
Pré-agonia,pré-anestésico,pré-adivinhar
Pré-ajustar,pré- contratante, pré-capitalismo
pré-leitura,pré-fala,pré-matricular,pré-história etc.

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Exercícios:
1)Conforme as novas regras da ortografia faça a união dos elementos(uso do hífen) quando
possível
Explique o motivo do hífen ou da falta dele .
Arqui+rival /ultra+som/sobre+humano/ante+sala macro+economia/sobre+aviso/anti+racista/
Psico+Social/anti+inflamatório/super+exigente/
super+aquecimento/anti+religioso/auto+escola
ex+diretor/contra+senso/hiper+romântico/
Agro+industrial/anti+educativo/bem+falante/
Mal+educado/co+operar/micro+ônibus
Exercícios de acentuação.

2) Estude as regras vistas e acentue ou não as palavras abaixo justificando o motivo de sua
resposta :
Latex,revolver,torax,hifen,vatapa,voo,vos,le,do,
hifens,albuns,onibus,calice,abacaxi,amem,pontapes,atraves,gas,enjoo,creem,bau,reu,condor,talvez
, Epopeia,assembleia,geleia,europeu, heroi, heroico, tuneis,
lingua,subito,delinquente,frequente,colmeia,
Trofeu,celuloide,paranoia,tramoia,

3) Reescreva as palavras substituindo os asteriscos por c, s,ç,ss,sc,x,ch,z,h,e,i:


Regre*ão/dedu*o/e*pul*ão/ e*pan*ivo/in*em*ate*
*n*arcar/adm*t*r/ c*uva/cont*n*ão/or**á/
d***ap*tal**ar/con*tru*ão

4) O mesmo com as letras g / J:


Encora*emos/ a*esuitar/en*essado/ultra*e/va*em,
Verti*em

5) As palavras abaixo possuem ou não hífen ? Justifique.


Sem+noção,bem+dizer,João+de barro,
super+informado,super+realidade,auto+estrada,
Ano+luz, habeas+data, arqui+inimigo,bem+alegre,mal+eleito,
mal+acondicionado , re+estudar, Co+ordenar

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O Ato de Ler e a Interpretação
A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa
prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente.
A compreensão do texto a ser alcançada por sua leitura crítica implica na percepção das relações
entre o texto e o contexto.”
( Paulo Freire, 1985)

A técnica de sublinhar
As Palavras-chave e/ou As Ideias-chave
Você deverá organizar seu trabalho de leitura para que o mesmo seja mais produtivo.
Inicialmente leia o texto integralmente, se possível mais de uma vez.
Procure não deixar palavras obscuras/técnicas, de difícil compreensão, sem ser decifrada.
Releia o texto e procure encontrar em cada parágrafo as palavras-chave/ideias-chave.
Geralmente identificamos as palavras-chaves verificando sua repetição por sinônimos ou por
observar que algumas outras palavras estão diretamente relacionadas com ela. Assim que a
encontrar sublinhe.
Se você não encontrou nenhuma relação mais definida, é sinal que deverá sublinhar o conjunto
de palavras que definiram um pensamento, uma ideia-chave para aquele parágrafo ou capítulo.
Utilize à margem do texto para tentar definir a ideia central, de forma sucinta, ou seja, com
poucas palavras.
Também poderá utilizar à margem para colocar pontos de interrogação ( ? ), indicando que o
conteúdo ainda não foi completamente elucidado.
Leia o que foi sublinhado e veja se tem sentido.
Se possível forme um gráfico com o sentido do texto.
Ex.: Sociedade > Poder Público > Eleição.
Reconstrua o texto, tomando por base as palavras sublinhadas.

O parágrafo-chave:
18 formas para você começar um texto.
Depois de ter definido o tema e escolhido algumas palavras que servirão de base informativa
para seu texto, você deverá pensar na melhor forma de explorar o assunto. Tudo dependerá de um
bom conteúdo e do uso adequado de seu vocabulário. Cada uma das formas que serão trabalhadas
necessitam de alguns cuidados. Evite acima de tudo expressões como: hoje em dia, na atualidade,
no mundo em que vivemos, a cada dia que passa etc.

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(1) Iniciar com uma Declaração.
A declaração é a forma mais comum de começar um texto. Procure definir bem seu ponto de
vista logo no início, o primeiro período do parágrafo deve ser bem direcionado para os
argumentos que sustentaram sua declaração
.Ex.: Sou totalmente contra o aborto. A humanidade depende da raça humana e não podemos
permitir que a exterminação de um ser humano seja feita de modo banal, como se descarta um
objeto inútil ou um inseto.
(2) Uma Definição.
Muitas vezes necessitamos direcionar nosso pensamento em relação a um universo de
possibilidades ou interpretações. Ela pode ocupar somente a primeira frase ou todo o primeiro
parágrafo.
Ex.: A compaixão é um ato de fé e humanidade entre as pessoas, e realiza-se de diferentes
formas. A que mais admiro é a compaixão oriental, que não só ajuda, mas também acompanha o
desenvolvimento, ou seja, não dá o peixe, ensina a pescar.
(3) Uma Dicotomia, ou seja,
uma divisão em dois polos.
Dizer logo de cara que o tema apresenta dois pontos de vista, não deixa de ser uma definição,
porém amplia a argumentação para dois lados possíveis, ou seja, ambos poderiam se realizar,
basta analisar o contexto.
Ex.: Para solucionar os problemas com epidemias nas grandes cidades, só existem dois
caminhos. Realizar um bom trabalho de prevenção, com campanhas educativas; e estruturar o
sistema de saúde para que aja com qualidade no atendimento, independente da quantidade,
acompanhando o paciente até o fim do tratamento.
(4) Oposição
Criar logo no início a ideia de oposição dentro do tema. Com este tipo de início devemos
trabalhar nos parágrafos seguintes para fortalecer a identidade, o contexto de cada lado.
Ex.: De um lado, deputados aliados, totalmente compromissados com os planos e
planejamentos do governo. De outro, uma minoria que tenta não permitir que um estado de “oba-
oba”, ou seja, vale-tudo; se instaure nas votações de medidas que afetarão o País e o povo.
(5) Alusão histórica.
O conhecimento de fatos históricos é importante para a base argumentativa.
Ex.: Com o fim da “guerra-fria” e com a queda do muro de Berlim, os antagonismos deram
lugar a globalização, as economias sofreram abalos e reformulações. O mundo deixou de ter
limites territoriais para o comércio e a informação.

(6) Uma Pergunta


A pergunta não poderá ser respondida de imediato. Ela serve para despertar a atenção do leitor,
deixá-lo pensativo ou perplexo. Depois deste início, você deverá discorrer sobre fatos e exemplos
que auxiliem o leito a encontrar a resposta.

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Será que você realmente sabe como é realizada a arrecadação de impostos neste País?
(7) Uma Frase nominal
seguida de uma explicação.
O objetivo deste início é provocar no leitor um estranhamento e logo depois induzi-lo a uma
afirmação.
Ex.: Um ato desumano. Essa é a conclusão que a própria secretaria de saúde chegou sobre
alguns atendimentos realizados em hospitais no interior do País.
(8) Adjetivação
A adjetivação será a base para desenvolver o tema. No decorrer de todo o texto teremos
informações que indiretamente receberão o mesmo adjetivo como resultado da analise, ou seja, é
como se em tudo que fosse relatado já estivesse embutida a ideia inicial.
Ex.: Fraca, medíocre e impotente. As medidas do governo para conter a inflação poderiam ser
classificadas nitidamente por estes adjetivos.
(9) Uma Citação
A citação inicial será utilizada como pano de fundo para todas as demais formulações. É
importante citar no texto de onde, quem fez a citação.
Ex.: “Os limites da minha linguagem são também os limites do meu pensamento”. Essa
formulação foi realizada pelo filósofo Ludwig W. e demonstra claramente a importância da leitura
do Mundo através das interpretações que fazemos, e das leituras que realizamos.
(10) Citação de forma indireta.
Este recurso é útil quando não temos a citação completa, mas temos o tema central da
informação em nosso pensamento.
Ex.: Linguagem adquirida e limites do pensamento estão intimamente relacionados com o
conhecimento do mundo, segundo o filósofo Ludwing W.
(11) Exposição de um ponto de vista oposto
Ao começar o texto com a opinião contrária, delineia-se, de imediato, qual a posição do autor.
Seu objetivo será refutar, quebrar o argumento do opositor durante o texto.
Ex.: O Ministro da Economia tem se esforçado para convencer a população de que as contas
públicas estão controladas, e que a economia brasileira não sofreu abalos depois dos últimos
transtornos na economia mundial.
Não é bem isso que observamos quando...
(12) Comparação
Nesta proposta deve ficar claro desde o início que dois tópicos, dois tipos de contextos serão
utilizados para formular as opiniões finais sobre o tema. O objetivo é mostrar semelhanças que
possam ser utilizadas para uma nova tomada de opiniões.
Ex.: O mais recente acidente nuclear no Japão nos faz pensar nos problemas já observados na
usina de Chernobil, e do perigo em possuir uma fonte de energia poluidora não renovável.

