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A Comunhão dos Santos

“Cristo amou a Igreja e se entregou por ela para a santificar” (Ef 5,25-26).

Queridos irmãos e irmãs,

todos os anos, a 1º de novembro, a Igreja honra todos os santos, conhecidos

e desconhecidos com a Solenidade de Todos os Santos (no Brasil celebramos no

domingo subsequente à data caso esta aconteça em dia de semana). E é por esta

solenidade, que reafirmamos a verdade de fé da Comunhão dos Santos, isto é;

todos os que receberam a graça regeneradora do Cristo no vínculo do Espírito

Santo, pela qual somos filhos de Deus (cf. Gl 4,4-6), se tornam comunidade dos

santos, ou seja, Igreja: nós, que caminhamos ainda nesta terra (Igreja Militante);

outros que morreram e estão se purificando, inclusive com a ajuda das nossas

orações (Igreja Padecente); e outros, enfim, que gozam já da visão de Deus e

intercedem por nós nos céus (Igreja Triunfante).

Além disso, a comunhão dos santos também quer dizer que todos nós,

cristãos, temos em comum os dons santos, em cujo centro está a Eucaristia, bem

como também todos os outros sacramentos que a ela se ordenam e todos os outros

dons e carismas, num verdadeiro intercâmbio entre céu e terra pela via do único

Mediador, Jesus Cristo (cf. Catecismo da Igreja Católica, n. 948).


De modo particular, vivemos e participamos desta comunhão de bens

através da Santa Missa. A unidade de todos os membros da Igreja, mesmo dos que

estão mais longe, aperfeiçoa-se todos os dias em torno do Corpo do Senhor, que

se oferece pela sua Igreja e por toda a humanidade. O sacramento do pão

eucarístico significa e realiza a unidade dos fiéis que constituem um só corpo em

Cristo. É o sacramento da caridade, que exige a união entre os irmãos.

Deste modo, se na Carta aos Efésios, o apóstolo São Paulo afirma que “Cristo

amou a Igreja e se entregou por ela para a santificar” (Ef 5,25-26), a santidade não

é algo “que fazemos”, ou ainda, reservada a uma elite de especiais, mas, um deixar

Deus “fazer” em nós e em todos. Em outras palavras, a santidade é um dom, é uma

dádiva que o Senhor Jesus nos oferece, quando nos toma consigo e nos reveste de

Si mesmo, tornando-nos como Ele é, cristificando-nos: “Os cristãos, de qualquer

estado ou ordem, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da

caridade. Todos são chamados à santidade: Sede perfeitos, como o vosso Pai

celeste é perfeito (Mt 5,48). Para alcançar esta perfeição, empreguem os fiéis as

forças recebidas segundo a medida em que Cristo as dá, a fim de que […]

obedecendo em tudo à vontade do Pai, se consagrem com toda a alma à glória do

Senhor e ao serviço do próximo. Assim crescerá em frutos abundantes a santidade


do povo de Deus, como patentemente se manifesta na história da Igreja, com a

vida de tantos santos” (Const. dogm. Lumen Gentium, 40).

É por tudo isso, que a santidade é o rosto mais bonito da Igreja, pois, a

santidade é o rosto de Cristo refletido em Francisco, Dulce, Agostinho, Mônica,

Antônio, Rita... E como precisamos de Bispos, Padres, Diáconos, Leigos e Leigas, em

suas atribuições cotidianas, que sejam Santos e que reflitam o rosto de Cristo! Um

santo é capaz de transformar o seu entorno em Evangelho vivo!

Diante de tantos santos, que nos precederam e que intercedem por nós, vos

exorto caros filhos, citanto o Papa Francisco: “Não tenhas medo de apontar para

mais alto, de te deixares amar e libertar por Deus. (...) No fundo, como dizia León

Bloy, na vida existe apenas uma tristeza: a de não ser santo” (Exortação Apostólica

Gaudete et Exsultate, n.34).

Que o Senhor nos conceda homens e mulheres santos.

A todos abençoo.

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