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Mecânica dos Fluidos I

Estática

Prof. Carlos Alberto Rocha Pimentel


UFABC
Pressão em Torno de um Ponto
Sabemos que
𝛥𝐹𝑛 𝑑𝐹𝑛 𝑁
𝑃 = lim =
𝛥𝐴→0 𝛥𝐴 𝑑𝐴 𝑚2
Primeiro vamos enfatizar que a pressão é uma propriedade termodinâmica do fluido, como
temperatura ou densidade. Não é uma força. A pressão não tem direção e não é um vetor. O
conceito de força só surge quando se considera uma superfície imersa no fluido. A pressão cria
uma força, devido ao bombardeamento de moléculas de fluido na superfície, e é normal a essa
superfície.

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Seja uma pequena cunha de fluido em repouso de dimensões infinitesimais 𝑑𝑥, 𝑑𝑦, 𝑑𝑧, 𝑑𝑠. Não
existe forças de cisalhamento, porem é postulado que as pressões 𝑝𝑥 , 𝑝𝑦 , 𝑝 podem ser
diferentes em cada face. O peso do elemento de fluido é considerado. O elemento de fluido é
assumido ser pequeno, de maneira que, a pressão é constante em cada face.

2
Elemento de fluido
෍ 𝐹𝑥 = 0 ⇒ 𝑝𝑥 𝑑𝑦𝑑𝑧 − 𝑝 sin 𝜃 𝑑𝑠𝑑𝑧 = 0
𝑦
𝑔Ԧ ෍ 𝐹𝑦 = 0 ⇒ 𝑝𝑦 𝑑𝑥𝑑𝑧 − 𝑝 cos 𝜃 𝑑𝑠𝑑𝑧 − 𝜌𝑔𝑉 = 0
𝑝
Sendo
𝑑𝑦 𝑑𝑠
𝑑𝑥 = 𝑑𝑠 cos 𝜃
𝑝𝑥
𝑑𝑦 = 𝑑𝑠 sin 𝜃
𝑑𝑥 𝑥
𝑑𝑧
𝑝𝑥 𝑑𝑦𝑑𝑧 − 𝑝𝑑𝑦𝑑𝑧 = 0 ⇒ 𝑝𝑥 = 𝑝

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𝜃 𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧
𝑝𝑦 𝑝𝑦 𝑑𝑥𝑑𝑧 − 𝑝 cos 𝜃 𝑑𝑠𝑑𝑧 − 𝜌𝑔 =0⇒
𝑧 2
𝑊 𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧 𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧
𝑉= 𝑝𝑦 𝑑𝑥𝑑𝑧 − 𝑝𝑑𝑥𝑑𝑧 − 𝜌𝑔 =0⇒
2 2
𝑦 desprezível
1 1
𝑝 𝑝𝑦 − 𝑝 − 𝜌𝑔𝑑𝑦 = 0 ⇒ 𝑝𝑦 − 𝑝 = 𝜌𝑔𝑑𝑦
𝜃
2 2
𝑝𝑥
Como
𝑊 𝜃
𝑥 𝑑𝑦 → 0 com 𝜃 = constante
3
𝑝𝑦 A cunha torna-se infinitesimal, e assim o elemento
de fluido tende a um ponto.and thus the fluid
element shrinks to
Temos então
𝑝𝑥 = 𝑝𝑦 = 𝑝
Lei de Pascal: A pressão em um ponto no interior de um fluido em repouso é independente da
direção.

Este resultado é aplicável para um fluido em movimento onde as tensões de


cisalhamento não exitem, bem como um fluido em repouso, desde que a pressão é
um escalar, não um vetor.

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Variação de Pressão
Considere um elemento de fluido que esta em movimento. Existem dois tipos de força que
atuam neste elemento de fluido. Estas são as forças de superfície, devidas a pressão, e a de
campo que, neste caso, é igual ao peso do elemento de fluido. Aplicando a segunda lei de
Newton, termos
𝑦

𝜕𝑝
𝑝+ 𝑑𝑦 𝑑𝑥𝑑𝑧
𝜕𝑦 𝑔Ԧ

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𝑝𝑑𝑥𝑑𝑦

𝑑𝑦 𝜕𝑝
𝑝𝑑𝑦𝑑𝑧 𝑝+ 𝑑𝑥 𝑑𝑦𝑑𝑧
𝜕𝑥
𝑑𝑥
𝑑𝑧
𝑥
𝜕𝑝
𝑝+ 𝑑𝑧 𝑑𝑥𝑑𝑦
𝜕𝑧
𝑝𝑑𝑥𝑑𝑧
𝑧
𝑊 5
𝑊 = 𝜌𝑔𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧
𝜕𝑝 𝜕𝑝
𝑥⇒ ෍ 𝐹Ԧ𝑥 = 𝑝𝑑𝑦𝑑𝑧 − 𝑝 + 𝑑𝑥 𝑑𝑦𝑑𝑧 = 𝑝𝑑𝑦𝑑𝑧 − 𝑝𝑑𝑦𝑑𝑧 − 𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧
𝜕𝑥 𝜕𝑥
𝜕𝑝
෍ 𝐹Ԧ𝑦 = 𝑝𝑑𝑥𝑑𝑧 − 𝑝 + 𝑑𝑦 𝑑𝑥𝑑𝑧 − 𝜌𝑔𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑
𝜕𝑦
𝑦⇒
𝜕𝑝
= 𝑝𝑑𝑥𝑑𝑧 − 𝑝𝑑𝑥𝑑𝑧 − 𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧 − 𝜌𝑔𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧
𝜕𝑦
𝜕𝑝 𝜕𝑝
𝑧⇒ ෍ 𝐹Ԧ𝑧 = 𝑝𝑑𝑥𝑑𝑦 − 𝑝 + 𝑑𝑧 𝑑𝑥𝑑𝑦 = 𝑝𝑑𝑥𝑑𝑦 − 𝑝𝑑𝑥𝑑𝑦 − 𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧
𝜕𝑧 𝜕𝑧

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𝜕𝑝
𝑥⇒ ෍ 𝐹Ԧ𝑥 = − 𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧
𝜕𝑥
𝜕𝑝 𝐹Ԧ = 𝑚𝑎Ԧ
𝑦⇒ ෍ 𝐹Ԧ𝑦 = − 𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧 − 𝜌𝑔𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧
𝜕𝑦
𝜕𝑝
𝑧⇒ ෍ 𝐹Ԧ𝑧 = − 𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧
𝜕𝑧

6
𝜕𝑝
𝑥⇒ − 𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧 = 𝜌𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧𝑎𝑥
𝜕𝑥
𝜕𝑝
𝑦⇒ − 𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧 − 𝜌𝑔𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧 = 𝜌𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧𝑎𝑦
𝜕𝑦
𝜕𝑝
𝑧⇒ − 𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧 = 𝜌𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧𝑎𝑧
𝜕𝑧
𝜕𝑝
𝑥⇒ = −𝜌𝑎𝑥
𝜕𝑥 Gradiente
𝜕𝑝 𝜕𝑝 𝜕𝑝

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𝜕𝑝 𝛻𝑝 = 𝑖Ԧ + 𝑗Ԧ + 𝑘
𝑦⇒ = −𝜌𝑔 − 𝜌𝑎𝑦 = −𝜌 𝑔 + 𝑎𝑦 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧
𝜕𝑦
𝜕𝑝 𝐹Ԧ = 𝐹𝑥 𝑖Ԧ + 𝐹𝑦 𝑗Ԧ + 𝐹𝑧 𝑘
𝑧⇒ = −𝜌𝑎𝑧
𝜕𝑧

