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Autores: Sérgio Eduardo Soares Fernandes, Larissa Batista de Sá e Thainá Cidreira dos Santos
Gomes
Orientador: Sérgio Eduardo Soares Fernandes
1. INTRODUÇÃO
A gasometria arterial é usada para avaliar os níveis de oxigênio sanguíneo, sua troca
gasosa com o gás carbônico e status do equilíbrio ácido-base. O teste mede a concentração de
oxigênio (PaO2), tensão de dióxido de carbono (PaCO2), acidez (pH), saturação de
oxihemoglobina (SaO2) e concentração de bicarbonato (HCO3) no sangue arterial. Essas
informações são essenciais no cuidado de pacientes com doenças críticas, doenças respiratórias
ou metabólicas. Os distúrbios do equilíbrio ácido-base podem originar complicações e
anormalidades graves que representam fatores de risco à vida. No entanto, esta investigação não
é diagnóstica e não deve ser usada como teste de triagem, sendo imperativo que os resultados
sejam analisados junto às manifestações clínicas do paciente.
Antes de descrever a técnica do exame, faremos uma breve revisão dos fatores
envolvidos na oxigenação, no transporte e trocas de gases e na manutenção do pH sanguíneo.
Ainda, nos eritrócitos o oxigênio sofre difusão molecular e, ao adentrar essas células,
combina-se com a molécula de hemoglobina (Hb). Nos tecidos corporais ocorre o processo
inverso, há desligamento da Hb e o gás se difunde para fora das células vermelhas em direção
aos tecidos.
A curva de dissociação do O2 para HbA tem sua posição determinada pela P50, que é a pO2
com saturação de Hb a 50%, ou da concentração máxima, com valor normal de 26-28mmHg. O
desvio da curva para a direita, ou seja, aumento da P50, ocorre durante o exercício, onde
acontece hipercapnia tecidual. Este desvio é útil durante o exercício porque determina que uma
maior quantidade de O2 ofertada aos tecidos. O desvio da curva para a esquerda ocorre na
presença de Hb fetal, que determinará uma curva de forma exponencial.
Sabe-se que a diferença entre uma PaO2 normal (100mmHg) e seu nível anormal (60mmHg) é
de 40mmHg. Por outro lado, a alteração na SaO2 é apenas 8,5% do normal para níveis anormais
(97,5% a 89%). Logo, a PaO2 é um índice mais sensível que a SaO2 para avaliar a hipoxemia em
graus leves.
O CO2 é cerca de 20 vezes mais difusível que o O2 desse modo todo o CO2 sanguíneo
proveniente do metabolismo celular é rapidamente difundido pelos capilares. Então, dissolvidos no
plasma, eles são transportados até os pulmões. Sendo que, 90% do gás no sangue arterial é
transportado na forma de ânions bicarbonato, formados a partir da reação do CO2 com água, na
presença da enzima anidrase carbônica, formando H2CO3, principalmente no interior dos
eritrocitos. Esse composto é dissociado em íons hidrogênio e bicarbonato: CO2 + H2O ⇔ H2CO3 ⇔
H+ + HCO3-.
Três sistemas primários regulam a concentração de H+ nos fluidos corporais, para manter
os níveis de pH dentro da normalidade. São eles:
● Os sistemas tampões químicos ácido-base, que reagem com ácidos ou bases, evitando
alterações excessivas da concentração de H+,
● Os rins, que podem excretar urina ácida ou alcalina, reajustando a concentração de H+ na
ocorrência de acidose ou de alcalose.
● Tampão de fosfato - embora não seja tão importante como tampão do líquido
extracelular, é essencial no tamponamento do líquido tubular renal e dos líquidos
intracelulares em que sua concentração é bem maior que no líquido extracelular.
Assim, há um controle por feedback na concentração de H+ pelo sistema respiratório, sempre
que a concentração de H+ se eleva acima do normal, o sistema respiratório é estimulado e a
ventilação alveolar aumenta. Esse mecanismo reduz a PaCO2 e diminui a concentração do íon
para valores normais. Em contrapartida, se a concentração do íon é reduzida abaixo do normal, o
centro respiratório é inibido, a ventilação alveolar é reduzida e a concentração de H+ aumenta para
valores normais.
O controle do equilíbrio ácido-base pelos rins é realizado pela excreção de urina mais
ácida ou alcalina. A excreção de urina ácida reduz a quantidade de ácidos no líquido extracelular,
e a excreção de urina alcalina realiza a remoção de bases.
2. INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES
2.1 Indicações:
Trauma;
Drogas e toxinas.
● Doenças cardiovasculares
Desequilíbrio ácido-base
● Acidose metabólica
Acidose láctica;
Insuficiência renal;
Cetoacidose;
Intoxicações (monóxido de carbono, metanol, etileno glicol).
