“Ide, pois, e fazei discípulos todos os povos, batizando-os em nome do
Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28,19).
Prezados irmãos e irmãs da Igreja de Deus que se faz presente na Diocese de
Jundiaí: Outubro é o Mês das Missões, um período de intensificação das iniciativas de animação e cooperação missionária em todo o mundo. A origem da missão está em Deus Pai, que envia os seus servos a trabalharem e recolherem os frutos. Envia também seu Filho único, para a salvação da humanidade e do mundo, restabelecendo a comunhão com Deus e formando uma comunidade fraterna entre todos os homens e as mulheres, de modo que a função da Igreja é apenas realizar a missão de Jesus (cf. Ad Gentes, Decreto do Concílio Vaticano II sobre a atividade missionária da Igreja, n. 5).
Em 22 de outubro de 2017, Dia Mundial das Missões, o Papa Francisco,
durante a oração do Ângelus, anunciava publicamente para toda a Igreja sua intenção de proclamar um Mês Missionário Extraordinário (MME) em outubro de 2019, para celebrar o centenário da Carta Apostólica Maximum Illud, de seu predecessor o Papa Bento XV. Neste mesmo dia o santo Padre enviou uma carta ao Cardeal Fernando Filoni, prefeito da Congregação para Evangelização dos Povos e presidente do Comitê das Pontifícias Obras Missionárias (POM), encomendando “a tarefa de preparar este evento, especialmente através de ampla sensibilização das Igrejas particulares, dos Institutos de vida consagrada e Sociedades de vida apostólica, assim como associações, movimentos, comunidades e outras realidades eclesiais”.
Para reavivar a consciência batismal do Povo de Deus em relação à missão da
Igreja, o Papa Francisco escolheu para o MME o tema: “Batizados e enviados: a Igreja de Cristo em missão no mundo”, tendo como objetivos principais: reavivar a consciência batismal do Povo de Deus em relação à missão da Igreja; despertar a consciência da missão ad gentes (isto é, além-fronteiras, além dos limites geográficos da Diocese); retomar com novo impulso a transformação missionária da vida e da pastoral.
Assim, espera-se que a celebração deste MME ajude-nos a reencontrar o
sentido missionário da nossa adesão de fé a Jesus Cristo, fé recebida como dom gratuito no Batismo, pelo qual somos feitos filhos e filhas de Deus e da Igreja. É necessário perceber, contudo, que a temática do MME não se reduz a reflexão ou a produção de textos, mas aponta para práticas concretas de saída missionária. As cartas de motivação e convocação do Papa Francisco e do Cardeal Filoni para o MME indicam seis dimensões:
1. Encontro: A missão nasce do encontro com Jesus que dá novo horizonte à
vida (Documento de Aparecida, n. 29). O encontro com Jesus Cristo vivo em sua Igreja é pessoal, e se dá através da Eucaristia, da Palavra de Deus, da oração pessoal e comunitária, da identificação com os pobres;
2. Testemunho: Valorizar os padroeiros da missão, Santa Terezinha e São
Francisco Xavier e o testemunho dos santos e santas, mártires da missão e confessores da fé, expressão das Igrejas dispersas em todo o mundo. De modo especial, podemos ressaltar a missionariedade comprometida de duas testemunhas locais: Padre Ezequiel Ramin e da Doutora Zilda Arns, mártires de nosso tempo.;
3. Formativa: Reflexão bíblica teológica sobre a identidade missionária de
todo povo de Deus, a partir da temática do MME e da Carta Apostólica Maximum Illud do Papa Bento XV. Recuperar a proposta de itinerário formativo do discípulo missionário descrito no documento de Aparecida. Considerar a evolução histórica do conceito da missio ad gentes e elaborar fundamentação dos conceitos de missão programática e paradigmática. Aqui vemos a importância de nossas Assembléias Paroquiais, que providencialmente se iniciam nesse mês (vide O Verbo em sua edição passada) que tem como objetivo Ver-Julgar-Agir-Celebrar a Ação Missionária em nossa Diocese à luz das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja do Brasil 2019-2023;
4. Caridade missionária: Ter como inspiração as três formas de Cooperação
Missionária - oração, oferta e saída missionária. Nos dias 19 e 20 de outubro conectar estas três formas de cooperar com a missão de Deus, realizando nas paróquias visitas missionárias, uma vigília no sábado à noite e o incentivo à coleta no final de semana;
5. Cooperação: Conectar o MME com o Sínodo para Amazônia; envio ad
gentes como sinal de acolhimento e fortalecimento das motivações do MME; através de um aplicativo, criar banco de dados dos missionários. Dar maior visibilidade e impulsionar os projetos Igrejas irmãs e Ad Gentes e as diversas experiências missionárias, destacando o testemunho de missionários(as) que atuam dentro e fora do Brasil; 6. Celebrativa: Abertura nacional do MME, que aconteceu no dia 1º de outubro de 2019, no Santuário Nacional de Aparecida e em cada Igreja Particular; valorizar o Dia Mundial das Missões com a vigília que o antecede no dia 19 de outubro de 2019; propor aos folhetos litúrgicos a oração dos fiéis e a oração missionária; em nossa Diocese de Jundiaí teremos (tivemos) missas de “abertura” nas paróquias, abordando a temática deste mês; oração pelos missionários de nossa Diocese que atuam na missão ad gentes; visitas nas casas e comércios; formações missionárias nas paróquias; promoção da experiência de Missão Jovem; valorização das pastorais e movimentos eclesiais, assim como do COMIPA (Comissão Missionária Paroquial), e da Infância e Adolescência Missionária (IAM), Animação Bíblico-Catequética, Pastorais Sociais, etc; Grupos de Rua; Novena Missionária; Vigília Missionária; e o encerramento do MME, que será no dia 27 de outubro (domingo), às 14h30, em celebração eucarística, presidida pelo Bispo Diocesano, a ser realizada na Paróquia Nova Jerusalém, em Jundiaí, com a presença dos missionários diocesanos, fiéis, diáconos e padres. Caros diocesanos e diocesanas, vejo tudo isso como um verdadeiro sopro do Espírito Santo, que providencialmente, de alguma forma, uniu o Mês Missionário Extraordinário, o Sínodo da Amazônia e o início de nossas Assembléias Paroquiais. Esses eventos conectam-se e relacionam-se, principalmente, à medida em que são sementes de novas formas da presença da Igreja em uma Cultura Urbana, que se objetiva retomar com novo impulso para a transformação missionária da vida e da pastoral em toda a Igreja. É Cristo mais uma vez nos ordenando: “Ide, pois, e fazei discípulos todos os povos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28,19). Um bom mês missionário a todos e que a Pessoa de Jesus Cristo seja anunciada e acreditada por todos nós.