𝜕𝑝 𝜕𝑝 𝜕𝑝
𝑖Ԧ + 𝑗Ԧ + 𝑘 = −𝜌𝑎𝑥 𝑖Ԧ − 𝜌 𝑔 + 𝑎𝑦 𝑗Ԧ − 𝜌𝑎𝑧 𝑘 = −𝜌𝑎𝑥 𝑖Ԧ − 𝜌𝑔Ԧ𝑗 − 𝑎𝑦 𝑗Ԧ − 𝜌𝑎𝑧 𝑘
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧
𝛻𝑝 = −𝜌𝑔Ԧ𝑗 − 𝜌𝑎Ԧ
Logo 7
𝛻𝑝 = −𝛾 − 𝜌𝑎Ԧ
Podemos também dizer que ෍ 𝐹Ԧ = 𝐹Ԧ𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 + 𝐹Ԧ𝑔𝑟𝑎𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 + 𝐹Ԧ𝑣𝑖𝑠𝑐𝑜𝑠𝑜

−𝛻𝑝 + 𝜌𝑔Ԧ + 𝐹Ԧ𝑣𝑖𝑠𝑐𝑜𝑠𝑜 = 𝜌𝑎Ԧ


Esta é a equação geral do movimento.
No caso onde o fluido esta em repouso ou em velocidade constante, onde 𝑎Ԧ = 0, a variação da
pressão é dada por
𝛻𝑝 = 𝜌𝑔Ԧ
𝜕𝑝 𝜕𝑝 𝜕𝑝
𝑖Ԧ + 𝑗Ԧ + 𝑘 = −𝜌𝑎𝑥 𝑖Ԧ − 𝜌𝑔Ԧ𝑗 − 𝜌𝑎𝑧 𝑘

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𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧
Não existe variação de pressão nos eixos 𝑥 e 𝑧. Logo

𝜕𝑝 𝜕𝑝
=0 =0
𝜕𝑥 𝜕𝑧
A variação de pressão somente ocorre na direção 𝑦, então
𝜕𝑝
= −𝜌𝑔 = −𝛾
𝜕𝑦
Isto significa que quando a elevação 𝑦 cresce, a pressão decresce. Portanto, podemos dizer por 8
observação da natureza que, a pressão cresce com a profundidade e decresce com a altitude na
atmosfera.
Lei de Stevin: A diferença entre as pressões de dois pontos de um fluido em equilíbrio (repouso)
é igual ao produto entre a massa específica do fluido, a aceleração da gravidade e a diferença
entre as profundidades dos pontos.
Para um fluido incompressível(𝜌 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡.) e para variações desprezíveis de 𝑔, temos
𝑝2 ℎ2
𝑑𝑝
= −𝜌𝑔 ⇒ න 𝑑𝑝 = −𝜌𝑔 න 𝑑ℎ ⇒ 𝑝2 − 𝑝1 = −𝜌𝑔 ℎ2 − ℎ1
𝑑ℎ 𝑝1 ℎ1

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∆𝑝 = 𝜌𝑔∆ℎ = 𝛾∆ℎ

𝑝𝑎𝑡𝑚
A pressão é a mesma em todos os
pontos da linha 𝐴𝐵 , dependente
somente de ℎ, 𝑝𝑎𝑡𝑚 e 𝜌.

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𝛾
Medida de Pressão
Sabemos que
𝛥𝐹𝑛 𝑑𝐹𝑛 𝑁
𝑃 = lim =
𝛥𝐴→0 𝛥𝐴 𝑑𝐴 𝑚2

𝑷𝒂𝒃𝒔𝒐𝒍𝒖𝒕𝒂 = 𝑷𝒎 + 𝑷𝒂𝒕𝒎

𝑷𝒎 ⇒ Pressão Manométrica
𝑷𝒂𝒕𝒎 ⇒ Pressão Atmosférica

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Atmosfera Terrestre

10
Pressão nos Gases
Devido ao fato de que os gases são compressíveis, a variação da massa específica deve ser
considerada. A massa específica dos gases geralmente dependa da pressão e temperatura.
Considerando a equação de estado, tem-se
𝑝
𝑝 = 𝜌𝑅𝑇 ⇒ 𝜌 =
𝑅𝑇
onde 𝑅 é a constante específica do gás e 𝑇 a temperatura absoluta.
Substituindo 𝜌 em

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𝑑𝑝 = −𝜌𝑔𝑑𝑦
𝑝
𝑝 𝑑𝑝 𝑔 𝑦 𝑑𝑦
𝑑𝑝 = − 𝑔𝑑𝑦 ⇒ න =− න
𝑅𝑇 𝑝0 𝑝 𝑅 𝑦0 𝑇
A integral sobre 𝑦 requer uma suposição sobre a variação da temperatura com 𝑦(𝑇(𝑦)). No US
Standard Atmosphere a temperatura decresce linearmente com o aumento da altitude, até
11000 metros. Para uma variação de temperatura linear dada por
𝑇 = 𝑇0 − 𝛽𝑦
onde 𝑇𝑜 é a temperatura absoluta ao nível do mar e 𝛽 taxa de lapso, sendo ambos de certa
forma variável com o dia. 11
Temos
𝑢 = 𝑇0 − 𝛽𝑦
𝑝 𝑦 𝑦
𝑑𝑝 𝑔 𝑑𝑦 𝑔 1 𝑑𝑢 𝑑𝑢 𝑑𝑢
න =− න ⇒ ln 𝑝 − ln 𝑝0 = − න − = −𝛽 ⇒ 𝑑𝑦 = −
𝑝0 𝑝 𝑅 𝑦0 𝑇0 − 𝛽𝑦 𝑅 𝑦0 𝑢 𝛽 𝑑𝑦 𝛽

𝑝 𝑔 𝑦 𝑑𝑢 𝑝 𝑔 𝑦 𝑝 𝑔 𝑦
ln = න ⇒ ln = ln 𝑢 อ ⇒ ln = ln 𝑇0 − 𝛽𝑦 อ
𝑝0 𝑅𝛽 𝑦0 𝑢 𝑝0 𝑅𝛽 𝑦0 𝑝0 𝑅𝛽 𝑦0
𝑝 𝑔 𝑝 𝑔 𝑇0 − 𝛽𝑦
ln = ln 𝑇0 − 𝛽𝑦 − ln 𝑇0 − 𝛽𝑦0 ⇒ ln = ln
𝑝0 𝑅𝛽 𝑝0 𝑅𝛽 𝑇0 − 𝛽𝑦0

