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“Quem não incentiva o povo a se revoltar,

onde reina a tirania, é um covarde” (Robespierre)

A frase acima, que classificou pela primeira vez os direitos individuais, é de autoria de um dos
líderes da Revolução Francesa de 1789 e expressa a legitimidade do direito à revolta. As primeiras
características da revolução foram o poder e a vontade do povo, conforme expressados na sentença
mencionada, embora a burguesia liderasse a revolução e a classe progressista e revolucionária ainda
hesitasse em assumir “completamente” sua identidade.

Nenhuma das características e interesses de classe nem as condições históricas eram adequados para
isto. O proletariado tinha de pressionar a luta de classes a fim de expandir os direitos individuais em
dimensões sociais e lutar para a realização do princípio acima mencionado. Esse processo começou
a desenvolver-se rapidamente depois da segunda metade do século XVIII. A Comuna de Paris,
criando a evidência histórica de que os perdedores se tornariam os vencedores, também criou a
consciência de “direito à revolução” através das disputas sobre os direitos coletivos.

O desenvolvimento que levou à aventura da humanidade para uma sociedade sem classes aconteceu
no início do século XX. Foi muito importante para os povos do mundo que o capitalismo fosse
contraposto por uma revolução proletária, exatamente quando estava caminhando para um novo
estágio. Como o imperialismo estava lutando consigo mesmo pela dominação global, e isto
intensificou seus ataques em toda a população do planeta, ele teve dificuldades em livrar-se deste
choque. E, quando isto realmente aconteceu, ele surgiu com sua imagem mais sangrenta, o
fascismo, levando à morte milhões de pessoas.

Livrar os povos do mundo de um desastre fascista foi novamente responsabilidade dos comunistas.
Em vários países os comunistas lideraram a resistência contra os ocupantes fascistas alemães,
italianos e japoneses e o golpe final veio por parte do Exército Vermelho, sob o comando de Stalin
e do heróico povo soviético, derrotando finalmente os nazistas. Depois da II Guerra Mundial
imperialista de partilha do planeta, um conjunto de leis internacionais foi enriquecido com novos
direitos sociais e direitos populares. Embora tivesse ficado claro que esses documentos eram
destinados a ficar só no papel foi contudo importante que o proletariado pudesse ditar à burguesia
suas próprias regras, depois de lutar e resistir em todas as frentes e de conquistar a vitória final.

As conquistas do proletariado entre 1850 e 1950 no campo dos direitos sociais e coletivos, e no
contexto dos direitos dos povos, incluem a resolução sobre os problemas territoriais dos
agricultores, a utilização de seus produtos e condições de trabalho, os direitos à organização e à
resistência de todas as classes trabalhadoras e finalmente os direitos dos povos à auto-determinação,
à desobediência civil e o direito à revolução. A utilização destes direitos está diretamente
relacionada com o processo de desenvolvimento da luta de classes e com o equilíbrio de poder.

O conteúdo e utilização dos direitos criados pela burguesia no campo dos direitos legais são
estipulados de acordo com a vontade dos povos. Devemos estar cientes disto antes de tudo. Uma
vez que é impossível que qualquer liberdade e direito sejam apresentados por si só, não se pode
esquecer que, para sua proteção, utilização e expansão, são necessárias luta e resistência contínuas.
Esta é uma das realidades básicas da história que a luta de classes tem nos ensinado e a um custo
altíssimo.

Depois da segunda metade do século XX, os movimentos de recuperação nacional e social


ganharam vitórias importantes em muitos países do mundo, enquanto, no mesmo período, com a
iniciativa da burguesia – principalmente na URSS – as conquistas do socialismo foram substituídas
pelas conquistas da experiência. Isto foi bastante desmoralizador para os povos do mundo. Um
outro grande país socialista, a China, seguiu o mesmo caminho um quarto de século depois, embora
ficasse claro que estas dificuldades em relação à luta de classes resultariam finalmente em uma
sociedade sem classes.

A humanidade está sujeita a uma terrível exploração e tortura sob o sistema imperialista-capitaista,
sendo submetida a cada dia à pobreza profunda. E as contradições de classe estão se tornando mais
intensas. As intituições imperialistas permitem que 2,7 milhões de pessoas vivam com menos de 2
dólares por dia; 1 bilhão de pessoas não tenham acesso à água potável e que a cada ano 10 milhões
de crianças morram de fome. Não é preciso listar outras centenas de estatísticas evidentes.

Nestas circunstâncias, o imperialismo liderado pelos EUA começou a planejar de que forma sugaria
ainda mais o sangue dos povos para continuar mantendo de pé seu sistema já em pedaços. Passou a
planificar e programar várias operações militares e econômicas. E infernizou a Terra literalmente.
Se nossos inimigos pensavam, no entanto, que posaríamos de vítimas, oferecendo nossas cabeças ao
carrasco, deram-se conta rapidamente que estavam errados.

