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Ministério da Educação

Universidade Tecnológica Federal do Paraná


Curso de Engenharia Civil PR
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

Memorial de Cálculo

LEVANTAMENTO DAS FORÇAS DEVIDAS À


AÇÃO DO VENTO EM UMA QUADRA
POLIESPORTIVA

APUCARANA -PR

DEZEMBRO DE 2019
SUMÁRIO

1. VELOCIDADE BÁSICA DO VENTO, V0 .................................................................... 3


2. FATOR TOPOGRÁFICO, S1 ......................................................................................... 3
3. FATOR S2 ....................................................................................................................... 3
3.1 Rugosidade do terreno ................................................................................................. 3
3.2 Dimensões da edificação ............................................................................................. 4
3.3 Altura sobre o terreno .................................................................................................. 4
4. FATOR ESTATÍSTICO, S3 ............................................................................................ 4
5. DETERMINAÇÃO DAS PRESSÃO DINÂMICA DO VENTO .................................. 5
6. DETERMINAÇÃO DAS FORÇAS ESTÁTICAS DEVIDAS AO VENTO ................. 5
6.1 Coeficientes de pressão e forma externos ................................................................... 6
6.1.1 Coeficientes de pressão externos para a cobertura .................................................. 6
6.1.2 Coeficientes de pressão externos para as paredes .................................................... 9
6.2 Coeficientes de pressão e forma internos (𝑪𝒑𝒊) ........................................................ 11
6.3 Combinação dos coeficientes de pressão externos (𝑪𝒑𝒆) e internos (𝑪𝒑𝒊) e cálculo
das forças atuantes do vento ................................................................................................. 12
7. LEVANTAMENTO DOS CARREGAMENTOS E COMBINAÇÃO DE AÇÕES .... 15
7.1 Carregamentos na terça mais solicitada..................................................................... 17
7.1.1 Telhado .................................................................................................................. 17
7.1.2 Terças ..................................................................................................................... 17
7.1.3 Arco treliçado ........................................................................................................ 17
8. COMBINAÇÃO DE AÇÕES ....................................................................................... 18

2
PREFÁCIO

Este Memorial de Cálculo tem por objetivo realizar o levantamento das forças
devidas ao vento em UMA QUADRA POLIESPORTIVA, localizada nas
dependências da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), campus
Apucarana, de acordo com as informações dos projetos arquitetônico, estrutural e
complementares.
O presente levantamento de cargas foi executado com base nas disposições
normativas da ABNT NBR 6123 (1988) - Forças devidas ao vento em edificações e
serve apenas de subsídio à análise técnica dos engenheiros responsáveis pela
contratação e execução da obra. Antes de ser tomada qualquer decisão, os mesmos
deverão revisar os cálculos realizados a fim de capturar algum carregamento
porventura desconsiderado.

1. VELOCIDADE BÁSICA DO VENTO, V0

Retirada do mapa de isopletas da ABNT NBR 6123:1988, considerando a


implantação da edificação no município de Apucarana-PR. Seu valor adotado foi de
V0 = 43 m/s.

2. FATOR TOPOGRÁFICO, S1

O fator topográfico S1 leva em consideração as variações do relevo do terreno.


No presente memorial de cálculo foi considerado um terreno plano ou fracamente
acidentado, ou seja, S1 = 1,0.

3. FATOR S2

3.1 Rugosidade do terreno

Considerando o entorno de onde será edificada a quadra poliesportiva,


admitiu-se uma rugosidade equivalente à categoria III, com uma cota média dos
obstáculos de 3 m de altura.

3
3.2 Dimensões da edificação

A quadra poliesportiva apresenta uma área em planta de aproximadamente


1250 m², com dimensões de 45,65 m x 27,4 m. Logo, a edificação enquadra-se na
Classe B da ABNT NBR 6123 (1988, p.9):
"Classe B: Toda edificação ou parte de edificação para a qual a maior
dimensão horizontal ou vertical da superfície frontal esteja entre 20 m e 50 m".