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𝑔 𝑔
𝑝 𝑇0 − 𝛽𝑦 𝑅𝛽 𝑝 𝑇0 − 𝛽𝑦 𝑅𝛽
ln = ln ⇒ =
𝑝0 𝑇0 − 𝛽𝑦0 𝑝0 𝑇0 − 𝛽𝑦0
Para 𝑦0 = 0 ⇒ 𝑝 = 𝑝0
𝑔 𝑔 𝑔 𝑔
𝑝 𝑇0 − 𝛽𝑦 𝑅𝛽 𝑇 𝑅𝛽 𝛽𝑦 𝑅𝛽 𝑇 𝑅𝛽
= = ⇒ 𝑝 = 𝑝0 1 − = 𝑝0
𝑝0 𝑇0 𝑇0 𝑇0 𝑇0
𝑔 𝑔 𝑔
𝑇 = 𝑇0 − 𝛽𝑦
𝑝 𝛽𝑦 𝑅𝛽 𝜌𝑅𝑇 𝛽𝑦 𝑅𝛽 𝜌 𝑇 𝛽𝑦 𝑅𝛽
= 1− ⇒ = 1− ⇒ = 1− ⇒ 𝑇 𝛽𝑦
𝑝0 𝑇0 𝜌0 𝑅𝑇0 𝑇0 𝜌0 𝑇0 𝑇0 = 1−
𝑔 𝑔 𝑔 𝑇0 𝑇0 12
−1 −1
𝜌 𝛽𝑦 𝛽𝑦 𝑅𝛽 𝜌 𝛽𝑦 𝛽𝑦 𝑅𝛽 𝜌 𝛽𝑦 𝑅𝛽
1− = 1− ⇒ = 1− 1− ⇒ = 1−
𝜌0 𝑇0 𝑇0 𝜌0 𝑇0 𝑇0 𝜌0 𝑇0
O valor padrão para 𝛽 aplicada a uma altitude entre 0 até 11000 𝑚.
Nível do mar
𝛽 = 0.00650 𝐾 Τ𝑚
2
𝑃 = 1.01325 × 10−5 𝑁Τ𝑚2
𝑔 = 9.807 𝑚Τ𝑠
𝑇 = 15℃ = 288.15 𝐾
𝑅 = 287.057 𝐽Τ𝑘𝑔 ∙ 𝐾
𝜌 = 1.225 𝑘𝑔Τ𝑚3
𝜇 = 1.7894 × 10−5 𝑃𝑎 ∙ 𝑠

𝑔 𝑔
−1
𝛽𝑦 𝑅𝛽 𝜌 𝛽𝑦 𝑅𝛽
𝑝 = 𝑝0 1 − = 1−
𝑇0 𝜌0 𝑇0

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13
Manometria: É o estudo dos manômetros.
Uma das técnicas utilizadas na medição da pressão envolve o uso de colunas de líquidos verticais
ou inclinadas. Os dispositivos para a medida da pressão baseados nesta técnica são
denominados manômetros. Os três tipos usuais de manômetros são o tubo piezométrico, o
manômetro em U e o com tubo inclinado.
Manômetro de Tubo Piezométrico
É o tipo mais simples de manômetro que consiste de um tubo
vertical aberto no topo e conectado ao recipiente no qual
desejamos conhecer a pressão.

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A utilização do tupo piezométrico é bastante restrita apesar do
𝛾 dispositivo ser muito simples e preciso. O tubo piezométrico só é
adequado nos casos onde a pressão no recipiente é maior do que
a pressão atmosférica.

𝐀
𝑝𝐴 = 𝛾ℎ + 𝑝𝑎𝑡𝑚

OBS: É utilizado para líquidos.

14
Manômetro em U
A maior vantagem deste tipo de manômetro é que o fluido manométrico pode ser diferente do
fluido no recipiente, podendo ser utilizado para medidas em recipientes contendo gases ou
líquidos.

É indicado para medir pressões pequenas(até


inferiors à 𝑝𝑎𝑡𝑚 ) e de maior magnitude, que para os
piezômetros seriam inviáveis.
𝑝𝐵 = 𝑝𝐶

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𝒉𝟐 𝑝𝐵 = 𝛾 ′ ℎ2 + 𝑝𝑎𝑡𝑚 | 𝑝𝐶 = 𝛾ℎ1 + 𝑝𝐷
𝛾 ′ ℎ2 + 𝑝𝑎𝑡𝑚 = 𝛾ℎ1 + 𝑝𝐷
𝒉𝟏
𝑝𝐷 = 𝛾 ′ ℎ2 − 𝛾ℎ1 + 𝑝𝑎𝑡𝑚
Se o recipiente contém um gás, o termo 𝛾ℎ1
normalmente pode ser desprezado, pois a
densidade dos gases é muito menor que a
densidade dos líquidos, portanto
𝑝𝐷 = 𝛾 ′ ℎ2 + 𝑝𝑎𝑡𝑚
15
Manômetro de Tubo diferencial em U
É utilizado para medir deferença de pressão entre dois pontos, seja eles na mesma tubulação ou
em tubulações diferentes.

𝑝𝐶 = 𝑝𝐷
𝑝𝐶 = 𝛾3 ℎ3 + 𝛾1 ℎ1 + 𝑝𝐴
𝑝𝐷 = 𝛾2 ℎ2 + 𝑝𝐸

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𝛾3 ℎ3 + 𝛾1 ℎ1 + 𝑝𝐴 = 𝛾2 ℎ2 + 𝑝𝐸
𝑝𝐴 − 𝑝𝐸 = 𝛾2 ℎ2 − 𝛾1 ℎ1 − 𝛾3 ℎ3

16
Manômetro de Tubo Inclinado

𝛾3
ℎ2 = 𝐿 sin 𝜃 𝑝𝐶 = 𝑝𝐷
𝑝𝐶 = 𝛾1 ℎ1 + 𝑝𝐴
𝐸
𝛾1 𝛾2 𝑝𝐷 = 𝛾2 ℎ2 + 𝑝𝐸

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𝑝𝐸 = 𝛾3 ℎ3 + 𝑝𝐵
𝛾1 ℎ1 + 𝑝𝐴 = 𝛾2 ℎ2 + 𝑝𝐸
𝐷
𝐶 𝛾1 ℎ1 + 𝑝𝐴 = 𝛾2 𝐿 sin 𝜃 + 𝛾3 ℎ3 + 𝑝𝐵
𝑝𝐴 − 𝑝𝐵 = 𝛾2 𝐿 sin 𝜃 + 𝛾3 ℎ3 − 𝛾1 ℎ1

17
Manômetro de Bourdon(1808-1884)
O principio de funcionamento é baseado na distensão/contração de um material do tipo “língua
de sogra”, porém feito de freqüentimente de latão, que entra em contato com o fluido.

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Barômetro: É um manômetro especializado em medir a pressão atmosférica(Italiano Torricelli
1608-1647).
É constituido por um tubo de vidro com uma extremidade fechada e a outra aberta imersa num
recipient que contém mercúrio. A pressão no ponto 𝐵 é igual a pressão atmosférica, e a pressão
no ponto 𝐶 é considerado zero desde que existe somente vapor de mercúrio, e a pressão é
muito pequena em relação a pressão atmosférica e, portanto, pode ser negligenciada.
O equilibrio das forças é dado por
𝑝𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟 𝑝𝑎𝑡𝑚 = 𝜌𝑔ℎ + 𝑝𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟 ⇒ 𝑝𝑎𝑡𝑚 = 𝜌𝑔ℎ
𝑝𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟
onde 𝜌 é a massa específica do mercúrio, 𝑔 é a

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aceleração da gravidade local e ℎ é a altura da coluna de
mercúrio acima da superfície.
OBS: O comprimento e a área da seção transversal do
𝑝𝑎𝑡𝑚 tubo não tem efeito na altura da coluna de mercúrio.
1 𝑎𝑡𝑚 = 1.01325 × 10−5 𝑁Τ𝑚2 = 759,99 𝑚𝑚𝐻𝑔 𝑒𝑚 0℃