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(13) Retomada de um provérbio
O maior cuidado ao utilizar este recurso é o da necessidade de fazer um comentário sobre o
provérbio, demonstrando domínio sobre a ideia central.
Ex.: Quando vejo ações violentas acontecendo em nossa sociedade, penso no provérbio que diz
quem com ferro fere com ferro será ferido, pois muitos acham que ter uma arma é a solução para a
violência, para os assaltos. Poucos sabem que a maior parte dos crimes com arma de fogo ocorre
entre pessoas com algum tipo de relacionamento
(14) Ilustração
Nesta forma de trabalho utilizamos uma informação coletada de fontes de grande divulgação
( jornais e revistas).
Ex.: Em um artigo recente publicado na revista Veja, o governo federal se mostrou preocupado
com os mananciais de algumas regiões do país, pois alguns Municípios poderão ter escassez até o
ano de 2015.
(15) Uma Sequência de Frases Nominais.
Um ponto importante neste tipo de estrutura está no paralelismos das frase, ou seja, todas
apresentam formas semelhantes de combinação de palavras.
Ex.: Enchente na região serrana do Rio de Janeiro. Desabamento de encosta em Minas Gerais.
Transbordamento de rio em Pernambuco. Quantas catástrofes serão necessárias para o Governo
começar a se preocupar com o meio ambiente.
(16) Alusão a um romance, conto, poema, filme.
O grande ganho nesta forma de iniciar o texto se dá através da intertextualidade, pois quando o
leitor unir o conteúdo citado com o tema proposto, os seus argumentos ganharam maior projeção.
Procure se possível trabalhar com obras que realmente tiveram expressão.
Ex. : Quem assistiu ao filme , A procura da felicidade, observou que o ser humano é capaz de
vencer nas situações mais adversas. Quando penso nos programas sociais deste país, procuro
analisar se realmente estamos produzindo boas chances para as pessoas envolvidas e necessitadas
deste apoio. Será que realmente estamos socializando.
(17) Descrição de um fato de forma cinematográfica
O texto inicialmente é construído com cenas estáticas, como se fossem fotografias. Logo em
seguida o tema é desenvolvido.
Ex.: Manhã de quinta-feira. Uma Escola Municipal do subúrbio carioca. Crianças estudando na
sala de aula. Um jovem mal intencionado e armado tem acesso aos corredores e salas de aula.
Uma tragédia em andamento.
A violência entre estudantes sempre foi tema de debates, mas , neste país, jamais a insanidade
de ato tão covarde.
(18) Omissão de dados identificadores.
Na criação deste tipo de texto o suspense ganha proporções elevadas, pois gera uma incerteza e
uma dúvida sobre a natureza do tema.
Ex.: O que afinal de contas o governo pretende fazer? Será que realmente os estudos
produziram relatórios dignos de avaliação e direcionamento. Estamos no caminho certo do debate,

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ou estamos esquecendo de buscar mais informações com a população que será afetada. A
transposição de rio um como o São Francisco afetará muitos municípios e vilarejos.

Tipologia do texto: Narrativo

Principal característica: Mudança de Estado


1- Enunciado de estado: São aqueles em que se estabelece uma relação de posse ou de
privação.
2. Enunciado de ação: indicam a passagem de um estado para outro.
• Os enunciados podem ser agrupados em quatro fases distintas:
• Manipulação – Um personagem induz outro a fazer alguma coisa. O que vai
fazer precisa: querer ou dever.
• Competência – O sujeito do fazer adquire um saber e um poder
• Performance – O sujeito do fazer executa sua ação; nesta fase, há em geral uma
relação de ganho e perda.
• Sanção – O sujeito do fazer recebe castigo ou recompensa.

O QUE É UMA RESENHA


TIPOLOGIA DO TEXTO :RESENHA

A resenha é um gênero textual em que se propõe a construção de relações entre as propriedades


de um objeto analisado, descrevendo-o e enumerando aspectos considerados relevantes sobre ele.
No jornalismo, é utilizado como forma de prestação de serviço. É texto de origem opinativa e,
portanto, reúne comentários de origem pessoal e julgamentos do resenhador sobre o valor do que
é analisado.
O objeto resenhado pode ser de qualquer natureza: um romance, um filme, um álbum, uma peça
de teatro ou mesmo um jogo de futebol. Uma resenha pode ser "descritiva" e/ou "crítica".
Resenha é um texto que serve para apresentar outro (texto-base), desconhecido do leitor. Para
bem apresentá-lo, é necessário além de dar uma ideia resumida dos assuntos tratados, apresentar o
maior número de informações sobre o trabalho: fatores que, ao lado de uma abordagem crítica e
de relações intertextuais, darão ao leitor os requisitos mínimos para que ele se oriente quanto ao
grau de interesse do texto-base.
Quando se trata de resenha científica, ou trabalho acadêmico de divulgação, apresenta síntese e
crítica sobre trabalho científico mais longo. Pode ser elaborado com base em leitura motivada por
interesse próprio ou sob demanda editorial. Visa geralmente à publicação em periódico técnico ou
mesmo visando divulgação de conhecimento ao grande público pela veiculação em mídia ampla.

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Nesses casos a resenha é, geralmente, feita por um cientista da mesma área de conhecimento do
texto-base.
Mas que informações dar sobre o texto? Ora, se o leitor não o conhece, é preciso informar-se,
pelo menos, o nome do autor, o nome do texto, onde e quando foi publicado. Lembre-se de que o
leitor pode querer ter acesso ao texto resenhado e, para tanto, precisa dessas informações básicas.
Elas podem aparecer no corpo do texto ou no final , como uma citação bibliográfica. Se forem
apresentadas no corpo do texto, devem ser bem integradas à exposição dos assuntos tratados.
E em que consiste uma abordagem crítica? Abordar criticamente um texto consiste em opinar
sobre ele, apresentando problemas e qualidades que o resenhador julga importante destacar para o
seu leitor. Portanto, a abordagem critica não significa, necessariamente, um levantamento dos
problemas detectados no texto. Pode constituir-se também no destaque de certas qualidades.
Além das informações básicas e da abordagem crítica, uma boa resenha procura estabelecer
relações do texto-base com outros textos (relações intertextuais), recurso que dá ao leitor outras
possibilidades de entrada para o texto-base.
Do ponto de vista da construção do texto da resenha, a apreciação crítica obedece a um fio
condutor que o resenhador julga como o ponto de entrada mais interessante para o leitor. O fio
condutor é , portanto, o tópico que o resenhador escolhe do texto-base para despertar o interesse
do leitor e serve para conduzir toda a sua exposição sobre o texto-base.
Sintetizando, resenha é a apresentação de um texto resultante de sua apreciação crítica por parte
do resenhador. Assim entendida, ela tem sido chamada também de resenha crítica.

Como exercício, assista a um filme e faça uma resenha com as informações/detalhes do filme.
Não se esqueça de relatar os seguintes dados: O que, como, por que, quando, onde, quem. E os
detalhes referentes ao conjunto de informações ligado ao campo: manipula, competência,
performance e sanção.

1- EMPREGO DE PRONOMES PESSOAIS RETOS

Os pronomes pessoais retos fazem referência a cada uma das três pessoas gramaticais. Quando
falamos ou escrevemos, estes pronomes indicam:

1ª pessoa (a pessoa que fala ou escreve):


> eu entendo (singular); nós entendemos (plural)
2ª pessoa (a pessoa com quem se fala ou para quem se escreve):
> tu entendes (singular); vós entendeis (plural)
3ª pessoa (a pessoa de quem se fala ou sobre quem se escreve):
 ele/ ela entende (singular); eles/ elas entendem (plural)

Na 3ª pessoa, os pronomes pessoais podem representar um termo anteriormente expresso na


mesma frase, ou em uma outra frase do mesmo texto. Veja os exemplos:

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a. O aluno estudava matemática. Ele mesmo resolvia os exercícios.

b. Quando o professor chegou, os alunos já estavam sentados. Eles esperavam o início da aula.

c. Os alunos já haviam se retirado. A prova terminara há uma hora, e eles voltavam para suas
casas.

Repare que, nos três exemplos acima, o verbo concorda com o pronome. Estes pronomes são
chamados de pronomes pessoais retos, porque têm a função de sujeito na frase.

Exercícios:
1 - Nos trechos abaixo, retirados do romance Aracelli Meu Amor, de José Louzeiro,
substitua os termos sublinhados por um pronome pessoal que os represente.

1. Dudu toma mais um gole de conhaque, o pensamento disperso, a vontade de


voltar ao riacho, onde Tuca sumiu, mas sem que Rita Soares
soubesse, sem que atraísse a atenção de Tiziu e Tadeu. (obs.: Tuca é o nome de um personagem
do sexo masculino)
Resp.: ____ toma mais um gole de conhaque, o pensamento disperso, a vontade de voltar ao
riacho, onde ____ sumiu, mas sem que ____ soubesse, sem que atraísse a atenção de Tiziu e
Tadeu.

2. O garçom põe mais uma dose, o perito sabe que está exagerando, ainda pretendia encontrar-
se com o delegado Ildefonso Primo, contar-lhe o desastre que foi o depoimento do ex-diretor da
Polícia Federal de Vitória.
Resp.: ____põe mais uma dose, ____ sabe que está exagerando, ainda pretendia encontrar-se
com o delegado Ildefonso Primo, contar-lhe o desastre que foi o depoimento do ex-diretor da
Polícia Federal de Vitória.

3. — Vai ver que o homem não podia dizer tudo o que sabia. Afinal, quem são os deputados
pra transformar a Assembléia em Delegacia de Polícia?
Resp.: — Vai ver que ____ não podia dizer tudo o que sabia. Afinal, quem são ____ pra
transformar a Assembléia em Delegacia de Polícia?

4. — Deixa de ser imbecil, cara. Tu quer que o Clério e o Dudu resolvam o caso sozinhos, se a
maioria dos envolvidos tá do lado da corrupção? O pai de Aracelli disse na CPI que o bilhete que
o papa-defunto mandou pra dona Lola foi entregue a um promotor.

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Resp.: — Deixa de ser imbecil, cara. Tu quer que ____ resolvam o caso sozinhos, se a maioria
dos envolvidos tá do lado da corrupção? ____ disse na CPI que o bilhete que ____ mandou pra
dona Lola foi entregue a um promotor.

5. Os próprios pais da menina se mandaram. A mãe desapareceu, vem a Vitória aos pulos, o pai
achou um jeito de ser transferido pra fora da cidade.
Resp.: ____ se mandaram. ____ desapareceu, vem a Vitória aos pulos, ____ achou um jeito
de ser transferido pra fora da cidade.