3.3 Altura sobre o terreno

A quadra apresenta uma altura máxima de 11,52 m em relação ao nível do


terreno, medida no ponto central da cobertura. Logo, o fator S 2 usado no cálculo da
velocidade do vento é dado por:

S2 = b Fr (z/10)p
[1]

Com:
b = 0,94;
p = 0,105;
Fr = 0,98 (categoria II, classe B);
z = 11,52 m.

Portanto:

S2 = 0,94.0,98.(11,52/10)0,105 = 0,935 [2]

O valor dos coeficientes b e p foram retirados da Tabela 1 da NBR 6123


(ABNT, 1988, p. 9) e são referentes a terrenos de categoria III. O fator de rajada, Fr,
é medido na condição de referência, em terrenos de categoria II.

4. FATOR ESTATÍSTICO, S3

Segundo definição da ABNT NBR 6123 (1988, p.10), “O fator estatístico S3 é


baseado em conceitos estatísticos e considera o grau de segurança requerido e a
vida útil da edificação”. A velocidade básica V0, por sua vez, é a velocidade do vento

4
que apresenta um período de recorrência médio de 50 anos e a probabilidade de
ser igualada ou excedida neste período é de 63%.
Com base na Tabela 3 da ABNT NBR 6123:1988, adotou-se S3 = 1,0.

5. DETERMINAÇÃO DAS PRESSÃO DINÂMICA DO VENTO

Uma vez estabelecida a velocidade básica do vento, V0, e dos fatores S1, S2 e
S3 adequados ao local onde a estrutura será construída, obtém-se a velocidade
característica do vento, Vk, para a parte da edificação em consideração, de acordo
com a expressão:

Vk = V0 S1 S2 S3 = 43 (1,0) (0,935) (1,0) = 40,20 m/s [3]

Em seguida, com base no valor da velocidade característica do vento,


determina-se a pressão dinâmica do vento por:

q = 0,613 Vk2 = 0,613 (40,20)2 = 990,67 N/m² [4]

6. DETERMINAÇÃO DAS FORÇAS ESTÁTICAS DEVIDAS AO VENTO

A força do vento depende da diferença de pressão atuando nas faces opostas


da parte da edificação em estudo. Segundo definição da ABNT NBR 6123:1988, a
força do vento sobre um elemento plano de edificação de área A que atua em
direção perpendicular a ele é dada por:

F = Fe - F i [5]

Onde:
Fe: força externa à edificação, agindo na superfície plana de área A;
Fi: força interna à edificação, agindo na superfície plana de área A;

Portanto:

F = (Ce - Ci) q A [6]

Onde:
Ce: coeficiente de forma externo – Ce = Fe/q A;
Ci: coeficiente de forma interno – Ci = Fi/q A;

5
Valores positivos dos coeficientes de forma externo e interno correspondem a
sobrepressões, enquanto valores negativos correspondem a sucções.
Valores positivos da Equação [6] indicam que a força F atua para o interior, ao
passo que valores negativos indicam que esta força atua para o exterior da
edificação.
Para os casos previstos na ABNT NBR 6123:1988, a pressão interna é
considerada uniformemente distribuída no interior da edificação.

6.1 Coeficientes de pressão e forma externos

6.1.1 Coeficientes de pressão externos para a cobertura

A ABNT NBR 6123:1988 fornece, por meio de figuras e tabelas, valores dos
coeficientes de pressão e forma externos para diversos tipos de edificações e para
direções críticas do vento. Para o caso de coberturas curvas, mais especificamente
abóbadas cilíndricas de seção circular, os coeficientes de pressão são
apresentados nas Tabelas 24 a 26 da referida Norma, contidas no anexo E.1
(ABNT, 1988, p.50).
Os valores exibidos na ABNT NBR 6123:1988 são baseados em ensaios
realizados em fluxo aproximadamente uniforme e de baixa turbulência, com número
de Reynolds subcrítico, porém com a cobertura do modelo dotada de superfície
externa rugosa. A Norma salienta que estes valores não são inteiramente válidos
para as edificações reais, mas podem ser considerados como orientação para o
projeto de edificações cuja forma se aproxime àquela indicada na Figura 1.

