[01:37] «!» A noite ainda seria longa e, apesar do frio, o clima estava até que agradável.
Mary Ann havia
recebido um casaco para se cobrir e um conjunto de roupas novas, mais adequadas a jornada a frente. Ela, Chizuru e Tandra já haviam chegado há um certo tempo no ponto de encontro escolhido por Rholo, mas Tandra a havia informado que ainda faltava algum tempo até que Rholo chegasse. [01:40] ** NPC: <Chizuru> Chizuru dedilhava seu chamizen, tocando uma música suave em baixo volume que passava uma sensação de calma para todas ali. — Tudo bem? — Chizuru perguntava a Mary Ann. [01:40] «!» >> [01:44] <Mary Ann> -- Um pouco de dor nos olhos, mas bem. Muito bem, na verdade. Passamos a dar valor a pequenas coisas como a brisa da noite depois de... Bem... Mary falava, observando as novas vestes que havia pegado. Não estava acostumada a usar aquele tipo de roupa, mas admitia para si mesmo que talvez pudesse se tornar um bom hábito depois disso tudo. -- Vocês por acaso já planejaram algo, ou são daquelas pessoas que gostam de improvisar? [01:45] ** NPC: <Chizuru> Chizuru esboçava um sorriso. — Tandra gosta de seguir o fluxo, mas eu sempre ajo com a cabeça. Essa é a sua primeira aventura, não é? — Ela pergunta interessada. [01:47] «!» Tandra afiava sua espada e algumas lâminas de arremesso que guardava consigo. O barulho do metal raspando na pedra de afiar quase incomodava, não fosse a música de Chizuru que, aparentemente, estava sendo usada para disfarçar o barulho da preparação de Tandra. [01:47] Mary Ann rolou 1d6 = 2 {[2]} [01:48] «!» Mary notava que o instrumento e as notas de Chizuru não eram apenas música, eram magia. Já havia conhecido bardos antes, não era surpresa que outras culturas tivessem suas versões de bardos, mas era interessante ver a diferença entre as regiões de Arton. [01:51] <Mary Ann> -- A música que a senhora toca... De alguma maneira ela me acalma. Já havia encontrado alguns bardos que usavam magia em uma das viagens, mas nunca tinha visto algo assim... Como a senhora faz isso? Mary perguntava, se sentando a frente de Chizuru, de pernas cruzadas. [01:51] <Mary Ann> > [01:51] «!» Chizuru sorri, dedilhando um acorde diferente e mudando completamente o ritmo da música. [01:52] «!» Mary é transportada para uma terra distante, abrindo os olhos em uma cidade colorida, com estruturas diferente. Dragões enfeitam as paredes e templos e Jade compõe os ornamentos da cidade. [01:54] «!» Alguém caminha na direção de Mary, uma velha senhora de olhos tão apertados quanto os de Chizuru, mas com um grande sorriso no rosto. Ela traz consigo um instrumento estranho, um chamizen, parecido com o de Chizuru, mas diferente. [01:54] «!» A mulher coloca a frente de Mary um pedaço de madeira e uma talhadeira. Ela explica: [01:55] ** NPC: <Senhora> — Na nossa família, cada um constrói seu chamizen. E você vai falhar, sofrer e se desesperar. Você vai se machucar, vai cansar e vai sentir dor. Vai chorar de exaustão e cansaço... mas valerá a pena. [01:56] «!» Mary passa noites, dias, semanas, meses... Ela termina um, dois, três instrumentos. Lê e relê detalhadamente as instruções num velho pergaminho mofado que receberá da mulher, sendo este datado da era terra natal. [01:56] «!» Não importa o quanto tente, cada um dos instrumentos terminados nunca é perfeito. Nunca tem o som certo, nunca tem um formato confortável. [01:58] «!» É só depois de ferir as mãos, a mente e o corpo. Depois de chorar e sofrer, que o seu instrumento fica pronto: uma obra prima, digna do mais habilidoso Luthier de Arton, um instrumento tão