2 - Repare que muitas das frases que você escreveu como resposta ficaram ambíguas, isto
é, passaram a poder tomar mais de um sentido. Veja, por exemplo, a resposta para a
primeira frase:

Ele toma mais um gole de conhaque, o pensamento disperso, a vontade de voltar ao riacho,
onde ele sumiu, mas sem que ela soubesse, sem que atraísse a atenção de Tiziu e Tadeu.

Nesta frase, podemos interpretar que o segundo ele (onde ele sumiu) se refere ao primeiro. No
entanto, comparando com a frase original, vemos que se fala de uma outra pessoa (Tuca).

Que outras frases passaram a ficar ambíguas? Explique por quê.

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TECNOLOGIA DO TEXTO:

2- EMPREGO DOS PRONOMES PESSOAIS OBLÍQUOS ÁTONOS E TÔNICOS

Os pronomes pessoais oblíquos também fazem referência a cada uma das três pessoas
gramaticais. Quando falamos ou escrevemos, estes pronomes indicam:

1ª pessoa (a pessoa que fala ou escreve):


> Ele entendeu a mim. / Ele me entendeu. (singular)
> Eles entenderam a nós. / Eles nos entenderam. (plural)

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2ª pessoa (a pessoa com quem se fala ou para quem se escreve):
> Eles entenderam a ti. / Eles te entenderam. (singular)
> Eles entenderam a vós. / Eles vos entenderam. (plural)
3ª pessoa (a pessoa de quem se fala ou sobre quem se escreve):
> Eu entendi a ela. / Eu a entendi. (singular)
> Eu entendi a eles. / Eu os entendi. (plural)
> Eu perdoei a ela. / Eu lhe perdoei (singular)
> Eu perdoei a eles. / Eu lhes perdoei. (plural)

Repare, no primeiro exemplo de cada par, que os pronomes vêm precedidos de preposição e são
pronunciados mais fortemente (a mim , a ti, a ele, a nós, a vós). Observe que os verbos não
concordam com os pronomes. Estes são os chamados pronomes oblíquos tônicos. Eles
complementam o sentido do verbo e podem aparecer antes ou depois dele.
Os pronomes oblíquos átonos, que têm a mesma função dos tônicos, não são precedidos de
preposição, nem são pronunciados mais fortemente. Normalmente, aparecem antes ou depois do
verbo, mas se forem colocados depois, sua forma dependerá da terminação verbal. Veja os
exemplos:

1. Vi o desfile de modas ontem. > Vi-o ontem.


2. Vimos o desfile de modas ontem.> Vimo-lo ontem.
3. Comecei a colocar os enfeites de natal.> Comecei a colocá-los.
4. Terminou de fazer o bolo.> Terminou de fazê-lo.
5. Fiz o dever de casa hoje.> Fi-lo hoje.
6. Fazem o bolo sempre igual.> Fazem-no sempre igual.
7. Dão esmola sempre aos domingos.> Dão-na sempre aos domingos.
8. Reencontramos a nós mesmos na fé. > Reencontramo-nos na fé.

Observe as seguintes adaptações gráficas:


• exemplos 2, 3, 4 e 5: a forma verbal termina com as letras r, s, z> estas letras desaparecem, e
o pronome (o, a, os, as) transforma-se em lo, la, los, Ias.
• exemplos 6 e 7: a forma verbal termina com a letra m ou com ditongo nasal > o pronome (o,
a, os, as) transforma-se em no, na, nos, nas.
• exemplo 8: a forma verbal está 1a pessoa do plural, seguida do pronome nos > o verbo perde
o s.

Veja agora o quadro de correspondências entre os pronomes pessoais e os oblíquos:

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Exercício:
Substitua os complementos verbais sublinhados por pronomes oblíquos.

1. Ela descascava laranja girando a fruta na mão, numa única operação, sem rebentar casca.
(Rubem Mauro Machado)
Resp.: Ela descascava___ girando____ na mão, numa única operação, sem rebent____.

2. Fez o ginásio num colégio de bairro, era uma turma muito diferente. (Rubem Mauro
Machado)
Resp.: Fe____ num colégio de bairro, era uma turma muito diferente.

3. Sacudia a cabeça, sem deixar de correr os dedos sobre o teclado. (Rubem Mauro Machado)
Resp.: Sacudia____ , sem deixar de corr____ sobre o teclado.

4. Colocou o coração no lugar do cérebro. (José Louzeiro)


Resp.: Colocou ____ no lugar do cérebro.

5. No mesmo momento em que dona Sebastiana sai, o dr. Bastos está entrando. Põe a pasta na
mesa do homem, este abre um pouco a cortina, acende um cigarro. (José Louzeiro)
Resp.: No mesmo momento em que dona Sebastiana sai, o dr. Bastos está entrando. Põe____
na mesa do homem, este ____ abre um pouco, acende ____
6. Não está. seguro de que os policiais dissessem a verdade. (José Louzeiro)
Resp.: Não está seguro de que os policiais dissessem ____.

7. Acomodei, a roupa branca na gaveta — ah, quantas vezes cumprira esse ritual! — pus a mala
vazia no alto do guarda-roupa. (Rubem Mauro Machado)
Resp.: Acomodei ____ na gaveta — ah, quantas vezes cumprira esse ritual! — pu____ no alto
do guarda-roupa.

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8. Bebel não sabia mais extrair o sorriso ou fazer alegres os olhos e as últimas fotografias
mostravam um rosto tão melancólico que passaram a deixá-la de lado. (Ignácio de Loyola
Brandão)
Resp.: Bebel não sabia mais extra____ ou faz ____alegres; e as últimas fotografias
mostravam____ tão melancólico que passaram a deixá-la de lado.

9. O delegado entra, menos afobado que das vezes anteriores, põe o paletó na cadeira, a maleta
007 na poltrona, abre, tira papéis, dona lara vem mostrar que a cópia xerocada do inquérito sobre
entorpecentes na Zona Sul está incompleta, o delegado olha-a sem interesse, diz que na parte da
tarde falariam a respeito, Amigo Velho faz arzinho de riso, Zé Macaco está ocupado com os
jornais que o Delegado trouxe, Arruda e Ernestão por perto, numa conversa fiada, querendo que
Amigo Velho e Zé Macaco saiam, a fim de que possam confabular em particular, ambos sentem a
malandragem, iniciam a falação com o delegado, a respeito dos papéis assinados pelo industrial
Sílvio Savantini. (José Louzeiro)
Resp.: O delegado entra, menos afobado que das vezes anteriores, põe____ na cadeira, a
maleta 007 na poltrona, abre, tira ____ , dona lara vem mostrar que a cópia xerocada do
inquérito sobre entorpecentes na Zona Sul está incompleta, o delegado olha-a sem interesse, diz
que na parte da tarde falariam a respeito, Amigo Velho faz arzinho de riso, Zê Macaco está
ocupado com os jornais que o Delegado trouxe, Árruda e Ernestão por perto, numa conversa
fiada, querendo que Amigo Velho e Zê Macaco saiam, afim de que possam confabular em
particular, ambos sentem ____, iniciam ____ com o delegado, a respeito dos papéis assinados
pelo industrial Silvio Savantini.

10. Às três da madrugada, a contragosto, deixamos o quarto de Barreto e Celso, cada qual rumo
ao seu, como quem lamenta um término de festa. (Rubem Mauro Machado)
Resp.: As três da madrugada, a contragosto, deixamo ____ , cada qual rumo ao seu, como
quem ____ lamenta.

Exercícios:
1 — Substitua os termos sublinhados por pronomes pessoais retos e oblíquos, conforme o
caso:

a) Arturzão não aceita a provocação. (José Louzeiro)


Resp.: _____não_____ aceita..

b) O médico saiu do apartamento mas recomendou à enfermeira que preparasse a injeção . (José
Louzeiro)

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Resp.: ____ saiu do apartamento mas recomendou ____ que ____preparasse.

c) Os retirantes saíram do trem correndo e gritando, carregando seus filhos, arrastando os


velhos. (Ivan Ângelo)
Resp.: ____ saíram do trem correndo e gritando, carregando_____ , arrastando____.

d) Andrea entregou a crônica ao secretário, virou-se e enfrentou a sala. (Ivan Ângelo)


Resp.: ____ entregou ____a crônica, virou-se e enfrentou ____.

e) Rita Soares abre um dos pães que Tiziu trouxe, bota açúcar dentro, pega a banana mais
madura que havia na cesta, mete na pequena sacola de lona listrada, que se fecha na boca com um
cordão trançado. (José Louzeiro)
Resp.: ____ abre um dos pães que ____ trouxe, bota ____ dentro, pega a banana mais madura
que havia na cesta, mete na pequena sacola de lona listrada, que se fecha na boca com um
cordão trançado.

f) O diretor da policia pediu permissão para exumar o corpo e explicou que o “papadefunto”,
Arnaldo Neres, funcionando na Santa Casa, escrevera um bilhete à mãe de Aracelli, dona Lola
Sanches, dizendo que ficasse tranqüila, porque o assassino de sua filha ia ser apontado. (José
Louzeiro)
Resp.: ____ pediu permissão para exum ______ e explicou que o “papa-defunto “, Arnaldo
Neres, funcionando na Santa Casa, escrevera ____ um bilhete, dizendo que ficasse tranqüila,
porque ____ ia ser apontado.

g) Dado o primeiro beijo, Silvia e eu andamos nos devorando em beijos de desespero, como se
cada um vá ser o último. (Rubem Mauro Machado)
Resp.: Dado o primeiro beijo, ____ andamos nos devorando em beijos de desespero, como se
cada um vá ser o último.

h) Reparem como a namorada, nesse momento dificil, recompõe seu amor-próprio, depois de
haver ele mastigado um punhado de pequenas humilhações. (Rubem Mauro Machado)
Resp.: Reparem como ____ , nesse momento difícil, recompõe ____ , depois de haver ele
mastigado um punhado de pequenas humilhações.

i) Leonor contempla o marido com mortiços olhos de peixe. (Rubem Mauro Machado)
Resp.: ____ contempla ____ com mortiços olhos de peixe.

j) Pomar, que não é bobo, percebe meu desconforto. (Rubem Mauro Machado)
Resp.: ____ ,que não é bobo, percebe ____.

