Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
RESUMO
ABSTRACT
The present work analyzes the efficiency and validity of the Awarded Delegation Institute. The
criticisms refer to: probative validity, the collaborating subject (whistleblower), Confidence of the
information, competent authorities to make agreements, moment of application of this institute. Law
12.850 of 2013, which regulates the crimes of criminal organizations, standardized, in its articles 4 et
seq. The issues related to award-winning collaboration. The aim of this paper is to analyze the institute
of the awarding award through a comparative study, as well as to examine its application in Brazil in
the absence of legal systematization of the institute that can be found in the context of several sparse
legislations. Assessing their reflexes as a negotiated justice in criminal proceedings. The research
methodology used was bibliographic, with the consultation of books, scientific and legal articles,
jurisprudential and legislative production. At the end of the study, it concludes that the reflexes of the
award awarded focus on the criminal process by directly reaching the figure of the whistleblower,
since this is the biggest beneficiary in exchange for the information provided.
__________________
1
Graduanda em Direito da Faculdade Metropolitana de Camaçari – FAMEC.
2
Orientador: Prof. Mestre em Direito pela UFBA. Prof. de Direito Constitucional e Direito Civil da
Faculdade Metropolitana de Camaçari.
2
INTRODUÇÃO
Com esse cuidado que tem sido o guia da jurisprudência pátria, in verbis:
8
Após o término da delação, o termo será enviado para o Juiz e, caso este
considere as informações dadas úteis e necessárias para o processo, ocorrerá a
homologação com cópia da investigação e das declarações do colaborador. Não
há prazo certo para o fim da colheita de depoimentos, uma vez que isso depende
exclusivamente da quantidade de informações que serão dadas pelo delator.
Nos acordos de delação premiada, o colaborador renuncia ao seu direito de
silêncio, como também o direito de não produzir provas contra si mesmo, uma vez
que um dos requisitos da delação premiada é atestar a culpa, e fica compromissado
a dizer a verdade. A eficiência da delação é julgada pelo Juiz, durante a sentença.
Como também o delator deve apresentar provas concretas, uma vez que apenas da
delação não é suficiente para futuras condenações.
A autoridade policial e o Ministério Público não são obrigados a propor ou
aceitar a oferta da delação quando julgarem, pela circunstância do caso, que ela não
é necessária. Devendo levar para o esclarecimento ao Colaborador (Delator): a) O
seu direito constitucional ao silêncio; b) A colaboração implicará renúncia a esse
direito e compromisso legal de dizer a verdade; c) Os benefícios previstos em lei; d)
As informações devem ser completas, verdadeiras e úteis, do contrário, não terá
direito ao benefício.
Reduzidos a termo, as declarações e o acordo serão autuados em apartado,
sob sigilo, e não devem ser apensados ao inquérito policial, nem nele mencionados.
Sempre que possível, recomenda-se que, com a ciência do colaborador, as
declarações sejam também registradas por meio audiovisual ou por gravação
magnética, a fim de garantir a fidedignidade e evitar futuras negativas de autoria das
declarações.
Deve ser observado que o acesso aos autos pelo advogado do delator, não
inclui acesso e conhecimento de diligências em andamento e deve ser sempre
precedido de autorização judicial, nos termos do artigo 7.º, § 2 , da Lei 12.850/13.
Tão logo o acordo seja proposto, os autos devem ser remetidos ao juízo para
homologação (§7º art.4º). Tendo em vista que o acordo da delação é retratável,
aconselha-se que aquilo que não configurar propriamente colaboração conste dos
depoimentos do procedimento de flagrante ou de inquérito.
O Réu de forma espontânea representado por seu advogado, ou o próprio
promotor de Justiça poderá sugerir ao acusado que colabore com as
investigações, admitindo os fatos imputados, assim como deverá trazer elementos
11
suficientes para incriminação dos corréus, para que seja concedido um prêmio que
diferenciada sua pena dos corréus, vejamos o que diz o art. 13.º da lei 12.850/13:
A Lei 12.850/13, art. 4.º. O juiz poderá, a requerimento das partes, conceder
o perdão judicial, [...], daquele que tenha colaborado efetiva e
voluntariamente com a investigação.
Nesse sentido Pacelli de oliveira (OLIVEIRA, 2013, S/N) Afirma que as: “[...]
declarações ou dos depoimentos prestados pelo colaborador possa, com
efeito, convencer o magistrado acerca da responsabilidade de outros
agentes, não poderá ele se valer de tal prova para fundamentar a
condenação”.
Por sua vez, importante mencionar que o Superior Tribunal de Justiça possui
entendimento diferente. Criado com o advento da Constituição Federal de 1988, tal
Tribunal passou a ser competente para o julgamento da questão.
