Você está na página 1de 3

.

Universidade Federal do Piauı́ - UFPI


Programa de Pós-Graduação em Matemática
Lista 5: Geometria Diferencial
Prof. Cı́cero Aquino

1. Sejam S e S superfı́cies regulares de R3 . Suponha que existam parametrizações locais x : U → S


e x : U → S, onde U ⊂ R2 é um aberto, tais que E = E, F = F e G = G. Mostre que a
aplicação x ◦ x−1 : x(U ) → S é uma isometria local. Use isto para verificar que o cilindro
x2 + y 2 = 1 é localmente isométrico ao plano R2 .

2. Mostre que o cone C = {(x, y, z) ∈ R3 , z 2 = x2 + y 2 , z > 0} é localmente isométrico ao plano.

3. Mostre que as seguintes superfı́cies não são localmente isométricas duas a duas:

(a) esfera (b) plano (c) toro de revolução

4. Encontre duas superfı́cies regulares em R3 com mesma curvatura Gaussiana, mas que não são
localmente isométricas.

5. Use a projeção estereográfica para provar que a esfera unitária S2 é localmente conforme ao
plano R2 .

6. Considere a superfı́cie de Enneper parametrizada por


( u3 v3 )
x(u, v) = u − + uv 2 , v − + vu2 , u2 − v 2 .
3 3
Mostre que x é uma aplicação conforme.

7. Mostre que um difeomorfismo φ : S → S entre superfı́cies regulares de R3 é uma isometria


se, e somente se, para qualquer parametrização local x : U ⊂ R2 → S, a parametrização
local y = φ ◦ x : U → S possui os mesmos coeficientes da primeira forma fundamental da
parametrização x.

8. Sejam S1 , S2 e S3 superfı́cies regulares de R3 . Mostre que:

(a) Se φ : S1 → S2 é uma isometria, então φ−1 : S2 → S1 é também uma isometria;


(b) Se φ : S1 → S2 e Se ξ : S2 → S3 são isometrias, então ξ ◦ φ : S1 → S3 é uma isometria.

9. Considere x : U ⊂ R2 → S uma parametrização local isotermal de uma superfı́cie regular de


R3 , isto é, E = G = λ(u, v) e F = 0. Mostre que a curvatura Gaussiana de S é dada por
1
K=− ∆(log λ),

onde ∆φ = φuu + φvv denota o Laplaciano de uma função diferenciável φ : U ⊂ R2 → R.

10. Seja x : U ⊂ R2 → S uma parametrização local de uma superfı́cie regular S ⊂ R3 tal que
F = f = 0. Mostre que as equações de Mainardi-Codazzi cumprem
1 (e g) 1 (e g)
ev = Ev + e gu = Gu + .
2 E G 2 E G
Conclua daı́ que as curvaturas principais de S satisfazem
Ev Gu
(κ1 )v = (κ2 − κ1 ) e (κ2 )u = (κ1 − κ2 ).
2E 2G
Semestre: 2018-2 -1- Data: 11/11/2018
11. Encontre os sı́mbolos de Christoffel da superfı́cie de revolução em R3 obtida pela rotação do
gráfico da função f (x) = x2 + 1 em torno do eixo dos x.

12. Mostre que se a primeira forma fundamental de uma superfı́cie regular S de R3 , em relação a
uma parametrização local x : U ⊂ R2 → S, é do tipo ds2 = eλ (du2 + dv 2 ), onde λ = λ(u, v) é
uma função diferenciável, então a curvatura Gaussiana K de S satisfaz a equação

∆λ + 2Keλ = 0,

onde ∆λ = λuu + λvv .

13. Mostre que se x : U ⊂ R2 → S uma parametrização local ortogonal de uma superfı́cie regular
de R3 , isto é, F = 0, então a curvatura Gaussiana de S é dada por
{( ) ( ) }
1 Ev Gu
K=− √ √ + √ .
2 EG EG v EG u

14. Mostre que não existe uma superfı́cie regular S em R3 de tal modo que os coeficientes da pri-
meira e segunda forma fundamentais de S, em relação a uma parametrização local x, satisfaçam
E = G = 1, F = 0 e e = 1, g = −1, f = 0.

15. Encontre o transporte paralelo do vetor w0 = (0, 0, −1) ao longo do paralelo

α(s) = (cos t , sent , 0)

de p = (1, 0, 0) a q = (0, 1, 0) na esfera unitária x2 + y 2 + z 2 = 1.

16. Seja S uma superfı́cie de revolução em R3 tal que seus paralelos são geodésicas. Prove que S
está contida num cilindro circular reto.