Figura 21 - Abóbadas cilíndricas de seção circular com 0,5 I2 < I1 < 3 I2.

6
Fonte: adaptado de ABNT NBR 6123 (1988).

Na Figura 1, a dimensão I1 corresponde ao comprimento do ginásio, igual a


45,65 m, e a dimensão I2 é a largura da cobertura, cuja extensão é de 27,4 m. Logo,
a forma da edificação atende ao critério de validade para aplicação dos coeficientes
de pressão ensaiados por meio de túnel de vento (I1 = 0,6 I2). Como consequência,
os coeficientes de pressão das Tabelas 24 a 26 da ABNT NBR 6123:1988 podem
ser utilizados.
A seguir, os coeficientes de pressão correspondentes às situações de vento
soprando perpendicularmente à geratriz da cobertura (Figura 1a) e paralelamente à
esta (Figura 1b) são reproduzidos nas Tabelas 1 e 2, respectivamente. Além destes,
são representados na Tabela 3 os coeficientes de pressão nas regiões hachuradas
A1 e D1 da Figura 1b, que considera a ocorrência de pontas de sucção ocasionadas
pela incidência oblíqua do vento.

Tabela 1. Coeficientes de pressão externa, cpe, para vento


soprando perpendicularmente à geratriz da cobertura.

7
cpe para a parte
f/I2 h/I 2
1 2 3 4 5 6
0 0.3 -0.3 -0.6 -0.7 -0.6 -0.2
1/8 -0.5 -0.5 -0.7 -0.7 -0.5 -0.2
1/4 -0.9 -0.6 -0.8 -0.8 -0.4 -0.2
1/5
1/2 -1.2 -0.7 -0.9 -0.8 -0.3 -0.2
1 -1.4 -0.8 -0.9 -0.9 -0.4 -0.4
5 -1.8 -1 -1.1 -1.2 -0.8 -0.7
1/8 -1 -0.4 -0.4 -0.4 -0.4 -0.3
1/4 -1.2 -0.5 -0.4 -0.4 -0.4 -0.3
1/10
1/2 -1.5 -1 -0.7 -0.5 -0.4 -0.3
1 -1.6 -1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.3

Fonte: adaptado de ABNT NBR 6123 (1988).

Tabela 2. Coeficientes de pressão externa, cpe, para vento


soprando paralelamente à geratriz da cobertura.
Parte da cobertura A1+A2 B C D1+D2
cpe -0.8 -0.6 -0.3 -0.2

Fonte: adaptado de ABNT NBR 6123 (1988).

Tabela 3. Coeficientes de pressão externa, cpe, para vento


soprando obliquamente à geratriz da cobertura.
Parte da cobertura A1 D1+D2
cpe -1.8 -1.8

Fonte: adaptado de ABNT NBR 6123 (1988).

Para a quadra poliesportiva estudada, a altura da cúpula (f) é igual a 4,00 m e


a altura das paredes (h) é de 7,52 m. Com base nestes valores, calcula-se o valor
das proporções f/I2 = 0,146 e h/I2 = 0,274. Visto que a razão f/I2 apresenta valor
intermediário àqueles apresentados na Tabela 1, realiza-se uma interpolação linear
entre os valores da 3ª e 8ª linhas (correspondentes ao valor de h/I2 = ¼) para obter
os coeficientes de pressão externos para vento soprando perpendicularmente à
geratriz da cobertura. Com isso, obtém-se os resultados exibidos na Tabela 4 e
representados na Figura 2.

Tabela 4. Coeficientes de pressão externa, cpe, para vento atuando em


direção perpendicular à geratriz da cobertura da quadra.

cpe para a parte


f/I2 h/I2
1 2 3 4 5 6
1/5 1/4 -0.9 -0.6 -0.8 -0.8 -0.4 -0.2
1/10 1/4 -1.2 -0.5 -0.4 -0.4 -0.4 -0.3
Resultados -1.062 -0.546 -0.584 -0.584 -0.4 -0.254

8
Figura 2. Coeficientes de pressão externa, cpe, para vento atuando em
direção perpendicular à geratriz da cobertura da quadra.

