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Elaboração e Análise Sensorial de Doce em Massa de Marmelo Light Sem Adição de Edulcorante Uma Nova Perspectiva para Produtores PDF
Elaboração e Análise Sensorial de Doce em Massa de Marmelo Light Sem Adição de Edulcorante Uma Nova Perspectiva para Produtores PDF
SALINAS
MINAS GERAIS - BRASIL
2017
ARIADNE CARDOSO LEAL, INÊZ RODRIGUES DE SOUZA E POLIANA SILVA
MATOS
SALINAS
MINAS GERAIS - BRASIL
2017
ARIADNE CARDOSO LEAL, INÊZ RODRIGUES DE SOUZA E POLIANA SILVA
MATOS
______________________________________________
Profa. Dra. Edilene Alves Barbosa
IFNMG- Campus Salinas
_______________________________________________
Prof. Msc. Alcides Ricardo Gomes de Oliveira
IFNMG- Campus Salinas
_______________________________________________
Profa. Dra. Daniela Caetano Cardoso
Orientadora
SALINAS
MINAS GERAIS - BRASIL
2017
“A verdadeira viagem de descobrimento
não consiste em procurar novas
paisagens, mas de ter novos olhos”.
(Marcel Proust)
A Deus por ter nos dado a vida, por ser
autor de nossos destinos, ser nosso
refúgio e protetor, aos nossos pais pelo
amor incondicional, ensinamentos e
suporte nessa jornada.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus por seu cuidado e por ter iluminado o nosso caminho
durante essa caminhada nos dando saúde, força, e sabedoria.
Aos nossos pais e familiares, por ter nos dado todo suporte, amor e incentivo.
A nossa orientadora Daniela Caetano Cardoso, pelo seu empenho, dedicação
e paciência em sua orientação, que tornaram possível a conclusão desta
monografia.
Ao IFNMG, que oportunizou a janela que hoje vislumbramos um horizonte
superior.
Aos servidores desta instituição em especial as equipes de laboratório.
Aos nossos amigos, colegas e noivo, por terem nos apoiado nos momentos
de dificuldade, pelo companheirismo, amizade e incentivo.
Aos professores da banca examinadora, Profª. Edilene Alves Barbosa e Prof.
Alcides Ricardo Gomes de Oliveira, pela disponibilidade na avaliação do trabalho.
E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte desta história, o nosso
muito obrigado.
RESUMO
Doce em massa é o produto obtido pelo cozimento da polpa da fruta com açúcar até
a sua completa geleificação, atingindo uma consistência característica. O doce em
massa light consiste no mesmo produto quando reduzido, no mínimo, de 25% do
teor de açúcar. Neste sentido o objetivo deste trabalho foi elaborar e avaliar a
aceitação do doce de marmelo light sem adição de edulcorantes em relação a
formulação convencional. Foram elaborados duas formulações de doce de marmelo,
sendo uma Tradicional e uma Light. Após a elaboração dos doces, foram realizadas
análises físico-químicas, microbiológicas e sensoriais. Os resultados obtidos foram
analisados por meio de análise de variância (ANOVA) e as médias comparadas pelo
teste de Tukey (p>0,05). Para o doce em massa, a legislação brasileira estabelece
apenas o teor de sólidos solúveis que não deve ser inferior a 65 ºBrix, deste modo,
as amostras analisadas se encontram dentro deste padrão estabelecido, uma vez
que todas obtiveram °Brix acima de 70. Em relação às análises microbiológicas, não
houve crescimento em nenhuma das amostras avaliadas. A análise sensorial foi
realizada com uma equipe de 60 provadores não treinados, dos quais 68% eram do
gênero feminino e 32% do gênero masculino, com idade entre 15 a 35 anos. Os
dados da impressão global foram positivos, uma vez que a média dos valores
atribuídos pelos provadores estão situados na escala hedônica entre 7 e 9, ou seja,
entre “gostei regularmente” e “gostei muitíssimo”. Para intenção de compra, os
resultados indicam que o consumidor “provavelmente compraria” e “certamente
compraria” o produto, sendo que 43,3% apontaram que certamente comprariam o
doce light e para o doce tradicional esse percentual foi de 36,7%. Neste sentido este
trabalho é bastante promissor, pois vislumbra viabilidade de inserção desse novo
produto no mercado regional, como uma nova perspectiva para produtores.
