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ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/vida-crista/a-soberania-de-deus-e-o-sofrimento-do-crente/
Leitura diária
D Sl 73 Invejando o ímpio
S Hb 12.4-13 Disciplina os filhos
T 2Tm 1.8 Parte dos sofrimentos
Q Jo 15.20 Perseguição garantida
Q 1Pe 1.3-12 Sofrimento e glória
S Rm 8.28 Tudo coopera
S Jo 6.40 Ressurreição garantida
Introdução
Por que o cristão sofre? Se ele é amado por Deus desde antes da fundação do mundo,
salvo de sua ira certa e preservado para viver a eternidade no paraíso, qual seria a
necessidade de ele sofrer aqui? Essa pergunta ganha mais peso principalmente se
considerarmos o tipo de teologia que ensina vitórias sobre os males, curas de doenças e
prosperidade financeira. Qual seria a razão de o crente sofrer? Nós não temos todas as
respostas, mas as Escrituras nos dão claras indicações de algumas.
I. Sofrimento do cristão
Um dos pontos que talvez cause mais tristeza para alguns crentes é que eles sofrem
tanto ou até mesmo mais do que alguns ímpios. Esse não é um problema novo. Tanto o
rei Davi (Sl 37) quanto Asafe (Sl 73) expressaram a agonia do servo de Deus que
contempla a prosperidade daqueles que não servem ao Senhor: “Não te indignes por
causa dos malfeitores, nem tenhas inveja dos que praticam a iniquidade” (Sl 37.1); “…
pouco faltou para que se desviassem os meus passos. Pois eu invejava os arrogantes, ao
ver a prosperidade dos perversos” (Sl 73.2-3). O salmista relata que para os ímpios não
há preocupações, pois seus corpos são sadios; além de eles não se cansarem como os
outros mortais (Sl 73.4-5).
Já aqui nós vemos um problema comum aos que sofrem: inveja. Quando os cristãos
desviam os seus olhos da providência de Deus, e do futuro que aguarda tanto a eles
como aos ímpios, se estes não se arrependerem, nasce um desejo pecaminoso em seu
coração. Como veremos mais à frente, o cristão deve manter os seus olhos fitos nas
promessas de Deus, para não ceder à pressão, principalmente em relação às promessas
que se referem à eternidade.
O cristão também pode sofrer por causa da disciplina de Deus. Esse sofrimento só está
reservado aos seus filhos, porque ele deseja que estes vivam em santidade, conforme
declara Hebreus 12.4-6: “… na vossa luta contra o pecado, ainda não tendes resistido até
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ao sangue e estais esquecidos da exortação que, como a filhos, discorre convosco: Filho
meu, não menosprezes a correção que vem do Senhor, nem desmaies quando por ele és
reprovado; porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe”.
Vemos repetidas vezes Deus disciplinar o povo de Israel por considerá-lo filho: “Sabe,
pois, no teu coração, que, como um homem disciplina a seu filho, assim te disciplina o
Senhor, teu Deus” (Dt 8.5; cf. 2Rs 19.3; Jó 5.17; Pv 3.11; Jr 5.3; 6.8). Nem todos os de Israel
eram de fato israelitas (Rm 9.6), ou seja, nem todos os indivíduos da nação de Israel
eram verdadeiramente filhos de Deus, mas a disciplina atingia a todos indis‐
criminadamente. Deus agia para que os seus filhos pudessem ser quebrantados e se
voltassem para ele em arrependimento. O objetivo de Deus na administração de
disciplina aos seus filhos é sempre o bem; ele “… nos disciplina para aproveitamento, a
fim de sermos participantes da sua santidade” (Hb 12.10b).
Também podemos colocar nesse bojo o sofrimento que todo cristão passa por sua
fidelidade a Deus. Escrevendo ao seu discípulo Timóteo, o experiente Paulo diz: “Não te
envergonhes, portanto, do testemunho do nosso Senhor, nem do seu encarcerado, que
sou eu; pelo contrário, participa comigo dos sofrimentos, a favor do evangelho, segundo
o poder de Deus” (2Tm 1.8; 2.3). Mais à frente, o apóstolo nos dá certeza de que uma
vida comprometida com os valores do reino de Deus nos reservará problemas: “… todos
quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos” (2Tm 3.12).
Jesus Cristo foi também enfático na relação que há entre segui-lo e sofrer as
consequências dessa decisão: “Lembrai-vos da palavra que eu vos disse: não é o servo
maior do que seu senhor. Se me perseguiram a mim, também perseguirão a vós outros;
se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa” (Jo 15.20). Enquanto
vivenciamos uma realidade de pregações que prometem todos os prazeres desta vida
aos que se entregarem a Cristo Jesus, as promessas de sua palavra seguem na direção
oposta.
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Com certeza, os sofrimentos do crente estão condicionados, no máximo, a esta vida.