Em caso de vento soprando paralelamente à geratriz da cobertura, os


coeficientes de pressão da cobertura resultam conforme representado na Figura 3.

Figura 3. Coeficientes de pressão externa, cpe, para vento atuando em


direção paralela à geratriz da cobertura da quadra.

*Nota: coeficiente de pressão A1 considerando vento em direção oblíqua.

6.1.2 Coeficientes de pressão externos para as paredes

A Tabela 4 da ABNT NBR 6123 (1988, p.14) fornece os coeficientes de


pressão e forma externos para paredes de edificações de planta retangular. Os
valores são dados em função da razão entre a maior (a) e a menor (b) dimensão
em planta da edificação, além da proporção entre a altura das paredes (h) e sua
menor dimensão (b). Para a estrutura em análise, tem-se os seguintes valores:
h  7,52 m
 h a
b  27, 4 m   0,274 e  1,667
a  45,65 m b b

9
Logo, adotam-se os coeficientes de pressão externa mostrados na Tabela 5
para as paredes da quadra poliesportiva.

Tabela 5. Coeficientes de pressão externa, cpe, nas paredes da quadra.


α = 0° α = 90°
h/b a/b
A1 e B1 A2 e B2 A3 e B3 C D A B C 1 e D1 C2 e D2
0.274 1.667 -0.8 -0.467 -0.3 0.7 -0.367 0.7 -0.433 -0.833 -0.433

A pressão externa exercida pelo vento incidente a 0º e 90º nas paredes da


edificação encontra-se representada nas Figuras 4 e 5, respectivamente.

Figura 4. Coeficientes de pressão externa para as paredes com vento à 0°.

Figura 5. Coeficientes de pressão externa para as paredes com vento à 90°.

10
6.2 Coeficientes de pressão e forma internos (𝑪𝒑𝒊 )

A ABNT NBR 6123:1988 considera que a pressão interna é distribuída


uniformemente no interior da edificação. O item 6.2 da norma indica os valores dos
coeficientes de pressão internos (cpi) a serem considerados em diversas situações,
a depender das características do barracão quanto às suas faces permeáveis e
impermeáveis. A permeabilidade deve-se à presença de aberturas, tais como juntas
entre painéis de vedação e entre telhas, frestas em portas e janelas, ventilações em
telhas e telhados, vãos abertos de portas e janelas, chaminés, lanternins, etc.
Para o presente projeto, consideram-se duas situações:
 Em primeiro lugar, admite-se que a construção apresenta duas faces
opostas igualmente permeáveis (faces A e B), enquanto as demais faces
são impermeáveis. Neste caso, cpi = +0,2 quando o vento incide ortogo-
nalmente a uma face permeável ou cpi = -0,3 para vento perpendicular a
uma face impermeável. Salienta-se que esta situação não representa com
fidelidade a condição real da estrutura, visto que apenas a face onde será
executado o vestiário é realmente impermeável, sendo a face D
igualmente permeável às faces A e B.
 A segunda hipótese admite as quatro faces igualmente permeáveis. Neste
caso, cpi = -0,3 ou 0 (considera-se o valor mais nocivo entre os dois valores
recomentados por norma).
Ao todo, tem-se as seis hipóteses críticas de carregamento representadas nas
Figuras 6 a 8.

Figura 6. Coeficientes de pressão: vento à 0° e 90º, duas faces permeáveis.

11
Figura 7. Coeficientes de pressão: vento à 0º e 90°, quatro faces permeáveis (cpi = -0,3).

Figura 8. Coeficientes de pressão: vento à 0° e 90º, quatro faces permeáveis (cpi = 0).

6.3 Combinação dos coeficientes de pressão externos (𝑪𝒑𝒆 ) e internos (𝑪𝒑𝒊 )


e cálculo das forças atuantes do vento

Para realizar a combinação dos valores de pressão, considerou-se os maiores


coeficientes atuantes nas paredes e nos telhados, para o vento a 0° e 90°, como
apresentando nas Figuras (X) e (X) abaixo.
Figura (X) – Coeficientes de pressão críticos para vento à 0°

Fonte: Autor (2019).