Sweet in paste is the product obtained from the cooking of the pulp of the fruit with
sugar until its complete gelification, reaching a characteristic consistency. The light
sweet in paste consists of the same product but reduced by at least 25% of sugar. In
this sense, the main goal of this work was to elaborate and evaluate the acceptance
of the light marmalade candy with no addition of sweeteners when compared to the
conventional formulation. Two formulations of marmalade were made, a Traditional
and a Light one. After the development of the candies, physical-chemical,
microbiological and sensorial analyzes were carried out. The obtained results were
analyzed through analysis of variance (ANOVA) and the averages compared by the
Tukey test (p> 0.05). Concerning sweet in paste, the Brazilian legislation only
establishes that the soluble solids content should not be less than 65 º Brix, thus, the
analyzed samples are within this settled standard, since all of them obtained º Brix
above 70. Regarding the microbiological analyzes, there was no growth in any of the
samples evaluated. The sensory analysis was performed with a team of 60 untrained
tasters, of whom 68% were female and 32% were male, aged 15-35 years. The
overall impression data was also favorable, once the average values assigned by the
tasters are located in the hedonic rating between 7 and 9, that is, "I liked it regularly"
and "I enjoyed it very much". Evaluating the purchase intention, For purchase
intention, the results indicate that the consumer would "probably buy" and "certainly
buy" the product, with 43.3% indicating that they would certainly buy the light sweet
and for the traditional sweet, that percentage was 36.7%. In this sense, this work is
very promising, since it envisages the feasibility of insertion of this new product in the
regional market, as a new perspective for producers.
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 13
7. REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 46
APÊNDICES ........................................................................................................................ 61
13
utilizadas, a inovação tecnológica tem se apresentado como fundamental para a
competitividade.
Neste sentido, o desenvolvimento de novos produtos e processos é
considerado um instrumento essencial para a competitividade das empresas, cujos
benefícios decorrentes possam se traduzir em maiores taxas de retorno financeiro e
ampliação da participação no mercado (NANTES, ABREU e LUCENTE, 2006).
Portanto, a utilização de recursos tecnológicos para inovar os doces de marmelo
tradicionalmente produzidos em são João do Paraíso-MG é fundamental para
enfrentar os desafios do mercado, especialmente em relação aos novos padrões de
consumo.
Mundialmente há uma população estimada em 30 milhões de pessoas,
composta, em sua maioria, por diabéticos, obesos, hipertensos, hiperlipidêmicos,
hipercolesterêmicos e por consumidores que desejam manter uma boa condição de
saúde, manter o peso e uma boa aparência física que é atendida pela grande
diversidade de produtos diet e light existente (VILELA, 2000).
Em 1992, o movimento do mercado nacional desses produtos era de 22
milhões de dólares, o que representava 0,5% do mercado de alimentos. Entre 1987
e 1988 verificou-se um aumento de 100% e, mais recentemente, em 2003, esse
mercado no Brasil atingiu a cifra de 3 bilhões de dólares, segundo dados da
Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres.
Doce em massa é o produto obtido pelo cozimento da polpa da fruta com
açúcar até a sua completa geleificação, atingindo uma consistência característica. O
doce em massa light consiste no mesmo produto quando reduzido, no mínimo, de
25% do teor de açúcar (SIQUEIRA et al. 2016).