Após diversos julgamentos em sentido contrário ao firmado pelo Supremo
Tribunal Federal, o Superior Tribunal de Justiça editou a Súmula 18, assim redigida:
“A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da
punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório”. Para ele, o perdão
judicial está vinculado a uma sentença declaratória da extinção da punibilidade, ou
seja, todos os efeitos penais como extrapenais estariam afastados.
Na hipótese reversa, entendendo o juiz ser o caso de perdão e não constando
ele da proposta inicial, poderá aplicá-lo adequando-a ao caso concreto, nos termos
do § 8, do art. 4.º da Lei de Organizações Criminosas, hipótese em que a decisão
desafiará recurso.
Direitos do colaborador a especificação no termo de acordo das medidas de
proteção ao delator e à sua família não é um requisito de validade do documento.
15
De regra, essas medidas são aquelas elencadas no artigo 5.º da Lei: (a) ser
conduzido, em juízo, separadamente dos demais coautores e partícipes; (b)
participar da audiência sem contato visual com os outros acusados; (c) não
ter sua identidade revelada pelos meios de comunicação, nem ser
fotografado ou filmado, sem sua prévia autorização, por escrito; (d) cumprir
pena em estabelecimento penal diverso dos demais corréus ou
condenados.
Todos esses direitos são renunciáveis pelo delator e por seu defensor, o que
pode ocorrer tanto no acordo quanto em momento posterior.
Em situações extremas e de risco real e concreto, ainda podem ser
empregadas duas outras medidas: (a) as previstas na legislação específica; (b) ter o
nome, qualificação, imagem e demais informações pessoais preservados.
As medidas de proteção são aquelas previstas na Lei 9.807/99, que se
desdobram em duas espécies: - àqueles que já cumpriram e tiveram a pena extinta,
ou que houverem sido beneficiados com o perdão judicial, podem ser aplicadas as
medidas de proteção previstas no art. 7.º da Lei 9.807/99, no que couber.
Garantias processuais dos demais coautores e partícipes – o direito de
confrontar a prova acaso se pretenda utilizar as informações advindas da
colaboração para sustentar um juízo condenatório, ostentando a condição de meio
de prova, é possível submeter o agente colaborador ao contraditório em juízo ( §12
do art. 14.º da Lei de Organizações Criminosas).
Celebrado o acordo e homologado, cabe ao juiz determinar, se for o caso, o
desmembramento da ação penal em relação ao colaborador, suspendendo o seu
trâmite e a prescrição até a verificação de eficácia e extensão da colaboração, no
prazo do § 3.º do art. 4.º da Lei. Ao juiz caberá verificar se podem advir provas
necessárias ao processo a que respondem os corréus. Se houver, poderá manter a
ação penal una e suspendê-la até que se confirmem ou não os informes do
colaborador, aplicando a ele os benefícios da lei, se eficaz a colaboração.
Homologado o acordo, o juiz irá colher a confirmação das revelações no
âmbito judicial e submeter à prova ao contraditório.
Do prêmio e beneficio o principal aspecto a se levar em conta deve ser a
extensão e profundidade dos elementos revelados pelo agente. Deve haver uma
proporção entre o grau de cooperação do agente e o quantum de prêmio a receber.
A análise deve também considerar outros aspectos relevantes, como o fato de o
delator comparecer em juízo confirmando suas declarações e submetendo-se ao
16
CONCLUSÃO
Os princípios éticos e morais que são base de uma sociedade mais justa e
humana e devem ser observadas em todas as relações interpessoais em especial
nas decisões judiciais.
Deixar de observar tais princípios com a premiação de delatores de
esquemas que lesam os cofres públicos é no mínimo desproporcional e gera uma
sensação de impunidade, pois os beneficiados passam a cumprir a pena em suas
residências e com todas as regalias, benefícios estabelecidos pela própria lei e
descritos no requerimento da Delação, benefícios maiores do que o previsto em lei,
o que causa um desequilíbrio na negociação e pode estimular cooperações falsas, a
aplicação de uma pena mais branda a quem praticou crime e se beneficiou da
delação premiada é deveras prejudicial para a credibilidade do sistema penal
brasileiro e consequentemente na credibilidade da justiça.
O Brasil está ainda aprendendo a utilizar a delação/colaboração premiada em
uma tempestade de feitos como a Operação Lava-Jato, a população exige
punibilidade rápida. E, em outro momento, esse novo instituto possa ser analisado
com maior atenção, será possível que essa é a realidade, e definitivamente, temos
que lidar com ela. Deve-se afinal extrair desse novo instituto da delação premiada o
que há de melhor, para que possa contribuir no combate à criminalidade organizada
e à corrupção, dentro do sistema brasileiro.
Não resta dúvida que a delação premiada tem produzido resultados positivos
e, deve ser preservada, mas toda a negociação deve acatar e respeitar as leis e
também a Constituição Federal. Pois, do contrário, ter-se-á, o efeito oposto do que
se espera, pois se farão acordos de toda sorte e, a opinião pública o rejeitará.
17
REFERÊNCIAS