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Abstract: This article constitutes a search focused on matters related to the practice
of drama in school. Subject to DCEs (Curriculum Guidelines for Basic Education of
the State of Paraná), this work based on theoretical studies of Viola Spolin and Olga
Reverbel, aims at presenting the practices carried out with drama students from the 5
th and 6ths grades, intended was whether such practices lead to the development of
communicative ability of the student, as well as their integration in the school
environment.
INTRODUÇÃO
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Trabalho de pesquisa referente ao PDE – Programa de Desenvolvimento Educacional – da Secretaria de
Educação do Estado do Paraná e desenvolvido sob orientação da Profa. Dra. Sonia Aparecida Vido Pascolati,
docente do Departamento de Letras Vernáculas e Clássicas da UEL – Universidade Estadual de Londrina.
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menos favorecidas – que têm nela uma oportunidade, algumas vezes a única, de
acesso ao mundo letrado, do conhecimento científico, da reflexão filosófica e do
contato com a arte – percebe-se o quanto é importante a busca de estratégias sérias
e diversificadas que favoreçam tais contatos, pois é lamentável que muitos alunos
“passem pela escola” sem ter-lhes sido proporcionadas situações mais específicas
ao seu desenvolvimento comunicativo e expressivo.
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Aliás, o jogo simbólico e a imaginação são fatores relevantes quando
se pesquisa o processo de desenvolvimento cognitivo do indivíduo. Muitos
estudiosos e pesquisadores debateram e ainda debatem esse tema. Piaget, por
exemplo, quando elaborou a “teoria do desenvolvimento cognitivo”, ressaltou a
importância da função simbólica para o desenvolvimento intelectual do sujeito e
investigou a formação do símbolo na criança. Uma das suas hipóteses é a das
interações e inter-relações possíveis entre as diversas formas de representação que
caracterizam o pensamento humano (imitação, jogo simbólico, imaginação e sonho
(JAPIASSU), 2005, p. 31).
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ASPECTOS PEDAGÓGICOS DO USO DA DRAMATIZAÇÃO COMO
FERRAMENTA DIDÁTICA
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As artes, entendidas como formas humanas de expressão semiótica,
ou seja, como processos de representação simbólica para comunicação do
pensamento e dos sentimentos do ser humano, fizeram com que seu valor e
importância na formação do educando fossem concebidos em novas bases. Sabe-se
que a principal característica que distingue o ser humano das outras espécies
animais é o uso social de signos para comunicação, controle, organização e
transformação de seu comportamento. Esse uso dos símbolos como instrumentos
psicológicos afeta de forma irreversível o funcionamento mental humano, bem como
a estrutura das relações entre pessoas intra e interculturalmente (VYGOTSKY, 1987;
1998).
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O JOGO DRAMÁTICO
[...] uma distinção muito cuidadosa deve ser feita entre drama no
sentido amplo e teatro como é entendido pelos adultos [...] no drama
[...] a criança descobre a vida e a si mesma através de tentativas
emocionais e físicas e depois através da prática repetitiva, que é o
jogo dramático [...]. Mas nem na experiência pessoal nem na
experiência de grupo existe qualquer consideração de teatro no
sentido adulto [...]. (SLADE, 1978, p. 18).
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prático de Spolin, tanto para formação de professores de teatro, quanto para práticas
pedagógicas de nível escolar e, até mesmo, para práticas independentes.
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Todas as partes do indivíduo funcionam juntas como uma unidade de
trabalho, como um pequeno todo orgânico maior que é a estrutura do
jogo. Dessa experiência integrada, surge o indivíduo total dentro do
ambiente total, e aparece o apoio e a confiança que permite ao
indivíduo abrir-se e desenvolver qualquer habilidade necessária para
a comunicação dentro do jogo. (SPOLIN, 2001, p.5-6).
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e percepção, esclarecendo que, embora cada conjunto vise a um determinado
objetivo, os alunos podem estar desenvolvendo todas as suas capacidades de
expressão em apenas um deles.
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RELATO DA EXPERIÊNCIA PRÁTICA COM OS ALUNOS
Visando a um projeto voltado aos alunos (de 5ªs e/ou 6ªs séries) que
apresentassem maiores dificuldades de comunicação e/ou integração no ambiente
escolar, solicitei aos demais professores que observassem mais cautelosamente
seus alunos para que me indicassem aproximadamente 20 alunos para serem
convidados a participar do projeto. Para isso, foi elaborada uma ficha de sondagem
a qual apresentava indagações a respeito de atitudes, tais como insegurança para
ler em voz alta, resistência em apresentar trabalhos orais, indiferença no
relacionamento com os demais colegas, dificuldades para manifestar opiniões ou até
mesmo isolamento.
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“plateia”. Então, eu, olhando fixamente para eles, proferia a instrução: “ Vocês olham
para nós. Nós olhamos para vocês”, por repetidas vezes. Após alguns minutos,
observando o desconforto e tensão muscular destes alunos, pedi que começassem
a contar as cadeiras da sala, ou as fitas da cortina, por alguns minutos. Depois, foi
feito um revezamento: A equipe-plateia foi à frente fazer o mesmo e a equipe
atuante veio para a platéia.
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outro repetisse. Contribuiu também para iniciar uma aproximação entre eles, visto
que tinham de olhar um nos olhos do outro, o que, a princípio, aparentava ser uma
situação constrangedora.
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“restaurante”, então os três alunos deveriam apresentar uma cena referente ao
tema, isso rapidamente. Em seguida, dizia-se “show”, então eles mudavam de lugar
e já começavam a representar. Depois, “fila de banco”, eles mudavam novamente de
lugar e já tinham de iniciar esta outra cena. Foi bastante interessante quando, em
uma dessas situações, atendendo à instrução “show”, um aluno, de imediato,
simulou um microfone, pôs-se à frente dos outros dois colegas e começou a cantar,
com seriedade, uma música conhecida entre eles; os dois alunos que estavam atrás,
um pouco surpresos com a atuação do amigo, começaram imediatamente a tocar,
com satisfação, seus violões imaginários.
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então, o texto de uma peça curta e bastante simples, intitulada “O médico”, a qual foi
prontamente aceita. A partir daí, os encontros eram divididos em 50 minutos de
jogos dramáticos e 50 minutos dedicados ao ensaio da peça.
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Tenho a clara convicção de que não existe apenas um caminho para
o desenvolvimento do trabalho com teatro na escola e, além disso, a
firme opinião de que, entre os caminhos possíveis, nenhum pode ser
considerado, absoluta e descontextualizadamente, melhor ou
superior aos outros. Eles são diferentes – cada um com seus
próprios “encantos”, “habitantes”, e “lugares de onde se vê”. O
importante é podermos escolher com segurança – e às vezes por
conveniência – qual caminho seguir. (JAPIASSU, 2005, p. 22)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
COURTNEY, Richard. Jogo, teatro & pensamento. 2. ed. São Paulo: Perspectiva,
2003.
JAPIASSU, Ricardo Ottoni Vaz. Metodologia do ensino do teatro. 4. Ed. São Paulo:
Papirus, 2005
REVERBEL, Olga. O Teatro na sala de aula. 2. Ed. Rio de Janeiro: José Olympio,
1979.
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SLADE, Peter. O jogo dramático infantil. 2. ed. São Paulo: Summus, 1978
SPOLIN, Viola. Improvisação para o teatro. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, 1992.
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