19
Ex1: Se ℎ = 65 𝑐𝑚, determine a pressão em 𝐴. O líquido tem densidade(SG) de 1.85.

𝑝 = 𝛾ℎ = 𝜌𝑔ℎ 1 𝑖𝑛 = 2.54 𝑐𝑚
𝑘𝑔 𝜌𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
𝜌𝐿 = 1.85 × 1000 = 1850 𝑆𝐺𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 =
𝑚3 𝜌𝐻2 𝑂

65 𝑁 𝑚
𝑝 = 1850 × 9.81 × = 11796.53 2 𝑔 = 9.81
100 𝑚 𝑠2
Água
4 ℃ ⇒ 𝜌𝐻2 𝑂 = 1000 𝑘𝑔Τ𝑚3

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Ex2: Para o vaso de pressão contendo glicerina, com piezómetro acoplado, qual é a pressão no
ponto 𝐴. 𝑁
𝑃𝑎𝑡𝑚
𝑝𝑎𝑡𝑚 = 101325 𝑁
𝑝 = 𝛾ℎ = 𝜌𝑔ℎ 𝑚2 𝜌 = 1260
𝑚3
40.8 × 2.54 𝑁 𝑚
𝑝 = 1260 × 9.81 × = 12809.54 2 𝑔 = 9.81
100 𝑚 𝑠2

Considerando a Pressão atmosférica 20


𝑁
𝑝 = 12809.54 + 101325 = 114134.54 2
𝑚
Ex3: Um vaso contendo óleo sob pressão é mostrada abaixo. Encontrar a elevação da superfície
do óleo no piezómetro acoplado.

𝑝 = 𝛾ℎ = 𝜌𝑔ℎ

𝑘𝑔
𝜌𝐿 = 0.83 × 1000 = 830
𝑚3
35000
ℎ =2+ = 6.30 𝑚
830 × 9.81

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𝜌𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 Água
𝑆𝐺𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 =
𝜌𝐻2 𝑂 4 ℃ ⇒ 𝜌𝐻2 𝑂 = 1000 𝑘𝑔Τ𝑚3
𝑚
𝑔 = 9.81
𝑠2

21
Ex4: Para o tanque aberto, com piezómetro acoplado ao lado, contendo diferentes líquidos
imicíveis, como mostra a figura abaixo, Encontre a (a) elevação da superfície do líquido no
piezómetro 𝐴, (b) elevação da superfície do líquido no piezómetro 𝐵, e (c) pressão total no
fundo do tanque.
𝑝 = 𝛾ℎ = 𝜌𝑔ℎ
𝑘𝑔
𝜌𝐿𝐴 = 0.72 × 1000 = 720
𝑚3
𝑘𝑔
𝜌𝐿𝐵 = 2.36 × 1000 = 2360 3
𝑚
(a)

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𝑁
𝑝𝐴 = 720 × 9.81 × 2 − 0.3 = 12007.44
𝑚2
ℎ = 1.7 𝑚 ⇒ ℎ = 2 𝑚
(b)
𝑁
𝑝𝐵 = 2360 × 9.81 × 0.3 = 6945.48
𝑚2 𝜌𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
𝑆𝐺𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 =
𝑁 𝜌𝐻2 𝑂
𝑝𝑇 = 𝑝𝐴 + 𝑝𝐵 = 12007.44 + 6945.48 = 18952.92
𝑚2
𝑝𝐴 + 𝑝𝐵 18952.92 Água
ℎ𝐵 = = = 0.819 𝑚 4 ℃ ⇒ 𝜌𝐻2 𝑂 = 1000 𝑘𝑔Τ𝑚3
𝜌𝐵 𝑔 2360 × 9.81
(c) 22
𝑁 𝑚
𝑝𝑇 = 18952.92 2 𝑔 = 9.81 2
𝑚 𝑠
Ex5: Para o tanque aberto, com piezómetro acoplado ao lado, contendo diferentes líquidos
imicíveis, como mostra a figura abaixo, Encontre a (a) elevação da superfície do líquido no
piezómetro 𝐴, (b) elevação da superfície do líquido no piezómetro 𝐵, e (c) pressão total no
fundo do tanque.
𝑝𝐶 = 𝛾𝐵 × 0.20 + 𝑝𝐴 E F

𝑝𝐷 = 𝛾𝑀 × 0.08 + 𝛾𝐾 × 0.32 + 𝑝𝐸
𝑝𝐺 = 𝛾𝑊 × 0.40 + 𝑝𝐹 ⇒ 𝑝𝐹 = 𝑝𝐺 − 𝛾𝑊 × 0.40
𝑝𝐻 = 𝛾𝑊 × 0.14 + 𝛾𝐴𝑖𝑟 × 0.09 + 𝑝𝐵 G H
C
D

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𝑝𝐶 = 𝑝𝐷
Bezene = 8640 𝑁Τ𝑚3 Water = 9790 𝑁Τ𝑚3
𝑝𝐸 = 𝑝𝐹
Mercury = 133100 𝑁Τ𝑚3 Air = 12 𝑁Τ𝑚3
𝑝𝐺 = 𝑝𝐻
Kerosene = 7885 𝑁Τ𝑚3
𝛾𝐵 × 0.20 + 𝑝𝐴 = 𝛾𝑀 × 0.08 + 𝛾𝐾 × 0.32 + 𝑝𝐸
𝛾𝐵 × 0.20 + 𝑝𝐴 = 𝛾𝑀 × 0.08 + 𝛾𝐾 × 0.32 + 𝑝𝐺 − 𝛾𝑊 × 0.40
𝛾𝐵 × 0.20 + 𝑝𝐴 = 𝛾𝑀 × 0.08 + 𝛾𝐾 × 0.32 + 𝛾𝐴 × 0.14 + 𝛾𝐴𝑖𝑟 × 0.09 + 𝑝𝐵 − 𝛾𝑊 × 0.40
𝑝𝐴 − 𝑝𝐵 = 𝛾𝑀 × 0.08 + 𝛾𝐾 × 0.32 + 𝛾𝑊 × 0.14 + 𝛾𝐴𝑖𝑟 × 0.09 − 𝛾𝑊 × 0.40 − 𝛾𝐵 × 0.20
𝑝𝐴 − 𝑝𝐵 = 133100 × 0.08 + 7885 × 0.32 + 9790 × 0.14 + 12 × 0.09 − 9790 × 0.40 − 8640 × 0.20 23
𝑝𝐴 − 𝑝𝐵 = 8898.88 𝑁Τ𝑚2
Força Hidroestática em Superfície Plana
Sempre é detectado a presença de forças na superfícies de corpos submerses nos fluidos. A
determinação destas forças é importante no projeto de tanques para armazenamento de fluidos,
navios, barragens, comportas e outras estruturas hidráulicas.
Para determinar completamente a resultante de força atuando sobre uma superfície submersar,
devemos obter
• Módulo
• Sentido

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• Direção
• Ponto de aplicação

24

Pressão no fundo do tanque Pressão nas paredes laterais do tanque


Considere a superficie

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A força hidrostática sobre qualquer elemento da superfície age perpendicularmente à superfície.
A força de pressão atuando sobre um elemento de área 𝑑𝐴 é dado por
𝑑𝐹
𝑝= ⇒ 𝑑𝐹 = 𝑝𝑑𝐴 𝑝 = 𝑝0 + 𝛾ℎ
𝑑𝐴
Portanto
𝑑𝐹 = 𝑝0 + 𝛾ℎ 𝑑𝐴 ⇒ 𝑑𝐹 = 𝑝0 + 𝛾𝑦 sin 𝜃 𝑑𝐴 ℎ = 𝑦 sin 𝜃
25
Integrando sobre toda a área

