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Reeducação dos erros mais usuais na disgrafia

Forma das letras – os erros de desenho e forma das letras podem dever-se a
um insuficiente conhecimento do grafema, a uma incapacidade de execução
dos movimentos gráficos necessários à configuração dos mesmos, ou a uma
deformação no traçado das letras, em consequência de uma excessiva
velocidade de escrita. É muito importante que a criança repasse a configuração
correta de cada um dos grafemas e que interiorize a sua forma através de
atividades variadas, como:

- Repassar o contorno das letras;

- Picotar e recortar letras;

- Reproduzir as letras em plasticina;

- Simular o formato das letras no ar;

- Executar as letras em espaços gráficos amplos, com tinta ou com pinturas;

- Executar as letras em folhas de papel quadriculado e liso.

Tamanho ou dimensão das letras – a má combinação de movimentos braço-


mão-dedos origina os erros na proporcionalidade das letras. Os movimentos
exclusivos do braço e o agarrar o lápis muito em cima dão lugar a letras
grandes. Os movimentos exclusivos dos dedos e o agarrar o lápis muito em
baixo, dão, pelo contrário, lugar a letras muito pequenas. Outras vezes, este
problema de dimensão revela uma má perceção visuomotora. Apesar de puder
usar os cadernos de duas linhas, a criança deve exercitar as regularidades da
dimensão sem a ajuda de linhas, sendo favorável que comece por tomar como
referência a primeira letra que escreveu.

Inclinações inadequadas – este tipo de dificuldade gráfica pode afetar tanto


as próprias letras como a linha – inclinação interlinear. Existe uma forte relação
entre a inclinação da escrita ou da linha, e a posição do papel e do corpo no
decurso da escrita. Existem exercícios específicos que favorecem a
estabilidade e direccionalidade da escrita, entre os quais se destacam:
- Traçado de linhas retas;

- Traçado de linhas paralelas;

- Traçado de ondulações;

- União de dois pontos apenas com movimentos do pulso.

Quando o sujeito começa a escrever é necessário que pratique em folhas de


papel unilinear, uma vez que estas fixam uma linha de base para a escrita.

Espaçamentos indevidos – estes verificam-se a dois níveis: entre linhas, ou


entre linhas e palavras da mesma linha. As deficiências de separação podem
dever-se a problemas de inclinação (uma inclinação excessiva do papel origina
junção de letras e uma inclinação ínfima origina separações excessivas). Pode
contar-se com a ajuda de cadernos, em especial dos quadriculados, que
permitem à criança delimitar os espaços entre palavras de forma controlada,
deixando dois ou três quadrados de separação entre cada palavra. A criança
vai-se assim habituando aos espaçamentos.

Uniões ou ligações inapropriadas – as perturbações da ligação entre as


letras podem dever-se a um inadequado conhecimento do grafema ou da sua
execução, tendo como resultado a incorreção dos traços de união, pelo que a
reaprendizagem dos grafemas favorece a intervenção, tal como sucede nos
erros relativos à forma das letras. Os exercícios que podem ser executados
são:

- Exercícios de repasse de palavras ou frases em papel pautado, sem levantar


o lápis;

- Exercícios de cópia de palavras, sem levantar o lápis;

- Exercícios de realização de ligações corretas em textos em que faltam as


uniões entre as letras;
- Exercícios de correção de ditados e composições próprias, completando ou
reformando as uniões incorretas.

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