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Lei das Malhas (KVL)

Lei dos Nós (KCL)


Electrónica
Arnaldo Batista
2005/2006

Electrónica_biomed_ef 1
KCL (Kirchhoff Current Law)
•Nó é o ponto de ligação de dois ou mais elementos de circuito
•Ramo é uma porção do circuito contendo um elemento simples,
limitado por dois nós.
•O número de equações KCL linearmente independentes, num
circuito com N nós, é N-1 (é o número de equações necessárias
para calcular as tensões em todos os nós dos circuitos).

vm − v N
Lei de Ohm i =
R
i'
v N − vm
Lei de Ohm i ' =
R

i =−i'
Nó de referência, onde o potencial
é nulo.

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Nó de Referência
ƒ É o nó onde se considera que o potencial é zero. Pode ser o nó que está ligado à terra (que está ao
nosso potencial) e que se considera zero.
ƒ Em sistemas que não estão ligados à terra (p. ex. telemóveis) é o nó relativamente ao qual todos os
potenciais estão referidos e que igualmente se considera com potencial nulo. Neste caso é comum
chamar-se “nó de massa”.
ƒPara ambos os casos anteriores as regras de KCL ou KVL são as mesmas.

Os potenciais de todos os nós estão referidas ao nó de


I4 I5 referência, ou seja V1=4V significa que este nó está a 4
Volt acima do potencial do nó 3 que é zero volt ou seja:

V1 − V3 = 4 V mas V3 = 0 (nó de referência)


+ I3 − logo V1 = 4 V
2V Igualmente
4V
V2 − V3 = −2V ⇒ V2 = −2 V
− +
Também
I1 I2
V1 − V2 = 4 − (− 2 ) = 6V
V2 − V1 = −2 − (+ 4 ) = −6V

Corrente Eléctrica
V1 − V3 4 − 0 4
I1 = = =
A corrente eléctrica (convencional) desloca-se R1 R1 R1
dos potenciais maiores para os menores, pelo V 3 − V 2 0 − (− 2 ) 2
que na figura, I1, I2 e I3 têm os sentidos I2 = = =
R3 R3 R3
indicados. Pela lei de Ohm: V1 − V2 4 − (− 2 ) 6
I3 = = =
R2 R2 R2
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KCL (Kirchhoff Current Law) revisitada
A soma das correntes que sai de um nó é igual à soma das correntes que chega ao nó.
Ou de outra forma:
A soma de todas as correntes que sai de um nó é zero (neste caso uma ou mais correntes vão ser
necessariamente negativas).

VS Va Vb Vc Pretendemos calcular os potenciais em


todos os nós do circuito. Tendo
anteriormente definido nó como a junção de
dois ou mais elementos de circuito existem 5
nós neste circuito. Desses 5 nós 2 têm
potenciais conhecidos: VG=0 e VS=12 V.
Restam portanto Va ,Vb e Vc.para calcular (três
equações).

Nó de Referência VG
V a − 12 V a − 0 V a − V b Escrever directamente
+ + = 0 estas equações
@ Va : − I1 + I 2 + I 3 = 0 9k 6k 3k

@ Vb : − I 3 + I 4 + I 5 = 0 Vb − Va Vb − 0 Vb − Vc
+ + = 0
3k 4k 9k
@ Vc : − I5 + I 6 = 0 Vc − Vb Vc
+ =0
9k 3k

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Nota importante: Os sentidos das correntes em cada nó podem
ser arbitrados, independentemente dos sentidos arbitrados para
os outros nós.

Vb Vb
a R1 b R3 c a R1 b R3 c
Va Vc Va Vc
I1 I3 I 1' I 3'
R2 R2
I2 I 2'
Vd Vd
d d

∑ (correntes no nó ) = 0 ∑ (correntes no nó ) = 0
Va − Vb Vb − Vd Vb − Vc Vb − Va Vb − Vd Vc − Vb
− I1 + I 2 + I 3 = 0 ⇒ − + + =0 I 1' + I 2' − I 3' = 0 ⇒ + − =0
R1 R2 R3 R1 R2 R3
Vb − Va Vb − Vd Vb − Vc V b − Va V b − V d Vb − V c
+ + =0 + + =0
R1 R2 R3 R1 R2 R3
Vb
a R1 b R3 c
Va Vc
I '' I 3''
1
R2
I 2''
Vd Qualquer que seja o sentido das
d
correntes arbitradas no nó a
Neste caso arbitrou-se que todas as correntes abandonam o
equação final é a mesma!
nó. É claro que uma ou mais correntes serão negativas

∑ (correntes no nó ) = 0
V − Va Vb − Vd Vb − Vc Electrónica_biomed_ef 5
I 1'' + I 2'' + I 3'' = 0 ⇒ b + + =0
R1 R2 R3
Exemplo 1 (KCL)

O Circuito tem 4 PSpice


nós.
Em v2, v3 e v4 os
potenciais são
conhecidos:
V2=3V
V3=15V
V4=0V (terra)
Fica apenas um
potencial por calcular
v4 V1=?

