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1.

INTRODUÇÃO

Este trabalho discute a necessidade de reestruturação da Área da Queimada


no bairro Perpétuo Socorro, apresentando propostas para convivência dos cidadãos,
como a restruturação da paisagem por meios de métodos ecológicos e paisagísticos.
Trata-se de um estudo baseado na necessidade de implantar um centro mais
urbanizado, e com uma visão paisagística e ecológica trazendo o urbanismo saudável.
Criando-se um centro comercia l e de lazer melhor estruturado, potencializando,
desta forma, a sua representatividade no intuito de privilegiar a população local.

A intervenção e requalificação constitui-se em processos de adaptações dos


espaços urbanos degradados, às vezes complexo e difícil, mas que pode se
concretizar quando as diversas situações envolvidas compreendem os seus
benefícios de curto, médio e longo prazos. A Área da Queimada se encontra com
manutenção precária, devido a ação de pessoas que depredam o local e ação do
tempo que hoje apresentam, pois não existe um sistema de drenagem da água das
chuvas e a vegetação existente aumenta cada vez mais.

A expansão urbana de Macapá vem acontecendo sem um adequado


planejamento, estimulada por um crescimento populacional da ordem de 6,02 %,
registrado na última década (Aguiar & Silva, 2004), esse crescimento tem contribuído
para a ocupação de áreas úmidas e a formação de aglomerados subnormais
agravando as condições socioambientais das áreas de ressaca.

O bairro Perpétuo Socorro guarda suas características e curiosidades


peculiares, por conter muitos mitos desde sua criação. O bairro guarda muitas
lembranças, e pontos importante para sua história. Nele localiza-se o tão conhecido
igarapé das mulheres, a paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro (padroeira do
bairro), a feira do Pescado, etc., e faz limite com a tradicional praça Zaguri. Contudo
é banhado ao leste pelo rio Amazonas, por tudo isso é conhecido como o bairro “a
cara” da cidade.

O bairro Perpétuo Socorro contribuiu de forma significativa para o crescimento


da cidade de Macapá, sendo um dos bairros que mais crescem. Com a dinamização
do comércio, era pela “Beira” que o Mercado Central era abastecido, estruturando o setor
na cidade. E com a fundação da Igreja N. Sra. Do Perpétuo Socorro possibilitou encontros
religiosos entre os moradores católicos, criando uma tradição no local que atualmente é

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santuário. No qual as três características marcaram a contribuição do Perpétuo Socorro
para o crescimento da cidade: cultura, economia e religião.

No dia 23 de outubro de 2013, um incêndio de grande proporção atingiu mais de


250 casas em uma área localizada no final da Av. Marcilio Dias, no bairro Perpétuo
Socorro. As famílias foram remanejadas para habitações populares pela prefeitura de
Macapá. (G1 AMAPÁ)

Estes fatores causam diversos problemas ambientais, que geram uma


desorganização que afeta a paisagem e o cotidiano da população. Lugares públicos
como praças, ruas, quiosques, são considerados patrimônios da população que ali
reside, ou residiram, são considerados riquezas históricas, onde os moradores
guardam sentimentos, lembranças do desenvolvimento daquele lugar.

O objetivo principal desta pesquisa será apresentar uma proposta de


reestruturação urbana e paisagística no local denominado área da queimada no bairro
Perpétuo Socorro em Macapá/AP, para que o local se torne um ambiente acessível e
agradável de convivência para todos, proporcionando à população local a reutilização
do lugar e um paisagismo ecológico para os moradores. Procurar buscar medidas para
devolver ao local escolhido, o status de local importante para a cidade.

Como objetivo específico deste trabalho procura-se buscar medidas para criar
na Área da queimada o status de local importante para o bairro, que hoje se encontra
sem atrativos e urbanística e empobrecida. Incitará a proposta de melhoria na
qualidade de vida da população local propondo o urbanismo e paisagismo no espaço,
assim como procurar meios sustentáveis que proporcionaria beleza e harmonia entre
o concreto e a natureza que existe no local. Os objetivos deste trabalho são: Analisar o
local escolhido; revitalizar a área; propor soluções ambientais no local.

O estudo tem como base trabalho de pesquisa sobre a área onde ocorreu um
incêndio no ano 2013, no bairro Perpétuo Socorro localizado na Zona leste de
Macapá, a pesquisa tem como objetivo de levantamento de dados a respeito da
situação atual do local do incêndio, levantar as ações do governo estadual e municipal
referente a destinação apropriada da área para beneficiar a população do local. O
trabalho visa intervenção e restruturação da área da queimada no bairro perpétuo
socorro.

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Para desenvolvimento deste trabalho a opção metodológica para recolher
informações, adotará como técnica de coleta de dados a análise documental e
também a realização de um levantamento, o em estudo de livros, dissertações e textos
que continham informações sobre os aspectos históricos, geográficos, populacionais
e culturais do município de Macapá, especialmente do bairro Perpétuo Socorro, para
fazer à caracterização sócio cultural, populacional e econômica da região. Será
utilizada também nessa pesquisa imagens, que serão obtidas durante a realização do
estudo, tratadas como uma forma de representação real da vida na comunidade para
não substituir a realidade, representando-as a partir de um dado contexto no tempo e
no espaço. A primeira etapa desta pesquisa será a realização de uma visita minuciosa
para fazer um levantamento da situação em que se encontra a situação da Área da
Queimada, para obter a maior quantidade de informações possíveis para a elaboração
do projeto.

Dar-se-á o projeto em 4 (quatro) capítulos levantando pontos importantes como


a transformação da cidade, segregação/desigualdade, desenho urbano e mobilidade.
No capítulo 1 será abordado a introdução e referências bibliográficas da cidade
contemporânea; No capitulo 2, serão abordadas referências teóricas e bibliográficas
do tema; No capitulo 3, tratar-se-á os dados da pesquisa referente a área da
queimada; No capitulo 4, será dado os detalhes sobre a proposta de revitalização do
tema em questão.

2. A CIDADE CONTEMPORÂNEA EM TRANSFORMAÇÃO

Atualmente nota-se mudanças recohrrentes em centros urbanos. Fenômenos


como os megaempreendimentos, intervenções urbanas, programas de habitação
social, etc. Ajudam a entender o que caracteriza a produção da cidade hoje. Assim, a
envolver trabalho em campo, pesquisa e coleta de dados em órgãos públicos e
privados, o cruzamento de indicadores socioeconômicos e mapeamentos diversos.

A cidade, configurada pela Grandeza, a arquitetura deixa de desempenhar seu


papel, tornando-se um mero objeto em meio às transformações sócio-tecnológicas
das últimas décadas. No bairro Perpétuo Socorro houveram diversas transformações
no decorrer do tempo. (Koolhaas)

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Na problemática da cidade contemporânea, observa-se uma cidade
entremeada em textualidades morfológicas inéditas que, operando em um contexto
diferenciado de sua dimensão sociocultural, abrem interrogantes nas interpretações
simbólicas, modos de uso e apropriações da paisagem urbana, acarretando assim
possibilidades de configuração do espaço urbano. A contemporaneidade de uma
territorialidade urbana distinta, da qual advém tensões entre domínios, legalidades,
usos e práticas urbanas, aporta novas interpretações na relação entre morfologias
urbanas, comportamentos e construções conceituais, colocando questionamentos
nos modelos instituídos da Arquitetura e da Urbanística. Esses questionamentos
requerem o resinificado dos conhecimentos e ações da dimensão territorial urbana de
novas demandas espaciais, particularmente, em relação à configuração da relação
público / privado, a aspectos do projeto e da projetualidade da cidade contemporânea
e aos padrões de comportamento social.