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2 — Leia atentamente o texto abaixo e circule os pronomes retos e oblíquos.

Ele entrou na sala carregando-o para ele. Ela recomeçou a bater à máquina. Dez minutos
depois, sem mais nenhuma palavra, ele retirou-se, tinha que sair à rua, ele o chamava.
Discretamente, passou-o nele. Ele, o diferente. À porta do café, olhou-se nele com amizade e
confiança. Saiu andando de passo firme. Ela atirou-a para cima dele. Deixou ficar e começou a
assobiá-la improvisada, mas tão alegre que a inundava toda de felicidade.

O autor desse parágrafo estudou com muita dedicação a lição dos pronomes, mas se esqueceu
de verificar que é preciso cuidado com o seu uso. Da mesma forma que usar poucos pronomes é
um “defeito”, usá-los em excesso também é um “perigo”.
O texto acima exemplifica bem dois vícios de linguagem que perseguem muitos redatores: a
ambigüidade e a obscuridade.

ambigüidade (s.f.) — duplicidade de sentido numa construção sintática. obscuridade (s.f.) —


falta de clareza no estilo.

Com o objetivo de deixar o texto sem ambigüidade e obscuridade, substitua os pronomes


retos e oblíquos por outras palavras que lhe dêem um sentido claro.
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3— Compare agora sua resposta com a versão original, de Otto Lara Resende, na crônica
“Todos os Homens São Iguais”.

O contínuo entrou na sala carregando um monte de pastas para o arquivo. Ela recomeçou a
bater á máquina. Dez minutos depois, sem mais nenhuma palavra, João retirou-se, tinha que sair
à rua, o dever o chamava. Discretamente, passou o pente no cabelo. João, o diferente. À porta do
café, olhou-se no espelho com amizade e confiança. Saiu andando de passo firme. Uma brisa

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carinhosa atirou sua gravata para cima do ombro esquerdo. Deixou ficar e começou a assobiar
uma ária improvisada, mas tão alegre que inundava toda a rua de felicidade.

Utilize o espaço para redigir um pequeno comentário sobre as diferenças observadas.


Faça dois parágrafos: no primeiro, identifique as diferenças; no segundo, explique por que
foi possível escrever textos tão diferentes.
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TECNOLOGIA DO TEXTO:

5-EMPREGO DOS PRONOMES RELATIVOS

Vejamos novamente o trecho inicial do capítulo anterior, no qual havia uma expressão repetida.

Essa menina sempre tirou boas notas nas provas. Essa menina é muito inteligente.

A Língua Portuguesa oferece diferentes possibilidades de escritura para que se evite repetição
de palavras. No caso acima, as duas orações poderiam ser reunidas num único período, com o
objetivo de evitar a duplicidade do sujeito essa menina, o que resultaria, por exemplo, em:

Essa menina, que é muito inteligente, sempre tirou boas notas nas provas.(Interpretando que a
2ª frase acrescentava uma qualificação a respeito da menina.)

A expressão foi substituída pela palavra que (= a qual / = essa menina), classificada
gramaticalmente como pronome relativo.

Para empregar corretamente o pronome relativo, basta observar essa equivalência, porque ele
sempre substitui, na sua oração, o termo ao qual se refere (ou seja, o termo que não está sendo
repetido).
Veja outros exemplos:

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O pacote que acabou de chegar veio sem etiqueta de identificação.
- que (= o qual / = o pacote)

A “socialite” que acabou de desembarcar do avião que veio do Ceará é irmã do senador.
- que (= a qual / = a “socialite”) - que (= o qual / = o avião)

Eu não conheço os rapazes que estão varrendo as avenidas que o prefeito pavimentou.
- que (= os quais / = os rapazes) - que (= as quais / = as avenidas)

Ainda estou procurando os, livros de que sua mãe tanto falou.
-de que (= dos quais / dos livros)
A moça com quem estou viajando foi funcionária da Globo.
- com quem (= com a qual / = com a moça)

Ela disse que o homem por quem se apaixonou mora num bairro da periferia. - por quem
(= pelo qual / pelo homem)

Não identifiquei os alunos cujos pais vieram à reunião com o diretor.


- cujos (= dos quais os pais / = dos alunos)

Exercícios:
1 — Reescreva o trecho transcrito, retirando a repetição existente. Obrigatoriamente, a
reescritura deverá conter um pronome relativo. Se for possível, faça a reescritura de duas
formas diferentes.
a) Encontramos os documentos da casa. Os documentos estavam guardados num baú.
Reescritura(s):
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*_____________________________________________________________________________
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b) Esse “shopping” não tem estacionamento. Raramente eu vou a esse “shopping”.
Reescritura(s):
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*_____________________________________________________________________________
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c) Ontem eu sonhei com uma artista de cinema. Eu não lembro o nome da artista.
Reescritura(s):
*_____________________________________________________________________________
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*
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2 — Complete as frases com o pronome relativo adequado, observando se ele deve estar
precedido de preposição.
a) O jovem _______ acaba de se formar já conseguiu um emprego.
b) A mão _______ afaga é a mesma _______ apedreja.
e) As investigações _______ eu estou fugindo poderão nos comprometer.
d) O banqueiro _______ eu fui enganado já está preso.
e) Escapou pela janela o passarinho _______ ganhei de meu pai.
f) Talvez sejam essas as tragédias ________ o professor se referiu naquela aula.
g) Quero fazer tudo _______ eu tenho direito.
h) Foste trocada por um barbeiro _______ não tem onde cair morto.
i) Minha melhor amiga, _______ braços chorei muitas mágoas, acaba de roubar meu marido.
j) Eu, _______ você agora ofende tão facilmente, trago ainda na lembrança as palavras
amigas_______ fui recebido nesta casa _______ morei quando era criança.
3 — Explique se há ambigüidade no emprego do pronome relativo e, se for o caso,
desfaça-a.
Chegou a vez da irmã do seu colega, que parece um pouco infeliz.
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TECNOLOGIA DO TEXTO:

8-ESTRUTURAS ORACIONAIS I (Recursosde Coesão)

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Conhecer as estruturas sintáticas do período composto por coordenação e do período composto
por subordinação não é algo que se restringe apenas às aulas de análise sintática. Muito mais do
que isso, dominar o uso das conjunções coordenativas e subordinativas é algo enriquecedor para
quem deseja ter a capacidade de escrever bem.
Relembremos, primeiro, os tipos de conjunções coordenativas, que introduzem orações
coordenadas sindéticas.
COORDENATIVAS
São cinco: A3CE — observemos as iniciais de cada tipo.
ADITIVAS: conjunção-base: E
Oração A + Oração B
Exs.: A menina chegou [e foi tomar banho. ](sem vírgula: sujeitos iguais) Os cães ladram, [e a
caravana passa. ] (com vírgula: sujeitos diferentes)
Observações:
a) A conjunção aditiva e tem como forma negativa nem.
Ex.: Nas horas dificeis, os falsos amigos não ajudam [nem aparecem. ]
b) A palavra nem, quando igual a não, é advérbio (e não conjunção). Na expressão e nem
(equivalente a e também não),só o e é conjunção.
Exs.: Nem veio, [nem telefonou.]
(a 1ª oração é assindética; a 2ª é aditiva: o nem da 1ª oração é advérbio) Não falei ontem [e
nem falarei amanhã]
(a 1ª oração é assindética; a 2ª é aditiva: o nem da 2ª oração é advérbio)
c) A correlação não só... mas (como) também é aditiva.
Ex.: Ela não só me ignorou, [mas também virou-me o rosto. ]
=> (a 1ª oração é assindética)

• ADVERSATIVAS: conjunção-base: MAS


Oração A X Oração B
Exs.: Todos são interessados, [mas só alguns se esforçam mesmo.]
Fui a um cinema sofisticado; [todavia, a platéia comportou-se mal.] Ofereceram-me café, [porém
preferi chá. ]
Observação:
A conjunção e pode ter valor adversativo.
Ex.: O candidato falou muito [e só disse bobagens. ]

• ALTERNATIVAS: conjunção-base: OU
Oração A (Oração B)

Exs.: Nossa vista está embaçada [ou isso é neblina?]


[Ora os políticos dizem uma coisa,] [ora dizem outra.]

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• CONCLUSIVAS: conjunção-base: LOGO
Oração A > Oraçào B ?
Exs.: O dia amanheceu nublado; [logo, hoje deve chover.]
Nosso dinheiro está acabando, [portanto temos de economizar.]
Observações:
a) A conjunção conclusiva pois só pode ser empregada no meio ou no final da oração coordenada.

Ex.: Está chovendo; [leve, pois, um guarda-chuva (,pois). ]


b) A palavra logo quando sinônima de logo mais, mais tarde, daqui a pouco. em breve, é
advérbio (e não conjunção).
Ex.: O dia amanheceu ensolarado; [logo as praias ficarão repletas. ](as duas orações são
assindéticas)
• EXPLICATIVAS: conjunção-base: POIS
Oração A? < Oração B
Ex.: Nosso avô enlouquecera, [pois contava aquele caso todos os dias.]