De acordo com Brandão e Fontes (2010),entre os componentes que podem
ser reduzidos incluem-se o açúcar, a gordura, a lactose, o sal. Entretanto, para
manter a aceitação do novo produto no mesmo nível do produto tradicional, torna-se
necessário usar agentes coadjuvantes de tecnologia e aditivos para compensar o
efeito da remoção do componente, que pode ser parcial ou total. No caso de
14
substituição do açúcar podem-se usar adoçantes de baixas calorias e/ou adoçantes
intensos.
Os adoçantes e os produtos dietéticos foram elaborados para atender a
grupos específicos, porém atualmente, o perfil dos consumidores é muito
diversificado, sendo na minoria consumidos por pessoas com diabetes Mellitus (DM)
(OLIVEIRA e FRANCO, 2010).
Existem, para estas substâncias uma Ingestão Diária Aceitável (IDA) em mg
por quilograma de peso corporal, que é uma estimativa da quantidade máxima que
uma substância pode ser ingerida por dia, sem oferecer risco à saúde (ANVISA,
2008).
Os adoçantes e/ou edulcorantes vem sendo abordados em trabalhos
científicos, como sendo produtos providos de vantagens e desvantagens. O
consumo de alimentos que contém estas substâncias deve ser consciente. No
entanto o cenário atual é de um consumo indiscriminado deste produto. O sucesso
desta abordagem depende do conhecimento dos profissionais de saúde sobre as
vantagens e desvantagens de cada edulcorante para que sejam determinadas
melhores práticas clínicas e recomendações de saúde pública (ADA, 2004;
MATTES, 2009).
Diante do exposto surgiu a proposta deste estudo no intuito de elaborar e
avaliar a aceitabilidade do doce em massa convencional e light sem adição de
edulcorantes, visto que há uma carência de dados sobre este doce em específico.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1. Marmelo
19
massa de sacarose de uma solução aquosa com o mesmo índice de refração do
produto a analisar, em determinadas condições.
Dessa forma, o açúcar é o ingrediente que compõe metade ou mais da
metade da formulação de uma marmelada, fazendo assim, deste produto, um dos
mais calóricos na escala dos valores energéticos dos alimentos, possuindo em cada
100g uma média de 272kcal (NUNES et al, 2010).
20
RECEPÇÃO DA MATERIA PRIMA
SELEÇÃO
CLASSIDICAÇÃO
LAVAGEM
DESCASCAMENTO
CORTE/ DESPOLPAMENTO
BRANQUEAMENTO
FORMULAÇÃO
ACONDICIONAMENTO
RESFRIAMENTO
ARMAZENAMENTO
22
Dentre todas as etapas do processo, a concentração é considerada como a
mais importante. É nessa etapa que se dá a constituição da estrutura geleificada,
uma vez que polpa do marmelo apresenta uma alta percentagem de pectina
(600mg/100g) e, portanto um alto poder geleificante. Nesta fase dá-se a eliminação
da água em excesso, a pasteurização da mistura, a dissolução do açúcar e a
inversão parcial do açúcar até ao grau desejado (30 a 50%) (ANJOS, 2003).
23
classe social, grupos de referência e família e unidade residencial (ETZEL,
WALKER, STANTON, 2001).
Por combinar açúcares naturais, ácidos orgânicos, pigmentos, fibras,
vitaminas e minerais, as frutas desenvolvem um excelente papel como agente
adoçante, acidificante, conservante, corante e flavorizante. Sendo assim, são ótimos
ingredientes para a produção de doces light, pois permitem a obtenção de alimentos
de baixo valor calórico e de características sensoriais próximas às dos alimentos
convencionais (NACHTIGALL, 2003).
A legislação diz que alimentos light são aqueles que devem ter, no mínimo,
25% menos de algum componente calórico, seja açúcar, gordura ou sal, dentre
outros. Produtos light são aqueles que apresentam a redução de qualquer um de
seus componentes (açúcar, gordura, proteína) tendo como referência o produto
convencional (BRASIL, 1998).