A cidade não é um objeto de consumo, mas sim um fenômeno cultural da


identidade e da diferença; um sítio, talvez indiferenciado a princípio, mas que se
constrói ao longo do tempo em decorrência de distintas atividades que se inscrevem
em seu território. A idéia de cidade conforma-se desde a Antiguidade, consolidando-
se a partir da comunidade e concretizando-se através de seus espaços coletivos,
públicos ou privados, que, a cada época, decorrem de uma combinação específica de
determinadas atividades políticas, econômicas, sociais e culturais. Da Grécia Antiga
às cidades burguesas dos séculos XVII e XVIII, a distinção entre o domínio público e
o privado foi alcançada através de um longo processo de unificação da praxis coletiva
e das formas de gestão da cidade. Na civilização ocidental, a noção de espaço sempre
apresentou uma correlação entre o espaço enquanto categoria simbólica e social e o
fato físico que lhe dava materialidade, sendo que a distinção entre o espaço interior e
o exterior é o símbolo de separação entre os domínios da comunidade (plural) e a
família (unidade). (ALVES, 2005, P.33)

O bairro com características populares molda-se com sua ampliação contando


com várias áreas de invasão, O arquiteto passa a depender de outras forças para a
convalidação de sua arquitetura: a conectividade com outros campos de
conhecimento e a rendição às tecnologias, que para ele é uma postura de
neutralidade. Esse panorama gera um novo tipo de cidade, cabendo a rua o papel de

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resíduo, um dispositivo organizativo, imerso no plano metropolitano. Local em se
coexistem passado e presente e onde a Grandeza está presente em todas as partes.

A noção da idéia universal de cidade como um bem público, conformada pela


relação público/privado, lugar do convívio, do conflito e do congraçamento entre
pessoas, vem sendo questionada por uma outra idéia de urbanidade. Na cidade
contemporânea, da dissociativa fragmentação do espaço urbano, constatam-se
espacialidades e sociabilidades de novos ‘espaços públicos’ (ditos de renovação
urbana), de fato ‘espaços do consumo’ resultantes de processos de urbanização
determinados pela lógica do terciário.

2.1. SEGREGAÇÃO E DESIGUALDADES NOS CENTROS URBANOS

A segregação espacial e/ou urbana ocorre nos locais onde há grandes


diferenças sociais entre a população. Nas cidades existem áreas com foco de atuação
especializada, são distribuídas em centros comerciais, financeiros, bairros industriais,
residenciais, bairros com grande número de casas, além de bairros que abrigam uma
grande quantidade de estabelecimentos de diversão: boates, bares e restaurantes.

O autor Villaça (1998, p. 239) ainda entende que, com o desenvolvimento da


vida social, existe a necessidade de deslocamento em busca de atividades que se
localizam em um mesmo espaço, ocorrendo disputas por esse território. Nesse
sentido, o autor afirma que:

Se a essência do valor de uso das localizações está associada à otimização dos


deslocamentos de toda a comunidade, é nesse ponto que está cristalizada a maior
quantidade de trabalho socialmente necessário despendido na produção da
aglomeração e pela aglomeração (VILLAÇA, 1998, p. 241).

Na estrutura de uma grande cidade existem vários polos, cada região é dotada
de um centro e uma rua de maior destaque, na qual muitas atividades são
desenvolvidas, como serviços e comércio, mostrando assim as centralidades do bairro
ou da cidade em si.

Na contemporaneidade, todos os grandes centros urbanos possuem um arranjo


espacial fracionado, isso significa que existem várias partes que compõem o todo, no
entanto, cada fração com sua particularidade em diversos aspectos. Nas cidades
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existem áreas com foco de atuação especializada, são distribuídas em centros
comerciais, financeiros, bairros industriais, residenciais, bairros com grande número
de casas, além de bairros que abrigam uma grande quantidade de estabelecimentos
de diversão, como boates, bares e restaurantes. Na estrutura de uma grande cidade
existem vários polos, isso quer dizer que cada região é dotada de um centro e uma
rua de maior destaque, na qual muitas atividades são desenvolvidas, como serviços
e comércio. A divisão da estrutura urbanística juntamente com o aumento da
população e da própria cidade promove uma precarização em relação ao todo da
malha urbana, pois os habitantes não se apresentam na cidade inteiramente, e sim
em partes que se relacionam com o cotidiano das pessoas, ou seja, local de
residência, trabalho, escola, entre outros lugares de convívio.

Nesse contexto, pode-se averiguar a relação do fenômeno com a dinâmica de


descentralização, degradação e abandono sofridos pelos espaços urbanos centrais,
e como consequência ocasionar notáveis efeitos, o advento de áreas
desfuncionalizadas e subutilizadas. Conforme apontado por Vaz (1995, s.p), “as áreas
centrais começam a ser substituídas por outras regiões da cidade na função de centro
de atração de investimentos e de consumo de setores mais abastados”.

A divisão do espaço urbano juntamente com o aumento da população e da


própria cidade promove uma precarização em relação ao todo da malha urbana, pois
os habitantes não se apresentam na cidade inteiramente, e sim em partes que se
relacionam com o cotidiano das pessoas, ou seja, local de residência, trabalho, escola,
entre outros lugares de convívio. Dividindo os espaços em polos e zonas dentro da
cidade.

A cidade é dividida também por fatores financeiros ou de renda, as


desigualdades se concretizam no contexto do arranjo urbano. Essas características
são provocadas simplesmente pelo fato das desigualdades sociais estarem
presentes na maioria dos países capitalistas, quanto maiores as disparidades
socioeconômicas entre as classes sociais, maiores são as diferenças nas moradias,
nos serviços públicos e na qualidade de vida.

A população de baixa renda depende efetivamente da qualidade dos serviços


públicos para alcançar melhor qualidade de vida, tanto na área da educação, como
na saúde, transporte coletivo, além de outros.
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2.1.1. TRANSFORMAÇÕES POLÍTICAS

No início do século XX, devido à rápida industrialização, as cidades atraíram


grande parte da população, porém, inexistiam políticas habitacionais que impedissem
a formação de áreas urbanas irregulares e ilegais. As áreas ocupadas ilegalmente são
expressões diretas da ausência de políticas de habitação social. As políticas
habitacionais propostas foram, em sua maioria, ineficazes devido a diversos fatores
políticos, sociais, econômicos e culturais. O resultado desse processo é que,
atualmente, mais de 82% da população brasileira é urbana. O surgimento de políticas
habitacionais realmente preocupadas em solucionar o alarmante problema é recente,
tendo sido implementado na Constituição Federal de 1988, e regulamentado pelo
Estatuto da Cidade (2001), que regula o uso da propriedade urbana em prol do
interesse coletivo e do equilíbrio ambiental, sendo um instrumento inovador na política
habitacional e importante ferramenta de regularização fundiária. Propõe-se aqui
discutir esse percurso histórico e as conquistas atuais, ainda em curso no país.

A realidade brasileira é que a excessiva valorização agregada às áreas centrais


das cidades (que recebiam melhor tratamento urbanístico por parte dos governantes,
sendo equipadas com saneamento básico, iluminação pública, pavimentação das
ruas, etc.), fez com que os moradores mais necessitados não tivessem condições de
adquirir imóveis nestas áreas. Desta maneira, a população que tinha condições de
pagar, morava na “cidade formal”, enquanto a população desprovida de recursos
financeiros habitava a “cidade informal”, concluindo-se que “a ilegalidade é subproduto
da regulação tradicional e das violações contra os direitos à terra e à moradia” (Osório,
2004, p. 28).