Observação:
Haverá oração explicativa (com a conjunção que = porque) se a primeira oração possuir verbo no
imperativo.
Ex.: Some daqui, [que o assunto não é da tua conta.]
Exercício:
O autor do texto abaixo se esqueceu de como se empregam as conjunções coordenativas. Por
isso, adotou a estratégia de só escrever períodos simples, com orações absolutas. O resultado
você pode avaliar lendo o trecho. Depois, reescreva-o reunindo as frases em períodos
compostos interligados por conjunções coordenativas. Faça as adaptações que julgar
necessárias.
Meu irmão mora em São José dos Campos. Ele nasceu no Rio de Janeiro. Foi morar !á por
razões de emprego. As ofertas das firmas daquela região costumam ser mais vantajosas. Ele,
primeiro, alugou um apartamento. Depois, acabou se instalando definitivamente. Agora ele
comprou outro imóvel na cidade. Adquiriu também uma casa em Campos do Jordão. Casou-se
com uma moça das redondezas. Às vezes fala em levar nossa mãe para lá. Às vezes demonstra
saudade do Rio. Financeiramente ele está bem. A família ficou muito dividida.
a) Sua ava1iação do texto:
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b) Sua reescritura do texto:


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e) Sua ava1iaçâo do texto reescrito:
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TECNOLOGIA DO TEXTO:

9-ESTRUTURAS ORACIONAIS II (Recursõs de Coesão — cont.)

O período composto por orações subordinadas adverbiais é um vasto campo de experiência para
os exercícios de produção textual, mas antes relembremos os tipos de conjunções subordinativas
que introduzem orações adverbiais.
SUBORDINAT1VAS
As orações adverbiais são nove: C6FPT — observemos as iniciais de cada tipo.
•CAUSAIS [conjunção-base: POROUE ]
Ex.: Todos ficaram em casa porque estava chovendo.
Observação:
As conjunções como e se , em início de período, quando significam “já que” também são causais.
São igualmente causais: uma vez que, visto que, dado que. A expressão “de vez que”, embora
comum na linguagem cotidiana, deve ser evitada na linguagem formal.
Exs.: Se você quer assim, nada mais posso fazer.
Como você não compareceq, chamamos outra pessoa.
Não poderei comparecer, uma vez que fiui convocado como escrutinador.
• COMPARATIVAS [conjunções-base: COMO e QUE ]
Exs.: Seus olhos brilham como as estrelas. = comparativo de igualdade
Os brasileiros festejam mais (ou menos) (do) que os europeus. = comparativo de superioridade
ou de inferioridade
Observação:
Como vimos, a oração comparativa deixa o verbo subentendido quando é o mesmo da principal.
Entretanto, é perfeitamente possível fazermos comparações de fatos (ou atos) verbais diferentes.
Ex.: Seus irmãos viajam tanto quanto eu troco de camisa.

• CONCESSIVAS [conjunção-base: EMBORA]

29
Ex.: Embora seja verdade, há elementos estranhos nessa história.
Observação:
Também são concessivas: apesar de que, sem que, se bem que, ainda que, conquanto, suposto
e posto que.
Exs.: Os pesquisadores vieram aqui ontem, conquanto nem entrassem. Comprei-lhe um presente
sem que ela soubesse.
A crueldade não o deixara de todo, suposto parecesse outro homem.
• CONDICIONAIS [conjunção-base: CASO]
Ex.: Caso você me abandone, na certa vou chorar.
Observação:
Também são condicionais: contanto que, dado que, sem que e se (que pode ficar subentendido).
Exs.: (Se) Fosse menos insensível, veria como as mulheres são incríveis.
Dado que fosse sensível, chegaria às lágrimas.
Não saia daqui sem que eu dê autorização.
• CONFORMATIVAS [conjunção-base: CONFORME]
Exs.: Conforme é desejo de todos, parto amanhã para a Europa.
Como todos já sabem, amanhã haverá uma palestra sobre cinema.
• CONSECUTIVAS [única conjunção: QUE]
Ex.: A coitada levou tal susto que morreu.
Observação:
A conjunção consecutiva se prende a uma palavra intensiva da oração principal (TAL, TANTO,
TAMANHO, TÃO), às vezes subentendida. Sempre será possível acrescentar a expressão “em
conseqüência” depois da conjunção (ou da locução sem que quando uma das duas orações
exprimir idéia negativa).
Exs.: Sua sorte era tanta, que (em conseqüência) ganhou várias vezes na Loteria.
Sua voz era (tão) esganiçada que (em conseqüência) chegava a doer.
Pensei em você sem que (em conseqüência) chegasse a uma conclusão.
Nunca conversa com o noivo sem que (em conseqüência) acabem brigando.

• FINAIS [locução conjuntiva-base: PARA QUE]


Exs.: Saio de casa, para que possas reavaliar nossa relação.
A fim de que aprendas melhor, deves refazer todos os exercícios.
• PROPORCIONAIS [locução conjuntiva-base: À PROPORÇÃO QUE]
Ex.: À proporção que envelhece, mais idiota fica o homem.
Observação:
Também são proporcionais: à medida que, ao passo que, quanto (ou tanto) mais (ou menos).
Exs.: Pequenos cogumelos, ao passo que devoram os tecidos dos insetos, semeiam os seus
esporos mortais. (Osman Lins)
Quanto mais eu estudo Português, mais eu admiro sua riqueza.
• TEMPORAIS [conjunção-base: QUANDO]

30
Exs.: Ela saiu quando eu entrei.
Observação:
Também são temporais: enquanto, assim que, sem que ( antes/até que), cada vez que.
Eis.: Assim que eu voltar, eu te telefono.
Não comemores nada sem que recebas o aviso da promoção.
Exercícios:
1 — Releia o texto do capítulo anterior, aquele em que o autor, por não saber como
empregar conjunções, adotou a estratégia de só escrever períodos simples, com oraçôes
absolutas. Desta vez, reescreva-o reunindo as frases em períodos compostos interligados por
conjunções subordinativas. Faça as adaptações que julgar necessárias. Experimente, por
fim, reescrever o texto utilizando livremente as conjunções de nossa língua. Faça também
uma avaliação do resultado final.

Meu irmão mora em São José dos Campos. Ele nasceu no Rio de Janeiro. Foi morar lá por
razões de emprego. As ofertas das firmas daquela região costumam ser mais vantajosas. Ele,
primeiro, alugou um apartamento. Depois, acabou se instalando definitivamente. Agora ele
comprou outro imóvel na cidade. Adquiriu também uma casa em Campos do Jordão. Casou-se
com uma moça das redondezas. Às vezes fala em levar nossa mãe para lá. Às vezes admite a
saudade do Rio. Financeiramente ele está bem. A família ficou muito dividida.
a) Sua reescritura do texto:
____________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________
b) Sua avaliação do texto reescrito (comparando-o com a reescritura coordenada):
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
__________________
c) Sua livre reescritura do texto:
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
____________________________________

31
d) Sua avaliação do texto livre (comparando-o com as duas outras
reescrituras):____________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
________________________________

TECNOLOGIA DO TEXTO:

10-ESTRUTURAS ORACIONAIS III (Recursos de Coesão — cont.)

Como já vimos, a Língua Portuguesa oferece variadas alternativas de reescritura de frases. As


vezes, observamos que estamos usando demais a palavra QUE. Outras vezes, temos dificuldade
de variar as estruturas oracionais, insistindo em escrever orações coordenadas sucessivas. Também
acontece de não sabermos quando um parágrafo deve terminar ou como interligar as idéias dentro
de um mesmo parágrafo.
Entre os elementos que podem contribuir para a melhor elaboração de textos, colocam- se
obviamente as conjunções subordinativas (inclusive em suas formas de locução), mais até do que
as coordenativas, pois estas parecem fazer parte de um domínio natural que o usuário da língua
explicita — infelizmente repetidas vezes — em seus escritos.
Para a boa construção de períodos e parágrafos, dispomos, além das conjunções, de várias
outras possibilidades, chamadas “elos coesivos”, “conectivos referenciais e seqüenciais”, “enlaces
fraseológicos”, “concatenadores de idéias”, “operadores argumentativos”, etc. Estão neste caso
palavras e expressões que evitam o acúmulo de frases só relacionadas quanto ao conteúdo. Pode-
se dizer que a tão desejada coerência textual tem como ponto de partida o domínio de tópicos
gramaticais e de vocabulário.
Além das conjunções subordinativas, fazem parte desta relação expressões como:
“por outro lado”, “além disso”, “por isso (esse motivo) “, “além do mais”, “em
contrapartida”, “é bem verdade que”, “(in)felizmente”, “acrescente-se a isso”, “convém (cabe,
pode-se, deve-se) ressaltar”, “se bem que”, “aliás”, “ou seja”, “em decorrência de”, “em vista
disso”, “com o objetivo de”, “afinal”, “ainda bem que”, “sob certo ponto de vista’..

Exercícios:

32
Estamos num ano eleitoral.
1 — A partir desta frase, redija uma outra sentença que com ela se
relacione por meio do elemento coesivo indicado.

Por esse
a) Estamos num ano eleitoral. motivo,_______________________________
_____________________________________

Infelizmente,__________________________
b) Estamos num ano eleitoral. ____________________________________
_

É bem verdade
que__________________________________
c) Estamos num ano eleitoral.
____________________________________
_

Por outro
d) Estamos num ano eleitoral. lado,________________________________
____________________________________

Deve-se ressaltar, porém,


que__________________________________
e) Estamos num ano eleitoral.
____________________________________
_

Enfim________________________________
t) Estamos num ano eleitoral. ____________________________________
_

Acrescente-se a
g) Estamos num ano eleitoral. isso__________________________________
____________________________________

h) Estamos num ano eleitoral. Aliás,________________________________


____________________________________

33
_

Até
porque_______________________________
i) Estamos num ano eleitoral.
____________________________________
_

Apesar disso,
j) Estamos num ano eleitoral.
____________________________________
_

k) Estamos num ano eleitoral. Ou seja, _____________________________

Ou
1) Estamos num ano eleitoral. melhor,_______________________________
___________________________________

Afinal________________________________
m) Estamos num ano eleitoral. ____________________________________
_

2— Complete duas vezes o texto abaixo, de acordo com as instruções.