V1 − 0 V1 − 3 V1 − 15 1 equação para 1 incógnita


@ V1 : + + =0
2k 1k 1k
V1 = 7.2V ; V2 = 3V ; V3 = 15V
3 − 7. 2 7.2 − 15
I R18 = = −4.2mA; I R 20 = = −7.8mA
1k 1k
7.2 − 0
I R17 = = 3.6mA
2k

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Exemplo 2 (KCL)
Necessidade de utilização de uma corrente de auxílio IS

Os potenciais
desconhecidos
correspondem aos
nós assinalados a

IS cor vermelha

Torna-se
necessário utilizar
uma corrente de
auxilio IS

V1 − 3 V1 − V2 V1 − 0
@ V1 : + + =0
2k 1k 2k
V2 − V1
@ V2 : + Is = 0
1k
V −0
@ V3 : − I s + 3 =0
1k
V2 − V3 = 3V

4 eqs, 4 incógnitas

V1 = 2V ; V2 = 2.5V V3 = −0.5V
V2 − V1 2.5 − 2
I R12 = = = 0.5mA
1k 1k
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I R14 = .....
Exemplo 3 (KCL)

Número de nós: 3
O nó 3 tem zero volts.

Nó 3

v1 − v 2 v1 − 0
− iA + + =0 2 eqs, 2 incógnitas v1 e v2
R2 R1

v 2 − v1 v 2 − 0
iB + + =0
R2 R3

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Exemplo 4 (KCL)

6mA

V1 − 0
@ V1 : 2mA + + 6mA = 0
2k

@ V2 : − 6mA +
V2 − 0 V2 − 0
6k
+
3k
=0 V1 = −16V
V2 = 12V
2 eqs, 2 incógnitas

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Exemplo 5 (KCL) KCL

IS

@V_1 V1
− 6 mA + + IS = 0
6k
V2
@V_2 − IS + 4mA+ =0
12k
V1 −V2 = 6 V

3 eqs, 3 incógnitas
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Exemplo 6 (KCL)

v1 − 0 v1 − v 2
+ − iA = 0
R3 R1
v − v1 v − v3 4 eqs 4 incógnitas
iA + 2 + αv x + 2 =0
R1 R2
v3 − v2 v3 − 0
+ − iB = 0
R2 R4
v x = v2 − v3

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Exemplo 7 (KCL)
vO (t )
Obter G =
v i (t )
vg vo

v g (t ) − v i (t ) v g (t ) − 0
+ =0
R1 R2

vO ( t ) − 0
gm v g ( t ) + =0
RL

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Exemplo 8 (KCL)

v1 v1 − v2
@v 1 β io + + =0
R1 R2

v2 v2 − v1
@v 2 − iA + + =0
R3 R2

v2
3 equações, 3 incógnitas io =
β é uma constante R3
Re-arrajando

⎛ 1 1 ⎞ ⎛β 1 ⎞
⎜⎜ + ⎟⎟v 1 + ⎜⎜ − ⎟⎟v 2 = 0
⎝ R1 R2 ⎠ ⎝ R 3 R2 ⎠
⎛ 1 1 ⎞ ⎡1 1 β1⎤

1
v1 + ⎜⎜ + ⎟⎟v2 = i A + −
R2 ⎝ R2 R3 ⎠
⎢R R R3 R2 ⎥ ⎡ v1 ⎤ ⎡0⎤
⎢ 1 ⎥ ⎢v ⎥ =
2
⎢i ⎥
⎢ − 1 1
+
1⎥ ⎣ 2⎦ ⎣ A⎦
⎣⎢ R2 R2 R3 ⎥⎦

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KCL (Kirchhoff Voltage Law) revisitada
A soma das quedas de potencial ao longo de uma malha fechada é zero

Para um dado circuito com:


B Número de Ramos
N Número de Nós
O número L de correntes de malha necessário para resolver o circuúito é
L = B − ( N − 1)

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Exemplo 1 (KVL)

Começa-se por estabelecer em cada


malha uma corrente chamada fictícia (de
sentido arbitrário). A corrente em cada
ramo da malha é igual à corrente fictícia se
esse ramo não for também percorrido por
nenhuma outra corrente fictícia. É o caso
da corrente em R1 e R2 que é igual a i1.
A corrente que passa por ramos que são
percorridos por várias correntes fictícias
obtêm-se pela soma destas tendo em
B=7 consideração o seu sentido. É o caso de
São necessárias duas R3 onde a corrente vale i1- i2.
N =6
malhas
L = 7 − (6 − 1) = 2

1-Em primeiro lugar escolhem-se as correntes fictícias


2-Para facilitar assinala-se a polaridade da queda de potencial em
cada elemento passivo.
3- Nos elementos passivos percorridos por mais do que uma corrente
fictícia considera-se, para efeitos de polaridade, que a corrente da
malha onde estamos é superior às outras correntes fictícias que
percorrem o mesmo ramo, embora isto possa não corresponder à
realidade do circuito.

