Aerodinâmica I

Análise Integral. Leis fundamentais Sistema.

Caudal mássico e volúmico. Conservação de
Massa. Leis do Movimento. Conservação de
Energia. Aplicação das Equações Fundamentais
a um Volume de Controle. Equação de Bernoulli.
 Leis Fundamentais

• Conservação de Massa
• Leis do Movimento (Newton)
– Uma massa permanece em repouso ou em movimento com
velocidade e direcção constantes até serem alteradas as forças
aplicadas

– A variação da quantidade de movimento de uma massa é

proporcional à força actuante

– Qualquer força tem uma reacção com a mesma grandeza e

sentido oposto

• 1ª Lei da Termodinâmica (Lei da Conservação de Energia)

• 2ª Lei da Termodinâmica
2
 Leis Fundamentais

• Lei de relação entre propriedades:

– Equações de estado
– Leis constitutivas

• Se um número mínimo de propriedades for definido, as

restantes podem ser obtidas

• As leis constitutivas como a Lei de Newton da

viscosidade só são válidas em casos particulares
𝑑𝑈
3
𝜏=𝜇
𝑑𝑦
 Sistema

• As Leis da Mecânica são apresentadas para um Sistema

que é definido por uma certa quantidade de massa
perfeitamente identificável

• O Sistema está separado pela vizinhança por uma

fronteira

• As Leis da Mecânica descrevem as interacções entre o

Sistema e a vizinhança

4
 Sistema

• Conservação de Massa
𝑑 𝑚𝑠𝑖𝑠
=0
𝑑𝑡

• 2ª Lei de Newton
– A taxa de variação de quantidade de movimentos de um Sistema
é igual à soma de todas as foças aplicadas ao Sistema
𝑑 𝑀𝑠𝑖𝑠
= 𝐹𝑠𝑖𝑠
𝑑𝑡

5
 Sistema

• Conservação de energia (1ª Lei da Termodinâmica)

– O calor adicionado a um Sistema é igual ao trabalho realizado
pelo Sistema acrescido da variação da sua energia interna
𝑑𝐸𝑠𝑖𝑠 𝑑𝑄 𝑑𝑊
= −
𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑑𝑡

• 2ª Lei da Termodinâmica
𝑑𝑄
𝑑𝑆𝑠𝑖𝑠 ≥
𝑇

6
 Sistema

• Momento da Quantidade de Movimento

𝑑 𝐻𝑠𝑖𝑠
= 𝑀𝑠𝑖𝑠
𝑑𝑡

• Onde
𝐻𝑠𝑖𝑠 = 𝑟 × 𝑉

• Lei de relação entre propriedades

𝑝 = 𝜌𝑅𝑇

7
 Caudal Mássico e Volúmico

• Caudal volúmico do escoamento através de uma

superfície arbitrária

• O incremento de volume 𝒱 através de dA

𝑑𝒱 = 𝑉𝑑𝑡 𝑑𝐴 𝑐𝑜𝑠𝜃 = 𝑉. 𝑛 𝑑𝐴 𝑑𝑡
8
 Caudal Mássico e Volúmico

• O caudal volúmico
𝑑𝒱
𝑄= = 𝑉. 𝑛 𝑑𝐴 = 𝑉𝑛 𝑑𝐴
𝒱 𝑑𝑡 𝑆 𝑆

• O caudal mássico

𝑚= 𝜌 𝑉. 𝑛 𝑑𝐴 = 𝜌 𝑉𝑛 𝑑𝐴
𝑆 𝑆

• Se a massa específica é constante

𝑚 = 𝜌𝑄

9
 Teorema de Reynolds

• É possível aplicar as equações fundamentais a uma dada

região do espaço, Volume de Controle, em vez de uma
quantidade de massa

• A análise do Sistema é convertida numa análise do

Volume de Controle

• Seja N uma propriedade extensiva qualquer de densidade

mássica . Então

10 𝑁= 𝜌 𝜂 𝑑𝒱
𝒱
 Teorema de Reynolds

• I - parte do volume de controle não ocupada pelo

sistema no instante t + dt
• II - parte do volume de controle ocupada pelo sistema no
instante t + dt
• III - parte do volume de controle não ocupada pelo
sistema no instante t t + dt
t

I II III

𝑑𝑁 𝑑
= 𝜌 𝜂 𝑑𝒱
𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝒱𝑠𝑖𝑠
11
 Teorema de Reynolds