Segundo Cardello et al. (2000), o sucesso de mercado de um produto no
qual o açúcar é parcialmente removido depende, principalmente, da sua semelhança
com o produto convencional quanto ao sabor doce, que deve ser agradável ao
paladar e característico a açúcar, e pela ausência de sabores residuais.
2.6. Edulcorantes
27
A avaliação sensorial é realizada de acordo com diferentes testes que
dependem da sua finalidade (ANZALDÚA-MORALES, 1994). Limitações comuns
nesses testes referem-se ao número de amostras, número de julgadores ou
quantidade de atributos a serem analisados. No que tange a esse último aspecto,
Sahmer e Qannari (2008) apontam que a seleção de atributos tem sido foco de
investigações em diversas áreas industriais. Em particular, no perfil sensorial
descritivo, estratégias de seleção podem ser utilizadas para reduzir o conjunto de
atributos, selecionando aqueles relevantes e não redundantes. Tal seleção reduz o
tempo de execução, a fadiga imposta aos membros do painel, e os custos da
avaliação.
O conhecimento das características requeridas pelos consumidores, bem
como a qualidade final dos produtos alimentícios são fatores imprescindíveis ao
desenvolvimento de produtos na indústria de alimentos. Sendo estas as aplicações
mais importantes da Análise Sensorial no desenvolvimento de novos produtos e no
marketing. (NORONHA, 2003). Em concordância, Actia (2001) e Dutcosky (2007)
dizem que além de ser importante para o desenvolvimento de novos produtos, a
análise sensorial também é utilizada para o controle de qualidade em geral,
reformulação de produtos existentes no mercado, estudo de vida de prateleira,
avaliação do produto final e estudos com consumidores.
Para se obter uma melhor posição no mercado, uma empresa deve fazer
ampliações de seu mix de produtos e oferecer a seus clientes variedades e
principalmente novidades, ou seja, desenvolver novos produtos e assim, fazer parte
da estratégia competitiva das empresas (PAIVA, CARVALHO JUNIOR &
FEINSTERSEIFER, 2009).
Em condições atuais, com mercados multinacionais mais competitivos, o
sucesso de um produto depende além dos aspectos de eficiência do processo e
viabilidade econômica, da satisfação em relação ao sabor e expectativas do
consumidor, contudo, é essencial considerar esses fatores no processo de
desenvolvimento, otimização e melhoria da qualidade dos produtos e, para tanto, a
análise sensorial se constitui em importante ferramenta (CAMARGO, 2007).
28
A crescente busca por alimentos saudáveis e nutritivos, associada ao fato
dos consumidores serem mais bem informados e mais exigentes, contribui para a
demanda contínua por novos produtos e escolha diferenciada dos mesmos. Deve
ser ressaltado, no entanto, que mesmo que um alimento satisfaça as necessidades
nutricionais do consumidor é improvável que alcance aceitação no mercado se o
sabor ou qualquer outro atributo sensorial não for considerado agradável (DELIZA et
al. 2003).
Os testes afetivos são uma importante ferramenta, pois acessam
diretamente a opinião do consumidor já estabelecido ou potencial de um produto,
sobre características específicas do produto ou ideias sobre o mesmo, por isso são
também chamados de testes de consumidor (FERREIRA et al., 2000).
Geralmente, o primeiro contato do consumidor com um produto é a
apresentação visual, onde se destacam a cor e a aparência. Todo produto possui
uma aparência e uma cor esperadas que são associadas às reações pessoais de
aceitação, indiferença ou rejeição. Caso ele espere que o produto tenha
determinada cor, por exemplo, poderá ocorrer extrema resistência caso exista
diferença de tonalidade ou intensidade desta. Portanto a aparência exerce grande
influência no consumidor no momento da compra de determinado item, devido à
capacidade de memorização do ser humano (FERREIRA et al. 2000).
O olfato é o sentido que permite a percepção do aroma e do odor. De acordo
com a ABNT (1993), odor é a propriedade organoléptica perceptível pelo órgão
olfativo quando certas substâncias voláteis são aspiradas e aroma é a propriedade
organoléptica perceptível pelo órgão olfativo via retronasal, durante a degustação.