A VIDA

PARÁGRAFO-BASE:
Tenho tido muita dificuldade em definir com clareza, não só quais os aspectos mais
importantes a respeito de minha própria existência, mas também em relação ao conceito de
viver. Nessa sociedade em que habito, as pessoas e as instituições parecem-me, em muitas
ocasiões, indignas e irracionaIs, Isto se reflete sobre mim de alguma forma e é algo que me

34
preocupa porque tenho a certeza de que muito tenho a refletir e a Investigar a respeito.
PARÁGRAFOS DE COMPLEMENTO:
Proposta 1
- “Há quem diga” começa o 2° parágrafo
- “Aliás” inicia a 2 frase do 2° parágrafo
- “Deste modo” começa o 3° parágrafo
- a conjunção “embora” está no 3° parágrafo
- “Assim sendo” começa o 4° parágrafo (conclusivo)
obs.: é proibido usar as conjunções “mas, pois e porque”
Há quem diga __________________________________________
Deste modo_____________________________________________
Assim sendo,__________________________________
obs.: o número de linhas em cada parágrafo é livre.
Proposta 2
- “É bem verdade” começa o 2° parágrafo
- “Até porque” inicia a 2 frase do 2° parágrafo
- “Por outro lado” ou “Em contrapartida” começa o 3°
parágrafo
- a conjunção “todavia” inicia a 2a frase do 3° parágrafo
- “Por conseguinte” começa o 4° parágrafo (conclusivo)
obs.: é proibido usar as conjunções “mas, pois e porque”
É bem verdade ____________________________________________
Por outro lado (Em contrapartida)
____________________________________________________________
Por conseguinte, _________________________________
obs: o número de linhas em cada parágrafo é livre.
- Faça essas duas redações em folhas à parte
e entregue-as para o professor.

TECNOLOGIA DO TEXTO:

11-EMPREGO DE ESTRUTURAS DE VALOR ADJETIVO I

Observe o trecho abaixo, onde cada um dos três substantivos recebe uma dupla caracterização
(adjetivação):
Pobre menina rica. Você mora num lindo palácio dourado, mas não sabe como é divertido o
mundo infantil.

35
Na Língua Portuguesa, além das palavras simples que atuam como adjetivos, existem também
expressões que têm essa mesma função caracterizadora em relação aos substantivos (palavras que
nomeiam um ser, um objeto, uma ação, qualidade ou estado), à qual chamamos “função adjetiva”.
Observe a equivalência entre os termos grifados nas duas frases seguintes:
A pessoa que estuda bastante sempre consegue seus objetivos.
A pessoa bem estudiosa sempre consegue seus objetivos.
Para interferir no tamanho de uma frase, podemos fazer substituições de estruturas adjetivas
maiores por estruturas menores, seja empregando orações adjetivas, locuções adjetivas ou
adjetivos (simples e compostos).
Compare:
Nunca me esquecerei que aquela simples menina do interior ensinou-me a amar.
Nunca me esquecerei que aquela simples menina interiorana ensinou-me a amar.
As propostas dos patrões nem sempre são justas.
As propostas patronais nem sempre são justas.
A pessoa que sentou ao seu lado é minha prima.
A pessoa sentada ao seu lado é minha prima.
A encomenda que acabou de chegar é minha.
A encomenda recém-chegada é minha.
A destruição causada pelo incêndio era algo que não era possível descrever. A destruição
causada pelo incêndio era algo indescritível.
O turista que desembarcou do avião que veio do Ceará é argentino. O turista
desembarcado do avião vindo do Ceará é argentino.
Os homens que varrem a praça que o prefeito inaugurou entraram em greve. Os varredores da
praça inaugurada pelo prefeito entraram em greve.
Exercícios:
1 — Faça as substituições das estruturas adjetivas sublinhadas por outras de igual valor.
a) O jovem que acaba de se formar já conseguiu um emprego.
Resp.: _________________________________________________________
b) A mala velha que deixou no porão que estava cheio de teias de aranha continuava no mesmo
lugar.
Resp.:_________________________________________________________________________
_______________________________________________

36
c) As investigações que são bem concluídas trazem beneficios a todos.
Resp..: ________________________________________________________

d) O advogado que era corrupto ftigiu com o dinheiro que pertencia ao aposentado.
Resp.:_________________________________________________________________________
_______________________________________________
e) A lagarta que se transformou em borboleta fugiu pela janela.
Resp.: _________________________________________________________
f) A resposta que se deu à pergunta que se fez não esclareceu o assunto.
Resp.: _________________________________________________________
g) Cada cabeça, cada sentença; não só o acordo, mas a mesma discussão, tornou-se dificil, pela
multiplicidade de questões que se deduziram do tronco principal, e um pouco, talvez, pela
inconsistência dos pareceres. (Machado de Assis)
Resp.:_________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
_________________
h) Gramática para eles é a ai-tinha que aprenderam na escola, ou por outra, uma meia dúzia de
regras que se afogam nas exceções. (José de Alencar)
Resp.:_________________________________________________________________________
_______________________________________________
i) Minas o viu, pouco depois, no colégio dos padres do Caraça, começando os estudos, que
interrompeu logo, para continuá-los na Europa. (Machado de Assis)
Resp.:_________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
________________________________
j) Rufina, no intervalo das ordens que dava, sentava-se horas e horas. (Machado de Assis)
Resp.: _________________________________________________________
2— Leia com atenção o seguinte texto de Olavo Bilac, extraído de Vossa Insolência (São
Paulo: Cia. das Letras, 1997, p. 313).

37
Assinale as
equivalências adjetivas que são, morfológica e semanticamente, aplicáveis ao trecho original:

a) questão das reivindicações femininas (linha 1) = reivindicató ria feminista;


b) “anjo do lar” (linha 3) = doméstico;
c) “das ‘tradições da família (linha 4) = familiares;
d) “das chaves da despensa” (linha 5) = despenseiras;
e) “pretensões das mulheres” (linhas 6-7) =femininas;
f) “bastão do comando” (linha 10) = comandante.
Reescreva o trecho abaixo desfazendo a oração adjetiva substituindo-a por outra
expressão de mesmo valor:
“- o medo de perder as posições, as regalias, as honras que o preconceito bárbaro confiou
exclusivamente ao nosso século.” (linhas 8 e 9)
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
_________________________________

TECNOLOGIA DO TEXTO:

12- EMPREGO DE ESTRUTURAS DE VALOR ADJETIVO II

As substituições. de estruturas adjetivas, seja empregando orações adjetivas, locuções adjetivas


ou adjetivos, é um dos recursos de que dispomos na lingua. Essas opções incluem também o
procedimento de substituir estruturas adjetivas menores por estruturas maiores.
Veja o exemplo.. a)O fumo é um produto prejudicial à saúde.
b) O fumo é um produto que prejudica a saúde.
Observe que a primeira frase contém apenas um verbo, enquanto a segunda contém dois verbos.
A segunda oração da frase b substituiu o adjetivo “prejudicial” por um pronome relativo e um
verbo.

38
Exercícios:
1 — Faça a substituição da estrutura adjetiva sublinhada por outra de igual valor, conforme
o exemplo acima:
a) A principio, os jogadores participantes de uma Copa do Mundo são os melhores.
______________________________________________________________________________
__________________________________________
b) Foi uma experiência emocionante para todos.
____________________________________________________________
c) Ele tem uma doença mortal.
____________________________________________________________
d) O escritor sabe inventar histórias intrigantes,
____________________________________________________________
e) Esta foi a razão motivadora do crime.
____________________________________________________________f) Este é o remédio
aliviador daquela sensacão horrível.
____________________________________________________________
g) A máquina copiadora funciona bem.
____________________________________________________________
h) A moça usava um perftime embriagante.
____________________________________________________________
TECNOLOGIA DO TEXTO:

13-EMPREGO DE ESTRUTURAS DE VALOR SUBSTANTIVO

Do mesmo modo que vimos como se dão as equivalências entre estruturas adjetivas, também é
possível observar os mecanismos de substituição de estruturas de valor substantivo, nas quais
igualmente prevalecem as razões de estilo, o desejo de reduzir ou aumentar o tamanho da frase, a

39
necessidade de evitar repetições. Vejamos os exemplos abaixo:

Observe que cada grupo contém o mesmo tipo de substituição, ou seja, a de uma expressão sem
verbo por outras duas com verbo. Assim, a primeira frase de cada trinca contém só uma oração,
enquanto a segunda e a terceira contêm duas. A segunda frase emprega um verbo em forma
nominal; a terceira emprega um verbo no modo subjuntivo ou indicativo e uma conjunção “que”
(exceto no caso da apositiva).
As três possibilidades são gramaticalmente corretas. Cabe ao usuário optar pela construção que
lhe pareça a mais adequada aos seus objetivos de redação.

40
2— Leia com atenção o seguinte trecho da crônica de Nélida Pifion, intitulada”Duas
Rainhas”, publicada no jornal O Dia de 11 de setembro de 1997.

(...)