Os povos do mundo resistem. Lutam sob as condições mais difíceis contra um inimigo muito
melhor equipado. E se esta luta não existisse o resultado seria a escravidão definitiva. E isto
significa viver existências miseráveis sob as mais humilhantes torturas. Isto significa bilhões de
seres humanos condenados à fome e à miséria em prol do conforto de alguns bilionários. Mas
estará em jogo, no fim desta luta, ganharmos o luminoso futuro ou mergulharmos na escuridão de
um mundo muito pior que o da Idade Média.

A luta dos povos do mundo continua não apenas no Iraque e Afeganistão, ocupados pelos exércitos
imperialistas, ou na Palestina onde o sionismo derrama sangue já há mais de meio século, mas
também em outros países onde a bandeira de luta já chegou a um alto patamar e com êxito. A
revolta dos povos do mundo continua sendo o pesadelo dos imperialistas, dos fascistas e dos contra-
revolucionários, através de greves, e de ocupações de terra pelos camponeses e pelos operarios,
terras que se estendem da América Latina à Ásia, da África à Europa.

Todos os povos e nações oprimidos, liderados pela classe trabalhadora, procuram fazer valer seus
direitos. Isto é necessário já que têm de desempenhar sua missão neste estágio da história que se
iniciou com seu aparecimento dentro do processo histórico. E a condição para que joguem seu papel
progressista e revolucionário requer resistência às classes dominantes. A luta feita envolve tarefas
árduas como a revolta, a resistência e a revolução.

Nenhum sistema cairá com um só golpe, e nenhuma luta consiste em uma só etapa. Tem-se que
avançar com paciência e persistência. Haverá derrotas, interrupções, assim como falhas e erros. Na
luta por direitos e liberdades todas as conquistas são valiosas. Logo será impossível enfrentar um tal
poder que emerge do potencial criado por sua acumulação. No caminho do poder, quando a luta
pelos direitos dos povos é considerada a partir de uma perspectiva política, os elos criados acabarão
por estrangular as classes dominantes tornando irreversível o caminho para a revolução.

Esta luta deverá ser deflagrada por todos os oprimidos juntos e em todas as frentes. Como o sistema
capitalista-imperialista consiste em um todo, infiltrando-se em todos os aspectos e em todas as
classes sociais que sofrem sob sua dominação, deve-se construir um muro de resistência e de revolta
contra ele para que a luta tenha êxito.

Embora a condição social destas classes e seus aspectos variem de acordo com as condições socio-
econômicas dos países, a situação é a mesma para muitos deles. São exemplos disto: o proletariado
como classe dirigente, a situação dos agricultores devido à dificuldade da produção agrícola e dos
problemas relativos à terra e a juventude que é o elemento mais ativo, dinâmico e inflamado na
sociedade. Um outro campo profissional tem de ser acrescentado a eles; o papel dos advogados do
povo está ganhando importância.

Os advogados do povo trabalham não como defensores típicos, desempenhando tecnicamente sua
profissão dentro do espaço desenhado para eles pelo sistema, mas como parte da missão da luta de
classes. Eles procuram transformar os tribunais em palcos onde a luta e direitos dos povos, sua
resistência e revolta contra a opressão e a exploração são legitimizados. É seu dever
instrumentalizar-se com a luta de classes para aviltar a burguesia, tirá-la da posição de “juiz” e
colocá-la na situação de “réu”, dentro das regras estabelecidas e em seus próprios domínios.

Os advogados do povo são convocados para todas as situações em que apareçam como resultados
diretos da luta de classes. Em todos os aspectos de luta entre a revolução e a contra-revolução as
classes dominantes usam a máquina estatal. O método mais importante para elas é usar, de forma
legal ou ilegal, qualquer tipo de violência. Contra tais medidas dos governantes, o grupo
profissional mais importante para colocar-se ao lado do povo e lutar com ele de todas as formas
possíveis é o dos advogados.

Hoje em dia, podemos observar que este dever está ganhando grande valor na realidade global. E o
motivo mais importante em relação a isto é que o imperialismo dos EUA está desenvolvendo, com
arrogância e insolência, uma campanha de hostilidade contra os povos do mundo, violando as mais
básicas leis. Ao atacar os direitos e liberdades fundamentais dentro do campo dos direitos humanos,
desenvolvidos através dos séculos pelo direito natural ou lei básica, o imperialismo está tentando
impor seu 'sistema de escravidão' ao mundo todo.

Em tais circunstâncias a exploração está aumentado cada vez mais, a pobreza e a fome inundam as
grandes cidades e a revolução somente poderá ser impedida se o regime de terror impuser a
escravidão aos povos. Eles forçam os povos do mundo a aceitar tudo isto junto com seu poder, mas
em vão. Nós bem sabemos que eles não têm nenhuma possibilidade de vencer. E vamos provar isto
bem cedo.

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