න 𝑑𝐹 = න 𝑝0 + 𝛾𝑦 sin 𝜃 𝑑𝐴 ⇒ න 𝑑𝐹 = 𝑝0 න 𝑑𝐴 + 𝛾 sin 𝜃 න 𝑦𝑑𝐴


𝐹 𝐴 𝐹 𝐴 𝐴

É o momento de primeira ordem da área em relação ao eixo 𝑥 é dado por

න 𝑦𝑑𝐴 = 𝑦𝐶 𝐴
𝐴
Logo ℎ𝐶 = 𝑦𝐶 sin 𝜃
𝐹𝑅 = 𝑝0 𝐴 + 𝛾 sin 𝜃 𝑦𝐶 𝐴 ⇒ 𝐹𝑅 = 𝑝0 + 𝛾ℎ𝐶 𝐴 𝑝𝐶 = 𝑝0 + 𝛾ℎ𝐶

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𝐹𝑅 = 𝑝0 + 𝛾𝑦𝐶 sin 𝜃 𝐴 ⇒ 𝐹𝑅 = 𝑝0 𝐴 + 𝛾𝑦𝐶 sin 𝜃 𝐴
𝐹𝑅 = 𝑝0 + 𝛾𝑦𝐶 sin 𝜃 𝐴
𝑝𝐶 = 𝑝0 + 𝛾𝑦𝐶 sin 𝜃

𝐹𝑅 = 𝑝𝐶 𝐴
sendo 𝑝𝐶 a pressão absoluta no fluido na posição do
centroide da área 𝐴.
• Isto significa que o módulo da força resultante é
igual à pressão no centroide multiplicada pela área
total da superfície submersa.
26
• Como todas forças diferenciais que compõem 𝐹𝑅 são
perpendiculares a superfície, a resultante destas
forças também será perpendicular a superfície.
A equeçã 𝐹𝑅 = 𝑝𝐶 𝐴 calcula a força resultante devido ao líquido, incluindo o efeito da pressão
ambiente 𝑝0 , no lado de uma superfície plana submersa.
Embora seja necessário a pressão no centro da placa para calcular a força resultante, este não
passa pela linha de ação que atravessa o centróide da área. A coordenada 𝑦𝑅 da força resultante
pode ser determinada pela soma dos momentos em torno do eixo 𝑥, ou seja, o momento da
força resultante precisa ser igual aos momentos das forças devida a pressão, ou seja

𝑦𝑅 𝐹𝑅 = න 𝑦𝑝𝑑𝐴 ⇒ 𝑦𝑅 𝐹𝑅 = න 𝑦 𝑝0 + 𝛾𝑦 sin 𝜃 𝑑𝐴
𝐴 𝐴

𝑦𝑅 𝐹𝑅 = න 𝑦𝑝0 + 𝛾𝑦 2 sin 𝜃 𝑑𝐴 = න 𝑦𝑝0 𝑑𝐴 + න 𝛾𝑦 2 sin 𝜃 𝑑𝐴

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𝐴 𝐴 𝐴

𝑦𝑅 𝐹𝑅 = 𝑝0 න 𝑦𝑑𝐴 + 𝛾 sin 𝜃 න 𝑦 2 𝑑𝐴 ⇒ 𝑦𝑅 𝐹𝑅 = 𝑝0 𝑦𝐶 𝐴 + 𝛾 sin 𝜃 𝐼𝑥𝑥,𝑜


𝐴 𝐴

න 𝑦𝑑𝐴 = 𝑦𝐶 𝐴
𝐴

Sendo ‫ 𝑦 𝐴׬‬2 𝑑𝐴 = 𝐼𝑥𝑥,𝑜 o momento de segunda ordem da área ou momento de inércia em


relação ao eixo formado pela interseção do plano que contém a superfície e a superfície
livre(eixo 𝑥).
27
Mas, do teorema dos eixos paralelos 𝐼𝑥𝑥,𝐶 é o momento de segunda ordem da
área em relação ao eixo x passando através
𝐼𝑥𝑥,𝑜 = 𝐼𝑥𝑥,𝐶 + 𝑦𝐶2 𝐴 do centróide da área.
𝑦𝐶 é a distância entre os dois eixos.

𝑦𝑅 𝐹𝑅 = 𝑝0 𝑦𝐶 𝐴 + 𝛾 sin 𝜃 𝐼𝑥𝑥,𝐶 + 𝑦𝐶2 𝐴 ⇒ 𝑦𝑅 𝐹𝑅 = 𝑝0 𝑦𝐶 𝐴 + 𝛾 sin 𝜃 𝐼𝑥𝑥,𝐶 + 𝛾 sin 𝜃 𝑦𝐶2 𝐴

𝑦𝑅 𝐹𝑅 = 𝑝𝑜 𝐴 + 𝛾 sin 𝜃 𝑦𝐶 𝐴 𝑦𝐶 + 𝛾 sin 𝜃 𝐼𝑥𝑥,𝐶 𝐹𝑅 = 𝑝0 𝐴 + 𝛾 sin 𝜃 𝑦𝐶 𝐴

𝛾 sin 𝜃 𝐼𝑥𝑥,𝐶 ℎ𝐶 = 𝑦𝐶 sin 𝜃


𝑦𝑅 𝐹𝑅 = 𝐹𝑅 𝑦𝐶 + 𝛾 sin 𝜃 𝐼𝑥𝑥,𝐶 ⇒ 𝑦𝑅 = 𝑦𝐶 +
𝐹𝑅

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A equação é válida para o cálculo da coordenada 𝑦𝑅 do ponto de aplicação da força sobre o lado
submerso da superfície, quando se deseja incluir a pressão ambiente 𝑝𝑜 .
A equação mostra que a força resultante não passa através da centróide mas sempre atua abaixo
dele. Portanto
𝐹𝑅 = 𝑝𝐶 𝐴

28
Se a pressão 𝑝𝑜 atua sobre o outro lado da superfície devemos então, desprezar 𝑝𝑜 no cálculo da
força resultante.

𝐹𝑅 = 𝑝𝐶,𝑚𝑎𝑛𝑜𝑚é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎 𝐴 = 𝛾 sin 𝜃 𝑦𝐶 𝐴

𝐹𝑅 = 𝑝𝐶 𝐴
Como
𝑝𝐶 = 𝛾ℎ𝐶
𝛾 sin 𝜃 𝐼𝑥𝑥,𝐶 𝛾 sin 𝜃 𝐼𝑥𝑥,𝐶

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𝑦𝑅 = 𝑦𝐶 + ⇒ 𝑦𝑅 = 𝑦𝐶 +
𝐹𝑅 𝛾 sin 𝜃 𝑦𝐶 𝐴
𝐼𝑥𝑥,𝐶 𝐼𝑥𝑥,𝐶 sin 𝜃 ℎ𝐶 = 𝑦𝐶 sin 𝜃
𝑦𝑅 = 𝑦𝐶 + ⇒ 𝑦𝑅 = 𝑦𝐶 +
𝑦𝐶 𝐴 ℎ𝐶 𝐴 ℎ𝐶
ou 𝑦𝐶 =
sin 𝜃
𝐼𝑥𝑥,𝐶 𝐼𝑥𝑥,𝐶 sin 𝜃
𝑦𝑅 − 𝑦𝐶 = ⇒ 𝑦𝑅 − 𝑦𝐶 =
𝑦𝐶 𝐴 ℎ𝐶 𝐴
𝐼𝑥𝑥,𝐶 é semprepositivo, logo 𝑦𝑅 − 𝑦𝐶 também o será, de forma que o centro das pressões
localizar-se-á sempre abaixo do centro de gravidade da superfície. Não se deve esquecer que
tanto 𝑦𝐶 quanto 𝑦𝑅 − 𝑦𝐶 são distâncias medidas no plano da superfície. 29
Uma análise similar pode ser feita para calcular 𝑥𝑅 , a coordenada 𝑥 do ponto de aplicação da
força resultante sobre a superfície.