Talvez julguemos que anos a fio de aflições seja muito tempo para aqueles que passam
por elas, mas o que são 70 ou 80 anos comparados com a eternidade? Por isso o
apóstolo Pedro descreve que essas amarguras são “no presente” e “por breve tempo”.
Uma das confianças mais maravilhosas que o evangelho proporciona àquele que crê é
que toda agonia limita-se somente a esta vida. Nos novos céus e na nova terra não
teremos motivos para sofrer: “… lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não
existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram”
(Ap 21.4).
Pedro ainda usa outra condicional, “se necessário”. Com certeza, nós podemos afirmar
que nem tudo na vida do crente é sofrimento. Deus tem proporcionado momentos bons
e de alegria, concedendo-nos graciosamente muito mais do que pedimos ou pensamos
(Ef 3.20). Além disso, nós ainda temos o consolo de saber que não sofremos sozinhos (cf.
1Pe 5.9). Isso significa que em suas lutas qualquer cristão pode contar com o apoio
irrestrito de seus irmãos, e a igreja pode se regozijar na verdade de que sempre haverá
compreensão e ajuda por parte daqueles que têm sido trabalhados pelo mesmo Espírito
de Deus. Por essas razões, o apóstolo Pedro pôde concluir: “… o Deus de toda a graça,
que em Cristo vos chamou à sua eterna glória, depois de terdes sofrido por um pouco,
ele mesmo vos há de aperfeiçoar, firmar, fortificar e fundamentar” (1Pe 5.10).
Nós não somos chamados à inércia no tempo presente, ao contrário, devemos trabalhar
e nos esforçar tendo convicção do que nos aguarda. Por isso o apóstolo Paulo termina o
capítulo 15, no qual trata da ressurreição, assim: “… meus amados irmãos, sede firmes,
inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso
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trabalho não é vão” (1Co 15.58). Enquanto estivermos nesta vida, não devemos ansiar o
porvir chateados ou tristes; Pedro nos inspira: “… alegrai-vos na medida em que sois
coparticipantes dos sofrimentos de Cristo, para que também, na revelação da sua glória,
vos alegreis exultando” (1Pe 4.13, minha ênfase).
Esta seção continua mantendo esse caráter prático. Esperamos em Deus que tudo
aquilo que vimos tenha servido para a edificação do povo de Deus e para conduzir a
igreja a uma vida mais santa e piedosa.
Como temos afirmado, Deus tem dirigido a história do universo conforme os seus
santos propósitos, e isso diz respeito não apenas aos homens do passado, mas à nossa
própria história. Tudo o que passamos, todas as coisas que vivenciamos, as experiências
boas e ruins, procedem da poderosa mão do Pai.
Provavelmente, para chegar aonde chegou, você já tenha passado pelo vale da sombra
da morte (Sl 23.4), e a realidade que o cerca pode estar minando a sua confiança no
amor e no cuidado de Deus por você. Perdas dolorosas, angústias nos relacionamentos,
depressões ou consequências produzidas pelo medo e pela ansiedade podem estar
corroendo o seu relacionamento com o Senhor, e com aqueles que estão próximos a
você. Nós desejamos que você seja encorajado pelas Escrituras somente. Não há nada
que o homem diga ou faça, e não há nada fora da Bíblia, que possa ajudá-lo. Se você não
concorda, saiba que em um período razoavelmente curto os sintomas só vão piorar,
porque esses conselhos ou indicações dos seres humanos serão meros paliativos para a
dor da alma, que só encontra descanso em Deus.
A outra promessa diz respeito ao futuro glorioso: “ a vontade do meu Pai é que todo
homem que vir o Filho e nele crer tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia”
(Jo 6.40). Essa promessa é maravilhosa, pois nos apresenta a garantia de que não
permaneceremos na morte. Mais do que isso, à semelhança do nosso Senhor,
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ressuscitaremos para viver plena e eternamente com ele e com todos aqueles que
creram em seu nome. Por isso, não devemos temer aqueles que podem matar o corpo
ou nos fazer mal porque isso é o máximo que eles podem fazer (Lc 12.4). Como
pertencemos a Deus, e estamos assegurados nas suas mãos, o futuro de glória é certo e
verdadeiro.
As coisas que padecemos servem para preparar o nosso caráter e fortalecer a nossa fé,
transformando-nos à semelhança de nosso Senhor Jesus Cristo. Não deixemos que os
sofrimentos desta vida retirem de nós a esperança de um futuro glorioso.
Conclusão
Os sofrimentos que os crentes enfrentam são reais e têm vários motivos; eles
demonstram a glória futura e devem despertar em nós uma confiança inabalável na
providência e no amor que Deus tem por nós, concedendo-nos condições de viver no
tempo presente sensata, justa e piedosamente (cf. Tt 2.12).
Aplicação
Por quais motivos você tem sofrido? Será que você sofre mais por causa das
consequências dos seus pecados ou por ter uma vida piedosa? Você confia nas
promessas de Deus?
5/5