bom que o próprio Lin-wu sairia de seu reino para ouvir a primeira melodia emanada daquelas cordas. [01:58] «!» A primeira vez que Mary dedilha as cordas é uma sensação avassaladora. Ela não sabia que sabia tocar esse instrumento, ou qualquer outro instrumento, mas os acordes e notas chegam naturalmente aos seus dedos. [01:58] «!» ... [01:59] ** NPC: <Chizuru> Chizuru para sua melodia. — ... e foi então que eu comecei a tocar e tocar e tocar. — Ela diz, despertando Mary de um sonho. [02:01] <Mary Ann> -- Uau... Isso foi.... Uau... Mary falava, piscando rapidamente com os olhos enquanto balançava a cabeça para os lados. A menina ficava pensativa por um momento, encarando as próprias mãos enquanto remexia no chão a sua frente. -- Se eu te perguntar uma coisa... A senhora me promete responder com sinceridade? [02:01] <Mary Ann> > [02:02] ** NPC: <Chizuru> — Com certeza. — Chizuru responde. — Também sou devota de Tannah-toh e não sei se você sabe, mas Tanna-toh não gosta dos mentirosos. — Ela sorri. [02:04] <Mary Ann> -- A senhora acha que é possível que eu realmente seja... Uma necromante? Mary encarava os olhos da mulher, mexendo as mãos nervosamente a sua frente. [02:05] ** NPC: <Chizuru> Chizuru respira fundo e abre a boca para responder a pergunta de Mary, mas antes que possa dizer algo é interrompida. [02:06] ** NPC: <Rholo> Rholo chega por trás do grupo, carregando consigo sua espada e uma mochila de viagem. Ele crava sua espada na terra sob a árvore e caminha até Chizuru. — Precisamos sair o quanto antes. — Ele diz. [02:06] ** NPC: <Chizuru> — O que houve? — Pergunta Chizuru confusa. [02:07] ** NPC: <Rholo> — Outros grupos encontraram o panfleto também. Precisamos chegar logo se quisermos o emprego. [02:07] ** NPC: <Chizuru> — Uma oferta assim seria estranho não chamar a atenção. Mas estamos todas prontas. [02:07] «!» Tandra se junta a discussão apenas concordando com Chizuru. Ela guarda seu equipamento e oferece a mão a Mary. [02:12] <Mary Ann> -- Acho que podemos conversar sobre isso depois. Mary fala para Chizuru, aceitando a ajuda de Tandra. -- Só espero não atrapalhar vocês em nada. [02:12] <Mary Ann> > [02:13] ** NPC: <Tandra> Tandra levanta Mary e sorri. — Não se preocupe com isso, você não nos atrapalha em nada. [02:14] ** NPC: <Tandra> << [02:14] «!» << [02:14] Mary Ann rolou 1d6 = 4 {[4]} [02:17] «!» São seis longas noites de viagem, o dobro do tempo estimado por Tandra e Rholo antes da viagem começar. O grupo segue pelos bosques de Yuden, evitando áreas mais povoadas e estradas mercantes. E, embora a viagem seja longa e exaustiva, não há muitos empecilhos encontrados até o destino final: Thornwell, na fronteira com a União Púrpura. [02:19] «!» Durante toda a viagem Mary fica perto de Chizuru, que a conta diversas histórias de seu passado em Deheon. Tandra também tenta distrair Mary com histórias, como quando ela e seu primeiro grupo enfrentaram um bullete, uma espécie de Tubarão terrestre que habita as montanhas sanguinárias. [02:19] «!» Os dias são longos e o descanso é muito pouco, as noites são curtas e a viagem parece mais demorada por isso. Até a sexta noite chegar. [02:20] ** NPC: <Chizuru> — Azgher começa a dar sinal de seus primeiros rais no horizonte... — Chizuru aponta. — ... e Tenebra vai se recolher pra descansar. [02:21] ** NPC: <Rholo> — Talvez alguém já tenha terminado o trabalho... mas talvez não. Vocês precisam ir até essa fazenda o quanto antes. — Rholo diz, escolhendo Chizuru e Mary como emissárias. [02:21] «!» >> [02:25] <Mary Ann> -- Talvez se corrermos, podemos