𝑑𝑁 𝒱𝐼𝐼𝐼
𝜌 𝜂 𝑑𝒱 + 𝒱𝐼𝐼
𝜌 𝜂 𝑑𝒱 − 𝒱𝐼
𝜌 𝜂 𝑑𝒱 + 𝒱𝐼𝐼
𝜌 𝜂 𝑑𝒱
𝑡+𝑑𝑡 𝑡
= lim
𝑑𝑡 𝑠𝑖𝑠
𝑑𝑡→0 𝑑𝑡

𝑑𝑁 𝒱𝐼𝐼
𝜌 𝜂 𝑑𝒱 − 𝒱𝐼𝐼
𝜌 𝜂 𝑑𝒱
𝑡+𝑑𝑡 𝑡
= lim
𝑑𝑡 𝑠𝑖𝑠
𝑑𝑡→0 𝑑𝑡

𝒱𝐼𝐼𝐼
𝜌 𝜂 𝑑𝒱 𝒱𝐼
𝜌 𝜂 𝑑𝒱
𝑡+𝑑𝑡 𝑡
+ lim − lim
𝑑𝑡→0 𝑑𝑡 𝑑𝑡→0 𝑑𝑡
• A derivada temporal de uma grandeza N do sistema é igual
à taxa de variação local da propriedade N relativamente ao
vc mais o fluxo da propriedade N através da superfície do vc
𝑑𝑁 𝜕
= 𝜌 𝜂 𝑑𝒱 + 𝜌 𝜂 𝑉. 𝑑𝐴
𝑑𝑡 𝜕𝑡 𝑉𝐶 𝑆𝐶
12
 Conservação de Massa

• Se a propriedade N for a massa, então 𝜂 = 1 e obtém-se

𝑑𝑚
=0
𝑑𝑡 𝑠𝑖𝑠

𝜕
𝜌 𝑑𝒱 + 𝜌 𝑉. 𝑛 𝑑𝑆 = 0
𝜕𝑡 𝑉𝐶 𝑆𝐶

• Se o volume é indeformável
𝜕 𝜕𝜌
𝜌 𝑑𝒱 = 𝑑𝒱
𝜕𝑡 𝑉𝐶 𝑉𝐶 𝜕𝑡

13
 Conservação de Massa

• Obtém-se
𝜕𝜌
𝑑𝒱 + 𝜌 𝑉. 𝑛 𝑑𝑆 = 0
𝑉𝐶 𝜕𝑡 𝑆𝑉

• Se o escoamento for permanente

𝜌 𝑉. 𝑑𝐴 𝑑𝑆 = 0
𝑆𝐶

• Escoamento incompressível

𝑉. 𝑛 𝑑𝑆 = 0
14 𝑆𝐶
 Quantidade de Movimento Linear

• Aplica-se a relação do Teorema de Reynolds com 𝑁 = 𝑚𝑉

e𝜂=𝑉

• A relação geral para a quantidade de movimento para

um volume de controle genérico vem
𝑑 𝑚𝑉
= 𝐹
𝑑𝑡 𝑠𝑖𝑠

𝜕
𝑉𝜌 𝑑𝒱 + 𝜌𝑉 𝑉. 𝑛 𝑑𝑆 = 𝐹
𝜕𝑡 𝑉𝐶 𝑆𝐶

15
 Quantidade de Movimento Angular/
Momento da Quantidade de Movimento
• Aplica-se a relação do Teorema de Reynolds com
𝑁 = 𝐻0 = 𝑚𝑟 × 𝑉 e 𝜂 = 𝑟 × 𝑉

• A relação geral para a quantidade de movimento para

um volume de controle genérico vem
𝑑𝐻0
= 𝑀
𝑑𝑡 𝑠𝑖𝑠

𝜕
𝑟 × 𝑉 𝜌 𝑑𝒱 + 𝜌 𝑟 × 𝑉 𝑉. 𝑛 𝑑𝑆 = 𝑀
𝜕𝑡 𝑉𝐶 𝑆𝐶

16
 Energia

• Aplica-se a relação do Teorema de Reynolds com 𝑁 = 𝐸 e

𝜂 = 𝑒 (energia por unidade de massa)
𝑑𝐸 𝑑𝑄 𝑑𝑊
= −
𝑑𝑡 𝑠𝑖𝑠 𝑑𝑡 𝑑𝑡

𝜕 𝑑𝑄 𝑑𝑊
𝑒𝜌 𝑑𝒱 + 𝑒𝜌 𝑉. 𝑛 𝑑𝑆 = −
𝜕𝑡 𝑉𝐶 𝑆𝐶 𝑑𝑡 𝑑𝑡

• Onde
𝑒 = 𝑒𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑎 + 𝑒𝑐𝑖𝑛é𝑡𝑖𝑐𝑎 + 𝑒𝑝𝑜𝑡𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙 + 𝑒𝑜𝑢𝑡𝑟𝑎
𝑛𝑎𝑡𝑢𝑟𝑒𝑧𝑎
1 2
17 𝑒 = 𝑢 + 𝑉 + 𝑔𝑧
2
 Energia