A Habitação Social é uma forma de habitação destinada à população cujo nível


de renda dificulta ou impede o acesso à moradia através dos mecanismos normais
do mercado imobiliário. Empreendimentos habitacionais de interesse social são
geralmente de iniciativa pública e têm, como objetivo, reduzir o défice da oferta
de imóveis residenciais de baixo custo dotados de infraestrutura (redes de
abastecimento d'água, esgotamento sanitário e energia elétrica) e acessibilidade.
Alguns empreendimentos também visam à realocação de moradias irregulares ou
construídas em áreas de risco.
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Já como resultado do novo sistema, a Secretaria Nacional de Habitação
estruturou o Plano Nacional da Habitação (PlanHab). O PlanHab vem a se somar a
um conjunto de ações e medidas de natureza institucional, econômica e jurídica, que
têm por objetivo dar corpo e consistência ao Sistema Nacional de Habitação. No ano
de 2007, ocorreu a adesão de Estados e Municípios ao SNHIS. A adesão é condição
necessária para o fortalecimento da nova organização institucional do setor, tendo
como compromisso a elaboração de seus Planos de Habitação de Interesse Social,
além da constituição do Fundo de Habitação de Interesse Social e de seu Conselho
Gestor. Os dados quantitativos e qualitativos reunidos sobre as necessidades
habitacionais apontam que os deficit mais expressivos concentram-se cada vez mais
nas áreas urbanas e nas faixas mais baixas de renda da população, estando
localizadas, principalmente, nas regiões metropolitanas. Tomando por base a
metodologia desenvolvida pela Fundação João Pinheiro, o deficit habitacional
brasileiro em 2008 era de 5,546 milhões, sendo 83,5% de área urbana (BRASIL.
MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2011) A qualidade das moradias existentes para a
população com essa faixa de renda apresenta inúmeras deficiências: algum tipo de
carência de padrão construtivo, situação fundiária, acesso aos serviços e
equipamentos urbanos, entre outros. A ausência de infraestrutura urbana e
saneamento ambiental é o maior problema; envolve 10,2 milhões de moradias, ou
seja, 32,1% do total de domicílios urbanos duráveis do País têm pelo menos uma
carência de infraestrutura (água, esgoto, coleta de lixo e energia elétrica), sendo
60,3% nas faixas de renda de até 3 salários mínimos. O PlanHab tem como meta de
planejamento o ano de 2023, com suas revisões correspondentes aos anos de
elaboração dos Planos Plurianuais (PPA's): 2011, 2015 e 2019. A elaboração do Plano
Nacional de Habitação envolve três etapas: a contextualização, a elaboração de
cenários e metas e a definição do plano de ação, estratégias e implementação. São
pressupostos do Plano a garantia à moradia digna como direito universal e fator de
inclusão social e a gestão democrática e participativa da política habitacional
(Ministério das Cidades, 2004). Os planos devem ser direcionados prioritariamente
para atender a população de faixa de renda entre zero e três salários mínimos. Os
princípios que embasam a construção dos Planos Municipais de Habitação de
Interesse Social são: 1) A garantia à moradia digna como direito universal e fator de
inclusão social; 2) a garantia da função social da cidade e da propriedade; 3) a gestão
democrática e participativa da política habitacional; 4) o reconhecimento da existência

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de demandas específicas e diferenciadas (idosos, portadores de deficiência, crianças
e gênero); 5) o respeito às identidades culturais e fortalecimento dos vínculos
familiares e comunitários já existentes.

Programas de habitação social existem em vários países, desenvolvidos ou


não, e os imóveis podem ser alugados ou comprados mediante financiamentos
subsidiados pelo governo. Geralmente, são realizados em grandes conjuntos de
prédios e apartamentos, casas ou lotes urbanizados.

2.2. PLANEJAMENTO URBANO

O foco do planejamento urbano é a organização e o desenho de assentamentos


humanos, desde as menores vilas até as maiores cidades. O planeamento urbano,
segundo um ponto de vista contemporâneo (e, em certa medida, pós-moderno), tanto
enquanto disciplina acadêmica quanto como método de atuação no ambiente urbano,
lida basicamente com os processos de produção, estruturação e apropriação do
espaço urbano. A interpretação destes processos, assim como o grau de alteração de
seu encadeamento, varia de acordo com a meta a ser atingida através do processo
de planejamento e do poder de atuação do órgão planeador que depende da
legislação em vigor, acesso a informação técnico-científica, socioeconômica, cultural,
demográfica, geográfica, entre outras. (Fonte: FRANCA/SP)

O alvo de um plano diretor é fazer a vida urbana mais confortável, aproveitável,


segura, além de fornecer um terreno propício ao crescimento econômico da cidade.
Um plano diretor inclui, quase sempre, instalações de transporte público, bem como
áreas de recreação, escolas e facilidades comerciais. Um plano diretor recomenda
como o terreno da cidade deve ser usado.

O direito urbanístico, assim como o direito ambiental, trata do meio ambiente,


mas com ênfase na proteção da urbe, como forma de garantir a qualidade do
crescimento urbano. Neste sentido, a Constituição Federal, em seus artigos 182 e
183, conforme o já mencionado, dispõe sobre a “política de desenvolvimento urbano”,
a qual busca manter sadio o meio ambiente urbano e garantir a qualidade de vida de
seus habitantes. Sobre o termo “urbanismo”, Elida Sá e Isa Brito ensinam que:

O termo ‘urbanismo’ é derivado do latim urbes. Inicialmente a sua constituição foi


liga à arte, face à necessidade estática de embelezamento e estava inserida no

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contexto social e histórico da época em que foi criada, [...]. Atualmente o urbanismo
é considerado a técnica, a ciência e a arte de planejar a cidade, disciplinando seu
crescimento, suprindo as necessidades básicas do homem.

Desta forma, o urbanismo tem o significado de “aprimoramento” da vida de uma


cidade, buscando, portanto, um desenvolvimento, o qual, para continuar sendo
proveitoso e mantenedor, deve respeitar o meio ambiente, a sociedade e a economia.

O plano geralmente divide a comunidade em secções separadas para casas e


edifícios de apartamentos, comércio, indústria e áreas para instalações públicas. A
altura-limite das estruturas também é delimitada, sendo que geralmente o centro
financeiro possui os maiores limites. Novas áreas residenciais devem ser planejadas
com cuidado, para que possam integrar-se com serviços municipais já existentes.
Pode-se permitir apenas a construção de pequenas casas em um dado bairro,
enquanto em que outro, permite-se a construção de prédios de apartamentos e de
casas geminadas. Planos diretores de certas cidades, porém, não impõem restrições
quanto ao limite de altura de qualquer estrutura e/ou zoneamento, em qualquer área
da cidade, como em Houston, no Texas, nos Estados Unidos. Um plano diretor
também pode pedir a demolição de prédios em uma dada região e regular os tipos de
serviços a serem oferecidos dentro de uma dada região, permitindo, por exemplo, a
presença de pequenas indústrias e estabelecimentos comerciais, mas proibindo
grandes indústrias. Alguns planos podem permitir o desenvolvimento de áreas de uso
mistos, com uma combinação de indústrias, comércio e residências. (fonte: Lv. Estudo
da viabilidade da técnica da Construção Civil, p.25)

2.3. DESENHO URBANO

O desenho urbano diz respeito à disposição, aparência e funcionalidade das


cidades e, em particular, à forma e utilização do espaço público. Ele tem sido
tradicionalmente considerado como um subconjunto disciplinar do planeamento
urbano, arquitetura paisagista ou arquitetura e ultimamente tem sido associado às
disciplinas emergentes, tais como o urbanismo paisagístico. Independentemente do
crescimento proeminente das atividades destas disciplinas, o desenho urbano é
conceitualizado como uma prática de desenho que opera na interseção das três, e,
portanto, requer um bom entendimento de outras implicâncias, tal como economia
urbana, economia política e teoria social. A importância do Desenho Urbano como

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uma expressão técnica e artística de composição dos espaços urbanos cresce a cada
dia com o crescimento das cidades em todo o mundo. O projeto urbano deve ser
encarado como uma proposta de organização física dos espaços para o cumprimento
dos objetivos preestabelecidos, cujas realizações a curto ou longo prazo se
caracterizam num Planejamento.

