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16/05/2014

Obras de Terra
Pré-requisitos: Mecânica dos Solos II (Desejável)

Professor: Magnos Baroni


magnos.baroni@gmail.com.br

Aulas 1 e 2

PROGRAMA
UNIDADE 1 – EQUILÍBRIO DE MACIÇOS DE TERRAS

1.1 - Introdução.
1.2 - Definição de empuxos: ativo, passivo e em repouso.
1.3 - Determinação do coeficiente de empuxo em repouso.
1.4 - Teorias de Rankine e Coulomb: solos coesivos e não
coesivos.
1.5 - Influência da água na determinação dos empuxos de terra.
1.6 - Estabilidade de estruturas de contenção: tombamento,
deslizamento,
tensões na fundação e ruptura geral.
1.7 - Distribuição das pressões laterais de terra em contenções:
diagramas simplificados; efeito do arqueamento dos solos e
dos procedimentos construtivos.

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EMPUXOS DE TERRA
Definição de Empuxo

Entende-se por empuxo de terra a ação horizontal


produzida por um maciço de solo sobre as obras com ele em
contato.
A determinação do valor do empuxo de terra é
fundamental para a análise e o projeto de obras como muros
de arrimo, cortinas de estacas-prancha, construção de
subsolos, encontro de pontes, etc. O valor do empuxo de
terra, assim como a distribuição de tensões ao longo do
elemento de contenção, depende da interação solo-elemento
estrutural durante todas as fases da obra. O empuxo atuando
sobre o elemento estrutural provoca deslocamentos
horizontais que, por sua vez, alteram o valor e a distribuição
do empuxo, ao longo das fases construtivas da obra.

EMPUXOS DE TERRA
Definição de estruturas de contenção
Estruturas de contenção ou de arrimo são obras
civis construídas com a finalidade de prover estabilidade
contra a ruptura de maciços de terra ou rocha. São
estruturas que fornecem suporte a estes maciços e
evitam o escorregamento causado pelo seu peso próprio
ou por carregamentos externos. Exemplos típicos de
estruturas de contenção são os muros de arrimo, as
cortinas de estacas prancha e as paredes diafragma.
Embora a geometria, o processo construtivo e os
materiais utilizados nas estruturas citadas sejam muito
diferentes entre si, todas elas são construídas para
conter a possível ruptura do maciço, suportando as
pressões laterais exercidas por ele.

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EMPUXOS DE TERRA

Exemplos empuxo ATIVO

EMPUXOS DE TERRA

Exemplos empuxo PASSIVO

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EMPUXOS DE TERRA

EMPUXOS DE TERRA

Caso em que se desenvolvem pressões ATIVAS E PASSIVAS

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EMPUXOS DE TERRA

EMPUXOS DE TERRA

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EMPUXOS DE TERRA
Empuxo passivo x empuxo ativo

O empuxo ativo verifica-se quando determinada estrutura é


construída para suportar um maciço de solo. Neste caso, as forças que o
solo exerce sobre as estruturas são de natureza ativa. O solo “empurra’ a
estrutura, que reage, tendendo a afastar-se do maciço.

No empuxo passivo é a estrutura que é empurrada contra o


solo. A força exercida pela estrutura sobre o solo é de natureza passiva.
Um caso típico deste tipo de interação solo-estrutura é o de fundações que
transmitem ao maciço forças de elevada componente horizontal

Empuxo no repouso é a condição em que o plano de contenção


não se movimenta. Consideramos, neste tipo de empuxo, um equilíbrio
perfeito em que a massa de solo se mantem absolutamente estável, sem
nenhuma deformação na estrutura do solo, isto é, está num equilíbrio
elástico.

EMPUXOS DE TERRA

Empuxo sobre um anteparo

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EMPUXOS DE TERRA & MUROS DE ARRIMO

1 - O barranco, formado pelo terreno


natural, foi formado há muito milhares de
anos. Nesse período a terra foi se
acomodando e o talude foi se
estabilizando.
2 - Nesse barranco, você pretende
construir um platô (uma parte plana) para
poder construir a sua casa. A parte
desenhada em cor laranja seria a parte
que você pretende remover.

