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Do Usufruto

É um direito real de uso. O usufruto nada mais é do que o direito de usar, usufruir da
coisa. O proprietário repassa a outa pessoa parte dos seus direitos inerentes à
propriedade. O usufrutuário passa a ter o direito de uso e gozo, enquanto o proprietário
ficará com o direito de reivindicar e dispor. O usufrutuário será o possuidor direto,
enquanto o nu-proprietário será o possuidor indireto. Tanto o usufrutuário e o nu-
proprietário podem fazer uso das ações possessórias, já que os dois exercem posse sobre
a coisa, já a ação reivindicatória só pode ser manejada pelo nu-proprietário. O
usufrutuário tem direito de posse, administrar a coisa e perceber os frutos gerados pela
coisa enquanto o usufrutuário estive usufruindo da coisa. O usufruto pode ser dá tanto
de coisas móveis e imóveis. O usufruto pode se dá de forma integral ou parcial. O
usufruto deve ser averbado à margem da matricula do imóvel, porque deve constar que
os poderes de uso e gozo e de tal pessoa e não do proprietário. O usufruto se estende aos
acessórios e acrescidos, essa é a regra, a não ser que o proprietário não permita que o
usufrutuário use estes. Se o acessório ou acrescido for consumível e o usufrutuário
consumir, ao final ele deve restituí-lo em coisa igual, mesma qualidade, quantidade e
gênero, ou indenizar o proprietário pelo acréscimo consumido. A principal característica
do usufruto é que ela é inalienável, mas a lei prevê a possibilidade de você ceder o
usufruto a titulo gratuito ou oneroso, e como se eu estivesse locando, arrendando meu
usufruto. Se o usufruto é inalienável, consequentemente ele é impenhorável, mas os
frutos podem ser penhorados por divida do usufrutuário.

Direitos do Usufrutuário

O usufrutuário tem direito a perceber os frutos naturais e civis (ex, dos civis é o aluguel,
os juros sobre a coisa). Tem direito sobre a cria dos animais acima do tinha ao receber o
usufruto, Ex: tem na fazenda 15 bois, como o passar do tempo morreram 10 bois, e
tempos depois nasceram 12 você ficará só com 2 e devolverá 10. Quando eu for
devolver a coisa e tiver frutos pendentes estes pertencerão ao proprietário, e não tem
direito a indenização pelo custeio e manutenção. O usufrutuário deve usufruir da coisa
em pessoa ou mediante locação (arrendamento).

Deveres do Usufrutuário

O usufrutuário deve realizar um inventário, ou seja, listar todas as coisas que há no bem
quando ele recebeu, ele também deve, se o proprietário exigir, prestar um caução, que
pode ser uma garantia real (hipoteca, penhor e antitese) ou pessoal, chamada de
fidejussória. Uma exceção é a doação com cláusula de usufruto, o donatário não pode
cobrar caução do doador. Ele só poderá cobrar caução se o usufruto for para uma pessoa
diferente do doador. Caso o usufrutuário não tenha como prestar caução ele perde o
poder de administração, nesse caso quem irá administrar só que os rendimentos em
virtude da administração pertencem ao usufrutuário. O gasto que teve com a
administração o usufrutuário terá de reembolsá-lo. As despesas ordinárias de
conservação é do usufrutuário, água, luz etc., enquanto as extraordinárias é do
proprietário da coisa, ex: trocar o telhado. Também será do proprietário as despesas que
não forem de custo módico, ainda que ordinárias. Despesa de custo módico são aquelas
que são superiores a 2\6 do rendimento líquido anual. As deteriorações das coisas em
virtude do exercício regular do direito, do uso, do desgaste natural da coisa não há falar
em indenização. O frutuário também é obrigado a pagar juros da divida que onera o
patrimônio, ou seja, o proprietário paga a mensalidade e o usufrutuário deve pagar os
juros do financiamento e não de inadimplência. Se a coisa vier a se perde e o
usufrutuário tinha feio o seguro, a indenização será para ele e não para o proprietário da
coisa, e se o seguro foi feito pelo proprietário este terá a indenização. Se houver o
restabelecimento da coisa, o direito de usufruto não restabelece junto se o seguro foi
pago pelo proprietário da coisa, mas se o seguro foi contratado pelo usufrutuário e a
coisa se restabeleceu, o usufruto prevalece.