Em conformidade com Manfugás (2007), O paladar é entendido como a
sensação percebida pelos receptores (terminações nervosas) da boca, localizados
principalmente na língua, frente às substâncias químicas constituintes são os
responsáveis pelo sabor dos alimentos. Estes constituintes são os responsáveis pelo
sabor dos alimentos. Existem quatro sensações gustativas primárias: ácido (azedo),
amargo, doce e salgado (FERREIRA et al. 2000). Entretanto, alguns autores
29
consideram a existência de um quinto elemento:o “umami”, que é a percepção do
glutamato monossódico (SBCTA, 2008; UMAMI INFORMATION CENTER, 2008).
O sentido do tato é responsável pelas percepções de textura e temperatura.
Segundo Tilgner (1979) Apud Faria e Yotsuyanagi (2002), existem 96 possíveis
descrições de textura e propriedades dos materiais.
Já a textura se refere a todas as propriedades reológicas e estruturais
(geométricas e de superfície) de um alimento, perceptíveis pelos receptores
mecânicos, táteis e eventualmente pelos receptores visuais e auditivos (ABNT,
1993). Assim pode-se aceitar que, para avaliação sensorial de alimentos, os
sistemas responsáveis pelo tato e pela audição trabalham simultaneamente.
3. OBJETIVOS
30
4. METODOLOGIA
4.1. Matéria-prima
ACONDICIONAMENTO
TRANSPORTE
RECEPÇÃO
COCÇÂO
PENEIRAMENTO
POLPA
31
4.2. Preparo dos doces
32
c) acidez total titulável ou ATT (% ácido cítrico): segundo metodologia da
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALITYCAL CHEMISTS (AOAC, 1997);
Foram inoculados 0,1mL da amostra em cada placa das diluições 10 -1, 10-2 e
10-3 (pourplate), no meio de cultura Agar Batata Dextrose. As placas foram
incubadas a 25ºC por cinco dias.
33
4.4.3. Mesófilos a 45º
Foram inoculados 0,1mL da amostra em cada placa das diluições 10 -1, 10-2 e
10-3 (pourplate), no meio de cultura PCA. As Placas foram incubadas a 35° por 24
horas.
4.4.4. Salmonellassp
4.5.1. As amostras
35
Figura 4 - Ficha de aceitação, perfil de características e teste de intenção de compra
utilizada para avaliação do doce em massa de marmelo.
36
4.6. Análises estatísticas
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
37
Tabela 2 – Características físico-químicas dos doces de marmelo
tradicional e light.
Análises Doce Tradicional Doce Light
Sólidos solúveis (ºBrix) 79 79
pH 3,6 3,5
38
está em conformidades com os autores citados uma vez que obteve valores entre o
máximo e o mínimo desejado.
39
Tabela 3- Resultados das análises para mesófilos, coliformes a 30º e 45ºC,
bolores e leveduras e salmonela ssp das amostras dos doce em massa
Tradicional e Light.
Análises Tradicional Light
Mesófilos aeróbios Ausência Ausência
Coliformes a 30º e Negativo Negativo
45ºC
Bolores e Leveduras Ausência Ausência
Salmonela ssp Ausência Ausência
40
5.3. Análise sensorial
41
significativa apenas para o atributo de aparência. Barcia (2010) desenvolveu
geleia de jambolão utilizando acessulfame-K e mistura de outros edulcorantes e
analisou sensorialmente a aceitabilidade deste produto através de 50 julgadores,
obtendo aceitação satisfatória principalmente para o atributo cor (nota 8), resultado
semelhante ao encontrado nesse trabalho.