3 - Quando você retira uma parte do


terreno, a parte que fica tem um alívio de
pressão e quer se soltar ou desbarrancar.

EMPUXOS DE TERRA & MUROS DE ARRIMO

4 - Essa tendência a desbarrancar


existe porque aquela parte que foi
retirada exercia uma certa pressão
sobre aquela parte que ficou.

5 - O muro de arrimo precisa exercer,


sobre a parte que ficou, uma pressão
pelo menos igual àquela que a parte
removida exercia antes de ser
removida.

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EMPUXOS DE TERRA & MUROS DE ARRIMO

Construir sempre filtros (drenagem) entre o muro e o terreno


• O filtro tem como função aliviar a pressão neutra (a pressão da água)
sobre o muro;
• Sem o filtro, a água existente dentro do terreno tende a derrubar o
muro;
• Com o filtro, a água é drenada e o muro fica livre da presão da água.

O QUE É UM TALUDE?
NATURAIS E ARTIFICIAIS:

Talude natural é aquele que foi formado pela natureza, pela


ação geológica ou pela ação das intempéries (chuva, sol, vento,
etc.).
Talude artificial é aquele que foi construído pelo homem.
Encontramos taludes artificiais nas minas a céu aberto, nas
barragens de reservatório de água, nas laterais de estradas e
ruas, na escavação de um vala para assentamento de tubo de
água e até nos fundos das casas construídas em local em aclive
(terreno subindo) ou declive (terreno descendo).

CORTE E ATERRO:
Talude de corte é aquele que se forma como resultado de um
processo de corte, de retirada de material.
Talude de aterro é aquele que se forma como resultado da
deposição, da terraplenagem e de botas-fora.

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O QUE É UM TALUDE?

O QUE É UM TALUDE?

PARTES DE UM TALUDE:
• Crista é a parte mais alta do talude.
• Pé é a parte mais baixa do talude.
• Altura (H) é a diferença de cota entre a crista e o pé.

São estas características que irão definir a inclinação de um


talude natural. Terrenos rochosos suportam bem os taludes e
podem apresentar ângulo acentuado como 80~90 graus e em
contrapartida terrenos arenosos não gostam muito de taludes
inclinados e apresentam ângulos pequenos como 20~30graus.

QUAIS SÃO OS PARÂMETROS DE RESISTÊNCIA DO SOLO??

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ESTABILIDADE DE TALUDES / DESLIZAMENTO DE TERRA


A maior parte das catástrofes acontecidas poderiam ter sido evitadas se
medidas, muitas vezes muito simples, tivessem sido adotadas.
O poder público sempre age segundo interesses político-partidários o
que nem sempre representa as necessidades imediatas da população.

Cicatrizes dos deslizamentos em encostas da região Serrana do Rio de Janeiro no


ano de 2011.
É melhor prevenir do que remediar.
Não adianta chorar sobre o leite derramado.

ESTABILIDADE DE TALUDES

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ESTABILIDADE DE TALUDES
SATURAÇÃO DO TERRENO

PORQUE QUANDO CHOVE OCORREM DESABAMENTOS?


solo

Num solo seco, os vazios entre os grãos estão


preenchidos com ar. É um solo mais leve. E a
força de coesão entre os grãos mantém o solo
mais resistente.
ar

Num solo saturado, os vazios entre os grãos


ficam preenchidos com água. Os grãos ficam
envoltos pela água e perdem totalmente a força
de coesão.
água

solo

ESTABILIDADE DE TALUDES

Talude artificial é aquele que foi construído pelo homem. Encontramos


os taludes artificiais principalmente nos aterros, nos bota-foras e lixões.
Os taludes artificiais, quando se rompem, parecem que escorregam ao
longo de uma linha reta.
A beirada afunda mais depressa que a parte de dentro. As casas
tendem a tombar para fora. Lá em baixo, a encosta cai sobre as casas que
ficam soterradas

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ESTABILIDADE DE TALUDES

Quando a água é lançada no terreno, ela tem 2 caminhos a


seguir: Uma parte entra no terreno e a outra corre pela superfície. A
parte que entra no terreno chamamos de infiltração e a quantidade
vai depender a porosidade do terreno.
Além da chuva, nós também lançamos água no terreno:
Água da pia e do chuveiro. Outro fonte de água são os rios.

