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A 3ª Câmara Civil do TJ confirmou sentença de comarca do Vale do Itajaí que concedeu

indenização de R$ 25 mil por danos materiais, morais e estéticos, além de lucros cessantes, em favor de
um motociclista colhido em cruzamento de via urbana por utilitário de uma empresa têxtil da região.

Em sua apelação, a firma anotou que havia problemas nos sinaleiros da cidade na data do acidente e
apontou o condutor da moto, supostamente desatento, como único culpado pela colisão. Discordou
também da concessão de indenização por danos estéticos, ao considerar que a lesão remanescente na
perna do motociclista é "de bom aspecto e não lhe causa enfeiamento".

Os argumentos não foram levados em consideração pelo desembargador substituto Gilberto Gomes de
Oliveira, relator da matéria, ao posicionar-se pela manutenção da sentença em sua integralidade. Ele
explicou que não há necessidade de a vítima se ver excluída socialmente para caracterizar o dano estético.

"Não se (deve) esquecer que o autor tinha direito a permanecer com seu estado corporal intacto", frisou,
ao destacar que o rapaz, mesmo depois da estabilização da lesão, remanesce com cicatrizes de
considerável extensão em sua perna direita (30 centímetros).
Aleijão, na concepção dos julgadores, abrange as deformidades ou deformações, marcas e defeitos, ainda
que mínimos, e que impliquem sob qualquer aspecto um prejuízo estético à vítima. Neste ponto,
complementaram, podem consistir numa simples lesão desgostante ou num permanente motivo de
exposição ao ridículo ou de complexo de inferioridade, exercendo ou não influência sobre a capacidade
laborativa da vítima. A decisão foi unânime (Apelação Cível n. 2015.042666-4).

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