Extinção do Usufruto

a) Renúncia ou morte do usufrutuário: mesmo que o usufruto seja vitalício pode a


pessoa que está usufruindo da coisa renunciar. Quem revoga o usufruto é o
proprietário da coisa. Extingue-se o direito do usufruto com a morte do
usufrutuário, o usufruto não se estende aos herdeiros.
b) Termo de duração: é o usufruto com tempo determinado.
c) Cessação da Pessoa Jurídica, ou “30 anos”: extinguindo a pessoa jurídica
extingue-se o usufruto, mas se a pessoa jurídica perdurar há um limite máximo
de 30 anos para ter o direito real de usufruto, mas esse pode ter um prazo menor,
desde que fixado, porque se não foi fixado fica entendido que são 30 anos.
d) Cessação do motivo de que se origina: se o motivo pelo qual a pessoa concedeu
o usufruto não mais existir também é um móvito de extinção do usufruto.
e) Destruição da coisa: se a coisa se perder também não tem como mais falar em
usar a coisa, então extingue-se o usufruto pela perda da coisa.
f) Culpa do usufrutuário: se a coisa se perdeu por culpa do usufrutuário também se
extingue o usufruto, e irá responder perante o proprietário.
g) Pelo não uso: se é usufruto você tem que usar, se você não usa e for provado o
não uso, o seu direito de usufruto será extinto.

Do uso

É um usufruto restrito ou chamado também de usufruto anão, porque é um tipo de


usufruto, mas com menor amplitude do que o próprio usufruto. No direito de uso a
pessoa tem direito de usar a coisa e perceber os frutos, com menor amplitude, ou seja,
ele só vai usar conforme suas necessidades pessoais e a de sua família, e essa
necessidade têm de ser provada, sendo analisada a condição social e onde a pessoa que
está usando a coisa vive, enquanto no usufruto a pessoa pode usar da coisa exercendo
seu direito da propriedade como você bem entender. A lei ainda diz que a necessidade
da família compreende a necessidade dos cônjuges, a dos filhos solteiros bem como dos
que prestam serviços domésticos àquela família.
Da Habitação

É um direito real de habitação. Você pode conceder a alguém que habite um imóvel seu,
só que essa concessão é gratuita, como se fosse um comodato só que em direito real.
Você vai averba esse direito de habitação a margem da matricula que tal pessoa o
direito real de habitação sobre aquele seu imóvel. Quem está habitando não pode alugar,
não pode emprestar, não pode fazer qualquer tipo de alienação ou cessão de imóvel, ela
só pode ocupar a coisa para habitar sozinha ou com a sua família. Pode ser concedido
esse direito a mais de uma pessoa, eu posso conceder o direito real de habitação a outras
pessoas que não seja daquela família. Se foi concedido a mais de uma pessoa e apenas
um mora, os outros não podem cobrar do que está habitando a casa qualquer valor.
Também aplica-se as regras do usufruto à Habitação.

Do Direito do Promitente Comprador

Se é feito o compromisso de compra e vendo você deve levar a registo esse contrato
para dar publicidade a terceiros e não permitir que aquele proprietário vendo o imóvel
para mais de uma pessoa. Se no contrato de compra e vendo não existir cláusula de
arrependimento, ou seja, de que qualquer uma das partes podem se arrepender do que
foi convencionado entre elas, o comprador adquiri o direito real de aquisição do imóvel.
O registro que deve ser feito no cartório de registro de imóveis é para você se valer
contra terceiros, por exemplo: você me vende um imóvel por promessa de contrato de
compra e venda, seja por instrumento particular ou público, ai vou e te pago todo o
valor do imóvel, então eu vou querer a escritura do imóvel agora para registra o imóvel
em meu nome, mas você me fala que não vai passar a escritura; só que é direito meu ter
a escritura definitiva porque eu cumprir o contrato preliminar. Pela linguagem da lei nós
entenderíamos que se você não registrou o contrato você não tem direito a esta escritura
definitiva. Mas o que a lei está dizendo com relação ao registro é para você se valer
contra terceiro e não contra o outro contratante, porque se não estaríamos falando em
enriquecimento ilícito. Dessa forma, feito o pagamento ou cumprida outra formalidade
estabelecido na promessa de compra e venda, é direito do comprador ter escritura
independentemente se o contrato preliminar foi registrado ou não. Se ele se recusar você
pode, inclusive, pedir ao juiz para que o substitua, ou seja, que lavre o documento sem a
assinatura do vendedor porque o juiz vai substituí-lo. O objeto do contrato preliminar é
o contrato definitivo