ESTABILIDADE DE TALUDES
POROSIDADE DO TERRENO

Terrenos porosos: São aqueles formados por grãos grandes


como as areias e permitem a entrada de uma grande
quantidade de água.
Terrenos semi-porosos: São aqueles formados por argila fina
e permitem que apenas uma parte pequena de água entre no
terreno.
Terrenos impermeáveis: São aqueles formados por material
impermeável ou que eram permeáveis mas que "entupiram"
com o tempo. Materiais impermeáveis: asfalto e cimentado.
Terrenos que entupiram: fundo de canaleta, vala, riacho, rio,
etc. onde a água depositou material fino.

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ESTABILIDADE DE TALUDES
FLUXO DE ÁGUA A água
lançada longe
do barranco,
A água
penetra no
lançada
terreno, forma
perto do
um fluxo
barranco,
subterrâneo,
penetra no
caminha pelo
terreno e
terreno,
vai sair no
percolando
barranco
pelos diversos
logo a
tipos de
seguir.
materiais e
A água que entra no terreno vai formar um fluxo de água depois de
subterrâneo. O desenho que a água vai formar, chamado algum tempo
PERCOLAÇÃO, vai depender da permeabilidade dos materiais que vai sair no
constituem o terreno. Argila, areia, silte, saibro, pedra, pedregulho, barranco, em
matacão, etc. rios,
Toda água que entra no terreno tem que sair em algum lugar. Esse vertentes,
lugar onde a água sai pode estar a apenas alguns metros de onde etc…
ela entrou, mas pode estar também a vários kilometros de onde ela
entrou.

ESTABILIDADE DE TALUDES
FLUXO DE ÁGUA
Quando você fura um poço para pegar água para seu uso, pode ser que
um poço raso dê bastante água. Provavelmente o poço estará captando a
água que penetrou nas proximidades e que não foi suficientemente filtrada.
Pode até dar água em abundância, mas não será uma água de boa
qualidade.

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ESTABILIDADE DE TALUDES
SATURAÇÃO DO TERRENO
Quando a chuva é muito forte, a quantidade que entra é
muito maior que a quantidade que sai.
Se sai menos que entra, então essa água acumulada vai
encharcando o terreno até um ponto conhecido como SATURAÇÃO.

ESTABILIDADE DE TALUDES / DESLIZAMENTO DE TERRA


SATURAÇÃO DO TERRENO
PORQUE QUANDO CHOVE OCORREM DESLIZAMENTOS?

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ESTABILIDADE DE TALUDES / DESLIZAMENTO DE TERRA


A maior tragédia natural da história do Brasil…” assim a mídia
brasileira fez referência às chuvas intensas que devastarão a região Serrana do
estado do Rio de Janeiro. O saldo da tragédia foi de quase 1.000 vítimas fatais,
milhares de famílias desabrigadas, milhões de reais em prejuízos materiais, dentre
outros incalculáveis.
Mas será que essa tragédia é de fato “natural”?

ESTABILIDADE DE TALUDES / DESLIZAMENTO DE TERRA


A maior tragédia natural da história do Brasil…” assim a mídia brasileira fez
referência às chuvas intensas que devastarão a região Serrana do estado do Rio de Janeiro.
O saldo da tragédia foi de quase 1.000 vítimas fatais, milhares de famílias desabrigadas,
milhões de reais em prejuízos materiais, dentre outros incalculáveis.
Mas será que essa tragédia é de fato “natural” e não pode ser evitada?

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ESTABILIDADE DE TALUDES / DESLIZAMENTO DE TERRA

Mas será que essa tragédia é de fato “natural” e não pode ser evitada?

Nova Friburgo, RJ

ESTABILIDADE DE TALUDES / DESLIZAMENTO DE TERRA

Mas será que essa tragédia é de fato “natural”?

Ilha Grande, RJ

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ESTABILIDADE DE TALUDES / DESLIZAMENTO DE TERRA

ESTABILIDADE DE TALUDES / DESLIZAMENTO DE TERRA

Ilha Grande, RJ

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ESTABILIDADE DE TALUDES / DESLIZAMENTO DE TERRA

Ilha Grande, RJ

ESTABILIDADE DE TALUDES

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ESTABILIDADE DE TALUDES

Mas será que essa tragédia é de fato “natural”?


