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UNIPAR – UNIVERSIDADE PARANAENSE

GERENCIAMENTO DE RISCOS

Professora Bianca Cristina Sella


Engenheira Química (UFSC)
Pós Graduada em Engenharia de Processos Industriais (PUC-RIO)
Especializada em Engenharia de Segurança do Trabalho (UTFPR)
E-mail: bia_sella@yahoo.com.br
APR – ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS

Origem: Surgiu na área militar como uma revisão a ser feita nos
novos sistemas de mísseis projetados para uso de combustíveis
líquidos, afim de evitar o uso desnecessário de materiais,
projetos e procedimentos de alto risco e assegurar que medidas
preventivas fossem incorporadas (De Cicco e Fantazzini , 2003).
APR – OBJETIVOS

 Identificar riscos associados à ocorrência de eventos


indesejáveis, através de uma análise estruturada.

 Reduzir os riscos e os gastos expressivos além do planejado.

 Uma análise abrangente da APR deve ser capaz de eliminar


ou controlar os riscos de processo na planta.
APR – APLICAÇÃO

 Identificação de eventos indesejáveis, suas causas,


consequências, modos de detecção e salvaguardas;

 Levantamento de riscos existentes para as pessoas, o meio


ambiente, o patrimônio, a continuidade operacional e a imagem
da empresa;
APR – APLICAÇÃO

 Análise de possíveis falhas de sistemas, equipamentos,

operações e seus respectivos impactos.

 Muito utilizada como a primeira técnica para análise de

riscos de projetos.
APR – VANTAGENS

 Participação de um grupo multidisciplinar;

 Necessidade de pouco tempo para realização da análise (na

maioria dos casos;

 Simplicidade de aplicação da técnica;

 Auxílio na prevenção de acidentes antes da realização de

tarefas.
APR – DESVANTAGENS

 Necessidade de um grande conhecimento, por parte dos

envolvidos, na percepção dos perigos associados ao processo

e/ou projeto analisado;

 Muitas vezes, a equipe utiliza como base uma análise realizada

para um processo similar e acaba por não levantar os perigos do

processo em análise.
APR – PLANILHA

ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS


Sistema Data:
Referência:
Subsistema Revisão:
Detecção Pessoal Instalação M. Amb. Imagem Recomendações /
Perigo Causa Efeitos Freq C.A
Salvaguarda S R S R S R S R Observação
APR – ETAPAS

PERIGO

CAUSAS

DETECÇÃO

CONSEQUÊNCIAS

AVALIAÇÃO DO RISCO

RECOMENDAÇÕES
APR – ESCOPO

 Equipamentos perigosos: sistemas de alta pressão e de


armazenamento de energia.

 Materiais perigosos: materiais combustíveis e/ou inflamáveis,


substâncias químicas altamente reativas e substâncias tóxicas.

 Fatores externos: vibração, temperaturas extremas, descargas


eletrostáticas e umidade.

 Procedimentos: procedimentos de operação, teste, manutenção


e parada, comissionamento e emergência.
APR – ESCOPO

 Layout da instalação: disposição dos equipamentos do processo,


de controle e dos equipamentos de proteção contra acidentes.

 Elementos de apoio à instalação: armazenamento,


equipamentos de teste, treinamento e utilidades.

 Equipamentos/Sistemas de segurança: sistemas de atenuação e


redundância, extintores de incêndio e equipamentos de proteção
pessoal.

 Erros humanos: erros operacionais ou de manutenção.


APR – ESCOPO

 Além dos elementos citados, devido à região de operação da


planta em estudo, é possível considerar eventos, como:

 Terremotos;

 Maremotos;

 Inundações;

 Queda de aviões, balões;

 Sabotagens.
APR – SUBDIVISÕES

Divisão do processo em sistemas:

Sistemas:

 Unidade de Processo A;

 Unidade de Processo B;

 Unidade de Processo C.
APR – SUBDIVISÕES

Divisão do sistemas em subsistemas:

Subsistemas da Unidade A:

 Descarregamento das carretas;

 Tancagem;

 Carregamento das carretas;

 Utilidades.
APR – SUBDIVISÕES
APR – SUBDIVISÕES
APR – SUBDIVISÕES

ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS


SISTEMA : UNIDADE A
Subsistema 1: TANCAGEM DE INFLAMÁVEIS
Detecção (D) / Possíveis
Perigo Causa Freq.
Salvaguarda (S) Efeitos
APR – PERIGO

 Uma ou mais condições, físicas ou químicas, com potencial para


causar danos às pessoas, à propriedade, ao meio ambiente ou à
combinação desses.

 Vale ressaltar que a APR também leva o nome de APP (Análise


Preliminar de Perigos), devido a esta condição.
APR – CAUSAS

 Eventos simples ou combinados, que levam à ocorrência dos


perigos previamente identificados.

 Podem envolver tanto as falhas intrínsecas de equipamentos,


como vazamentos, rupturas e falhas de instrumentação, quanto
erros humanos de operação e manutenção.
APR – DETECÇÃO

 Maneira através da qual se pode identificar a ocorrência de um


determinado evento acidental.

 Através de instrumentação: alarmes de pressão, de


temperatura, nível, ...

 Percepção humana: visual e/ou odor.


APR – SALVAGUARDA

 Dispositivos, sistemas ou ações capazes de interromper a cadeia


de eventos.

 Diminuem a probabilidade de ocorrência do cenário indesejável


ou da severidade das suas consequências.
APR – POSSÍVEIS EFEITOS

 Consequências provocadas por um determinado perigo.


APR – FREQUÊNCIA

 Indicação qualitativa da frequência esperada de ocorrência para


os cenários identificados.