𝑥𝑅 𝐹𝑅 = න 𝑥𝑝𝑑𝐴
𝐴

Podemos expressar 𝑝 como uma função de 𝑦 como antes

𝑥𝑅 𝐹𝑅 = න 𝑥 𝑝0 + 𝛾𝑦 sin 𝜃 𝑑𝐴
𝐴

𝑥𝑅 𝐹𝑅 = න 𝑥𝑝0 + 𝛾𝑥𝑦 sin 𝜃 𝑑𝐴 = න 𝑥𝑝0 𝑑𝐴 + න 𝛾𝑥𝑦 sin 𝜃 𝑑𝐴

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𝐴 𝐴 𝐴

𝑥𝑅 𝐹𝑅 = 𝑝0 න 𝑥𝑑𝐴 + 𝛾 sin 𝜃 න 𝑥𝑦𝑑𝐴 ⇒ 𝑥𝑅 𝐹𝑅 = 𝑝0 𝑥𝐶 𝐴 + 𝛾 sin 𝜃 𝐼𝑥𝑦,𝑜


𝐴 𝐴

න 𝑥𝑑𝐴 = 𝑥𝐶 𝐴 න 𝑥𝑦𝑑𝐴 = 𝐼𝑥𝑦,𝑜 = 𝐼𝑥𝑦,𝐶 + 𝑥𝐶 𝑦𝐶 𝐴


𝐴 𝐴

𝑥𝑅 𝐹𝑅 = 𝑝0 𝑥𝐶 𝐴 + 𝛾 sin 𝜃 𝐼𝑥𝑦,𝐶 + 𝑥𝐶 𝑦𝐶 𝐴 ⇒ 𝑥𝑅 𝐹𝑅 = 𝑝0 𝑥𝐶 𝐴 + 𝛾 sin 𝜃 𝐼𝑥𝑦,𝐶 + 𝛾 sin 𝜃 𝑥𝐶 𝑦𝐶 𝐴


𝐹𝑅 = 𝑝0 𝐴 + 𝛾 sin 𝜃 𝑦𝐶 𝐴
𝑥𝑅 𝐹𝑅 = 𝑝0 𝐴 + 𝛾 sin 𝜃 𝑦𝐶 𝐴 𝑥𝐶 + 𝛾 sin 𝜃 𝐼𝑥𝑦,𝐶
30
𝑥𝑅 𝐹𝑅 = 𝐹𝑅 𝑥𝐶 + 𝛾 sin 𝜃 𝐼𝑥𝑦,𝐶
𝛾 sin 𝜃 𝐼𝑥𝑦,𝐶
𝑥𝑅 = 𝑥𝐶 +
𝐹𝑅
Esta equação leva em consideração a pressão ambiente 𝑝0 .
Como anteriormente dito, se a pressão 𝑝𝑜 atua sobre o outro lado da superfície devemos então,
desprezar 𝑝𝑜 no cálculo da força resultante.
𝐹𝑅 = 𝑝𝐶,𝑚𝑎𝑛𝑜𝑚é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎 𝐴 = 𝛾 sin 𝜃 𝑦𝐶 𝐴
então
𝛾 sin 𝜃 𝐼𝑥𝑦,𝐶 𝛾 sin 𝜃 𝐼𝑥𝑦,𝐶
𝑥𝑅 = 𝑥𝐶 + ⇒ 𝑥𝑅 = 𝑥𝐶 +

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𝐹𝑅 𝛾 sin 𝜃 𝑦𝐶 𝐴
𝐼𝑥𝑦,𝐶
𝑥𝑅 = 𝑥𝐶 + ℎ𝐶 = 𝑦𝐶 sin 𝜃
𝑦𝐶 𝐴
ou ℎ𝐶
𝑦𝐶 =
𝐼𝑥𝑦,𝐶 sin 𝜃 sin 𝜃
𝑥𝑅 = 𝑥𝐶 +
ℎ𝐶 𝐴
A direção da força será sempre perpendicular ao plano da superfície.

31
32

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Momento de Inércia
33

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Ex1: Uma porta rectangular e vertical com água em um dos lados é mostrada a baixo. Determine
a força resultante total atuando na porta e a localização do centro de pressão.

𝐹 = 𝛾ℎ𝑐𝑔 𝐴

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𝛾á𝑔𝑢𝑎 = 9790 𝑁Τ𝑚3

𝑁
𝐹 = 9790 × 3 + 1.2Τ2 × 2 × 1.2 = 84585.6
𝑚2
𝐼𝑥𝑥,𝐶 2 × 1.23 Τ12 34
𝑦𝑅 = 𝑦𝐶 + ⇒ 𝒚𝒄𝒑 = 3 + 1.2Τ2 + = 3.633 𝑚
𝑦𝐶 𝐴 3 + 1.2Τ2 2 × 1.2
Ex2: Resolva o exercício anterior pelo método Integral.
𝑑𝐹 = 𝑝0 + 𝛾ℎ 𝑑𝐴 = 𝛾ℎ𝑑𝐴

න 𝑑𝐹 = න 𝛾ℎ𝑑𝐴 ⇒ 𝐹 = න 𝛾ℎ𝑑𝐴

1.2 1.2
𝑦 2 1.2 𝑁
𝐹 = න 9790 3 + 𝑦 2𝑑𝑦 = 19580 න 3 + 𝑦 𝑑𝑦 = 19580 3𝑦 + ቤ = 84585.6 2
0 0 2 0 𝑚

𝑝 = 𝛾ℎ = 𝛾𝑦

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𝑦𝑅 𝐹𝑅 = න 𝑦𝑝𝑑𝐴 = න 𝑦𝛾𝑦𝑑𝐴 ⇒ 𝑦𝐹𝑅 = න 𝛾𝑦 2 𝑑𝐴
𝐴 𝐴 𝐴
1.2
‫ 𝑦𝛾 𝐴׬‬2 𝑑𝐴 ‫ 𝛾 𝐴׬‬3 + 𝑦 2 𝑑𝐴 ‫׬‬0 9790 3 + 𝑦 2 2𝑑𝑦
𝑦𝑅 = ⇒ 𝑦𝑅 = =
𝐹𝑅 𝐹𝑅 84585.6
𝑦 3 1.2
19580 9𝑦 + 3𝑦 2 + 3 ቚ0
𝑦𝑅 = = 3.633 𝑚
84585.6

35
Ex3: Uma porta triangular e vertical com água em um dos lados é mostrada a baixo. Determine a
força resultante total atuando na porta e a localização do centro de pressão.