Diferentemente de outras “catástrofes naturais”
como os terremotos, os vulcões em erupções e os
tsunamis, o que vem sistematicamente ocorrendo em
diversas regiões do país não é totalmente natural e sim
influenciada por nossas ações, tais como, o desmatamento
das encostas, as ocupações irregulares nas margens dos
cursos d’água, o acúmulo de lixo em locais inadequados,
dentre outros). E levam em consideração ainda fatores
naturais, como por exemplo, a geologia (tipo de rocha e
solo das encostas), a cobertura vegetal (se a encosta é
coberta por vegetação ou não), o índice pluviométrico no
local (quantidade de chuva em função do tempo).

ESTABILIDADE DE TALUDES

A força S é a força da água que corre superficialmente e produz a erosão


do terreno.
A força E é a força denominada EMPUXO e ela empurra uma parte do
terreno para fora do talude.
A força N é a força da água que percola dentro do maciço do talude. A
força da água arrasta as partículas finas da terra deixando no lugar vazios
(piping).

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ESTABILIDADE DE TALUDES
A força S é a força da água que corre superficialmente e
produz a erosão do terreno.

ESTABILIDADE DE TALUDES

A força E é a força denominada EMPUXO e ela empurra


uma parte do terreno para fora do talude.

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ESTABILIDADE DE TALUDES
A força N é a força da água que percola dentro do maciço do
talude. A força da água arrasta as partículas finas da terra deixando
no lugar vazios (piping).

ESTABILIDADE DE TALUDES
A queda de um talude pode ocorrer por
desbarrancamento (ruptura) ou por escorregamento:

QUEDA POR DESBARRANCAMENTO:


A queda do barranco por desbarrancamento é causado
pela perda da coesão do material.
Os materiais possuem uma propriedade chamada
COESÃO que é uma força interna que mantém as partículas
do material "coesas", isto é, grudadas uma nas outras.
Enquanto a argila tem uma coesão alta, o silte tem uma
coesão menor e a areia é dita material não coesivo.
Imagine um talude formado por uma argila de boa
qualidade, isto é, uma argila com alta coesão. As intempéries
(sucessão de períodos de chuva seguida de períodos de
estiagem faz com que a argila vá perdendo, gradualmente a
sua coesão.
Com a perda da coesão, começam a se formar no solo trincas
e rachaduras que vão aumentando com o tempo.

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ESTABILIDADE DE TALUDES

ESTABILIDADE DE TALUDES

Chega um dia que a coesão se torna tão baixa que o


talude já não consegue ficar de pé e então desbarranca. No
desbarrancamento, as casas e árvores tombam para fora e
vão rolando por cima das casas de baixo que ficam
soterradas.
O desbarrancamento ocorre, geralmente, no dia de
chuva pois a água da chuva penetra nas rachaduras
acelerando o processo. Mas não há necessidade de estar
chovendo para ocorrer um desbarrancamento. O solo já
fragilizado pelas trincas pode romper por alguma trepidação
como a passagem de veículos pesados ou execução de
obras próximas.

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ESTABILIDADE DE TALUDES

É possível perceber que há risco de desbarrancamento


observando o piso na parte de cima do talude pois surgem trincas no
sentido logitudinal (paralelo) do talude. Uma forma de diminuir o risco de
desbarrancamento colocando lonas plásticas por sobre as trincas (evita a
penetração de água no solo).

ESTABILIDADE DE TALUDES

QUEDA POR DESLIZAMENTO OU ESCORREGAMENTO:

A água da chuva que infiltra (entra) no terreno ou o


vazamento de uma tubulação de água de abastecimento,
de esgoto sanitário ou de água pluvial vai formar uma rede
de percolação. Nos locais em que ocorrem a infiltração a
rede corre para baixo. Entretanto, na medida em que a
água vai encontrando camadas menos permeáveis do solo,
a direção do fluxo vai mudando na direção de fora do
talude.