conseguir chegar antes do amanhecer... Mary falava enquanto observava o céu de fim de noite. Uma sensação estranha percorria sua pele conforme a mesma começava a sentir a luz de Azgher em sua pele, mas por ora nada que a incomodasse.Era como se um fio de água gelada corresse por toda a extensão de suas costas. -- Sou só eu, ou esse lugar está dando calafrios em mais alguém? [02:26] «!» O grupo se entreolha por um instante. [02:26] ** NPC: <Chizuru> — Nos reunimos aqui? [02:27] «!» Chizuru e Rholo discutem um ponto de encontro e as direções a seguir para chegar na fazenda de quem quer que estivesse oferecendo o trabalho. Rholo já havia estado em Thornwell antes, por isso suas instruções são bastante precisas. [02:28] ** NPC: <Rholo> — Combinado, então. — Ele responde. — Só lembrem de não nos mencionar. Se perguntarem se há mais alguém no grupo digam que não, sabem como as pessoas desse lugar são. [02:31] <Mary Ann> -- Bem, depois da senhora, Senhora Chizuru. Mary falava para a mulher. De minuto a minuto, a mesma olhava para a direção onde o Sol nasceria. Uma espécie de pânico podia ser sentido dentro de seu peito, que aumentava cada vez mais conforme os minutos iam passando e o céu clareando. [02:41] «!» Mary e Chizuru seguem viagem a passos rápidos, evitando a luz ou trechos muito abertos de mata. [02:42] «!» Não leva muito tempo até que ambas alcancem o moinho indicado por Rholo, vendo de longe o casarão de madeira da fazenda do prefeito. A esse ponto, o sol incomodava o olho de Mary e já quase não se via a lua da noite passada. [02:42] «!» As duas descem uma colina relativamente ingrime, chegando aos campos da fazenda que vão dar na entrada do casarão. [02:43] «!» O caminho de terra batida é cercado por campos de soja. [02:43] Mary Ann rolou 1d6 = 1 {[1]} << 3 >> [02:44] «!» Durante o trajeto, Mary nota que parte do campo havia sido destruído, aparentemente por uma batalha. Ramos de plantas estavam cortados como em um corte liso, enquanto outros trechos estavam amassados, como se alguém andasse por cima deles. Em alguns pontos Mary conseguiu identificar manchas de sangue nas folhas da soja. [02:45] Mary Ann rolou 1d6 = 3 {[3]} << 2 >> [02:49] <Mary Ann> -- Chizuru! Pare! Mary falava, colocando a mão a frente dos olhos. -- Tem algo muito errado aqui. Muito errado mesmo. Mary corria para uma pequena parte do campo, e agachava- se, testando a viscosidade do líquido vermelho que estava ali. -- Olhe aqui. Sangue. Mary colocava uma pequena parte do conteúdo da mancha entre o polegar e o indicador, abrindo e fechando os mesmos logo a seguir. -- Sangue.. E é recente. Ainda está um pouco viscoso. Algo de muito ruim aconteceu aqui. [02:50] ** NPC: <Chizuru> Chizuru fica impressionada com a observação de Mary. Caminhando na direção dela e passando o indicador na mancha de sangue. — Não dá pra saber se é de gente ou de bicho. Talvez já tenhamos perdido o emprego. [02:53] <Mary Ann> -- Ou talvez confirme o que vocês acham e isso não seja simplesmente alguns kobolds causando problema. Digo, olhe em volta. A terra está queimada, o chão está revirado ali. Mary falava apontando para a sua volta. -- Pelo pouco que sei do pouco tempo que estive com vocês, é que Kobolds não são tão casca-grossas assim, para ser necessário tudo isso. [02:54] ** NPC: <Chizuru> Chizuru fica em silêncio por alguns instante, pensando no que fazer. Ela respira fundo e relaxa o corpo, levando a mão a cintura. — Acha que devemos dar meia-volta? [02:57] <Mary Ann> -- Eu não sei... Talvez seja só uma coincidência... Talvez pudessemos ir um pouco mais