𝐹 = 𝛾ℎ𝑐𝑔 𝐴

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𝛾á𝑔𝑢𝑎 = 9790 𝑁Τ𝑚3

𝑁
𝐹 = 9790 × 3 + 2Τ3 × 1 × 1.2 × 1 Τ2 = 21538
𝑚2
𝐼𝑥𝑥,𝐶 1.2 × 13 Τ36
𝑦 = 𝑦𝐶 + ⇒ 𝒚𝒄𝒑 = 3 + 2Τ3 × 1 + = 3.68 𝑚 36
𝑦𝐶 𝐴 3 + 2Τ3 × 1 1.2 × 1 Τ2
Ex4: Uma porta circular e inclinada com água em um dos lados é mostrada a baixo. Determine a
força resultante total atuando na porta e a localização do centro de pressão.

𝐹 = 𝛾ℎ𝑐𝑔 𝐴

𝛾á𝑔𝑢𝑎 = 9790 𝑁Τ𝑚3

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1.5 1
+
sin 60° 2

2
𝑁
𝐹 = 9790 × 1.5 + 1Τ2 sin 60° × 𝜋 × 1Τ2 = 14862.93 2
𝑚
𝐼𝑥𝑥,𝐶 1.5 1 𝜋 × 1Τ2 4 Τ4
𝑦 = 𝑦𝐶 + ⇒ 𝑧𝑐𝑝 = + + = 2.26 𝑚
𝑦𝐶 𝐴 sin 60° 2 1.5Τsin 60° + 1Τ2 𝜋 × 1Τ2 2
37
Ex5: A porta mostrada a baixo tem 1 𝑚 de comprimento e 0.9 𝑚 de largura. Calcule a força 𝐹 na
porta e a posição 𝑋 de seu centro de pressão.

𝜌𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
𝑆𝐺𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 = 𝑚
𝜌𝐻2 𝑂 𝑔 = 9.81
𝑠2
Água 𝐹 = 𝛾ℎ𝑐𝑔 𝐴 = 𝜌𝑔ℎ𝑐𝑔 𝐴
4 ℃ ⇒ 𝜌𝐻2 𝑂 = 1000 𝑘𝑔Τ𝑚3

𝜌𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 = 𝜌𝐻2𝑂 × 𝑆𝐺𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 ⇒ 𝜌𝑜𝑖𝑙 = 𝜌𝐻2𝑂 × 𝑆𝐺𝑜𝑖𝑙

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𝜌𝑜𝑖𝑙 = 1000 × 0.81 = 810 𝑁Τ𝑚2

𝑁
𝐹 = 810 × 9.81 × 3 + 1 + 0.5 sin 50° × 1 × 0.9 = 29672. 03 2
𝑚
𝐼𝑥𝑥,𝐶 0.9 × 13 Τ12
𝑦𝑅 = 𝑦𝐶 + ⇒ 𝑦𝑅 = = 0.02 𝑚
𝑦𝐶 𝐴 3 + 1 + 0.5 sin 50° 1 × 0.9
𝑋 = 0.5 + 0.02 = 0.52 𝑚 𝑑𝑜 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜 𝐴
desprezado
38
Força Hidroestática em Superfícies Curvas
Também precisamos obter os resultados relativos a superfícies que não são planas.Estas
superfícies são as barragens, tubulações e tanques.
É possível determinar a força resultante em qualquer superfície por integração, mas este
procedimento é trabalhoso e não é possível formular equações simples e gerais. Devido a isto,
como alternativa, considera-se o equilíbrio de um volume de fluidos delimitado pela superfície
curva considerada e por suas projeções vertical e horizontal.
Para determinar a força resultante que atua sobre esta seção que apresenta comprimento
unitário na direção perpendicular ao plano do papel. Devemos primeiramente, isolar o volume

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de fluido que é delimitado pela superfície curva considerada, neste caso a 𝐵𝐶 o plano horizontal
𝐴𝐵 e o plano vertical 𝐴𝐶.

39
Fazendo o diagram das forças atuantes, teremos

𝑊 Os módulos e as pressões dos pontos de aplicação de 𝐹1


e 𝐹2 podem ser determinados utilizando as relações
aplicáveis a superfícies planas.
O peso do fluido que está contido no volume é dado por
𝑊 = 𝛾𝑉.
As forças 𝐹𝐻 e 𝐹𝑉 representam as componentes da força

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que o tanque exerce no fluido.

Para que este sistema de forças esteja equilibrado, temos


𝐹𝐻 = 𝐹2
Colineares
𝐹𝑉 = 𝐹1 + 𝑊
Como três forças atuam na massa de fluidos (𝐹2 , a resultante de 𝐹1 com 𝑊 e a força que o
tanque exerce sobre o fluido), estas precisam formar um sistema de forças concorrentes.
Isto é uma decorrência do seguinte princípio da estática: Quando um corpo é mantido em
equilíbrio por três forças não paralelas, estas precisam ser concorrentes (suas linhas de ação se 40
interceptam num só ponto) e coplanares.
O módulo da força resultante é obtido pela equação

𝐹𝑅 = 𝐹𝐻2 + 𝐹𝑉2

A linha de ação da 𝐹𝑅 passa pelo ponto 𝑂 e o ponto de aplicação pode ser localizado somando-
se os momentos em relação a um eixo apropriado. Assim, o módulo da força que atua na
superfície curva 𝐵𝐶 pode ser calculada com as informações do diagrama de corpo livre.
A tangente do ângulo é dado por 𝑭𝑯
𝜽

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𝐹𝑉
tan 𝜃 = 𝑭𝑽
𝐹𝐻

No caso de uma superfície curva acima de um líquido, o peso do líquido é subtraído do


componente vertical da força hidrostática, uma vez que atuam em direções opostas.

𝑭𝟐 𝐹𝑉 = 𝐹1 − 𝑊
41

𝑭𝟏
De forma geral podemos dizer que:

 A componente horizontal da força em uma superfície curva é igual à força naárea plana
formada pela projeção da superfície curva em um plano vertical normal a componente.

 A componente vertical da força de pressão em uma superfície curva é igual em magnitude, e


direciona o peso de toda a coluna de fluido, tanto líquido quanto da atmosfera, acima da
superfície curva.

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𝐹1 = 𝑊1 + 𝑊𝑎𝑟

𝑭𝟑 𝑭𝟏 𝑭𝟑
𝑭𝑽 = 𝑭𝟏 + 𝑾𝒂𝒓

𝑭𝟐

42
Ex1: Considere a porta cuja a forma é um quarto do círculo de raio 80 cm, com a dobradiça 8 m
abaixo da superfície da água. Se a porta tem 1 m largura, qual é a força necessária para segurar a
porta na posição mostrada.

8𝑚

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𝑅 = 80 𝑐𝑚 = 0.8 𝑚

𝑃 = 𝐹𝐻 𝜌á𝑔𝑢𝑎 = 1000 𝑘𝑔Τ𝑚3


𝑚
𝑔 = 9.81
𝑠2
0.8
𝑃 = 𝐹 = 𝛾ℎ𝑐𝑔 𝐴 ⇒ 𝑃 = 1000 × 9.81 × 8 − × 0.8 × 1 = 59644.8 𝑁
2

𝐹1 = 𝐹𝐻 𝑛𝑎 á𝑟𝑒𝑎 𝑣𝑒𝑟𝑡𝑖𝑐𝑎𝑙 43
Princípio de Arquimedes e Flutuabilidade
Os mesmos princípios utilizados no cálculo das forças hidrostáticas sobre superfícies podem ser
aplicados para calcular a força líquida de pressão sobre um corpo completamente submerso ou
flutuante.
Os resultados são as duas leis de empuxo descobertas por Arquimedes no século 3 a.C(287 −
212 ).
• Um corpo imerso em um fluido está sujeito a uma força de empuxo vertical igual ao peso do
fluido que ele desloca.
• Um corpo flutuante desloca seu próprio peso no fluido em que flutua.