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ESTABILIDADE DE TALUDES

ESTABILIDADE DE TALUDES
Como a pressão de percolação é alta, a água vai
cariando (carregando) as partículas finas da argila
(piping).
No lugar em que estava a partícula, sobra então
um vazio. Com a formação de vazios, as demais
partículas se movimentam. As partículas que se
movimentam formam uma camada de “lama” que
serve de escorregador para a parte de cima do talude.
Então ocorre o deslizamento.
No deslizamento, as casas e árvores tombam
para dentro do talude. A terra que escorregou vai
parar na parte de baixo do talude que se levanta.
Casas que estavam no pé do talude são levantadas.

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ESTABILIDADE DE TALUDES

ESTABILIDADE DE TALUDES

A lona a ser empregada é a lona comum preta vendida por metro das
lojas do ramo.
Quando aplicada antes do desabamento, pode diminuir a extensão
dos danos e, conforme a situação, até evitar o colapso do talude.
Quando aplicada durante a ocorrência do desastre ou após o desastre
pode impedir o prosseguimento do desbarrancamento.
Depois de estendida por toda a área afetada por trincas, espete
estacas de madeira ou tijolos para prender a lona no local e evitar que o vento
carregue a lona.

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ESTABILIDADE DE TALUDES

Exemplo proteção de talude com lona plástica

ESTABILIDADE DE TALUDES

A contenção de talude empregando grama é uma proteção que


apenas evita que a água da chuva produza erosão na superfície
do talude.

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ESTABILIDADE DE TALUDES

Exemplo proteção de talude com grama

ESTABILIDADE DE TALUDES
DRENAGEM DE TALUDES
Pode-se dizer que quem derruba o Muro é a água da chuva. É por isso
que os desastres ocorrem sempre em períodos de chuva intensa.

Quando a água encontra o muro, ela pára e fica empossada


exercendo uma pressão muito grande sobre o muro tentando derrubá-lo

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ESTABILIDADE DE TALUDES
Para evitar este tipo de desabamento, os muros de Contenção e os
Muros de Arrimo devem ser dimensionados levando-se em consideração a
força hidrostática das água ou desviar o fluxo das águas evitando que a
água chegue até o muro.
Isso se consegue por meio de uma Rede de Drenagem.

ESTABILIDADE DE TALUDES - DRENAGEM

A Rede de Drenagem é um conjunto de tubos enfiados no maciço


do talude a grande profundidade, de até 20 metros. Esses Drenos nada
mais são que tubos com furos que captam (fala-se drenam) as águas do
lençol freático. Desse modo, o terreno fica livre da água e o muro não
recebe mais a pressão hidrostática da água.

Chamam-se Drenos DHP, isto é, Dreno Horizontal Profundo.

ou tampão de PVC
Geotextil envolvendo o tubo

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ESTABILIDADE DE TALUDES
DRENO FILTRANTE
É um dreno que serve para retirar a água de um talude e que "filtra" a
água não deixando as partículas sólidas (solo) irem embora.
Um muro sem Dreno é um muro instável. A pressão que a água exerce
sobre o muro é muito grande.

Errado

Correto

ESTABILIDADE DE TALUDES
DRENO FILTRANTE
DRENO VERTICAL COMUM:
A dificuldade de um dreno vertical comum é que, sendo de apenas uma
granulometria ele pode:
1 - Colmatar, isto é, "entupir" de terra e não funcionar mais;
2 - Permitir a passagem de solo, Piping.

O dreno vertical filtrante é formado por várias camadas


de areia e brita que são calculadas em função da altura do muro
e do volume de água que precisa ser drenada do talude.
A sua construção é feita por etapas e por fases. Para se
evitar que as diversas camadas se misturem.

MAS COMO SE EVITA QUE AS CAMADAS SE MISTUREM?

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ESTABILIDADE DE TALUDES
DRENO FILTRANTE
As camadas são feitas com no máximo 20 centímetros de
altura. A largura das camadas do filtro vai depender do
dimensaionamento da vazão drenante. Normalmente a largura mínima
é de 15 centímetros por camada, podendo chegar a 30 centímetros
dependendo da vazão e da quantidade de camadas.
Completado o enchimento das camadas, então remove-se as
tábuas e aplica-se vigosa compactação:

Etapa 1 - Coloca-se as tábuas separadoras e preenche-se as camadas.