O fato de que o sabor é um dos principais critérios de qualidade que
influencia a decisão de compra de determinado alimento é uma das razões pelas
quais o sabor de produtos light não pode apresentar diferenças marcantes em
relação ao sabor dos produtos convencionais. Embora não seja tarefa fácil à
indústria utilizar alguns produtos contendo edulcorantes que já conseguem competir
com produtos elaborados apenas com açúcar (SPLENDA, 2000).
Esta constatação é positiva em relação ao produto elaborado no presente
trabalho, pois os resultados expressados na tabela 4 afirmam que, o doce em massa
de marmelo light sem adição de edulcorantes não apresentou diferença de sabor e
aroma do doce com a formulação.
Em relação a impressão global, a análise dos dados obtidos demostraram
que os valores atribuídos pelos provadores estão situados na escala hedônica
entre7 (região da categoria “gostei regularmente”) e 9 (região da categoria “gostei
muitíssimo”) para as formulações tradicional e light. Observa-se que para a
formulação tradicional as médias foram 7,92 e 7,75 para formulação light indicando
não existir diferença mínima significativa pelo teste de Tukey (p≥0,05 ).
Na figura 5 estão apresentados os dados da impressão global das amostras
de doce de Marmelo tradicional e light
42
Tradicional
Light
30
25
20
15
10
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9
43
Neste sentido, os resultados da análise sensorial deste estudo demostra que
o doce em massa de marmelo light elaborado obteve aceitabilidade superior em
relação aos resultados encontrados por Granda et al. (2005), que verificaram boa
aceitação para o atributo impressão global dos doces sem açúcar e com adição de
edulcorantes. Os autores testaram três formulações, sendo a primeira com
acréscimo de sacarose (doce comum: F1) e as outras com os seguintes
edulcorantes: acesulfame-K e sucralose na segunda formulação (F2); e ciclamato de
sódio, esteviosídeo, sacarina sódica e sorbitol na terceira (F3). De acordo com os
resultados obtidos por esses autores nas análises sensoriais, o doce formulado com
sacarose obteve média 8,3, ficando entre os termos gostei muito e gostei
extremamente, enquanto os doces com edulcorantes localizaram-se entre gostei
ligeiramente e gostei muito, com médias 6,4 e 6,6 para as formulações 2 e 3,
respectivamente.
Os resultados das analises sensoriais do presente estudo também estão em
conformidade com Yuyamaet et al. (2008), que elaborou geleia de cubiu com adição
do adoçante xilitol em substituição a sacarose e realizou teste de aceitação com 35
julgadores obtendo aceitabilidade de 85,62%.
Carvalho (2011) desenvolveu geleias de caju com substituição de sacarose
por acessulfame-K e sucralose e realizou avaliação da aceitabilidade com 50
julgadores obtendo médias com variação entre 6,4 (gostei ligeiramente) a 7,34
(gostei moderadamente).
Todos estes estudos obtiveram resultados positivos, corroborando com a
possibilidade de reduzir o teor de sacarose substituindo por edulcorantes isolados ou
combinados. No entanto os resultados alcançados no presente trabalho, afirma ser
possível reduzir o teor de sacarose em doce de marmelo desenvolvendo um doce
light, sem adicionar edulcorantes e ainda assim obter boa aceitação.
A fim de complementar a análise sensorial, avaliando a possibilidade de
inserção do novo produto no mercado, também foi verificada a atitude de compra do
doce tradicional em relação ao doce light elaborado.
44
Na figura 6 estão ilustrados os resultados da avaliação de atitude de compra
do doce em massa de marmelo nas formulações tradicional e light.
Tradicional
Light
40
35
30
25
20
15
10
5
0
1 2 3 4 5
45
teste de intenção de compra, mostrou que a atitude de compra para todas as
amostras foi muito boa.
Estes resultados vão de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias
de Alimentos Dietéticos e para Fins Especiais, citado por Costa (2008), que relata
que o mercado diet e light tem crescido mais que os produtos considerados
tradicionais (cerca de 20% ao ano).
6. CONCLUSÃO
7. REFERÊNCIAS
46
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60
APÊNDICES