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v S 1 − R1i 1 − R 3 (i 1 − i 2 ) − R 2 i 1 = 0

− v S 2 − R 4 i 2 − R 5 i 2 − R 3 (i 2 − i 1 ) = 0

[R] [I ] = [V ]

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Exemplo 2 (KVL)

Ramos = 8
Nós = 7
Malhas = 2

v S 1 − R1i 1 + v S 2 − R 2 (i 1 − i 2 ) = 0
− R 3 i 2 − R 2 (i 2 − i 1 ) − R 5 i 2 − R 4 i 2 − v S 3 = 0

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Exemplo 3 (KVL)

As correntes fictícias podem ser escolhidas de modo a facilitar os cálculos


No circuito abaixo, calcular I0 .

1ª Opção 2ª Opção

KVL @ I1 KVL @ I1 _ _
_ _

KVL @ I2 _ _ _ KVL @ I2 _ _ _

I1 = 3
I1 = 5 I2 = 1 4
4 2
I 0 = I1 = 3
I 0 = I1 − I 2 = 3 4
4
Electrónica_biomed_ef Mais eficiente 18
Exemplo 4 (KVL) Circuitos com fontes de corrente independentes

Calcular V1 e V0 usando KVL Para efeitos de simplificação, nas malhas


que contêm uma fonte de corrente,
consideramos apenas uma corrente
fictícia. Deste modo a corrente nessa
malha fica calculada e assim se reduz o
número de equações necessárias para
resolver o circuito.
Malha 1: I = 2mA
1
Malha 2 : 2 − 6kI − 2k ⎛⎜ I − I ⎞⎟ = 0
2 ⎝ 2 1⎠
I = 3 mA
2 4
V = 3 mA × 6kΩ = 4.5V
Outro processo: 0 4

Malha 1 : I 1 = 2mA
Malha 2 : − 2 + 6k ( I 2 + 2mA ) + 2kI 2 = 0

I1 I 2 = − 5 mA
4
⎛ 5 ⎞
V0 = ⎜ 2mA − mA ⎟ × 6k = 4.5V
⎝ 4 ⎠

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Exemplo 5 (KVL)

Malha 1 : I 1 = 4mA
Malha 2 : I 2 = −2mA
Malha 3 : - 4k (I 3 − I 2 ) − 2k (I 3 − I 1 ) − 6kI 3 + 3 = 0

I 3 = 1 mA
4
1 3
V0 = 6k mA − 3 = − V
4 2

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•Conceito de circuito
equivalente
•Teorema de Thévenin

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Regras para obtenção do Equivalente de Thevenin entre
RTH
A dois pontos A e B de um circuito.
i + v OC é a tensão entre os pontos A e B
+
vOC _ vO
_ R TH É a razão entre v OC e i SC , a
B v OC corrente que passa entre A e B
R TH = quando estes terminais são “curto-
i SC
circuitados”.

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Regras Práticas para obtenção do Equivalente de
Thevenin entre dois pontos A e B de um circuito.
Tensão de Thevenin entre A e B (v OC ): calcula-se usando qualquer dos métodos
disponíveis : KCL, KVL, etç.

Resistência de Thevenin ( R TH ):
• Circuitos c\ fontes dependentes e independentes: Calcula-se a corrente
que passa no curto-circuito entre A e B i SC . Tira-se:
v OC
R TH =
i SC
Nota: Se o circuito contiver apenas fontes independentes R TH obtém-
se mais facilmente calculando a resistência vista ente A e B após se
terem anulado essas fontes (fontes de tensão “fechadas” e fontes
de corrente “abertas”)

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Exemplo 1-
Thévenin
Obter os Equivalentes de Thevenin e Norton, entre A e B
Resolução:
A tensão entre A e B pode calcular-se de
diversos modos. Aplicamos p. ex. KVL para obtenção da
tensão de Thevenin:

I 12 − 4k (I ) − 4k (I ) + 4 = 0
I = 2mA
v oc = V AB = −4 + 4k (2mA) = 4V

Para calcular a Resistência de Thevenin vamos obter ISC,


a corrente de curto-circuito entre A e B. Por exemplo
I1 I SC podemos aplicar KVL às duas malhas para obter ISC
I SC

⎧12 − 4k (I 1 ) − 4k (I 1 − I SC ) + 4 = 0

⎩ − 4 − 4k (I SC − I 1 ) = 0
v OC 4V
donde I SC = 2mA e RTH = = = 2k
I SC 2mA

Thevenin
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Como o circuito anterior apenas tem fontes independentes R TH poderia
ser calculada anulando as fontes de tensão e calculando a resistência vista
entre A e B. As fontes de tensão anulam-se removendo-as do circuito e
fazendo um curto-circuito entre os pontos de onde foram removidas. Se
existissem fontes de correntes estas anular-se-iam removendo-as e
deixando os terminais de onde foram removidas em circuito aberto.

R TH = 4k // 4k = 2k

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