a frente, porém com cuidado. Mary respondia colocando as mãos sobre os olhos novamente. -- Minha nossa... Azgher, como vocês dizem, está com um brilho anormal. não é? [02:58] ** NPC: <Chizuru> Chizuru retira um leque de sua bolsa e o oferece a Mary. — Use para cobrir os olhos, precisamos ficar atentas então tente não se distrair. [02:58] «!» As duas seguem caminho pelo campo, notando que muitos trechos estão queimados, pisoteados, cortados ou destruídos de alguma outra maneira. [02:59] «!» O percurso termina na porta de madeira do casarão antigo. Há uma aglomeração lá dentro, pessoas correm com panos e água de um lado para outro. [03:00] «!» A porta está aberta e tanto Chizuru quanto Mary notam os rastros de sangue que vão da varanda até um dos quartos dentro da casa, embora, aparentemente, alguém tenha tentado limpar o sangue. [03:04] <Mary Ann> -- Mais sangue... Mary falava, apontando para o rastro de sangue no chão. -- Seja lá o que for que tenha acontecido no campo, essas pessoas sabem. E pelo que me parece, há alguém ferido. Veja só como correm com os panos e a água. Pelo visto estão tentando estancar o ferimento responsável por toda essa bagunça. Mary falava em tom natural, como se estivesse descrevendo uma quinta-feira qualquer. Já estava mais que acostumada a ver o que chamavam de "corridas hospitalares", e geralmente seguiam o padrão daquela ali, na sua frente. [03:06] «!» Chizuru mal tem tempo para responder. Antes que possa processar as palavras de Mary, um homem gordo entra correndo com um balde de água e acaba esbarrando em Chizuru sem querer. [03:07] ** NPC: <Homem> — Ah! Me desculpe. — Ele diz ao esbarrar. — Quem são vocês? — O homem para o que faz, secando o suor da testa com as mangas da camisa. Ele entrega o balde para um mais jovem que corre para dentro da casa. [03:07] ** NPC: <Chizuru> — Parece quem um clérigo cairia bem agora. — Chizuru diz. — Estamos aqui pelo trabalho, mas parece que você tem outras prioridades antes. [03:08] ** NPC: <Homem> — Trabalho? Ah, sim. Aqueles malditos kobolds. Tudo isso é culpa deles. — Ele diz, chutando e cuspindo no chão. — Venham comigo. — O homem entra na casa, fazendo sinal para que Mary e Chizuru a sigam. [03:09] ** NPC: <Chizuru> Chizuru segue em silêncio, olhando ao redor espantada. [03:10] <Mary Ann> -- O que exatamente aconteceu aqui, meu senhor? Não pudemos deixar de notar todo o estrago no campo lá fora. Encontramos até sangue. Alguém se feriu ao enfrentar os Kobolds? Mary perguntava enquanto tentava acompanhar os passos apressados do homem. [03:11] «!» O homem as leva até um quarto onde um homem jaz sobre uma cama ensaguentada com o peito aberto e cortes espalhados por todo o corpo. [03:11] ** NPC: <Homem> — Isso é obra desses malditos. — Ele diz. — Esse é o último dos guardas da cidade. [03:14] <Mary Ann> -- Tudo bem... Tudo bem... Vocês estão trazendo toalhas... E água... Possuem álcool? Uma bebida forte serve também... E agulha e fio... Sim, agulha e fio seria importante também. Mary falava, enquanto se aproximava do rapaz e tentava verificar os seus cortes. -- Alguém poderia me ajudar a remover as vestes? Sem mexer o corpo. Tesouras, facas, espadas... Qualquer coisa que possa rasgar seria maravilhoso agora. [03:17] ** NPC: <Homem> O homem olha confuso, não entendo o que se passava. Ele troca olhares com Chizuru que, tão confusa quanto, apenas acena com a cabeça para que o homem confie em Mary Ann. Ele então faz sinal para as pessoas obedecerem e estas, por sua vez, começam a seguir as ordens de Mary. [03:17] «!» Uma mulher leva para