Marque com um X as equivalências substantivas que são, morfológica e semanticamente,


aplicáveis ao trecho original.
a) busco unir as duas mulheres (linhas 2-3) = a união das duas mulheres;
b) convencem o rei a matá-la (linhas 8-9) = de sua morte;
c) querendo ungi-la depois de morta (linhas 13-4) = sua unção depois de morta;
d) obriga os assassinos a reverenciar aquele repugnante amontoado de ossos (linhas 14-5) = à
reverência diante daquele repugnante amontoado de ossos;
e) o espetáculo macabro que pretendia corrigir os desmandos da História (linha 16) = a correção
dos desmandos da História;
f) descobre que Charles não a amava, mas a outra mulher (linhas 18-9) = o amor de Charles não

41
por ela, mas por outra mulher;
g) levando-a a perseguir o amor onde estivesse (linha 20) à perseguição do amor onde estivesse.
Reescreva o trecho abaixo desfazendo a expressão substantiva e substituindo-a por uma
oração de mesmo valor:
“Logo os acólitos do rei, temerosos da crescente influência que a mulher exercia sobre o
príncipe, convencem o rei a matá-la.” (linhas 7-9)
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
__________________________________________________________________
A estrutura substantiva sublinhada no trecho abaixo foi reescrita de maneiras variadas,
sem levar em conta o significado original.
“como forma de interromper aquele perigoso encantamento amoroso”
Complete a lacuna com a forma verbal adequada.
a) como forma de impedir que aquele amor ___________ perigosamente. (encantar)
b) como forma de impedir aquele perigoso amor de __________. (encantar)
c) como forma de impedir que aquele perigoso encantamento __________. (amar)
d) como forma de impedir aquele perigoso encantamento de __________. (amar)
e) como forma de impedir que ___________ aquele encanto amoroso. (perigar)
f) como forma de impedir aquele amor encantado de __________. (perigar)

TIPOLOGIA DO TEXTO:

14-O TEXTO REFERENCIAL (INFORMATIVO)

Quando se fala em texto informativo, a primeira coisa que nos vem à cabeça é o texto
jornalístico. Mas os leitores de jornal nem sempre reparam na forma como a notícia está escrita.
O parágrafo inicial da notícia, chamado de lead em sua forma clássica, deve idealmente conter
todos os elementos considerados essenciais da informação:
— O quê? Quem? Onde? Quando? Como? Por quê?
Veja um exemplo:
O empresário José da Silva assassinou, ontem, em frente à estação do metrô de Botafogo, com
dois tiros de calibre 38, o funcionário público aposentado Orlando Lemos, porque este se recusava
a pagar uma dívida antiga.
O quê? > o assassinato
Quem? > o empresário José da Silva (matou) o funcionário público aposentado Orlando Lemos
(morreu)
Quando?> ontem

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Onde?> em frente à estação do metrô de Botafogo
Como?> com dois tiros de calibre 38
Por quê? > porque Orlando Lemos se recusava a pagar uma dívida antiga
Observe agora que você pode reescrever este parágrafo, dando destaque a um dos elementos da
notícia, colocando-o na posição inicial e detalhando-o mais:
a) destaque do Quem?
José da Silva, diretor de uma empresa privada da área de petróleo, assassinou, ontem, em
frente à estação do metrô de Botafogo, com dois tiros de calibre 38, o funcionário público
aposentado Orlando Lemos, porque este se recusava a pagar uma dívida antiga.
b) destaque do Quê?
O assassinato do funcionário público aposentado Orlando Lemos ontem de manhã, no horário
de maior movimento, foi praticado, com dois tiros de um revólver calibre 38, pelo empresário
José da Silva, em frente à estação do metrô de Botafogo, porque a vítima se recusava a pagar uma
dívida antiga.
c) destaque do Quando?
Ontem de manhã, no horário de maior movimento, o empresário José da Silva assassinou, em
frente à estação do metrô de Botafogo, com dois tiros de calibre 38, o funcionário público
aposentado Orlando Lemos, porque este se recusava a pagar uma dívida antiga.
d) destaque do Onde?
Em frente à mais movimentada das estações do metrô, o terminal de Botafogo, o empresário
José da Silva assassinou, ontem, com dois tiros de calibre 38, o funcionário público aposentado
Orlando Lemos, porque este se recusava a pagar uma dívida antiga.

e) destaque do Como?
Com dois tiros de calibre 38, disparados à queima-roupa contra a vítima desarmada, o
empresário José da Silva assassinou, ontem, em frente à estação do metrô de Botafogo, o
funcionário público aposentado Orlando Lemos, porque este se recusava a pagar uma dívida
antiga.
f) destaque do Por quê?
Por estar se negando a pagar uma dívida referente a um empréstimo contraído em 1993, o
funcionário público aposentado Orlando Lemos foi assassinado pelo empresário José da Silva,
ontem, em frente à estação do metrô de Botafogo, com dois tiros de calibre 38.
Exercício:
Escreva as notícias abaixo, fazendo os destaques pedidos.
a) Com um posicionamento mais defensivo, porque o zero a zero lhe dava o título de campeão
brasileiro, o Vasco empatou o jogo com o Palmeiras, ontem, no Maracanã.
• destaque do Quê?
____________________________________________________________________________
__________________________________________________

43
• destaque do Quem?
______________________________________________________________________________
________________________________________________
• destaque do Quando?
______________________________________________________________________________
________________________________________________
• destaque do Onde?
______________________________________________________________________________
________________________________________________
• destaque do Por quê?
______________________________________________________________________________
________________________________________________

b) Em Brasília,ontem, o diretor do Banco Central comunicou a decisão de, com um


programa de financiamento de débitos do sistema bancário, emprestar bilhões de reais a bancos
privados falidos em 1997, porque os correntistas seriam prejudicados com a quebra.
• destaque do Quê?
____________________________________________________________________________
__________________________________________________
• destaque do Quem?
______________________________________________________________________________
________________________________________________
• destaque do Quando?
______________________________________________________________________________
________________________________________________
• destaque do Como?
______________________________________________________________________________
________________________________________________
• destaque do Por quê?
______________________________________________________________________________
__________________________________________

TIPOLOGIA DO TEXTO:

15- O TEXTO ARGUMENTATIVO I

44
O texto argumentativo (ou dissertativo) é um companheiro inseparável dos estudantes,
sobretudo a partir das séries finais do 1º grau. Parece que vira sinônimo de redação, embora seja
apenas um de seus tipos. Uma das explicações está na característica opinativa desse tipo de texto.
Além disso, como é a modalidade textual predominante nos vestibulares do país, surgem tabus,
mitos e lendas a seu respeito.
Observe três exemplos de um trecho argumentativo (ou dissertativo), cada um com uma
apresentação diferente.
Modo A:
Muitos não acreditam que o futuro de quem quer que seja possa estar escrito com antecedência
na configuração das linhas das mãos ou dos astros do céu. Mas não se pode deixar inteiramente
de lado a idéia de o local do nascimento ter influído nos rumos da vida de alguém.
Modo B:
Geralmente não acreditamos que o futuro possa estar escrito com antecedência na configuração
das linhas das mãos ou dos astros do céu. Mas não podemos deixar inteiramente de lado a idéia
de o local do nascimento ter influído nos rumos de nossa vida.
Modo C:
“Não acredito que o futuro de quem quer que seja possa estar escrito com antecedência na
configuração das Unhas das mãos ou dos astros do céu. Mas não posso deixar inteiramente de
lado a idéia de o local do nascimento ter influído nos rumos de minha vida.” (José Paulo Paes)
Como se percebe, o texto argumentativo (ou dissertativo) pode ser:
-“objetivo” (modo A: o verbo na 3ª pessoa do singular ou do plural, conforme a necessidade);
- “subjetivo” genérico (modo B: o verbo na 1ª pessoa do plural) ou
- “subjetivo” personalista (modo C: o verbo na 1ª pessoa do singular).
Conforme a necessidade do autor, a dissertação — sobretudo as de maior tamanho — pode ter
um enfoque mais personalista, ora mais generalista.
Preste atenção para o fato de que o “modo A” de dissertar (“objetivo “) faz uso de estruturas
sintáticas específicas:
- Emprego do sujeito indeterminado (3ª pp ou 3ª ps + SE) ou da voz passiva (verbal ou
pronominal):
Exs.: Falam muito da necessidade de uma revisão constitucional
Fala-se muito da necessidade de uma revisão constitucional.
Já foram feitas muitas tentativas nesse sentido.
Já se fizeram muitas tentativas nesse sentido.
- Emprego de sujeito com palavras de sentido plural (gramaticalmente no plural ou não),
coletivo ou indefinido:
Exs.: As pessoas estão preocupadas com a falta de segurança.
O povo está preocupado com a falta de segurança.
Todo o mundo está preocupado com a falta de segurança.

45
Exercícios.
1 — Veja o trecho extraído da coluna Informe Econômico (38: 01/01/1998), de
Guilherme Barros:
“A economia real vive pregando peças no governo. Os juros foram jogados para a altura, a
equipe econômica preparou um dos mais duros pacotes fiscais da história e a palavra recessão
passou a freqüentar o noticiário econômico. E o que aconteceu? Os shoppings ficaram lotados
neste fim de ano, como sempre ocorre a cada NataL Só que, em vez de automóveis e tevês, a
corrida ao consumo se voltou para produtos como roupas, CDs e tênis. A pergunta que se faz
agora é qual o efeito multipilcador dessa nova composição da demanda.”
a) Identifique os períodos onde é possível mudar o modo argumentativo colocando o verbo e/ou
o pronome na 1ª pessoa do plural e faça a reescritura.
Resp.:_________________________________________________________________________
_______________________________________________
b) Identifique os períodos onde é possível mudar o modo argumentativo colocando o verbo e/ou o
pronome na 1ª pessoa do singular e faça a reescritura.
Resp.:_________________________________________________________________________
_______________________________________________
c) Explique por que essas outras formas argumentativas nao acarretariam alterações no conteúdo
do texto original.
Resp.:_________________________________________________________________________
_______________________________________________
2— Assinale como você classificaria cada uma das frases opinativas abaixo.
(1) modo “objetivo”
(2) modo “subjetivo” genérico
(3) modo “subjetivo” personalista
Depois, justifique sua resposta.
a) “Se o frevo fosse americano já teria dominado o mundo” (Capiba)
Resp.: ( ) _____________________________________________________
b) “O canário passou a semana saracoteando feito doido pela gaiola e chegou a bicar o dono.”
(Marcos de Vasconcellos)
Resp.: ( ) _____________________________________________________
c) “Quando dois interesses se contrariam, um deles nào é legítimo.” (Manuel Antônio de Almeida)

Resp.: ( ) ____________________________________________________
d) “O céu, transparente que doía, vibrava, tremendo feito uma gaze puxada.” (Rachei de Queiroz)
Resp.: ( )_____________________________________________________
e) “Vim a saber que o Kasthiotoh nao tivera um único voto e arranjara um emprego modesto.”
(Lima Barreto)
Resp.: ( ) _____________________________________________________
f) “A escola que eu freqüentava era cheia de grades como as prisões e o meu mestre, carrancudo

46
como um dicionário.” (Ascenso Ferreira)
Resp.: ( ) _____________________________________________________
g) “Agora, cai-me nas maos um texto que vale a pena transcrever.” (Armando Nogueira)
Resp.: ( ) _____________________________________________________
h) “Todos nós vivemos mais ou menos a atirar rasteiras uns nos outros.” (Graciliano Ramos)
Resp.: ( ) _____________________________________________________
i) “A verdade é que adoro mangas, sou um violento e apaixonado chupador de mangas.” (Rubem
Braga)
Resp.: ( )_____________________________________________________
j) “Com estas florestas de arranha-céus que vo crescendo, muita gente pensa que passarinho é
coisa só de jardim zoológico.” (Cecilia Meireles)
Resp.: ( ) _____________________________________________________

TIPOLOGIA DO TEXTO:

16-O TEXTO ARGUMENTATIVO II (temas, títulos, manchetes, legendas...)