Da usucapião

Quando você tem justo título e boa-fé, o seu tempo de posse para usucapir é menor,
reduz o prazo prescricional. O justo título é um documento que aparentemente traz a
ideia de que você negociou, comprou aquele bem. ex: contrato de compra e venda,
contrato particular, contrato de cessão ou uma doação, ou formal de partilha só que esse
documento tem um vício que não pode ser levado a registro, esse vício não pode ser de
nulidade absoluta porque se for de nulidade absoluta nem o título mais existe. A boa-fé
é desconhecer o vício da sua posse.
A sentença é o requisito principal da usucapião. A sentença tem natureza declaratória,
ela só vai declarar que a propriedade é sua, porque já cumprido os requisitos você já
adquiriu a propriedade. A sentença deve ser levada ao cartório de registros de imóveis
para ser registrada, isso é indispensável, mas não é o registro que transfere a
propriedade. A propriedade já foi adquirida com a sentença declaratória. O registro é
mera formalidade, serve para trazer a publicidade em relação à propriedade. Como a
aquisição é originária ela não leve nenhum ônus.

Modalidade de usucapião

1- Extraordinária – se subdivide-se me:


a) Usucapião extraordinária geral: Para eu adquirir a propriedade por esse tipo
de usucapião eu preciso ter posse mansa pacífica e ininterrupta pelo prazo de
15 anos seguidos, seja bem imóvel urbano ou rural.
b) Usucapião extraordinária abreviada: abreviada é a redução do tempo de 15
para 10 anos, mas a redução do tempo nesse tipo de usucapião extraordinário
ela se dá não pela presença do justo título e sim em virtude de estabelecer
moradia ou obras ou serviços de caráter produtivo. O justo título nessa
modalidade também não é necessário. O que faz reduzir o tempo para
usucapir é ter a moradia habitual ou fazer obras de caráter produtivo. Eu
posso promover ação de usucapião extraordinária, seja geral ou abreviada,
ainda que eu tenha outros imóveis, não é requisito que eu não tenha outros
imóveis.

2 - Ordinário– se subdivide-se em:

a) Geral: para eu usucapir um bem imóvel em 10 anos eu preciso ter apenas o


justo título e boa-fé, não é necessário eu ter moradia ou fazer obras. A sua
reduz ocorre por causa do justo título.
b) Abreviada ou Social: ter a posse mansa, pacífica e ininterrupta pelo prazo de
5 anos, ter justo título e boa-fé, ter adquirido o imóvel de forma onerosa
(contrato) com registro cancelado e estabeleça a sua moradia ou faça
investimento de interesse social ou econômico.