ESTABILIDADE DE TALUDES
DRENO FILTRANTE
Devido ao espaço exíguo entre o tardoz do muro e o talude recomenda-
se o emprego de compactador manual.

OU

MURO

Etapa 2 - Remove-se as tábuas separadoras e aplica-se compactação vigorosa

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ESTABILIDADE DE TALUDES
DRENO FILTRANTE
Após a compactação, prossegue-se com a segunda camada,
repetindo-se o ciclo, isto é, coloca-se as tábuas separadoras, preenche-
se as camadas com brita, areias e argila.
E, assim por diante, repete-se as etapas até completar a altura
do muro.

Inclinação
mínima 3%

Etapa 3 - Coloca-se as tábuas separadoras e preenche-se as camadas.

ESTABILIDADE DE TALUDES
Talude Atirantado é um sistema de contenção de taludes com em Tirantes.

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ESTABILIDADE DE TALUDES
Talude Atirantado
O Bulbo de Ancoragem é uma estrutura de concreto injetado que fica
firmemente ancorado em terreno firme, a posição do bulbo é definida em
região longe da área instável.
Tirantes são fios ou barras de aço introduzidas no talude, uma das
pontas fica bem ancorada no Bulbo de Ancoragem e a outra ponta fica presa,
por meio de porca ou cunha numa Placa de Apoio.
O Tirante pode ter grande comprimento, podendo atingir mais de 20 metros.

ESTABILIDADE DE TALUDES
Talude Atirantado
Caso o solo tenha matacões
ou outras manifestações de rocha,
procura-se inserir o bulbo dentro da
rocha furando-a com o auxílio de
uma broca diamantada.
O comprimento do Bulbo é
calculado em função das
características do terreno. Calcula-
se o comprimento de ancoragem do
cabo no concreto e o comprimento
de ancoragem do bulbo no solo.
A Laje de Apoio é uma laje
de concreto armado dimensionado
para distribuir, de um lado, as
tensões do terreno e de outro as
tensões da Placa de Apoio.

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ESTABILIDADE DE TALUDES
Talude Atirantado

Exemplo de taludes e muros de arrimo atirantos.

ESTABILIDADE DE TALUDES

Talude Atirantado
Tirantes podem ser de um único cabo (tipo monobarra)
ou pode ser de muitos cabos (tipo cordoalha).
Deve-se sempre em contenções adotar Tirante do tipo
ATIVO, isto é, depois de ancorado o Tirante recebe uma força de
protensão equivalente à tensão existente no terreno antes do
corte. Dessa forma, o maciço não sofre o problema de Alívio de
Tensões, tão danosas às estruturas existentes por causa dos
recalques que ocorrem durante o alívio de tensões.

A empresa dywidag é uma das principais fabricantes de tirantes do mundo.


Maiores informações podem ser obtidas no site abaixo
www.dywidag.com

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ESTABILIDADE DE TALUDES
NORMAS DA ABNT:
NOTA: A relação acima é partical. Para obter a relação completa e atualizada, consulte a ABNT:

NBR-11682 Estabilidade de Encostas


NBR-6122 Projeto e Execução de Fundações
NBR-6497 Levantamento Geotécnico
NBR-8044 Projeto Geotécnico
NBR-9288 Emprego de terrenos reforçados
NBR-9286 Terra Armada
NBR-9285 Microancoragem
NBR-6501 Rochas e Solos
Abertura de poço e trincheira de Inspeção em solo, com retirada de
NBR-9604
amostras deformadas e indeformadas
NBR-9820 Coleta de armostras indeformadas em solo em furos de sondagem
NBR-6484 Execução de sondagens de simples reconhecimento dos solos
NBR-9061 Segurança de escavações a céu aberto
NBR-12589 Proteção de taludes e fixação de margens em obras portuárias
NBR-5629 Execução de tirantes ancorados no terreno
Aterros de resíduos não perigosos - critérios para projeto, implantação
NBR-13896
e operação
NBR-5681 Controle tecnológico da execução de aterrros em obras de edificações

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