No livro “Responsive Environments, a manual for designers”, os autores


Bentley, Alcock, Murrain, McGlynn e Smith, reuniram e desenvolveram uma série de
conceitos que juntos têm como objetivo um ambiente democrático e rico em
oportunidades, através da maximização das escolhas contidas nele. Tais conceitos
resumem-se em: permeabilidade, acessibilidade, legibilidade, variedade e
flexibilidade e identidade e propriedade. Embora tais idéias não sejam conclusivas,
são peças-chave na produção dos espaços democráticos. E precisam estar presentes
desde os processos de planejamento e gestão urbana, na revitalização e inclusão dos
espaços públicos nas cidades. Neste sentido, os conceitos orientadores para a análise
do desenho urbano foram: Permeabilidade: é um dos conceitos responsáveis pela
vitalidade do ambiente construído e é representada pela capacidade que um espaço
urbano tem de oferecer as pessoas escolhas de caminhos através dele e para outros
pontos da cidade. A permeabilidade deve estar presente tanto fisicamente quanto
visualmente e depende da forma que o espaço é organizado. Acessibilidade: pode ser
classificada segundo os elementos a que se tem acesso e a quem é permitido esse
acesso, é a habilidade de alcançar lugares, atividades, pessoas, informações,
comércio e serviços, incluindo-se a quantidade e diversidade de elementos a serem
alcançados. Legibilidade: é uma característica visual importante; ela existe quando a
cidade ou parte dela é facilmente reconhecida e organizada em um padrão coerente
para seus habitantes. Uma cidade legível seria aquela onde todas suas regiões
fossem facilmente identificadas, agrupadas e compreendidas. Variedade e
flexibilidade (diversidade): o ambiente construído será mais atrativo se oferecer
diversas opções de experimentação, portanto a variedade também é um conceito
fundamental para a qualidade dos espaços construídos. Variedade e flexibilidade
caracterizam-se por usos mistos, que podem dar origem a diferentes tipologias de
edifícios, com variedade de significados, formas e pessoas em diferentes momentos
do dia, levando a uma grande opção de escolhas no espaço urbano. Identidade e
propriedade: a identidade no ambiente urbano está presente quando as pessoas
sentem que aquele espaço pertence a elas, tanto individualmente quanto
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coletivamente, mesmo que não pertença de direito. Esse sentimento de “propriedade”
é adquirido quando existe uma clara delimitação espacial dos espaços como públicos,
semi-públicos e privados. A partir desses conceitos inerentes ao desenho urbano,
sistematizou-se uma estrutura de modo a compor uma MATRIZ CONCEITUAL, onde
é possível realizar uma avaliação dos elementos do desenho urbano dos projetos à
luz de cada um dos conceitos, como hierarquia de espaços, atividades e vias, bairros
e quadras, dentre outros. Para cada conceito foi associado um símbolo, cuja avaliação
indica o estágio de abrangência em cada um dos elementos do desenho urbano.

2.4. INTERVENÇÃO URBANA

Intervenção Urbana é o termo utilizado para designar os movimentos artísticos


relacionados às intervenções visuais realizadas em espaços públicos.

Intervenção Urbana – IU - é basicamente o termo utilizado para designar os


movimentos artísticos relacionados às intervenções visuais realizadas em
espaços públicos, modificação de paisagens, a particularização de lugares. É
a modificação visual de espaços urbanos. Essas intervenções podem ter
vários portes, desde trabalhos simples, com adesivos e colagem, pintura de
paredes, até grandes projetos, com estruturas e instalações
artísticas.(CARDOSO,2014,P.07)

No início, um movimento underground que foi ganhando forma com o decorrer


dos tempos e se estruturando. Mais do que marcos espaciais, a intervenção urbana
estabelece marcas de corte. Particulariza lugares e, por decupagem, recria paisagens.
Existem intervenções urbanas de vários portes, indo desde pequenas inserções
através de adesivos até grandes instalações artísticas. (Fonte: Maria Angélica
Melendi.)

A intervenção urbana traz para a cidade o elemento comum, de forma


inesperada, capaz de causar o estranhamento necessário para despertar as pessoas
ao meio em que estão. A interferência nesses espaços através de uma experiência
estética compartilhada promove a interação entre estranhos, uma troca simbólica de
significados, realizando momentaneamente uma reconfiguração do espaço e da
percepção de realidade. (BARJA, 2012).

Como diz Hall (1986, p. 205):

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“[...] praticamente tudo o que o homem faz e é está ligado à experiência do
espaço [...].” Sabendo dessa relação, reação e conexão que o homem tem
com o ambiente em que está inserido, entende-se a necessidade de
reconsiderar os conceitos de composição do ambiente construído. Esse novo
argumento encontra sua fundamentação ideológica sobre a forma como o
homem, enquanto ator social e formador da cidade, capta, absorve e reage
diante das características físicas e funcionais do ambiente construído. Nesse
contexto, diversos autores trabalharam com as qualidades que o ambiente
construído pode demonstrar, assim como Gardner et al. (1996), que, por meio
dos cinco Cs (conectividade, conveniência, conforto, convivência e
conspicuidade), identificaram os atributos desejáveis para promover o
caminhar.

A partir da Intervenção feita no espaço público, parte do cotidiano da população


passa a ser percebida, passa a ressurgir. Como alguns interventores costumam dizer,
é o sentido de liberdade e expressão artista, é a introdução de estruturas descontínuas
e relações sem hierarquia. É uma maneira de comunicação para a sociedade,
expressão de informações a partir da diversidade de trabalhos artísticos onde esta
informação pode ser feita com intuito social, pessoal. Pode conter crítica, poesia,
protesto, entre outros, com uso de técnicas, dependendo da formação ou não do
interventor. Desde técnicas de designers, arquitetos, comunicadores sociais,
grafiteiros, etc. A intervenção urbana, como forma de arte, teve sua origem na
segunda metade do século XX. Esse momento riquíssimo para a história da arte
abriga em sua amplitude a arte conceitual, a performance, a instalação, o happening,
entre outras atividades artísticas como a IU, que apresentam características bem
diversas, tendo convergência em algumas. O caráter inusitado dessas manifestações
artísticas constitui-se numa dessas características, apresentando-se
predominantemente, desde a sua origem, como um desejo de expressão individual ou
coletiva, que tem como premissa máxima o uso da criatividade acerca do papel da
arte nessa relação entre o sujeito e o coletivo, o livro A Educação Pela Arte afirma-se
que “O homem como criador é uma figura solitária. Mesmo que suas criações sejam
apreciadas por outros homens, ele permanece isolado. É só quando alguém o toma
pela mão, não como ‘criador’ mas como camarada, amigo ou amante, que ele
experimenta uma reciprocidade íntima” (HEAD, 2001, p. 318).