Mary uma tesoura de cortar tecido, enquanto outras duas começam a remover a armadura de cota de malha que o homem veste. [03:25] <Mary Ann> Mary agia mais por instinto do que qualquer coisa. A mesma dobrava as mangas do vestido até a altura dos cotovelos, e com um pedaço de corda do próprio vestido amarrava o cabelo em um rabo para trás. Suas mãos mergulhavam num dos vários baldes de água. -- Senhor... Eu sou Mary Ann, e estou aqui para ajudá-lo. Porém, talvez isso doa um pouquinho, então o senhor terá que ser forte... Tudo bem? Mary olhava para Chizuru, pensativa. -- A senhora conseguiria fazer aquilo com sua música? Se conseguir mantê-lo o mais relaxado possível, mais fácil será de fazer todo o procedimento. Logo, a mesma se voltava para duas das pessoas que estavam ali. -- Vocês, amarrem os braços e pernas dele a cama. Não podemos deixar que ele se debata. Preciso de uma agulha com linha agora, e se tiver o meu álcool será melhor ainda. Mary começava a limpar os excessos do sangue do peito do rapaz com um pano úmido. De tempos em tempos, sua mão ia até a testa do rapaz, verificando sua temperatura para garantir que o mesmo não teria um choque. Feito toda a preparação, começa agora a verificar a profundidade dos cortes, em busca de algum que fosse preciso fechar com maior urgência. [03:28] «!» Uma jovem corre até Mary com uma garrafa de licor de mel aberta. O cheiro do álcool na garrafa é tão forte que até causa uma sensação de queimação nas narinas de Mary. [03:28] «!» Chizuru começa a dedilhar uma música e, embora Mary esteja mais relaxada, o homem que grita de dor na cama mal consegue prestar atenção e acaba por dar trabalho as pessoas que o imobilizam. [03:41] <Mary Ann> -- Como alguém consegue beber isso? Mary pergunta após cheirar o conteúdo da garrafa. -- Bem... Está perfeito. Obrigado, senhora. Ajude-os a amarrar o pé esquerdo agora, que falta só ele. Mary mentalizava sua a sua frente, imaginando o que a mesma faria naquela situação. "Proteger o paciente de si mesmo... Ótimo... Avaliar a situação... Tudo certo.... Agora a parte desagradável." Com o auxílio de uma pinça, Mary Ann começava a retirar pequenos dejetos que poderiam por ventura terem ficado superficialmente nos cortes. Era um trabalho delicado, nada fácil com os gritos de dor do rapaz que vinham de cima. Mary acaba, então, por colocar um pedaço de pano dentro da boca do rapaz. -- Não podemos deixar que o senhor morda sua língua numa hora dessas... Agora, preciso que o senhor feche seus olhos, preste atenção na música da senhora Chizuru, e tente se mexer o menos possível... Tudo bem? Com um dos objetos cortantes que tinham oferecido a ela, Mary faz uma pequena sutura nos cortes mais escurecidos, tentando evitar que os mesmos ficassem necrozados. Os cortes menores eram envolvidos em faixas improvisadas com os diversos panos que continuavam trazendo. Porém, havia aqueles que seriam um pouco mais complicados de se lidar. Com mãos firmes, Mary passava a linha na agulha, e alternando entre a agulha e a forte bebida de mel, começava o delicado processo de fechar as feridas do rapaz, tentando ao máximo ignorar os gritos do rapaz cada vez que o álcool tocava seus ferimentos. Dois cortes depois, foram necessários mais três pessoas para manter o rapaz no lugar. Um pano úmido era colocado em sua testa, enquanto outro ficava preparado com uma dose da forte bebida para caso o rapaz desmaiasse. Mary não queria que o rapaz apagasse, pois não tinha certeza se o pobre coitado conseguiria acordar novamente. Após fechar os cortes,e com a ajuda dos