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O artigo 228.º da Lei n.º 114/2017, de 29 de dezembro, que aprova o Orçamento do Estado
para o ano de 2018, altera de forma substancial o artigo 31.º do Código do IRS referente ao
regime simplificado de determinação do rendimento tributável dos sujeitos passivos da
Categoria B, com rendimentos empresariais e profissionais.
Embora a redação final do artigo 31.º do Código do IRS tenha menos alterações do que o
inicialmente previsto na proposta de OE2018 apresentada pelo Governo, é importante aferir
que a muito curto prazo o “regime simplificado” irá ter alterações.
Salienta-se que a Lei do OE2018 introduziu no artigo 228.º o n.º 2 com a seguinte redação:
Nota Introdutória
CONFEDERAÇÃO DOS AGRICULTORES DE PORTUGAL | INFORMAÇÃO DO SECTOR FISCAL | JANEIRO 2018 | PAG 2
Pelo que também as ajudas da PAC, recebidas pelos agricultores são consideradas um
rendimento da categoria B e como tal tributadas nesta categoria.
Estes rendimentos ficam sujeitos a tributação desde o momento que para efeitos de IVA
seja obrigatória a emissão de fatura ou, não sendo obrigatória a sua emissão, desde o
momento do pagamento.
Embora se trata de uma exclusão de tributação e não de uma isenção, os agricultores que
se enquadrem nesta situação têm que declarar o total dos rendimentos, mesmo os não
sujeitos, na declaração modelo 3 do IRS anexo B do IRS.
A verificação desta não sujeição é feita diretamente pela Autoridade Tributária atendendo
ao total dos rendimentos do agregado familiar para aplicação da dispensa de tributação se
for caso disso.
1
Valor referente a 2017
CONFEDERAÇÃO DOS AGRICULTORES DE PORTUGAL | INFORMAÇÃO DO SECTOR FISCAL | JANEIRO 2018 | PAG 3
No âmbito do regime simplificado, a determinação do rendimento tributável obtém-se
através da aplicação dos seguintes coeficientes2:
Coeficientes a aplicar
2
Redação dada pela Lei n.º 82-E/2014, de 31 de dezembro.
3
Artigo 59.º - D Incentivos fiscais à atividade silvícola, do Estatuto dos Benefícios Fiscais, aditado pela Lei n.º 82-D/2014, de 31 de dezembro, com
entrada em vigor em 1 de janeiro 2015.
CONFEDERAÇÃO DOS AGRICULTORES DE PORTUGAL | INFORMAÇÃO DO SECTOR FISCAL | JANEIRO 2018 | PAG 4
Decorrente da alteração do OE2018, no caso de rendimentos aos quais seja aplicado o
coeficiente de 0,75 e 0,35 referentes à prestação de serviços, o sujeito passivo, passa a ter
que justificar despesas e encargos suportados no montante correspondente a 15% dos
respetivos rendimentos brutos de prestação de serviços. Não ficam abrangidos por esta
situação os rendimentos brutos de prestação de serviços que não ultrapassem o valor de
27.360 euros, atendendo à existência de uma única dedução automática no valor de 4.104
euros (valor da dedução especifica).
O valor que não seja possível justificar através de despesas e encargos é acrescido ao
valor do rendimento tributável obtido por aplicação dos coeficientes.
Em relação às vendas e subsídios não existe qualquer alteração.
Quadro 1 - Exemplos
Prestação Aplicação Dedução
Exemplos coeficiente Aplicação 15% Despesas a
Serviços Especifica
75% justificar
Exemplo 1 27.360,00 € 20.520,00 € 4.104,00 € - 4.104,00 € - €
Exemplo 2 40.000,00 € 30.000,00 € 6.000,00 € - 4.104,00 € 1.896,00 €
Exemplo 3 80.000,00 € 60.000,00 € 12.000,00 € - 4.104,00 € 7.896,00 €
Exemplo 4 120.000,00 € 90.000,00 € 18.000,00 € - 4.103,00 € 13.897,00 €
Exemplo 5 160.000,00 € 120.000,00 € 24.000,00 € - 4.104,00 € 19.896,00€
(*) Por aplicação do coeficiente de 0,75 ao valor da prestação serviços
CONFEDERAÇÃO DOS AGRICULTORES DE PORTUGAL | INFORMAÇÃO DO SECTOR FISCAL | JANEIRO 2018 | PAG 5
●1,5 % do valor patrimonial tributário dos imóveis afetos à atividade empresarial ou
profissional ou, quanto aos imóveis afetos a atividades hoteleiras ou de alojamento local,
4 % do respetivo valor patrimonial tributário, de que o sujeito passivo seja o proprietário,
usufrutuário ou superficiário.