• E
𝑊 = 𝑊𝑚𝑒𝑐â𝑛𝑖𝑐𝑜 + 𝑊𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 + 𝑊 𝑓𝑜𝑟ç𝑎𝑠
𝑒𝑥𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜 𝑣𝑖𝑠𝑐𝑜𝑠𝑎𝑠

𝑊 = 𝑊𝑚 + 𝑝 𝑉. 𝑛 𝑑𝑆 − 𝜏. 𝑉 𝑑𝑆
𝑆𝐶 𝑆𝐶

• O 𝑊𝑓.𝑣𝑖𝑠 é zero nos seguintes casos

– Superfície sólida
– Superfície de uma turbomáquina
– Num tubo de corrente suficientemente afastado de uma parede

18
 Energia

• Então
𝑄 − 𝑊𝑚 − 𝑊𝑓.𝑣𝑖𝑠
𝜕 1 2
= 𝑢 + 𝑉 + 𝑔𝑧 𝜌 𝑑𝒱
𝜕𝑡 𝑉𝐶 2
𝑝 1 2
+ 𝑢 + + 𝑉 + 𝑔𝑧 𝜌 𝑉. 𝑛 𝑑𝑆
𝑆𝐶 𝜌 2

• Para escoamento permanente, com uma entrada e uma

saída, unidimensional
𝑄 − 𝑊𝑚 − 𝑊𝑓.𝑣𝑖𝑠
1 2 1 2
= −𝑚1 ℎ1 + 𝑉1 + 𝑔𝑧1 + 𝑚2 ℎ2 + 𝑉2 + 𝑔𝑧2
19 2 2
 Equação de Bernoulli

• Considere-se um volume de controle formado por um

tubo de corrente elementar, fixo, de área variável A(s) e
comprimento ds

• Considere-se o escoamento de um fluido invíscido com

20 tensões de corte nula
 Equação de Bernoulli

• Fazendo um balanço de massa

𝜕 𝜕𝜌
𝜌 𝑑𝒱 − 𝑚𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 + 𝑚𝑠𝑎𝑖𝑑𝑎 = 0 ≈ 𝑑𝒱 + 𝑑𝑚
𝜕𝑡 𝑉𝐶 𝜕𝑡

• Onde
𝑚 = 𝜌𝐴𝑉 ∧ 𝑑𝒱 = 𝐴𝑑𝑠

• Logo
𝜕𝜌
𝑑𝑚 = 𝑑 𝜌𝐴𝑉 = − 𝐴𝑑𝑠
𝜕𝑡

21
 Equação de Bernoulli

• Aplicando a 2ª Lei de Newton

𝜕
𝑑𝐹𝑠 = 𝜌𝑉 𝑑𝒱 + 𝑚𝑉 𝑠𝑎𝑖𝑑𝑎 − 𝑚𝑉 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎
𝜕𝑡 𝑉𝐶
𝜕
≈ 𝜌𝑉 𝐴𝑑𝑠 + 𝑑 𝑚𝑉
𝜕𝑡

• Ao longo de uma linha de corrente

𝑉 = 𝑉𝑠

• A força da gravidade na direcção da linha de corrente

𝑑𝐹𝑠,𝑔𝑟𝑎𝑣 = −𝑑𝑤 𝑠𝑒𝑛𝜃 = −𝛾𝐴𝑑𝑠 𝑠𝑒𝑛𝜃 = −𝛾𝐴𝑑𝑧
22
 Equação de Bernoulli

• A força de pressão na direcção da linha de corrente

1
𝑑𝐹𝑠,𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 = 𝑑𝑝𝑑𝐴 − 𝑑𝑝 𝐴 + 𝑑𝐴 ≈ −𝐴𝑑𝑝
2

• Aplicando a 2ª Lei de Newton

𝜕
𝑑𝐹𝑠 = −𝛾𝐴𝑑𝑧 − 𝐴𝑑𝑝 = 𝜌𝑉 𝐴𝑑𝑠 + 𝑑 𝑚𝑉
𝜕𝑡

𝜕𝜌 𝜕𝑉
−𝛾𝐴𝑑𝑧 − 𝐴𝑑𝑝 = 𝑉𝐴𝑑𝑠 + 𝜌𝐴𝑑𝑠 + 𝑚𝑑𝑉 + 𝑉𝑑𝑚
𝜕𝑡 𝜕𝑡

23
 Equação de Bernoulli

• Aplicando a 2ª Lei de Newton (cont.)