O que hoje chamamos de intervenção urbana evolve um pouco da intensa


energia comunitária que floresceu nos anos de chumbo. Os trabalhos dos artistas

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contemporâneos, porém, buscam uma religação afetiva com os espaços degradados
ou abandonados da cidade, com o que foi expulso ou esquecido na afirmação dos
novos centros. Por meio do uso de práticas que se confundem com as da sinalização
urbana, da publicidade popular, dos movimentos de massa ou das tarefas cotidianas,
esses artistas pretendem abrir na paisagem pequenas trilhas que permitam escoar e
dissolver o insuportável peso de um presente cada vez mais opaco e complexo." Maria
Angélica Melendi.

Ernst Gombrich (1999) famoso historiador de arte, afirmou que nada existe
realmente a que se possa dar o nome de Arte. Existem somente artistas. Arte é um
fenômeno cultural. Regras absolutas sobre arte não sobrevivem ao tempo, mas em
cada época, diferentes grupos (ou cada indivíduo) escolhem como devem
compreender esse fenômeno. A intervenção aqui tem uma referência baseada na
ideia da quebra do cotidiano, do corte na realidade com o inusitado que se oferece
num dado momento, a partir da intervenção urbana.

2.4.1. MOBILIDADE E ACESSIBILIDADE

Quando se pensa em cidade para as pessoas, logo pensa-se em mobilidade,


acessibilidade por vezes estes assuntos podem se confundir, pois se tem várias
definições. A algum tempo, vem-se tentando propor maiores espaços acessíveis a
todos, com segurança do pedestre, e com a opção por meio de transportes não
poluentes e no incentivo à bicicletas. Por mais contraditório que seja, o incentivo aos
pedestres, vem sendo praticado desde a década de 70:

Com a contínua estruturação de zonas para pedestres, que passaram a valorizar o


espaço público, o comércio de rua, as áreas de passeio, reduzindo-se as distâncias
e obstáculos para o fluxo dos pedestres, através de projetos que priorizam o
conforto e a segurança destes usuários. A cidade para pedestres é segundo
Paulhans Peters (1970), a reação frente à cidade ordenada, também a resposta à
cidade que prioriza o uso do automóvel. Seu principio de ordenação se orienta pelo
cotidiano do homem contemporâneo, suas necessidades e prioridades habituais,
numa tentativa de conciliação e coexistência entre pedestres e motoristas,
pedestres e ciclistas.

A diversidade e a vitabilidade de espaço são segundo Schmidt e Stahr (1977):


“o estímulo da alma, da fantasia e da criatividade de ações sobre o espaço,
possibilitando a convivência entre o usuário e o espaço público”.
19
A Constituição Federal de 1988 abriu espaço para uma série de modificações
na política urbana brasileira, tanto no campo do ordenamento territorial e
desenvolvimento urbano, na qual o Estatuto da Cidade foi o grande marco inovador –
Lei no 10.257/2001 (Brasil, 2001) –, quanto no campo da mobilidade urbana, com a
aprovação da Lei da Mobilidade (Lei no 12.587/2012).

O conceito de mobilidade está relacionado com o deslocamento das pessoas


no espaço urbano, que devem facilitar o percurso das pessoas e não dificultar, com
ruas limpas, seguras, arborizadas, pouco ruidosas, com calçadas amplas, dotadas de
mobiliário urbano confortável, iluminação adequada, sinalização e com total
acessibilidade. A cidade para as pessoas, dá importância as pessoas e não aos
veículos. O tempo dos semáforos daria importância a necessidade dos pedestres e
não ao fluxo do trânsito, por exemplo, segundo Gehl (2010) “uma cidade para pessoas
não tem edifícios altos, pois o contato com a vida da cidade só se pode obter até o
quinto andar, e que a questão da densidade se resolve com projetos arquitetônicos
orientados por uma ideia humanista. O conceito não se resume a retirar os carros das
ruas e diminuir a altura das edificações”. As pessoas só vão exigir cidades melhores
de fato, quando elas souberem como e quão melhores as cidade podem ser. Parece
impossível fazer com que as cidades se tornem mais sustentáveis, para pessoas e
não para veículos, pois ainda existe preconceito onde quem pode se locomover com
veículos não largariam deste conforto para andar de bicicletas em grandes distâncias,
e claro da forma como a maioria das cidades são organizadas fica difícil, pois há
grandes distâncias a serem percorridas para se chegar onde se quer. Para mudarmos
a cidades precisamos primeiramente mudarmos o conceito das pessoas sobre
conforto, bem-estar e sustentabilidade. Sustentável não é apenas separar o lixo, mas
é sim um estilo de vida.

20
Figura 01 – Acessibilidade

Fonte: Graziela Miranda/G1, 2016.

3. DIAGNÓSTICO DA ÁREA
O município de Macapá apresentava em 2000, uma população de 283.308
habitantes, cerca de 89% dessa população vivia na área urbana da cidade de Macapá,
capital do estado do Amapá. Destes, cerca de 19% viviam em áreas de ressaca.
Atualmente, não existem dados populacionais a respeito do número de pessoas
vivendo nessas áreas. Sabe-se, porém que o problema apenas agravou-se na última
década. (Fonte:IBGE)

O incêndio ocorrido em 2013, causou danos severos ao bairro e em sua morfologia


e estrutura. A área que em partes é de ressaca por receber as águas do canal ficou
abandonada, causando poluição ao ambiente, abrigo para vândalos, e a malha urbana ao
redor ficou no esquecimento. Local atualmente ficou conhecido como Área da Queimada.
O local sempre se tratou de uma invasão, sendo assim, nunca recebido recursos
urbanísticos para a área. Após o incêndio o local ficou no esquecimento, os moradores
abandonaram o espaço que ficou em ruínas e esquecido pelo poder público.

21
Figura 02 – Incêndio do Local de Intervenção

Fonte: Graziela Miranda/G1, 2016.

Com o passar do tempo o local foi sofrendo cada vez mais impacto ambiental. Sem
manutenção e sem destinação útil o local se tornou grande ameaça à sociedade que se
configurou uma grande invasão, acolhendo mais de 250 famílias no local em situações
precárias na qual passou por duas queimadas, não resistindo a última. Com o tempo
novos recursos devem ser estudados para o local, como forma de conservar o local e
usar para o bem da população.

Figura 03 – Agressão Ambiental

Fonte: Graziela Miranda/G1, 2016.

O local onde era muito conhecido no bairro hoje se mantém um terreno abandonado.
22
3.1. HISTÓRICO DO LOCAL

N. SRa. Do Perpétuo Socorro é um bairro do município brasileiro de Macapá,


capital do estado do Amapá. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estática (IBGE), sua população no ano de 2010 era 13.087 habitantes, sendo 6.418
homens e 6.669 mulheres. Possuía 2.849 domicílios particulares permanentes, que
estavam distribuídos em uma área total de 0,7 km².

O bairro amistoso conhecido como Perpétuo Socorro é um dos principais


bairros da cidade, sendo também bairro central. Com limítrofes com os bairros: Centro,
Cidade Nova, Julião Ramos e Pacoval.

O surgimento do bairro se deu em meados da década de 1970, acompanhando


o desenvolvimento econômico e populacional que vinha sendo observado na capital
amapaense. Atualmente conta com a Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro,
padroeira do bairro, além de um centro social, um distrito de polícia e uma unidade
básica de saúde.