Exemplo 2 do quadro 1
Exemplo 2
Prestação Serviços 40.000,00 €
Aplicação Coeficiente 75% 30.000,00 €
Aplicação 15% 6.000,00 €
Dedução especifica - 4.104,00 €
Despesas a justificar 1.896,00 €
Despesas apresentadas - 2.100,00 €
Rendimento tributável 30.000,00 €
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Exemplo 3 do quadro 1
Exemplo 3
Prestação Serviços 80.000,00 €
Aplicação Coeficiente 75% 60.000,00 €
Aplicação 15% 12.000,00 €
Dedução especifica - 4.104,00 €
Despesas a justificar 7.896,00 €
Despesas apresentadas - 4.000,00 €
Rendimento tributável 63.896,00 €
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Redação Artigo 31.º CIRS – Redação em vigor em 2017
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4 - O resultado positivo dos rendimentos prediais corresponde ao rendimento líquido da
categoria F, determinado nos termos do artigo 41.º [Redação dada pela Lei n.º 82-E/2014, de 31 de
dezembro]
9 - Para efeitos do cálculo das mais-valias referidas na alínea c) do n.º 2 do artigo 3.º,
são utilizadas as quotas mínimas de amortização, calculadas sobre o valor definitivo, se
superior, considerado para efeitos de liquidação de imposto municipal sobre as
transmissões onerosas de imóveis. [Redacção dada pelo Decreto-Lei n.º 287/2003, de 12 de
Novembro]
10 - Os coeficientes previstos nas alíneas b), c) e f) do n.º 1 são reduzidos em 50% e 25%
no período de tributação do início da atividade e no período de tributação seguinte,
respetivamente, desde que, nesses períodos, o sujeito passivo não aufira rendimentos das
categorias A ou H. [Aditado pela Lei n.º 82-E/2014, de 31 de dezembro]
11 - O disposto no número anterior não é aplicável nos casos em que tenha ocorrido
cessação de atividade há menos de cinco anos. [Aditado pela Lei n.º 82-E/2014, de 31 de
dezembro]
CONFEDERAÇÃO DOS AGRICULTORES DE PORTUGAL | INFORMAÇÃO DO SECTOR FISCAL | JANEIRO 2018 | PAG 9
Redação Artigo 31.º CIRS – Redação em vigor em 2018 (alterações
OE2018)
ii) Sociedades nas quais, durante mais de 183 dias do período de tributação:
CONFEDERAÇÃO DOS AGRICULTORES DE PORTUGAL | INFORMAÇÃO DO SECTOR FISCAL | JANEIRO 2018 | PAG 10
2) O sujeito passivo, o cônjuge ou unido de facto e os ascendentes e
descendentes destes detenham no seu conjunto, direta ou indiretamente, pelo
menos 25 % das respetivas partes de capital ou direitos de voto.
2 - Os sujeitos passivos que obtenham os rendimentos previstos nas alíneas b) e c) do
número anterior, após aplicação dos coeficientes aí previstos, podem deduzir, até à
concorrência do rendimento líquido assim obtido, os montantes comprovadamente
suportados com contribuições obrigatórias para regimes de proteção social, conexas com
as atividades em causa, na parte em que excedam 10% dos rendimentos brutos, quando
não tenham sido deduzidas a outro título. [Redação dada pelo Decreto-Lei n.º 41/2016, de 1 de
agosto]
9 - Para efeitos do cálculo das mais-valias referidas na alínea c) do n.º 2 do artigo 3.º,
são utilizadas as quotas mínimas de amortização, calculadas sobre o valor definitivo, se
superior, considerado para efeitos de liquidação de imposto municipal sobre as
transmissões onerosas de imóveis. [Redacção dada pelo Decreto-Lei n.º 287/2003, de 12 de
Novembro]
10 - Os coeficientes previstos nas alíneas b), c) e f) do n.º 1 são reduzidos em 50% e 25%
no período de tributação do início da atividade e no período de tributação seguinte,
respetivamente, desde que, nesses períodos, o sujeito passivo não aufira rendimentos das
categorias A ou H. [Aditado pela Lei n.º 82-E/2014, de 31 de dezembro]
11 - O disposto no número anterior não é aplicável nos casos em que tenha ocorrido
cessação de atividade há menos de cinco anos. [Aditado pela Lei n.º 82-E/2014, de 31 de
dezembro]
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12 - Os sujeitos passivos que obtenham rendimentos no âmbito do exercício de profissões
de desgaste rápido podem deduzir, até à concorrência do rendimento líquido desta
categoria, após aplicação do coeficiente estabelecido para esses rendimentos, as
importâncias a que se refere o artigo 27.º, nos termos e condições aí previstos, quando
aquelas não tenham sido deduzidas a outro título. [Aditado pela Lei n.º 82-E/2014, de 31 de
dezembro]
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15 - Para efeitos da afetação à atividade empresarial ou profissional das despesas e
encargos referidos no n.º 13, o sujeito passivo deve identificar: (Alteração OE2018)
a) As faturas e outros documentos referidos nas alíneas c) e e) do n.º 13, que titulam
despesas e encargos relacionados exclusiva ou parcialmente com a sua atividade
empresarial ou profissional, através do Portal das Finanças, sendo aplicável com as
necessárias adaptações o disposto nos n.os 2 a 8 do artigo 78.º-B;
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