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44
Quando um corpo estacionário está completamente submerso em um fluido, ou flutuando de
modo que é apenas parcialmente submerso, a força resultante do fluido agindo sobre o corpo é
chamada de força de empuxo.
A força de flutuabilidade é definida como a força vertical resultante que atua sobre um objeto
imerso devido à variação em pressão hidrostática com a altura. Considere um corpo de forma
arbitrária, com um volume 𝑉 que está imerso em um fluido
Envolvendo o corpo com um paralelepípedo e
analisando seu diagrama de corpo livre com o corpo
removido do paralelepípedo. Temos que

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• 𝐹1 , 𝐹2 , 𝐹3 e 𝐹4 – são as forças exercidas nas superfícies
planas do paralelepípedo. Para simplificar, as forças
na direção 𝑥 não estão
representadas.

• 𝑊 é peso do fluido contido no paralelepípedo 𝑊


(relativo a área rachurada)(paralelepípedo
menus o corpo). 45
• 𝐹𝐵 é a força que o corpo exerce sobre o fluido.
• Na direção horizontal, tem-se 𝐹3 = 𝐹4.
• Na direção vertical, tem-se −𝐹1 − 𝐹𝐵 − 𝑊 + 𝐹2 = 0 ⇒ 𝐹𝐵 = 𝐹2 − 𝐹1 − 𝑊.
Se o peso específico do fluido é constante, tem-se
𝑊 = 𝛾𝑉
𝐹2 − 𝐹1 = 𝛾ℎ2 𝐴 − 𝛾ℎ1 𝐴 = 𝛾 ℎ2 − ℎ1 𝐴
onde 𝐴 é a área horizontal da superfície acima ou abaixo do paralelepípedo. Então
𝐹𝐵 = 𝛾 ℎ2 − ℎ1 𝐴 − 𝛾 ℎ2 − ℎ1 𝐴 − 𝛾𝑉
𝐹𝐵 = 𝛾 ℎ2 − ℎ1 𝐴 − 𝛾 ℎ2 − ℎ1 𝐴 + 𝛾𝑉
𝐹𝐵 = 𝛾𝑉

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onde 𝛾 é o peso específico do fluido e 𝑉 é o volume do corpo.

A direção da força de empuxo, que é a força do fluido sobre o


corpo, é oposta à mostrada no diagrama de corpo livre.
Portanto, a força de empuxo tem uma magnitude igual ao
peso do fluido deslocado pelo corpo e é direcionado
verticalmente para cima.

46
A localização da linha de ação do empuxo pode ser determinada pela soma dos momentos das
forças mostradas no diagrama de corpo livre em relação a alguns eixos conveniente.
−𝐹𝐵 𝑦𝐶 + 𝐹2 𝑦1 − 𝐹1 𝑦1 − 𝑊𝑦2 = 0
paralelepípedo menus o corpo
𝑊 = 𝛾 𝑉𝑇 − 𝑉 𝐹𝐵 𝑦𝐶 = 𝐹2 𝑦1 − 𝐹1 𝑦1 − 𝑊𝑦2
𝛾𝑉𝑦𝐶 = 𝛾 ℎ2 − ℎ1 𝐴𝑦1 − 𝛾 𝑉𝑇 − 𝑉 𝑦2
𝛾𝑉𝑦𝐶 = 𝛾𝑉𝑇 𝑦1 − 𝛾 𝑉𝑇 − 𝑉 𝑦2
𝑉𝑦𝐶 = 𝑉𝑇 𝑦1 − 𝑉𝑇 − 𝑉 𝑦2

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O lado direito desta equação é o primeiro momento do
volume deslocado 𝑉 em relação ao plano 𝑥 − 𝑧 de modo
que 𝑦𝐶 é igual a coordenada 𝑦 do centróide do volume 𝑉.
O mesmo procedimento é utilizado para encontrar a
coordenada 𝑥, onde demonstra que esta coincide com o
centróide 𝑥𝑐 .
Assim conclui-se que o ponto de aplicação da força de
empuxo coincide com o centróide do volume deslocado. O
ponto de aplicação da força de empuxo é denominada
centro de empuxo. 47
Estes resultados também são aplicados aos corpos que flutuam, se o peso
específico do fluido localizado acima da superfície livre do líquido é muito
pequeno em relação ao do líquido onde o corpo flutua. Normalmente esta
condição é satisfeita porque o fluido acima da superfície livre usualmente é o
ar.
Como consideramos que o fluido apresenta peso específico constante, se o
corpo está imerso num fluido que apresenta variação de 𝛾, tal como num fluido
estratificado em camadas, o módulo da força de empuxo continua igual ao

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peso do fluido deslocado.
Entretanto, o ponto de aplicação da força não coincide com o centróide do
volume deslocado, mas sim com o centro de gravidade do volume descolado.

48
Ex1: Uma rocha pesa 467 𝑁 no ar. Quando submergida na água, este pesa 298 𝑁. Encontre o
volume e densidade da rocha.
A força de flutuabilidade, que é o peso da água deslocada pela rocha, é dado por
𝑊 = 467 − 298 = 169 𝑁
𝑊 = 𝛾𝑉 ⇒ 169 = 1000 × 9.81 × 𝑉
169
𝑉= = 0.017 𝑚3 = 17000 𝑐𝑚3
9810
𝑊𝑟𝑜𝑐ℎ𝑎 𝑛𝑜 𝑎𝑟 467
𝑆𝐺𝑟𝑜𝑐ℎ𝑎 = ⇒ 𝑆𝐺𝑟𝑜𝑐ℎ𝑎 = = 2.8
𝑊𝐻2𝑂 𝑑𝑒𝑠𝑙𝑜𝑐𝑎𝑑𝑎 = 𝛾𝑉 1000 × 9.81 × 0.017

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Ex2: Um cubo de madeira de 38 cm, em cada lado, flutua na água como mostra a figura abaixo.
A densidade(S.G.) da madeira é 0.60. Encontrar a profundidade submergida do cubo.
𝜌
38 𝑐𝑚 𝐹𝐵 = 𝑊𝑚𝑎𝑑𝑒𝑖𝑟𝑎 ⇒ 𝛾𝑉 = 𝜌𝑔𝑉 = 𝑊𝑚𝑎𝑑𝑒𝑖𝑟𝑎 𝑆𝐺 =
𝜌𝐻2 𝑂

1000 × 9.81 × 0.38 × 0.38 × 𝐷 = 𝑆𝐺 × 𝜌𝐻2 𝑂 × 𝑔 × 𝑉

38 𝑐𝑚
1416.56 × 𝐷 = 0.60 × 1000 × 9.81 × 0.38 × 0.38 × 0.38

38 𝑐𝑚 1416.56 × 𝐷 = 322.98 ⇒ 𝐷 = 22.8 𝑐𝑚 49


50

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Mecânica dos Fluidos I

FIM

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