12
Figura (X) – Coeficientes de pressão críticos para vento à 90°

Fonte: Autor (2019).


Com os coeficientes, pode-se encontrar a força perpendicular do vento que
atua sobre um elemento plano da edificação de área A, conforme a Equação (X)
abaixo.

(𝐶𝑒 − 𝐶𝑖 )𝑞𝐴
𝐹= (X)

onde Ce e Ci são os coeficientes de pressão externa e interna da área A,


respectivamente; q é apressão dinâmica do vento e; h é a altura ou comprimento ao
longo do qual a força de vento F é distribuída (dada em N/m).
A força de vento suportada por cada pórtico plano que compõe a estrutura é
calculada com base na área de parede compreendida entre dois pórticos. Essa área
equivale ao produto da distância entre pórticos (5 m) pela altura da parede, h, que
se simplifica com o denominador da Equação (X). A pressão dinâmica 𝑞 foi
calculada no item x. Com base nesse procedimento, elabora-se a Tabela (X) a
seguir.
Seção 𝑪𝒆 𝑪𝒊 𝑭 (kN/m)
Parede
-0,80 0,2 -4,05
esquerda
Parede
-0,80 0,2 -4,05
Vento a 0° direita
Teto
-0,80 0,2 -4,05
esquerdo
Teto direito -0,80 0,2 -4,05

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Parede
0,70 -0,30 4,05
esquerda
Parede
-0,44 -0,30 -0,57
Vento a 90° direita
Teto
-1,01 -0,30 -2,88
esquerdo
Teto direito -0,40 -0,30 -0,41

As Figuras (X) e (x) abaixo apresentam como a força do vento se distribui na


estrutura.
Figura (X) – Força do vento a 0° (kN/m)

Fonte: Autor (2019).

Figura (X) – Força do vento a 90° (kN/m)

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Fonte: Autor (2019).

7. LEVANTAMENTO DOS CARREGAMENTOS E COMBINAÇÃO DE AÇÕES

Após o cálculo das cargas do vento, levanta-se o peso da cobertura que atua
na terça mais solicitada do projeto, combinando-o com as demais ações de natureza
acidental. O item B.5.1 do Anexo B da ABNT NBR 8800:2008 recomenda que, para
coberturas comuns, seja prevista uma sobrecarga de 0,25 kN/m² proveniente de Comentado [JM1]: ²

cargas de instalações elétricas e hidráulicas, de isolamento térmico e acústico ou


elementos que podem ser fixados na cobertura. Além desta ação, deve-se
considerar a ação do vento, calculada anteriormente.
Para proceder com a combinação de ações, o peso próprio da estrutura e as
demais ações acidentais devem ser majorados pelos respectivos fatores de
segurança indicados na NBR 8681:2008. Para a ação do peso das terças,
considera-se o coeficiente relativo ao peso próprio de estruturas metálicas
(𝛾𝐺,𝑡𝑒𝑟ç𝑎 = 1,25), enquanto para as telhas considera-se o fator de ponderação
correspondente a elementos industrializados (𝛾𝐺,𝑡𝑒𝑙ℎ𝑎 = 1,35). Nos casos em que o
peso próprio da estrutura a estabiliza e atenua os esforços internos, considera-se
ambos os fatores com valor unitário (𝛾𝐺,𝑡𝑒𝑟ç𝑎 = 1,0; 𝛾𝐺,𝑡𝑒𝑙ℎ𝑎 = 1,0).
No presente projeto haverá, portanto, duas combinações de ações possíveis.
A primeira combinação considera o peso próprio dos elementos como ação