Da aquisição da propriedade de bens móveis

1) Usucapião: se você tiver justo título e boa-fé, posse mansa, pacífica e


ininterrupta pelo prazo de 3 anos, você poderá adquirir a propriedade. A regra
para usucapir um bem móvel é ter um justo título e boa-fé. Mas eu posso
usucapir bens móveis mesmo que eu não tenha o justo título e boa-fé, mas o
prozo será de 5 anos.
2) Ocupação: coisa móvel perdida sem dono, será possível adquirir a propriedade
dessa coisa, mas se essa coisa for arrecada pelo Estado ai não será mais possível
você adquirir a propriedade.
3) Tradição: é a entrega da coisa móvel, se a coisa foi entregue você adquiriu
propriedade. A tradição pode ser real ou ficta. Ficta é a que ocorre antes mesmo
da alienação, ex: eu te aluguei meu carro e alguns meses depois eu vendo ele pra
você, nesse caso você já está com o carro, então a tradição é ficta.
4) Especificação (1.269): quem manuseia a matéria prima, adquire a propriedade
desta. Então, se eu usei matéria prima de outro e fiz uma obra, o dono da obra
adquiri a propriedade da matéria prima. Se o que manuseia a matéria prima de
má-fé, este não irá adquirir propriedade sobre a obra (espécie nova) e sim o dono
da matéria prima, e não tem direito a ressarcimento. O especificador adquirirá a
propriedade se utilizou a matéria prima de boa-fé.
5) Achado de Tesouro (1.264 a 1.266): característica- coisa preciosa, oculta, cujo
proprietário não se tenha memória; achar de forma casual, regra: dividir entre
descobridor e proprietário do terreno, caso o tesouro tenha sido achado pelo
proprietário do terreno ele pertencerá por inteiro a este.
6) Confusão (1.272 a 1.274): se eu tenho várias coisas, e cada uma coisa pertence a
um dono diferente e essas coisas se misturam, de quem será a coisa? se a coisa
misturada for possível separa continuará a propriedade de cada um sobre sua
coisa, desde eles não tenham dado o consentimento para esta mistura. Se a coisa
não for possível separar cada um terá um quintão proporcional ao valor da coisa
sua misturada. Se a coisa é misturada de má-fé por um dos proprietários (a lei
não fala se a coisa pode ser separada ou não) só que é entendido que se o
primeiro art. não fala se é de má fé ou boa- fé, e as coisas misturadas se são
possível separar, cada um continuará com a propriedade da sua coisa. Se a coisa
é misturada por um terceiro de má-fé, sem o consentimento do proprietário,
caberá ao dono da coisa misturada ficar com a coisa por inteiro, ainda que essa
coisa possa ser separada e indenizar o outro que agiu de má-fé com relação a sua
parte ou renunciar a parte dele e ser indenizado pelo que ele tinha de
propriedade.

Perda da Propriedade de bem móvel e imóvel – art. 1.275 a 1.276

a) Alienação: vender, doar etc.


b) Renuncia: é abrir mão da propriedade de forma expressa
c) Abandono: é abrir mão da propriedade de forma tácita
d) Perecimento da coisa: a coisa não existe mais, se perdeu, não existe mais
propriedade.
e) Desapropriação: forma legal de se perder a propriedade.

A alienação e a renúncia devem constar do registro porque são de forma expressa. O


imóvel abandonado, sem ninguém nele, o Estado arrecada este bem, feita a declaração
de coisas vagas, para o Município ou DF, do qual o imóvel está situado, adquirir a
propriedade dele, terá de ser necessário um lastro temporal de 3 anos para ,então, este
bem se tornar público. O bem urbano abandonado será do Município ou DF. Caso o
imóvel abandonado for rural, este ainda que esteja em determinado município será
arrecadado pela União.

DIREITO REAS DE GARANTIA

Vínculo real – a garantia é dada por um bem, seja imóvel ou móvel, e não garantia
pessoal como contrato de fiança, por exemplo. Então, o vínculo é real porque vincula o
bem ao pagamento da dívida, caso a dívida não seja paga o bem que foi dado como
garanti será alienado para o pagamento dessa dívida.

Hipoteca\Penhor(empenhar)\Anticrese – são contratos que só pedem ser feito por


quem tem poder de alienação. Contrato consensual e real: o contrato consensual ele se
aperfeiçoa com uma simples manifestação de vontade, já o contrato real para que ele
exista o bem\objeto do contrato tem que ser entregue, se o bem não é entregue não se
fala na existência do contrato.

Ex: contrato de compra e venda é consensual, a coisa não precisar ser entregue para a
sua existência.

Contrato de depósito é real, pois não tem como a pessoa guardar uma coisa que não
esteja com ela, à coisa precisa ser entregue.

Todo contrato é bilateral com relação à manifestação de vontade (precisa de pelo menos
2 manifestações de vontade), mas pode classificar esses contratos bilaterais em
unilateral ou bilateral quanto ao cumprimento das obrigações. Se só uma parte tem
obrigação a cumprir o contrato é unilateral, mas se as duas partes tem obrigação a
cumprir, o contrato será bilateral.

A hipoteca e o penhor são contratos de natureza diferentes quanto à classificação. O


bem dado à hipoteca continua com o devedor. Dessa forma, esse contrato tem natureza
consensual, basta a vontade de um dar o bem em garantia e do outro receber essa
garantia. Já o penhor é preciso entregar o bem, não existe penhor sem a entrega do bem,
com as suas devidas exceções, que serão estudadas mais a frente. Mas o penhor já é um
contrato real.