A população residente em Macapá na década de 1960, de acordo com o Anuário


Estatístico do Amapá, era de 36.214 habitantes, dos quais 76,10% localizavam-se
na área urbana de Macapá que comportava, nesse período, um percentual de 52,86
da população do território do Amapá. A intensidade dos fluxos migratórios que
ocorreram no período de 1950-1960 para a cidade de Macapá desencadeou
problemas de invasões de espaços anteriormente considerados inadequados ao
uso para habitação bem como um processo de favelização da população recém-
chegada a Macapá. (PORTILHO, 2010b, p. 10)

Perpétuo Socorro (Igarapé das Mulheres): Este trecho caracteriza-se,


principalmente pela presença de atividade portuária de pequeno porte, com pequenas
embarcações destinadas à passageiros e cargas. Tem também comércio de pescado,
produtos oriundos do extrativismo vegetal e animal (açaí, banana, melancia, jerimum,
porco, mariscos, e animais silvestres), e também de pequenas criações de animais
como porco e aves domésticas, vindos das ilhas pertencentes ao estado do Pará e
comunidades próximas. O comércio atacadista e varejista de alimentos é a atividade
econômica predominante no canal, com destaque para o Mercado do Pescado do
Igarapé das Mulheres, entregue à população pelo governo estadual no ano de 2013,
cuja maior parcela dos produtos comercializados é proveniente de Belém. Também
encontramos no trecho a comercialização de vestuário, apetrechos de pesca e caça;

23
a feira livre municipal; a federação dos pescadores (sede), organizações sociais,
fábrica de gelo e comércio de combustível destinado para o abastecimento das
embarcações que ali atracam. Encontramos também no local produção e
comercialização de artesanato, em pequena escala. O Bairro Perpétuo Socorro possui
uma área de 20.712,54m², representando 83 lotes, num total de 126, representando
65,36% do total de uso e ocupação. (Fonte: G1 Macapá).

Assim como nos demais local de Macapá no bairro perpétuo socorro não
aconteceu diferente, o crescimento da cidade foi ocasionado por diversos fatores
históricos e sociais que contribuíram para que essa expansão urbana se desse tanto
de forma horizontal, como recentemente está se dando de forma vertical. Macapá não
foi planejada urbanisticamente, então também cresceu desordenadamente sem
nenhum planejamento urbanístico, com pouca infraestrutura e sem receber atenções
de qualquer programa administrativo.

3.2. LOCALIZAÇÃO E DELIMITAÇÃO DA ÁREA


O espaço ocupa uma posição privilegiada no centro do bairro onde as pessoas
utilizam apenas para caminhar em sua volta nos horários da manhã e noite por conta
da centralidade que existe em seu redor, de um lado a Avenida Vereador José do
Espirito Santo que se localiza a maior parte do comércio e do outro a Avenida Ana
Nery onde encontra-se a Feira da região, no entanto ambas as ruas possuem acesso
à escolas e equipamentos urbanos do bairro.

24
Figura 04 – Delimitação da Área da queimada

Fonte: <http://www.flickr.com/>, 2017.

O ponto especifico de sua localização se dá no bairro Perpétuo Socorro na


Zona Leste da cidade de Macapá. Situado ao fim da Avenida Marcilio Dias onde inicia
a área se encontrando até a Avenida José do Espirito Santo ao Norte e à Avenida Ana
Nery ao Sul.

3.3. ORIENTAÇÃO SOLAR


A Local escolhido possui uma área privilegiada, por estar próxima ao Rio
Amazonas recebendo influências climáticas. A ventilação se mantém abundante
durante todo o dia.

25
Figura 05 – Sentido dos Ventos e Orientação Solar

Fonte: Autor, 2018.

3.4. PARCELAMENTO DO SOLO

A Lei do Parcelamento do Solo de Macapá estipula que no CAPÍTULO I,


intitulado de “DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES” no primeiro artigo, diz “O
parcelamento do solo para fins urbanos será regulamentado pelo Município em
consonância com as leis federal, estadual e municipal, no que couber, assegurados o
interesse público e a função social da propriedade no uso da terra.”

I - restrição ao parcelamento nas áreas remanescentes de bosque/ mata


ciliar; II - destinação de lotes para habitação de interesse social, sempre que
possível; III - adequação do percentual de áreas verdes em função da
necessidade, observando maior exigência em caso de áreas ambientalmente
frágeis e de remanescentes de bosque/ mata ciliar; IV - restrição ao
parcelamento em áreas não integradas à malha urbana; V - adequação do
percentual de áreas para equipamentos comunitários ou urbanos à sua
precariedade nas áreas adjacentes. (p.05)

26
Para tratar sobre moradia fala-se sobre isso no Art. 6° Que para melhor
compreensão e aplicação das disposições desta Lei Complementar ficam
estabelecidas em seguintes definições:

III - condomínio urbanístico – condomínio constituído a partir de frações


ideais de terreno, composto por mais de duas unidades domiciliares,
instaladas em edificações distintas, quer sejam horizontais ou verticais; IV -
desdobramento – subdivisão de lote urbano em 2 (dois) a 4 (quatro) lotes
destinados à edificação; (p.06)

No Art. 7° Para o efeito de Parcelamento do uso do solo demonstra processos


administrativos a ser adotados:

I - consulta prévia para avaliação dos requisitos de ordem legal e formal da


legislação e expedição das diretrizes para o parcelamento, quando for o caso;
II - vistoria prévia da gleba a ser parcelada; III - aprovação do projeto de
parcelamento; IV - emissão da licença para execução das obras e/ou serviços;
V - vistoria do início da execução das obras e serviços, quando for o caso; VI
- vistoria das obras e/ou serviços concluídos; VII - emissão do termo de
verificação das obras, quando for o caso; VIII - aceitação do parcelamento.
(p.08)

O Art. 40 exige os parâmetros urbanísticos para efeito do parcelamento do


solo referente à:
I - dimensionamento dos lotes e das quadras, fixados quanto aos seus
limites máximos e mínimos; II - destinação de áreas públicas para
equipamentos urbanos e comunitários e áreas verdes; III - sistemas de
circulação interna da gleba parcelada e de sua integração aos sistemas de
circulação da cidade; IV - faixas marginais de rodovias, ferrovias e linhas de
transmissão de energia elétrica; V - faixas marginais de proteção de cursos
d’água, lagos, lagoas e áreas de ressaca. (p.14).

A Lei estipula na Seção IV referente a Dos Parâmetros para Destinação de


Áreas Públicas, a utilização junto com a sociedade influenciando no cotidiano, neste
caso, atentando a aparelhos e equipamentos urbanos:

Art. 51. As áreas públicas serão destinadas para implantação de: I - vias de
circulação, no caso de loteamentos; II - equipamentos urbanos necessários
ao provimento dos serviços de: a) abastecimento de água potável; b) energia
elétrica pública e domiciliar; c) recolhimento e tratamento de esgotos; d)
escoamento das águas pluviais. III - equipamentos comunitários referentes a:
a) praça; b) escola; c) creche; d) posto de saúde; e) outros equipamentos
comunitários de interesse público e social. IV - áreas verdes.(p.16).

27
O estado atual da configuração e Parcelamento do Solo:

Figura 06 – Mapa de Uso do Solo

Fonte: Autor, 2018.

3.5. SISTEMA VIÁRIO LOCAL E PASSEIOS PÚBLICOS


Após a realização dos estudos e pesquisas, constatou-se que não haveria a
necessidade de serem traçados novos fluxos para o acesso à Àrea de estudo e com
isso, o sentido das ruas não seria alterado para a facilitação do tráfego no trânsito,
pois sua localização permite fácil acesso ao espaço. Tais vias permitem o acesso à
Área da Queimada por diferentes rotas, rodeada de vias locais, e apenas uma via
arterial com direções de dois sentidos, faixas, de pedestres e saídas para várias ruas
28
em seu entorno, está via artéria está localizada ao norte do terreno e as locais em seu
entorno, como pode ser verificado na imagem a seguir:

Figura 07 – Hierarquização do Sistema Viário

Fonte: Autor, 2018.