demais, Mary começava agora a envolver toda a parte ferida no restante do pano, mesmo sob os protestos do rapaz. Por fim, após algumas horas de trabalho, deixava que o homem finalmente descansasse, torcendo para que o mesmo não sucumbisse aos ferimentos ou que ela própria tenha cometido um erro que colocaria fim a vida do rapaz. "Ter a vida de uma pessoa, literalmente, em suas mãos. Como a senhora consegue, mãe? Acho que finalmente entendo o porque da senhora não conseguir dormir alguns dias depois do trabalho." [03:44] Mary Ann rolou 1d6 = 4 {[4]} << 5 >> [03:45] «!» Todo o procedimento cirúrgico leva duas horas. Embora não tenha seus instrumentos em mão, os instrumentos improvisados foram suficientes e a cirurgia ocorreu como Mary esperava. Isto é, as chances do rapaz se recuperar eram boas. [03:47] ** NPC: <Homem> O homem respira fundo observando a sutura feita por Mary. — Que barbárie. — Ele comenta. — Costurar uma pessoa viva? Como consegue? — O homem pergunta, mas balança a cabeça e as mãos, sinalizando para Mary ignorar a pergunta. — Me desculpe o espanto, é que nunca havia visto isso antes. Pelo menos agora podemos levá-lo até um clérigo na capital. — Ele diz. [03:53] <Mary Ann> -- Não pelos próximos três dias. Ele deverá se mover o menos possível, ou pode acabar fazendo com que todos os cortes se abram novamente... E caso isso aconteça, terão questões de minutos. "Clérigos... Mamãe nunca precisou de clérigos. Se esse rapaz soubesse quantas pessoas morrem depois de serem tratadas apenas porque foram ingênuas de ir atrás de um clérigo, se mudaria para Salistick." - Mary Ann deixava-se largar numa cadeira, cansada. A mesma soltava seus cabelos, e mexia as mãos de um lado para o outro, tentando relaxar os músculos do braço. -- Não tive tempo de perguntar o seu nome, senhor. [03:55] ** NPC: <Homem> O homem guia Mary e Chizuru para uma outra sala onde pede que comida seja servida. — Me desculpem pelo mal jeito. — Ele diz, enquanto empregados servem a comida e limpam a bagunça nos outros cômodos. — Esqueci de me apresentar e de perguntar seus nomes. — O homem diz, fazendo sinal para que Mary Ann e Chizuru sentem. — Eu sou Bolso, prefeito da cidade. E vocês são... [03:56] <Mary Ann> -- Eu sou Mary Ann. Prazer Senhor Bolso; [03:58] ** NPC: <Chizuru> Chizuru senta a mesa, servindo-se de uma maçã de uma bandeja servida por uma das empregadas. — Chizuru Katsuragi. [04:00] ** NPC: <Bolso> — Como vocês viram, esses Kobolds nos causaram um problema e tanto. — O homem diz, soltando o cinto da cintura para dar liberdade a barriga e poder comer bem mais. — Ontem a noite eles atacaram em bando, quase não conseguimos espantá-los. — O homem diz, servindo-se de uma coxa de Chocobo. [04:01] <Mary Ann> mary pegava uma maçã, acompanhando Chizuru. -- Kobolds fizeram tudo aquilo? Achei que eles não eram criaturas tão problemáticas de se lidar. [04:03] ** NPC: <Bolso> — Os Kobolds daqui são diferentes. — Bolso explica. — Talvez a tormenta os tenha deixado malucos, ou algo assim. Não sei se sabem, mas a União Púrpura fica aqui do lado. — Ele aponta para leste. — Esses corruptos nojentos se venderam ao poder da Tormenta, talvez esses Kobolds sejam de lá. [04:06] <Mary Ann> -- Tormenta... Isso explica muita coisa. Mary falava para Chizuru, levantando uma sombra-celha. -- Bem.... Nos explique como tudo isso aconteceu, o que esta acontecendo agora, de onde essas criaturas saem... [04:08] ** NPC: <Bolso> — Não sabemos exatamente de onde elas saem, — Ele começa. — mas sabemos que do leste. Se eu tivesse homens o suficiente