E o fato de pagar o valor superior de alguns bens dados conjuntamente em garantia, não
libera esses bens porque ele tem valor do que você já pagou, todos os bens continuam
vinculados à dívida, ainda que eles tenham valor menor ao valor já pago parcialmente.

Quando se tratar de hipoteca, esta deve ser registrada, no cartório de registros de


imóveis, a margem da matriculo daquele imóvel, e ela tem prioridade no registro sob
qualquer outro tipo de garantia. Significa, também, que em caso de execução é a
garantia que deve ser executado primeiro. Eu posso dar em hipoteca o mesmo bem em
várias garantias
Condomínio – se o bem tiver mais de um proprietário, eu não consigo, enquanto
condômino desse bem, dar o bem em garantia na sua totalidade sem o consentimento
dos demais condôminos, mas posso dar a parte que me cabe em garantia. O fato de
pagar parcelado ou parcialmente a dívida não libera o bem dada em garantia
parcialmente, também. Enquanto não pagar a totalidade da dívida, o bem dado em
garantia não será liberado. Se você pagou 90% e deixou de pagar o restante o credor
tem direito de excutir o bem, ou seja, alienar o bem para pagar o restante da dívida, e se
o bem alienado tem valor superior a dívida não paga, será devolvida o restante do
dinheiro. Então, o bem não será liberado se não for pago o total da dívida, a não ser se
for estipulado em contrato, mas isso raramente acontece.

Direito de excussão é o direito de alienar o bem dado em garantia caso a dívida não for
paga, o credor não pode ficar com o bem, ele tem que alienar.

Requisitos contratuais – todos os contratos de garantia tem 4 requisitos básicos,


porque os demais vai de acordo com cada contrato, quais seja: 1º ter o valor do crédito,
2º prazo do pagamento, de que forma será feito o pagamento, 3º taxa de juros, se tiver,
4ª ter todas as características do bem, ou seja, qualificação completa do bem ou dos
bens dados em garantia. Esses requisitos são obrigatórios, sob pena de nulidade de
garantia de todos eles (hipoteca, penhor e anticrese).

Vencimento antecipado da dívida (art. 1425) – a lei traz de forma taxativa quais são
os casos em que a dívida pode vencer antecipadamente. Uma das causas é se o bem se
deteriorar ou se perecer com o tempo, e o devedor não substituir essa garantia. Dessa
forma, faz com que o credor possa ajuizar imediatamente uma ação cobrando a
totalidade da dívida.

Nula a cláusula que autoriza o credor a ficar com o bem – a lei não autoriza que
exista uma cláusula no contrato que autorize o credor a ficar com o bem, porque se
autorizo ele a ficar com o bem eu estaria providenciando uma alienação desse bem. E
essa alienação deve ser via judicial porque tem que ter um processo de defesa do
devedor.

Então, a dação em pagamento é vontade de quem deve, eu não posso enquanto credor
obrigar o devedor a mim dar o bem em pagamento.

Sucessores – se você recebe um bem de herança e este está hipotecado, ou seja, um bem
que é garantia de uma divida, sendo o bem de outros herdeiros também, o fato de você
pagar parcialmente (remissão parcial) não libera a parte sua da garantia, o bem continua
como um todo garantindo a dívida, mas se você paga a dívida toda para que o bem seja
liberado, você tem direito de ação e regresso contra os demais sucessores.

DA HIPOTECA
É um direito real de garantia onde você dar bem imóvel ou móvel para garantir o
pagamento de uma dívida, considerados como imóvel as estradas de ferro, navios,
aeronaves etc. (art. 1.473). É contrato consensual, onde o bem continua com o devedor.
Essa garantia deve ser averbada a margem do registro, sendo que ela pode também fazer
mais de uma hipoteca para o mesmo bem. Tendo preferência a primeira hipoteca.

Proibição de alienar o imóvel hipotecado – qualquer cláusula no contrato que venha a


proibir a alienação do imóvel hipotecado é nula, não quer dizer que se seu imóvel foi
dado em garantia real que você não pode aliená-lo. Só que há um direito de sequela
quanto à garantia, ou seja, aonde o bem vai a garantia vai junto. Se eu estou adquirindo
um bem de alguém que deu esse bem como garantia de uma dívida ele, essa garantia vai
junto com o bem que estou adquirindo.