3.6. CORRELATOS ARQUITETÔNICOS

3.6.1. INTERVENÇÃO URBANA EM SANTO ANDRÉ


O recorte escolhido foi na região do entorno da estação Utinga que se localiza
na várzea do rio Tamanduateí, local que sofreu severamente com a saída das
industrias do município, pois a região ultimamente possui muitas problemáticas como
a falta de segurança, problema com a drenagem (alagamento), invasão de terrenos
29
para moradias irregulares em locais de risco e falta de travessia para pedestres das
barreiras físicas e naturais (que são respectivamente linha férrea e rio Tamanduateí,
o qual segmenta o município em duas partes).

Figura 08 – Intervenção de Santo André

Fonte: SBG Arquitetura e Urbanismo, 2018.

Com base em todo estudo realizado na região desde o histórico até a situação
atual, a autora desenvolveu um projeto de requalificação urbana para a região da
estação Utinga e seu entorno que é composta por uma série de intervenções que
provam a viabilidade de melhoria na região, como propostas voltadas para a
transposição por pedestres de barreiras naturais e físicas da área estudada (Rio
Tamanduateí e ferrovia), remoção e realocação de famílias em assentamentos
irregulares em áreas de risco próximas à região do recorte, urbanização de
assentamentos irregulares consolidados, valorização de rios e córregos e sua
integração à paisagem urbana, bem como a criação de reservatórios (mais
conhecidos com piscinões) para oferecer suporte aos problemas de inundação
característicos da região.

30
Figura 09 – Intervenção de Santo André 02

Fonte: SBG Arquitetura e Urbanismo, 2018.

Pensando em resolver o problema dos alagamentos na região foi proposto a


criação de dois reservatórios (piscinões) que se ligariam com vasos comunicantes
para que fosse possível o equilíbrio das águas e também o alargamento e realocação
da calha do córrego Utinga, mantendo áreas permeáveis nas duas margens do
córrego.

Figura 10 – Reservatório

Fonte: SBG Arquitetura e Urbanismo, 2018.

31
3.6.2. PROJETO DE REQUALIFICAÇÃO URBANA SANTA BARBARA

O bairro de Santa Barbara, localizado no centro de São Paulo, pode ser


considerado um dos exemplos mais emblemáticos do processo de degradação e
esvaziamento populacional que marcou a maior parte da região central da cidade
durante a segunda metade do século XX.

Ao longo do processo de transformação da Santa Ifigênia o comércio de eletrônicos


não foi a única atividade significativa a instalar-se no bairro. A partir da década de
1950, a área começou a tornar-se também um centro de prostituição, atividade
fortalecida pela proximidade com a estação de trem e que iniciou um processo de
desvalorização dos imóveis e a expulsão gradativa da população de classe média.
Soma-se a este quadro a presença cada vez mais significativa do tráfico de drogas,
que por sua vez alavancou o crescimento exponencial da criminalidade e da violência
na região.

O objetivo deste trabalho, assim sendo, é o de propor um conjunto de diretrizes


urbanísticas e elaborar um projeto urbano que permita reverter a situação de
abandono e degradação no qual a Santa Ifigênia encontra-se hoje.

Este projeto parte de um conjunto de premissas que inclui:

 Diversificação de usos e atividades;


 Atendimento à demanda habitacional de baixa renda;
 Redesenho dos espaços públicos;
 Preservação das características morfológicas do bairro;
 Preservação do patrimônio histórico;
 Adensamento da ocupação construtiva e populacional.

32
Figura 11 – Intervenção Santa Barbara

Fonte: SBG Arquitetura e Urbanismo, 2018.

Dentre este conjunto, o adensamento foi adotado como a premissa principal,


tendo em vista a grande disponibilidade de infra-estrutura da qual o bairro dispõe,
especialmente de transporte de massa. Por esta razão, decidiu-se adotar o seguinte
desafio: o projeto deveria atingir o dobro da densidade construtiva máxima adotada
atualmente na cidade de São Paulo - ou seja, enquanto atualmente adota-se no
máximo um Coeficiente de Aproveitamento equivalente à quatro, o projeto aqui
proposto deveria adotar um coeficiente equivalente a oito.

No entanto, o verdadeiro desafio surgiu quando se partiu para a formulação de


um projeto urbano que comportasse toda esta densidade e ainda mantivesse
qualidade espacial, ambiental e de desenho urbano – efetivamente requalificando o
bairro ao mesmo tempo em que permite-se o adensamento de uma área já
considerada densa pelos padrões urbanísticos vigentes. neste sentido, foi necessário
desenvolver-se uma nova visão de espaço urbano, com espaços públicos integrados
permeando os edifícios, atravessando os interiores das quadras e conectando as ruas
do bairro. este sistema seria composto por um "volume de embasamento" de
predominantemente comercial com 3 pavimentos de altura, acima do qual estariam
33
dispostas torres de uso habitacional e de serviços. o trinômio habitação-trabalho-
educação se completaria com a abertura, na área de intervenção, de uma faculdade
de tecnologia que oferece suporte e é apoiada pelo comércio de informática da santa
Barbara.

Figura 12 – Intervenção Santa Barbara 02

Fonte: SBG Arquitetura e Urbanismo, 2018.

Acima deste volume de embasamento, configurou-se um "pavimento


comunitário". Este piso, interligado de uma quadra à outra através de passarelas,
abriga espaços destinados ao uso da população residente no bairro, como creche,
playground, quadras esportivas, área para skate, salão de festas e espaço para
churrasco, entre outros.

Acima do pavimento comunitário está o conjunto de edifícios, os quais


encontram-se parcialmente apoiados sobre pilotis. São, ao todo, sete torres com
unidades de Habitação de Interesse Social - HIS, cinco com unidades de Habitação
de Mercado Popular - HMP, e uma torre para escritórios. As torres de HIS possuem
12 pavimentos, e as de HMP, 20 pavimentos; a torre de escritórios configura-se como
um marco urbano com 40 pavimentos.
34
Figura 13 – Intervenção Santa Barbara 03

Fonte: SBG Arquitetura e Urbanismo, 2018.

4. INTERVENÇÃO URBANA DA ÁREA DA QUEIMADA DO BAIRRO PERPÉTUO


SOCORRO

O Projeto com embasamento nos estudos citados nos capítulos I e II, a


proposta de intervenção e readequação sobre lugares desocupados e esquecido pela
sociedade a torná-lo aproveitado no bem de uso comum a sociedade. Transformando
um espaço pouco qualificado em uma área de habitação agradável e acessível a
todos. A proposta para de Intervenção na Área da Queimada no Perpétuo Socorro
consta com programa de atividades de lazer, esportivo, cultural, contemplativo e
social. Levando em conta quatros aspectos principais: a estrutura local, uso de
passagem de pedestres, a localização e a necessidade de uma área de habitação
para a comunidade. Propõe-se o redimensionamento do local inserindo novas áreas
de circulações, estacionamentos, melhoramento da arborização, iluminação,
sinalização de tráfegos, proporcionando uma requalificação paisagística e urbana no
local.

O projeto é composto por um enorme jardim, com concepção aos moldes


franceses que se traduz em formas geométricas. Este estilo demonstra o domínio do
35
homem sobre a natureza, enaltecendo o que há em sua volta. Possuirá uma ampla
área de convívio para a integração social, sendo composto por espaços amplos e
verdes.