17. Sejam φ : S1 → S2 uma isometria local entre superfı́cies regulares de R3 e γ : I → S1 uma


geodésica. Mostre que a curva β : I → S2 definida por β(s) = (φ ◦ γ)(s), para todo s ∈ I, é
uma geodésica de S2 .

18. Mostre que se α : I → S é uma curva regular numa superfı́cie regular e orientada S ⊂ R3 ,
então a curvatura geodésica κg de α é dada por

1
κg (t) = ⟨α′′ (t) , N (t) × α′ (t)⟩,
∥α′ (t)∥3

onde N (t) denota o campo normal de S ao longo da curva α.

19. Calcule a curvatura geodésica dos meridianos e paralelos da esfera S2 (r). Conclua que o único
paralelo de S2 (r) que é uma geodésica é o equador.

20. Encontre uma geodésica fechada do hiperbolóide de uma folha

H = {(x, y, z) ∈ R3 ; x2 + y 2 − z 2 = 1}.

21. Considere a superfı́cie tubular S de raio r > 0 ao redor de uma curva α p.p.c.a cuja parame-
trização é dada por
x(u, v) = α(u) + r(cos vn(u) + sen vb(u)),
onde n e b são os vetores normal e binormal de α, respectivamente. Fixe u0 e mostre que a
curva β(v) = x(u0 , v) é uma geodésica de S.

Semestre: 2018-2 -2- Data: 11/11/2018


22. Considere o parabolóide z = x2 + y 2 parametrizado por x(u, v) = (u, v, u2 + v 2 ). Para u0 e v0
fixados, considere as curvas α(u) = x(u, v0 ) e β(v) = x(u0 , v). Calcule a curvatura geodésica
destas curvas e conclua que elas serão geodésicas apenas quando u0 = 0 e v0 = 0. O que
significa geometricamente esta condição?

23. Seja x : (0, 2π)×(− π2 , π2 ) → S2 a parametrização dada


( upor x(u,
) v) = (cos u cos v , senu cos v , senv).
Calcule a curvatura geodésica da curva β(u) = x u, 2 − 2 . π

24. Mostre que uma geodésica do parabolóide de revolução z = x2 + y 2 que não é um meridiano se
auto intercepta infinitas vezes.

25. Sejam S ⊂ R3 uma superfı́cie regular e α uma curva regular em S. Prove que:

(a) Se α é uma curva principal e geodésica, então α é uma curva plana;


(b) Se α é uma geodésica e uma curva plana, então α é uma curva principal;
(c) A curva α é assintótica e geodésica se, e somente se, α é uma linha reta;
(d) Dê um exemplo de uma curva plana sobre uma superfı́cie S que não seja uma geodésica.

26. Calcule os sı́mbolos de Christoffel de uma superfı́cie de revolução em R3 parametrizada por

x(u, v) = (f (v) cos u , f (v)senu , g(v)).

Encontre a equação das geodésicas dessa superfı́cie e verifique que os meridianos (p.p.c.a) são
geodésicas dessa superfı́cie.

27. Fixe R > r > 0 e considere o toro de revolução T em R3 obtido pela rotação do cı́rculo
(x − R)2 + z 2 = r2 , y = 0 em torno do eixo dos z. Sejam α, β e γ paralelos de T gerados pelos
pontos (R + r, 0, 0), (R − r, 0, 0) e (R, 0, r). Verifique qual dessas curvas é:

(a) Uma geodésica (b) Uma curva assintótica (c) Uma curva principal

28. Seja T um toro de revolução em R3 . Mostre, sem utilizar o teorema de Gauss-Bonnet, que
∫∫
Kdσ = 0.
T

Conclua que a curvatura Gaussiana de T necessariamente deve mudar de sinal. Calcule a


caracterı́stica de Euller-Poincaré de T e compare o resultado com o teorema de Gauss-Bonnet.

29. Seja S ⊂ R3 uma superfı́cie regular compacta, orientável e que não é homeomorfa a um esfera.
Prove que existem pontos em S onde a curvatura Gaussiana é positiva, negativa e nula.

30. Seja S ⊂ R3 uma superfı́cie regular homeomorfa a um esfera. Seja γ uma geodésica simples e
fechada em S. Denote por A e B as duas regiões de S que têm γ como fronteira. Se N : S → S2
denota a aplicação de Gauss de S, prove que N (A) e N (B) têm a mesma área.

31. Calcule a caracterı́stica de Euller-Poincaré e a curvatura total de um elipsóide em R3 .

32. Mostre que uma superfı́cie regular e compacta em R3 possuindo curvatura Gaussiana positiva
é homeomorfa a uma esfera. Vale a recı́proca? Justifique.

Semestre: 2018-2 -3- Data: 11/11/2018

Você também pode gostar