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Aula Teste – professor: Leonardo Napp

Foi solicitado a mim que elaborasse e ministrasse uma aula sobre dois tópicos:
a idade dos metais e os tempos histórico e cronológico. Inicio pelos tempos e as
correlações entre um e outro e, tendo em mente essa noção, trato da Idade dos Metais.
Procuro aqui refletir como esses dois tempos agem sobre um indivíduo e grupos sociais,
para tanto, tendo abordar o tema utilizando um caso concreto, Ötzi (uma múmia natural
encontrada nos Alpes Tiroleses em 1991 e datada de 5.000 anos atrás.
Tempo Cronológico
O tempo cronológico é o tempo do relógio e do calendário, é pensado como
sendo regular, e serve tanto para lembrar como para planejas, assim se dá tanto no
passado quanto no futuro. É comum que se esqueça, quando se pensa em tempo
cronológico, que os sistemas de contagem de tempo que temos hoje, são todos baseados
em sucessões de ciclos naturais, na correlação entre estes e na utilização de sistemas de
contagem para a sua
quantificação. Um exemplo disso
é a contagem padrão dos
relógios atuais. Há um sistema
de contagem de base 12,
baseado na contagem dos nós
dos dedos de uma mão pelo
polegar desta mesma. Essa
contagem de 12 nós em uma
mão era repetida peno número
de dedos da outra mão gerando
um outro sistema de contagem
(já de base 60). Tal sistema era,
e ainda é, utilizado por pastores
do Oriente Médio para contagem dos animais em um rebanho (em um nível maior de
complexidade coloca-se pedrinhas numa bolsa, cada pedrinha representando um grupo
de 60). Assim, houve a divisão do semi círculo marcado pela sombra projetada por um
pino em ciclos de 12 unidades.

Da mesma forma,
contou-se o número de dias
para que se completasse um
fase da lua e o número de luas

para um ciclo completo. Assim


definiu-se um ciclo de quatro
luas cada uma com sete dias,
retocedendo à lua inicial ao final de 28 dias. Esses ciclos foram utilizados para contar a
distância entre o maior e o menor dia do ano (os solistícios de inverno e verão) e dos dias
de tamanho igual. Assim pode-se ter uma base para organizar o início de atividades
importantes como a semeadura dos grãos, o tempo que as pessoas dedicariam ao
trabalho coletivo em obras hidráulicas, religiosoas ou de armazenamento. Assim durante
muito tempo os humanos tentaram estabelecer ciclos dentro de ciclos para que pudessem
contar o tempo passado (em ambos os sentidos, no de quantidade ou no de relatar) ou
planejar o tempo futuro.

Tempo Histórico

O tempo histórico tem uma


natureza diversa. Também são contados
por ciclos; em que um agrupamento
aproximado de repetições de
luas (meses) correlacionam-se com
ciclos solares (anos) - contados,
aproximadamente de um dia
mais curto a outro no hemistério norte; os quais são contados individualmente em
unidades de dois, dez, cem ou mil anos ou, respectivamente, biênio, década, século ou
milênio. O tempo histórico sempre ultrapassa a contagem comum, aquela que cabe na
existência das pessoas, a das existencias das pessoas mais próximas ou mesmo aquilo
que as histórias contadas e recontadas pudessem transmitir. Assim, o tempo histórico só
existe quando existem outros meios para guardar a informação que não a memória,
depende da escrita, do registro escrito. O tempo histórico sempre diz respeito ao tempo
passado, define-se posteriormente aos ocorridos que relata e também diz respeito as
preocupações do tempo e do lugar de quem relata.
Um exemplo dessas formas de relatar, a história pode estar na forma de contar
o tempo utilizada na maior parte do mundo, utiliza-se como marcador para o calendário o
ano de nascimento de Cristo. Mas esta contagem começou apenas no século VI d.C. ou
seja por volta do ano 500. Da mesma forma pode ser dito o mesmo dos períodos
históricos utilizados nos livros-texto adotados em escolas. As datas e os acontecimentos,
todos eles, dizem respeito a Europa.
Outra maneira de trabalhar o tempo histórico é por meio das técnicas para
fabricar os objetos. Adquirir uma técnica nova sempre abre as portas de novas
ferramentas e de novos meios de fazer as coisas. A conquista do fogo abriu as portas
para cozer os alimentos, ou de como produzir instrumentos (endurecendo madeira, por
exemplo). As mudanças nas técnicas da produção de instrumentos de pedra permitui
nova gama de ferramentas. No mundo ocidental, utiliza-se a tecnologia para definir
períodos de tempo, principalmente, quando não existem registros escritos, definidos,
assim, como pertencentes a pré-história.
Idade dos Metais
O último destes
períodos tácnicos é
chamado de idade
dos metais e pode
ter seu início
caracterizado como
sendo o dos
primeiros
instrumentos em
cobre metálico
natural, datados de
7500 anos atrás, e
encontrados no Irã
atual. No entanto o
desenvolvimento
mesmo da
metalurgia data de
por volta de 6000
anos atrás, em acentamentos dispersos ao longo da Europa Oriental e Oriente Médio.
Existem algumas diferenças inportantes entre a Idade dos Metais e a Idade da
Pedra, e diz respeito aos assentamentos maiores e mais organizados que só puderam
surgir com a invenção da agricultura e da pecuária, técnicas de armazenamento e de
organização social mais complexa. Essas técnicas que permitiram que algumas pessoas
pudessem trabalhar unicamente com metais, ou fabricando cerâmica, ou mesmo
controlando os armazéns, defendendo os assentamentos, ou mesmo, viajando grandes
distâncias para realizar trocas. Essas rotas também serviam para trocar conhecimentos e
mercadorias, permitindo com que a metalurgia e os instrumentos de metal dispersassem
por ampla área. A partir dos lugares com minério mais puro e mais fácil de trabalhar, que
tendiam a se esgotar, buscaram-se novas minas e novas técnicas desenvolveram para
trabalhar o cobre ou mesmo para alterar suas qualidades. Dessa exploração, inicialmente
de minérios menos puros surge o bronze e, posteriormente, com o esgotamento de minas
há a busca de outros metais, mais abundantes, fortes e baratos. Assim inicia-se a
exploração do ferro.
Algo interessante a ser pensado neste contexto é que, por mais que surjam
novas tecnologias, as mais antigas não são abondonadas, a não ser muito grtadualmente.
O caso de Ötzi é muito interessante no que diz respeito a isto. Muito provavelmente o
“homem do gelo” era um camponês de uma comunidade aos pes do alpes. Tinha amplo
conhecimento da flora local, comia trigo e cevada mas, mesmo assim, a caça continuava
a ser importante. Parte de seu vestuário era feito de pele de animais, ele tinha cogumelos
coletados para curar ou para inciair fogo, instrumentos de chifre e de osso. Mesmo no que
diz respeito à produção seu material cotidiano, o metal era minoritário (e possivelmente
símbolo de status), predominavam instrumentos de pedra lascada, como pontas de
projétil ou facas.
Atividade
A partir das figuras abaixo, identifique os objetos carregados por Ötzi dentre os
mostrados aqui. Identifique as tecnologias de fabricação e estágio da pré história a que
pertencem. Tente estabelecer a sequëncia de produção de cada um deles.

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