Figura 14 – Localização da Área da Queimada

Fonte: Google Earth (street view), 2018.

Figura 15 – Vista Frontal da Área da Queimada no estado atual

Fonte: Autor, 2018.

36
O asfalto utilizado no decorrer do conjunto é permeável, o seu sistema drena a
água e leva por intermédio de bueiros até o canal de decantação. Defronte a Feira
possuirá duas pontes de integração a ambos os lados, pois a feira é dividida em dois
sentidos: esquerdo e direito. A passagem dará vista ao canal e à Lagoa
sucessivamente. A lagoa possuirá sistema de decantação para a limpeza de suas
águas.

Todas essas propostas tem o papel atender aos anseios da população,


favorecendo a possibilidade da inter-relação que o espaço livre proporciona,
permitindo a permanência de pessoas com características totalmente diversas.

4.1. PROGRAMA DE NECESSIDADE

O espaço onde abriga a Área da Queimada é carente em vários sentidos. Os


principais problemas constatados que deram origem ao programa de necessidades
foram: a ausência de mobiliário e áreas de estar, não possui acessibilidade e fluxos
para os usuários, a não-adequação dos caminhos traçados aos sentidos desejados
pelas pessoas, a pouca variabilidade vegetal, assim como sua pouca atração visual,
contém um corriqueiro alagamento na área central decorrente de uma eficiente
drenagem da água da chuva no período chuvoso, por fim, problemas de manutenção
e abandono. A proposta para o programa de necessidades resume-se a algumas
questões que devem ser consideradas no planejamento de espaços públicos. Com
base nas pesquisas montou-se o seguinte Programa de Necessidades contendo:

 Área de Convivência
 Área para caminhar com Arborização
 Academia ao Ar Livre
 Habitações Popular
 Playground
 Pista de Skate
 Ponto de Ônibus
 Lagoa de Decantação

4.2. PARTIDO GERAL

37
No Partido Arquitetônico implantado no projeto de revitalização tem como
função de criar distribuir espaços que possam ser utilizadas pela população, que é
uma obra desenvolvida com a função de redistribuir os espaços criando assim novas
possibilidades de entretenimento para o visitante, assim como melhor planejamento
e organização. A Área Revitalizada será constituída pelas principais áreas:

Figura 16 – Partido Geral

Fonte: Autor, 2018.

 Habitações populares;
 Convivência;
 Passeio c/ jardim;
 Pista de skate
 Playground
 Academia ao ar livre
 Estacionamento

38
 Ponto de ônibus

4.3. VOLUMETRIA
A volumetria do projeto mostrando a sob vista aérea do croqui.

Figura 17– Volumetria

Fonte: Autor, 2018.

4.4. IMPLANTAÇÃO DE ÁREAS VERDES E ARBORIZAÇÃO URBANA


O Projeto propõe a implantação de áreas verdes com variação de espécies
nativas da região amazônica. As espécies arbóreas serão implantadas por toda a
extensão do projeto criando caminhos e vista abrangendo a beleza e a paisagem
natural, proporcionando a queda de isolação no local.

39
ESPÉCIE FOTO MOTIVO LOCAL
OITI Canteiro.
(Chrysobalana • Alimentar,
ceae.) muito utilizada na
arborização urbana
• Clima:
Tropical
• Luminosidade:
sol pleno.
• Origem: Brasil

Urucum • Alimentar Canteiro.


(Bixa orellana) • Beleza de
suas flores, seja
pelos seus vistosos
cachos de
frutos
• Regional
• Rústico e pode
ser conduzido como
arbusto ou árvore

Resedá/ Canteiro.
• Não possui
Suspiros
raízes agressivas
(Lagerstroemia
• Belo
indica) florescimento (de
outubro a março).
• Resistente
à poluição
urbana
• Bastante
rústica
Impatiens/ • Floração Canteiro.
Maria- abundante o ano todo
semvergonha • Muito fácil de
(Impatiens cultivar, não exige
walleriana cuidados especiais.
• Crescimento
rápido
• Ornamentação
• Apta em todos
os climas presente no
Brasil

40
Figura 18 – Arborização

Fonte: Autor, 2018.

4.5. CALÇADAS E PASSEIOS


O piso escolhido para as calçadas e passeios é de sistema drenante que
possibilita melhor absorção da água sob o solo, nesta calçada também foi aplicada a
hierarquia das calçadas, contendo calçadas de 5m, 3m e 2m, correspondendo à
arteriais, coletoras e locais respectivamente.

Figura 19 – calçamento

Fonte: Autor, 2018.

41
4.6. ACESSIBILIDADE
O espaço que abriga a Área do projeto de revitalização não oferece acesso às
pessoas com necessidades especiais, e isso é um problema grave porque tais
pessoas tem direito garantidos por lei a ter acesso com segurança a qualquer espaço
público, e tal projeto busca assegurar o direito de ir e vir de todos. No projeto a
Acessibilidade dar-se-á de forma a inclusão.

Figura 20 – Chão de Taco

Fonte: Autor, 2018.

4.7. ILUMINAÇÃO
Na área de revitalização não possui iluminação, quando deveria estar focada
na segurança dos pedestres que caminham em seu entorno. A iluminação deve
permitir que os pedestres enxerguem os obstáculos ou outros perigos no seu caminho
e estejam conscientes dos movimentos de outros pedestres, amigáveis ou não, que
possam estar próximos. Por este motivo, a iluminação nas superfícies horizontais e
verticais é importante. Para a Área da Queimada serão adotados postes de iluminação
adequados que possam atender a diferentes escalas de iluminação, tornando-se um
lugar seguro e atrativo no período noturno. Pontos de luz também estarão presentes
abaixo dos bancos, em balizadores e no chão ressaltando os elementos de destaque
do paisagismo. Assim, o reconhecimento do ambiente torna-se normalmente
necessário para os pedestres, por este motivo têm de ser igualmente cumpridos.

42
Figura 21 – Iluminação

Fonte: Autor, 2018.

4.8. EQUIPAMENTOS URBANOS


Equipamento urbano, segundo a norma brasileira NBR 9284, é um termo que
designa todos os bens públicos ou privados, de utilidade pública, destinados
à prestação de serviços necessários ao funcionamento da cidade, implantados
mediante autorização do poder público, em espaços públicos e privados. Segundo a
Lei Federal 6.766/79, consideram-se, urbanos, os equipamentos públicos
de abastecimento de água, serviços de esgotos, energia elétrica, coleta de águas
pluviais, rede telefônica e gás canalizado.

O bairro Perpétuo Socorro é carente de bens públicos e privados em sua


infraestrutura. Em torno da Área da Queimada constata-se da seguinte forma:

43
SERVIÇO RESPONSÁVEL O QUE FAZ? PROBLEMAS
Coloca os postes, Lâmpadas
Iluminação Pública CEA a fiação e os queimadas, queda
transformadores de energia, locais
sem iluminação
Faz ligação dos Existem locais sem
canos, trata a água água encanada e
Água e Esgoto CAESA e o esgoto, cuida sistema de esgoto
do escoamento da com fossas
água da chuva
Coleta o Lixo Vários locais não
Prefeitura de colocado em latões dispõem de coleta
Coleta de Lixo Macapá nos dias marcados, de lixo.
cuida da limpeza
das ruas
Prefeitura de Pavimentação das Ruas sem
Pavimentação Macapá ruas calçadas e buracos
em vários trechos.

44
5. REFERÊNCIAS

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Schmidt, Eike e Stahr, Gerrit estimulo da alma, 1977.

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