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Infelizmente há tradutores que traduzem idiomas que mal conhecem. O que dizer sobre isso?

1) Domínio do idioma de origem é um dos pilares da tradução. É coisa básica, não tem nem o
que discutir. É uma das primeiras coisas que a gente aprende. Não adianta o idioma ser
“parecido” com outra língua que conhecemos, pois o bicho pega justamente nas diferenças, e
é aí que a porca torce o rabo.

Quem não tem domínio do idioma de origem e se propõe a traduzir, para mim, não é tradutor
profissional. Dá pra chamar de aventureiro, irresponsável, qualquer coisa, menos de tradutor
profissional.

2) Se a pessoa não tem domínio do idioma de origem, não tem base nenhuma para dizer que
“a tradução ficou boa”. No máximo, daria para dizer que entregou um texto bonito. Agora, se
ele é fiel ao texto de origem (que é o mais importante, diga-se de passagem), somente um
tradutor que tem domínio do idioma tem condição de saber.

3) Enquanto um tradutor se aventura a pegar um texto em um idioma que não domina, para
traduzi-lo na base do Google Tradutor e dicionário, outro tradutor que estudou ANOS, é
especialista naquele par de idiomas e realmente tem condições de fazer um bom serviço perde
uma oportunidade de trabalho.

Mesmo em época de pouco serviço, me recuso a pegar textos de áreas que não domino, como
a jurídica e a médica, isso no meu par de idiomas! Sei que provavelmente não vai ficar bom e
posso estar prejudicando um cliente e sabe-se lá quantos usuários finais. Tenho noção disso.
Que dirá em outros idiomas nos quais não tenho fluência!

4) Agora um recado a todos os colegas que trabalham como revisores: sempre que revisarem
uma tradução que contenha algum erro grotesco, em que fique claro que a pessoa não tem
domínio do idioma ou da área, façam barulho! Reclamem abertamente para a agência,
apontem os erros, enfim, não deixem passar batido, simplesmente corrigindo e entregando a
revisão.

Pelo menos, provavelmente será a última vez que aquele tradutor vai enganar aquela agência.
Só assim para ir limpando um pouco a sujeira dessa gente irresponsável.

Quem quiser fazer isso, faça – por sua conta e risco. Porém, faça bem escondido, porque isso
não é motivo de orgulho, mas sim de vergonha.

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