EXTREMAMENTE
FREQUÊNCIA REMOTA POSSÍVEL PROVÁVEL FREQUENTE
REMOTA
POR ANO
(A) (B) (C) (D) (E)

Não esperado Possível de


ocorrer, apesar ocorrer uma Possível de Possível de
Conceitualmente
de haver vez durante a ocorrer uma ocorrer muitas
possível, mas
Característica referências em vida útil de vez durante vezes durante a
sem referências
instalações um conjunto a vida útil da vida útil da
na indústria.
similares na de unidades instalação. instalação.
indústria. similares.
APR – SEVERIDADE

 Indicação qualitativa do grau de severidade das consequências


de cada cenário.
CATEGORIAS DESCRIÇÃO SEVERIDADE

Múltiplas fatalidades intramuros ou fatalidade extramuros;


CATASTRÓFICA IMPACTO
Danos catastróficos com possibilidade de perda da instalação industrial;
V INTERNACIONAL
Danos severos em áreas sensíveis ou se estendendo para outros locais.

Até 3 fatalidades intramuros ou lesões severas extramuros;


CRÍTICA IMPACTO
Danos severos aos sistemas (reparação lenta);
IV INTERNACIONAL
Danos severos com efeito localizado.

Lesões severas intramuros ou lesões leves extramuros;


MÉDIA IMPACTO
Danos significantes aos sistemas;
III REGIONAL
Danos moderados.

Lesões leves;
MARGINAL IMPACTO
Danos leves a sistemas / equipamentos;
II LOCAL
Danos leves.

Sem lesões ou primeiros socorros;


DESPREZÍVEL Danos leves a equipamentos sem comprometimento da continuidade IMPACTO
I operacional; INSIGNIFICANTE
APR – RISCO

 Probabilidade de ocorrência de um evento indesejado e dos seus


respectivos danos.

 É obtido através da combinação das categorias de frequência e


gravidade (MATRIZ DE RISCO) e indica a necessidade ou não de
medidas ou controles adicionais.
APR – MATRIZ DE RISCOS
FREQUÊNCIA POR ANO
SEVERIDADE DAS EXTREMAMENTE
CONSEQUÊNCIAS REMOTA POSSÍVEL PROVÁVEL FREQUENTE
REMOTA
A B C D E

CATASTRÓFICA
M M NT NT NT
V
CRÍTICA
T M M NT NT
IV
MÉDIA
T T M M NT
III
MARGINAL
T T T M M
II
DESPREZÍVEL
T T T T M
I
APR – MATRIZ DE RISCOS

RISCO DESCRIÇÃO DO NÍVEL DE CONTROLE NECESSÁRIO


Sem necessidade de medidas adicionais.
TOLERÁVEL
A monitoração é necessária para assegurar que os controles sejam
(T)
mantidos.
Controles adicionais devem ser avaliados com o objetivo de reduzir
MODERADO
riscos.
(M)
Aqueles considerados praticáveis devem ser implementados.
Controles insuficientes.
NÃO
TOLERÁVEL Métodos alternativos devem ser considerados a fim de reduzir a
probabilidade de ocorrência ou a severidade das consequências, de
(NT)
forma a trazer os riscos para regiões de menor magnitude.
APR – RECOMENDAÇÕES

 Intrínsecas,

 Passiva,

 Ativa e/ou

 Procedimentos.
APR – EQUIPE

 Equipe multidisciplinar, incluindo operadores, engenheiros de


projeto, profissionais de SMS (Saúde, Meio Ambiente e Segurança
do Trabalho), entre outros.

 Para alcançar êxito no resultado da análise é importante que os


participantes tenham conhecimento técnico e experiência nos
sistemas analisados.
APR – EQUIPE

 Líder: pessoa com domínio da técnica e responsável por guiar o


estudo, podendo ser pessoal próprio ou terceirizado.

 Coordenador: pessoa responsável pelo evento. Normalmente


uma pessoa da disciplina de SST e MA da empresa.
APR – EQUIPE

Especialistas: engenheiros das disciplinas de processo,


automação, instrumentação, segurança e elétrica, além de
projetistas, técnicos e operadores.

 Pessoas que possuam informações importantes sobre a


unidade em estudo e/ou que possuam experiência em
unidades similares.

 Relator ou Secretário: responsável pelo preenchimento da


planilha da APR durante as reuniões.
APR – MATERIAL

 Informações sobre a região:

 Dados meteorológicos e demográficos.


 Informações sobre as instalações:

 Premissas de projeto, especificações técnicas, layout, manual


de operação.
 Ficha de Informação de Segurança de Prod. Químico (FISPQ).

 Como a APR destina-se à identificação antecipada dos riscos,


os dados sobre a planta poderão ser escassos e a experiência da
equipe será fundamental para o sucesso do estudo.
APR – METODOLOGIA

Uma análise completa de APR deve compreender:

 Identificação dos riscos em potencial;

 Avaliação dos controles aplicáveis aos eventuais riscos de


processos (incluindo a avaliação de erros humanos);

 Identificação das possíveis consequências devido a falhas no


controle.
APR – ESQUEMA DE ETAPAS
1-DEFINIÇÃO DE OBJETIVOS/
PREMISSAS DE APR
RECOMENDAÇÕES
2-CARACTERIZAÇÃO DO E OBSERVAÇÕES
SISTEMA/ SUBSISTEMA

3-IDENTIFICAÇÃO DOS Próximo


cenário NÃO SIM
PERIGOS

6-DETECÇÃO/
4-CAUSAS SALVAGUARDA 5-EFEITOS

RISCO
7-FREQUÊNCIA 8-SEVERIDADE MODERAD
O ou NÃO
TOLERÁVEL?
9-AVALIAÇÃO DO RISCO
APR – TRABALHO EM SALA

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