Na elaboração de textos argumentativos (inclusive os jornalísticos), a escolha de um título, de


uma chamada ou de uma manchete tem importância especial.
A manchete para uma notícia sobre um jogo de futebol pode ser simplesmente “UM BAILE!”
— e ninguém que a leia vai pensar que o texto tratará de um encontro dançante entre pessoas nos
salões de alguma casa da alta sociedade.
É diferente, porém, a situação de um estudante que, ao prestar um concurso, se vê diante de um
TEMA para dissertar e se questiona sobre que TÍTULO dar à sua redação. Bem sabemos que, em
situações tensas como esta, muita confusão se faz. Por isso, em primeiro lugar é preciso ler com
muita atenção as instruções contidas na prova e segui-las disciplinadamente. Fique claro desde já
no entanto que, nessas relações entre tema (que é o assunto sobre o qual se vai escrever) & título
(que é a designação que se põe no alto da página), as combinações possíveis são as seguintes:
a) O tema e o título estão identificados na proposta — com as mesmas palavras;
b) O tema e o título estão identificados na proposta — com palavras diferentes;
c) Só o tema está identificado na proposta — o título, neste caso, é livre, mas precisa ter algum
vinculo com o tema (identificável em si mesmo ou ao longo do texto);
d) Só o título está especificado na proposta — o tema, neste caso, é praticamente livre, mas
precisa ter algum vínculo com o título, identificável em si mesmo ou ao longo do texto;
e) Só o título está especificado na proposta (e ele pode ser entendido como um tema) — neste
caso, essas duas palavras foram sinonimizadas na proposta.

Exercícios:
1 — Dê um título (ou manchete) para os seguintes textos jornalísticos. Depois, identifique o

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tema de cada uma das matérias.
a) Título: Falta açúcar na prateleira
Apesar do nome, comprar um pacote de aplicativos — ou suite, na denominação em inglês —
não é tão fácil quanto ir às gôndolas de um supermercado e escolher entre duas ou três marcas
de açúcar. Talvez o volume de fornecedores deste gênero de soflware seja bem menor do que os
fabricantes de açúca! os principais concorrentes são o Microsoft Office 97, o Corei Professional
Office 97 e o Lotus SmartSuite 97. Contudo, este número reduzido não é o suficiente para
simplificar a decisão entre este ou aquele pacote de aplícativos; suas próprias características
contribuem para tomar a escolha mais difícil do que simplesmente apanhar o pacote de açúcar e
dirigir ao caixa do supermercado.
(PC World: jun. 1997) Tema: A difícil tarefa de escolher um pacote de aplicativos
c) Título: _____________________________________________________
Brasília — O Ministério da Saúde está distribuindo este ano 50 milhões de camisinhas para
ensinar à população a se prevenir contra a Aids. Mas, ao mesmo tempo, está dando péssima lição
de português. Nas embalagens dos preservativos comprados no exterior, o ministério adverte:
Concerve (sic) em lugar fresco, sem umidade e protegido da luz”. O erro de ortografia (conserve
com C) virou motivo de chacota entre os consumidores e de constrangimento no ministétio. A
Coordena ção de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids do ministéno informou que a
impressão foI feita pela empresa indiana London Intemational Group (LID), de quem o Brasil
comprou as camisínhas no segundo semestre do ano passado. O texto foi transmitido à empresa
em inglês e houve erro na. tradução. Ninguém se preocupou com a revisão.(O Globo: 29jan.
1998)
Tema:_______________________________________________________
c)Título:_____________________________________________________
Brasília — Após uma semana de negociações com as bancadas ruralista e evangélica e com a
oposição, o Governo aprovou ontem na Câmara o projeto de lei de crimes ambientais, que prevê
punições para empresas e pessoas que provocarem danos ao meio ambiente. Pelo projeto
aprovado, que deverá ser sancionado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso com pelo
menos seis vetos, pequenos iíícitos contra a fauna silvestre, como matar um passarinho em caso
de fome ou para proteção da lavoura, deixam de ser crimes, mas danos ambientais graves, como
a poluição de rios e a devastação de florestas, podem ser punidos com até cinco anos de
detenção. Empresas que cometerem infrações ambientaís poderão aInda ser condenadas ao
pagamento de multas de até R$ 50 milhões, além de ter as atividades suspensas e ficar proibidas
de firmar contratos com o Poder Público.
(O Globo: 29jan. 1998)
Tema:_______________________________________________________

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Para a redação desse tipo de documento, há necessidade de empregar corretamente os
pronomes de tratamento. Esses são os principais.
Atenção!
a) Além de Vossa (se refere a com quem se fala), os pronomes de tratamento podem ser
construídos com Sua (se refere a de quem se fala), cuja abreviatura é S.
Exemplos:
Senhor Ministro, Vossa Excelência agiu de acordo com a Constituição.
Amigos, devo avisar-lhes que Sua Excelência não virá à reunião.

b) Não existe artigo (e, conseqüentemente, crase), antes dos pronomes de tratamento,
exceto Senhor, Senhora e Senhorita.
Exemplos:
Encaminho o anteprojeto a Vossa Senhoria.
Encaminho o anteprojeto à Senhora Tatiana.
c)O pronome de tratamento exige verbo e pronome na 3ª pessoa do singular, bem como silepse
de gênero com o adjetivo e o particípio.

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Exemplos:
Comunico a V.Exa. que sua exigência foi atendida.
Sr. Ministro, V.Exa. está confiante?
e) Convém, por fim, lembrar que na linguagem formal é obrigatória a uniformidade de tratamento.

Exemplos:
Meu bem, você sabe que eu a amo. (E não: Você sabe que eu te amo.)

TIPOLOGIA DO TEXTO:

19- A ENUMERAÇÃO

Certos textos profissionais ou particulares podem requerer a organização dos argumentos (ou da
descrição ou das ações dos personagens) sob a forma enumerativa. Essa possibilidade envolve,
não só o uso apropriado dos dois pontos, mas também a correta elaboração metódica de cada um
dos itens da enumeração. O trecho abaixo exemplifica uma das formas corretas de se organizar
uma enumeração argumentativa.
Partindo-se desses princípios, façamos então a divisão do trabalho do técnico de
reportagem em três partes:
- preparação quanto aos aspectos de formato, estrutura e contexto;
- ênfase na isenção diante da notícia;
- incentivo à liberdade de criação.
Observe que os três itens da enumeração mantêm uma coerência formal porque são iniciados
por palavras de mesma classe gramatical (substantivos abstratos). Além disso, também
correspondem ao conteúdo requerido pela expressão “três partes”, que antecede os dois pontos.
Isto é, se tivéssemos de sintetizar em uma palavra cada uma das “três partes anunciadas”,
poderíamos responder: “preparação..., ênfase... e incentivo...”
Uma variação possível para esse mesmo texto colocaria a enumeração no mesmo pará- grafo
dos dois pontos. Isto porque se trata de um trecho que, agrupado com o do pará-grafo introdutório,
não compromete seu tamanho nem sua compreensão. Assim, tería- mos:
Partindo-se desses princípios, façamos então a divisão do trabalho do técnico de
reportagem em três partes: preparação quanto aos aspectos de formato, estrutura e
contexto; ênfase na isenção diante da notícia; incentivo à liberdade de criação.
No entanto, seria inadequado adotar esse mesmo procedimento se, por exemplo, cada um dos
itens da enumeração fosse mais longo OU se fosse grande a quantidade de itens da enumeração.
Da mesma forma, estaria inadequado iniciar os itens da enumeração por palavras de mais de uma
classe gramatical.

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Exercícios:
1 — Complete o texto argumentativo abaixo com uma enumeração simétrica, coerente e
iniciada por verbos.

_______________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
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______________________________________________________________________________

2—Identifique os SETE ERROS cometidos na composição do texto abaixo.

Os SETE ERROS do texto são:


( ) O parágrafo inicial não tem informações suficientes para introduzir uma enumeração.
( ) O parágrafo inicial não anuncia adequadamente a enumeração.
( ) O parágrafo inicial termina por dois pontos.

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( ) O parágrafo inicial dá a entender que ficou combinado encontrar defeitos no apartamento.
( ) Os itens da enumeração não seguem a lógica dos cômodos do apartamento.
( ) Os itens da enumeração são iniciados por palavras de classes diferentes.
( ) Os itens da enumeração nem terminam por ponto nem por ponto-e-vírgula.
( ) Os itens da enumeração não seguem a lógica dos cômodos do apartamento.
( ) Os itens da enumeração começam por letra maiúscula.
( ) A lista da enumeração tem frases de tamanhos diferentes.
( ) A lista da enumeração tem frases com pronome possessivo.
( ) A lista da enumeração contém um item que representa defeito fora do apartamento.
( ) A lista da enumeração contém dois itens que não representam defeito.
( ) A lista da enumeração separa em dois um defeito que se refere a um único item.

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