𝜕𝑉
−𝛾𝐴𝑑𝑧 − 𝐴𝑑𝑝 = −𝑉𝑑𝑚 + 𝜌𝐴𝑑𝑠 + 𝑚𝑑𝑉 + 𝑉𝑑𝑚
𝜕𝑡

𝜕𝑉
𝜌𝐴𝑑𝑠 + 𝐴𝑑𝑝 + 𝜌𝐴𝑉𝑑𝑉 + 𝜌𝑔𝐴𝑑𝑧 = 0
𝜕𝑡

• Dividendo por 𝜌𝐴

𝜕𝑉 𝑑𝑝
𝑑𝑠 + + 𝑉𝑑𝑉 + 𝑔𝑑𝑧 = 0
𝜕𝑡 𝜌
24
 Equação de Bernoulli

• Escoamento permanente e incompressível

2 2 2 2
𝜕𝑉 𝑑𝑝
𝑑𝑠 + + 𝑉𝑑𝑉 + 𝑔𝑑𝑧 = 0
1 𝜕𝑡 1 𝜌 1 1

𝑝2 − 𝑝1 1
+ 𝑉2 2 − 𝑉1 2 + 𝑔 𝑧2 − 𝑧1 = 0
𝜌 2

• Ou
𝑝2 1 2 𝑝1 1 2
+ 𝑉 + 𝑔𝑧2 = + 𝑉1 + 𝑔𝑧1 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡.
𝜌 2 2 𝜌 2

25
 Exercícios

• Uma bomba injecta, através de uma tubagem com 3 in de

diâmetro, água numa outra tubagem de diâmetro igual a 10 in.
A velocidade média do escoamento fornecido pela bomba é de
U1 = 40 m/s, enquanto que no escoamento anelar em torno da
tubagem de alimentação é de U2 = 3 m/s. Admitindo
escoamento estacionário e incompressível e que se torna
completamente desenvolvido numa secção a jusante,
determine a velocidade U3 nessa secção.

26
 Exercícios

• Em alguns túneis de vento, a secção de testes é perfurada

para extrair ar e reduzir a dimensão da camada limite. A
secção de testes da figura tem 1200 orifícios com 5 mm de
diâmetro por metro quadrado de área de parede. A velocidade
de sucção em cada em cada furo é de 8 m/s e a velocidade de
entrada da secção de teste é de 35 m/s. Considerando o
escoamento incompressível e estacionário, ar a 20 ºC,
determine em m/s: a) V0; b) V2; c) Vf

27
 Exercícios

• Quando um cilindro espesso é exposto a um escoamento de

aproximação uniforme, surge a jusante uma esteira
significativa de baixa velocidade, em que o perfil de
velocidade tem a forma aproximada de um V. Se a pressão nas
duas secções representadas for igual, o escoamento for
bidimensional e incompressível e a profundidade for b,
obtenha a expressão que permite calcular a força de
resistência exercida sobre o cilindro.

28
 Exercícios

• Considere o acessório de redução de secção representado na

figura, em que D1 = 8 cm; D2 = 5 cm; p2 = 1 atm; T = 20 ºC. Se
a velocidade for de 5 m/s e o valor de h lido no manómetro
de mercúrio for de 58 cm, calcule o valor da força total
suportada pelos parafusos na flange de ligação.

29
 Exercícios

• O motor a jacto montado no banco de ensaios admite ar a 20

ºC à pressão de 1 atm (absoluta), na secção 1 onde A1 = 0,5
m2; V1 = 250 m/s. A a relação mássica combustível/ar é igual a
1/30. O ar sai na secção 2 à pressão atmosférica a uma
temperatura mais elevada e onde V2 = 900 m/s; A2 = 0,4 m2.
Determine a componente da força de reacção Rx, necessária
para manter o motor imóvel.

30
 Exercícios

• No cotovelo da figura, circula água a 20 ºC. O diâmetro da

tubagem é de 10 cm, enquanto que o diâmetro e saída do
cotovelo é de 3 cm. A pressão relativa na secção 1 é de 2,3
atm, ocorrendo a descarga à pressão atmosférica. Se o fluxo
de peso através da instalação for de 150 N/s e desprezando o
peso do fluido no interior do cotovelo, determine a força
exercida na secção 1.

31