● Alcalose metabólica
Hipocloremia;
Hipocalemia;
2.1 Contraindicações:
3. TÉCNICA
O teste começa na fase pré-analítica, que inclui todas as atividades que ocorrem antes da
inserção da amostra no instrumento analítico. A fase analítica segue e inclui as reações químicas,
fluídicas e outros processos que ocorrem na plataforma analítica. O teste termina com a fase
pós-analítica, que inclui todos os eventos que ocorrem após a geração do resultado do teste,
como entrada de dados, transporte do resultado através de vários sistemas de informação e
interpretação do resultado.
A punção arterial radial é o método de preferência para obter a amostra. Sua localização
pode ser encontrada palpando-se o processo estilóide do rádio e em seguida, palpando o tendão
flexor radial do carpo localizado medialmente ao processo estilóide. A artéria radial está localizada
entre o processo estilóide o tendão. A artéria pode ser de difícil palpação em alguns pacientes,
como, por exemplo quando há edema ou vasoespasmo sobrejacente. Nesses casos, um
dispositivo de ultrassom Doppler portátil, pode ser utilizado para localizar a artéria radial.
3.1. Processamento
A composição do sangue arterial é uniforme e não depende de alterações na circulação
sistêmica ou local. A coleta de amostras pode ser realizada usando seringas de amostras de
sangue arterial (técnica correta será mais bem relatada no tópico 3.4). A preparação para a
amostragem inclui identificação do paciente, um formulário de solicitação de gasometria arterial,
avaliação do paciente, explicação do procedimento de coleta de amostras para o paciente e
regulamentos relacionados à rotulagem de amostras de gases no sangue.
Além dos valores dos gases no sangue (e / ou outros analitos) e dos dados de identificação do
paciente, um relatório completo deve conter informações sobre:
Tempo de coleta;
Tempo de entrega;
Tempo de análise;
O local da coleta;
Frequência respiratória;
Temperatura corporal;
O médico que solicitou o exame deve correlacionar os resultados com o quadro clínico do
paciente.
3.3 Conservação
Antes da coleta, deve ser realizada a manobra de Allen para avaliar a adequação da
circulação colateral da artéria radial pela artéria ulnar. Para realizar o teste, deve-se obstruir as
artérias ulnar e radial, instruindo o paciente cerrar o punho por, aproximadamente, 30 segundos,
para drenar o sangue da mão. Logo em seguida o paciente deve abrir a mão e sua palma
aparecerá pálida. Nesse momento, deve ser descomprimida a artéria ulnar, se houver circulação
colateral adequada há o retorno da coloração normal em 10 segundos.
● Abra o kit de amostragem e identifique cada componente, os deixe prontos para uso;
● Ao inserir pela primeira vez a agulha sob a pele, puxe o êmbolo para garantir que não
tenha perfurado um vaso;
● Realoque o impulso máximo com os dedos indicador e médio da mão não dominante;
● Avance a agulha lentamente até que a seringa se encha de maneira fácil e passiva
com sangue vermelho pulsante;
● Se não for obtido sangue, não puxe o êmbolo, retire a agulha lentamente até que
esteja logo abaixo da pele e tente novamente o procedimento;
● Após a coleta da amostra, retire a seringa e aplique pressão no local com gaze estéril
por aproximadamente 5 minutos;
● Depois de aplicar pressão no local da punção por 5 minutos, afixe a gaze com fita
adesiva;
4. INTERPRETAÇÃO DO EXAME
A acidose metabólica pode ter origem em diversas causas gerais: deficiência na excreção
renal de ácidos normalmente formados no organismo; formação de quantidades excessivas de
ácidos metabólicos; adição de ácidos por ingestão ou infusão parenteral; e perda de bases pelos
líquidos corporais.
Doença renal crônica - aumento de ânions de ácidos fracos nos líquidos corporais que
não estão sendo excretados pelos rins.
Pneumonia;
Qualquer outro fator que interfira na troca de gases entre o sangue e o ar alveolar,
5. DIFICULDADES E COMPLICAÇÕES
As dificuldades mais comuns durante a punção arterial radial são o vasoespasmo arterial
impedindo a obtenção da amostra e a coleta de sangue venoso no lugar de sangue arterial. No
caso de suspeita de vasoespasmo, o procedimento deve ser interrompido e uma nova tentativa
deve ser feita em outro pulso arterial. A suspeita de amostra venosa, se dá quando o sangue não
é pulsátil, de coloração mais escura e com fluxo mais lento. Contudo, a coloração do sangue em
um paciente com grave hipoxemia pode se apresentar mais escurecida mesmo em amostra
arterial.
● Dor local;
● Vasoespamo - causado pela dor e/ou irritação à inserção da agulha. Pode ser evitado
tentando-se relaxar o paciente, ao explicar o procedimento e posicionar o paciente
confortavelmente por exemplo;
● Resposta vasovagal;
● Como é feito?
○ Explique ao paciente como o exame será realizado, onde será feita a punção, e
explique as implicações da coleta.
1. Referências
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