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desfavorável, que atua no mesmo sentido da sobrecarga. Assim, a força linear
atuante em cada terça terá o valor de:
C1 = PLterça ⋅ 𝛾𝐺,𝑡𝑒𝑟ç𝑎 + PPtelha ⋅ Linf ⋅ 𝛾𝐺,𝑡𝑒𝑙ℎ𝑎 + SC ⋅ Linf ⋅ 𝛾𝑄,𝑠𝑜𝑏𝑟

kN kN
C1 = 0,0617 ⋅ 1,25 + 0,03698 2 ⋅ 1,31 m ⋅ 1,35 +
m m
kN
+0,25 2 ⋅ 1,31 m ⋅ 1,50𝐶𝑎𝑟𝑟𝑒𝑔𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 1
m
𝑘𝑁
C1 = 0,6405
𝑚

tal que Linf representa a largura de influência de cada terça, isto é, a faixa de telhado
suportada por cada elemento; e 𝛾𝑄,𝑠𝑜𝑏𝑟 corresponde ao coeficiente de majoração de
ações acidentais decorrentes da ocupação da estrutura (Tabela X da NBR
8800:2008).
A segunda combinação considera o vento como única ação variável atuante,
desconsiderando a sobrecarga pois essa está em sentido contrário ao do vento. O
vento atua para cima, no sentido de levantar o telhado, enquanto o peso próprio da
estrutura atua para baixo, proporcionando estabilidade à estrutura de cobertura.
Assim, o coeficiente de majoração do vento é de 1,4, enquanto o peso próprio é
ponderado por fatores unitários. Deve-se decompor a carga do vento nas direções
X e Y, cujo valor crítico na cobertura é de -4,05 kN/m. Assim, os carregamentos
serão:
𝐶2𝑦 = 𝑃𝑃𝑡𝑒𝑟ç𝑎 ⋅ 𝛾𝐺,𝑡𝑒𝑟ç𝑎 + 𝑃𝑃𝑡𝑒𝑙ℎ𝑎 ⋅ Linf ⋅ 𝛾𝐺,𝑡𝑒𝑙ℎ𝑎 + 𝐹𝑣𝑒𝑛𝑡𝑜 ⋅ 𝑐𝑜𝑠𝜃 ⋅ 𝛾𝑄,𝑣𝑒𝑛𝑡𝑜

kN kN 𝑘𝑁
𝐶2𝑦 = 0,0617 ⋅ 1,0 + 0,03698 2 ⋅ 1,31 m ⋅ 1,0 − 4,05 ⋅ 𝑐𝑜𝑠𝜃 ⋅ 1,4
m m 𝑚

𝑘𝑁
𝐶2𝑦 = −5,5146
𝑚
𝐶2𝑥 = 𝐹𝑣𝑒𝑛𝑡𝑜 ⋅ 𝑠𝑒𝑛𝜃 ⋅ 𝛾𝑄,𝑣𝑒𝑛𝑡𝑜
𝑘𝑁
𝐶2𝑥 = −0,6714
𝑚
Os valores encontrados de carregamento são aplicados na terça a fim de se
encontrar a reação nos apoios da mesma, que correspondem às treliças, como
apresentam as Figuras X, X e X:
(Terças do Ftool)

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7.1 Carregamentos na terça mais solicitada

7.1.1 Telhado

MEMORIAL: As telhas serão de aço galvanizadas onduladas com espessura


mínima de 0,5mm e telhas translucidas onduladas. Telha metálica trapézio TR25,
espessura 0,5 mm cor natural.  OBTER CATÁLOGO DA INTERNET OU
ESTIPULAR ALGUMA COM RECHEIO TÉRMICO (MAIS PESADA, A FAVOR DA
SEGURANÇA).
A cobertura será de telhas metálicas do tipo trapezoidal, obtida por meio de
catálogo da empresa Regional Telhas, modelo RT25/1020, cujo peso é 3,77 kg/m²,
equivalente a 0,03698 kN/m². As terças são executadas em perfil Ue 150 x 60 x 20
#3,00 mm, apresentando 20,15 metros de comprimento e peso linear de 6,84 kg/m
(0,0671 kN/m).

7.1.2 Terças

As terças consistem em perfis cartola (especificar e indicar peso linear dos


perfis). Calcular extensão total das terças e simular no ftool. Levantar a área de
influência de cada terça para a aplicação das forças do vento, sobrecarga e peso
próprio das telhas.

7.1.3 Arco treliçado

Descrever as características dos perfis que compões o arco treliçado.


Acrescentar modelo do Ftool e aplicar reações de apoio calculadas para as terças.

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8. COMBINAÇÃO DE AÇÕES

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