Nova hipoteca – é a possibilidade de constituir mais de uma hipoteca sobre o mesmo


bem. A regra é que será direito do devedor de primeiro grau executar primeiro a
hipoteca, e em seguida os demais. Ainda que segundo credor tenha a sua dívida vencida
primeiro, ou seja, vencida primeiro do que a dívida do primeiro credor pignoratício (1º
grau) ele não poderá executar enquanto o credor de 1º grau não executar. Com a
exceção se se tratar de um devedor insolvente, desde que consiga prova a insolvência do
devedor, dessa forma o credor de 2º poderá executar a hipoteca antes do credor de
primeiro grau.

Registro – a hipoteca deve ser registrada no Cartório de Registro de Imóvel, no lugar de


situação do imóvel hipotecado.

Extinção – extinção da obrigação principal – extinta a obrigação será extinta, também,


a hipoteca.

Perecimento da coisa – a coisa dada em garantia se perdeu então não há falar mais em
hipoteca, não existindo mais a coisa não existe mais a hipoteca.

Resolução da propriedade – quando o dono perde a propriedade ele não tem como mais
em hipoteca, porque só pode dar um bem em garantia a pessoa que tem poder de
alienação sobre o mesmo.

Renúncia do credor – quando o credor renunciar a dívida a hipoteca será extinta,


também.

Remição – quando o credor perdoar a dívida

Arrematação ou adjudicação – quando o bem é arrematado ou adjudicado também


extingue a hipoteca.

Cancelado o registro – quando cancelado o registro do imóvel, consequentemente será


cancelado a hipoteca, também, já que ela é averbada a margem do registro.
DO PENHOR

O penhor também é uma garantia real, que vincula o bem ao pagamento de uma dívida.
Pode ser bens móveis ou imóveis. O contrato de penhor é um contrato real, para que ele
exista o devedor ele tem quem entregar para o credor o bem que for dado como
garantia, e o credor passa a ser depositário do bem. A regra o penhor é que o bem deve
ser entregue ao credor. O registro do penhor deve ser registrado no órgão competente,
seja de bem móvel ou imóvel.

Há uma modalidade chamada de penhor especial que não há a necessidade de entregar a


coisa para o credor. Então, tratando-se de penhor especial o bem dado em garantia
continuará com o devedor. A lei trás quais os tipos de penhor especial, eles estão
previstos nos art. 1.438 a 1.372 do CC. (ler os artigos).

ANTICRESE

O bem é entregue em garantia da dívida. O bem deve ser entregue para o credor
administrar o bem, mas a garantia da dívida são os frutos e rendimentos que esse bem
proporcionar, e não o próprio bem. ex: o devedor dar para o credor como garantia uma
propriedade sua que está alugada, dessa forma o que será garantia para o pagamento da
dívida é o dinheiro do aluguel e não a propriedade em si.

O credor é chamado de credor anticrético e o devedor de devedor anticrético.

Pode ser contratada a anticrese, também, relativamente aos juros, ou seja, há uma dívida
principal que gera tanto de juros mensalmente, e os frutos e rendimentos do bem dado
em garantia é apenas para pagar esses juros e não a dívida principal. Por isso que é
possível ter sobre a mesma dívida um hipoteca e uma anticrese, ou seja, eu dou o bem
em garantia da dívida principal e relativamente aos juros eu faço uma anticrese, os
frutos que gera do bem será para o pagamento dos juros.

Como é o credor que administra a coisa, ele terá de prestar um balanço anual para o
devedor, porque nessa administração o credor pode agir de má-fé e trazer prejuízos para
o devedor. E responderá perante o devedor pelos prejuízos causados, inclusive pelos
frutos que ele deixou de colher. Então se o fruto é a garantia e o credor deixar de colher
esse fruto, ele irá trazer um prejuízo para o devedor.

As deteriorações causadas por culpa do credor anticrético serão da responsabilidade


dele, respondendo perante o devedor. Mas as deteriorações sem culpa dele não se fala
em responsabilidade, só irá responder por aquelas que deram causa.

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