teria mandado alguém para investigar, mas desde que esses ataques começaram não conseguimos mover ninguém para fora da cidade. A colheita desse verão está comprometida se não nos livrarmos desses bichos o quanto antes. [04:08] ** NPC: <Chizuru> — Mas vocês mandaram um mensageiro até Bonwa, não é? Para contratar aventureiros. [04:08] ** NPC: <Bolso> — Sim. Precisamos de ajuda urgente. [04:10] Mary Ann rolou 1d6 = 5 {[5]} << 3 >> [04:13] <Mary Ann> -- E quem chegou aqui antes de nós? Imagino que pela demora do nosso caminho até aqui, outras pessoas ja devem ter vindo aqui para ajudá-los. [04:14] ** NPC: <Bolso> — Ah sim. — Ele diz, afundando o corpo na cadeira. — Tivemos alguns visitantes que se propuseram a nos ajudar, até então, nenhum deles voltou do leste. [04:16] «!» Bolso explica que tinha alguns mensageiros disponíveis, não guerreiros, e que, por tanto, os enviou para Bonwa, Gavanir e regiões próximas procurando por aventureiros ou companhias mercenárias dispostas a resolver o problema. [04:16] <Mary Ann> -- Bem... O que acha, senhora Chizuru? Leste parece ser um bom caminho para começarmos. Mary falava se virando para a companheira. [04:17] ** NPC: <Chizuru> Chizuru continua calada, mais do que o normal até. Ela reflete por uns instantes e observa Bolso e Mary Ann. — Eu não sei. — Ela diz. — Está me parecendo perigoso demais. [04:18] ** NPC: <Bolso> — E é sim. Não é para qualquer fracote iniciante. — Bolso provoca. [04:20] <Mary Ann> -- Bem... Mary aproxima-se um pouco mais de Chizuru, falando baixo com a mesma. - Que outra escolha poderiamos ter? [04:21] ** NPC: <Chizuru> Chizuru olha para Mary, sussurrando para ela. - Não aceitar. Vão haver missões menos perigosas, podem não pagar tanto, mas eu não estou com um bom pressentimento. Kobolds e Tormenta não me parecem uma boa combinação. [04:23] <Mary Ann> - Bem... A senhora é quem decide Mas com todo o dinheiro que essa ida ao leste pode nos gerar, talvez eu possa voltar para minha terra e deixa-las em paz. Mary falava a última frase com um sorriso no rosto, mostrando que não pretendia que a mesma fosse ofensiva. [04:25] ** NPC: <Chizuru> Chizuru respira fundo, percebendo a saudade que Mary tem de casa. Ela pondera por alguns instante, encarando a mesa em silêncio, até novamente erguer a cabeça e olhar o prefeito Bolso nos olhos. — Nós aceitamos o trabalho. — Ela volta os olhos para Mary. — Mas se a coisa ficar perigosa vamos bater em retirada. [04:28] <Mary Ann> -- Como a senhora quiser! Obrigada senhora! Mary respondia, voltando o olhar para o senhor Bolso e acenando a cabeça positivamente. -- Só por favor... Não façam o pobre coitado do rapaz ferido se mexer muito. Tudo bem? [04:29] Mary Ann rolou 1d6 = 2 {[2]} [04:31] «!» Bolso sorri, garantindo que o homem não sairá da cama até que Mary autorize essa saída. Ele se despede e indica uma pousada para Mary e Chizuru localizada fora da cidade, embora elas estivessem seguindo para o ponto de encontro com Rholo e não para nenhuma pousada. [04:32] «!» Chizuru continua desconfiada de toda aquela situação, ela comenta que um trabalho com uma recompensa tão alta, que parece ser tão fácil, deveria atrair mais grupos, mas que por ser um trabalho considerado de baixo nível, seriam provavelmente outros grupos de principiante, o que a preocupava. [04:32] «!» Ela comenta que talvez fosse melhor mesmo que eles fossem resolver toda essa situação, mas que Mary deveria ficar atenta, uma vez que não tinha experiência em aventuras ainda. [04:32] Mary Ann rolou 1d6 = 3 {[3]} [04:33] «!» ----> FIM DO CAPÍTULO III <----