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PLANO DE AÇÃO
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27/07/2015 ConJur Heleno Torres: Planejamento tributário abusivo é alvo do Fisco Global
agressivos ou abusivos.
Outra exigência é que o sujeito passivo apresente uma declaração para cada
conjunto de operações executadas de forma interligada.
O teste deverá ser sempre o exame da causa jurídica das operações, ou seja, do
fim negocial pretendido pelas partes. Se o conjunto de atos encontra-se todo
ele orientado para o atingimento do fim proposto, com comprovação do efetivo
cumprimento das obrigações, este torna-se oponível contra terceiros, inclusive
o próprio Fisco. Este modelo teórico de qualificação da elusão tributária a
partir da determinação de negócios ou atos jurídicos desprovidos de “causa
jurídica”, com ausência apurada a partir da linguagem das provas, tem como
vantagem a segurança jurídica, afastada a subjetividade dos meios fundados
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27/07/2015 ConJur Heleno Torres: Planejamento tributário abusivo é alvo do Fisco Global
em repercussões econômicas.
Quanto aos efeitos, não se pode deixar de considerar que este modelo de
Declaração Obrigatória poderia receber na regulamentação maior
aproximação com a “denúncia espontânea”, do artigo 138 do CTN. Dada a
hierarquia do Código Tributário e efeitos do artigo 138, restritos ao pagamento
do tributo e juros de mora, esta seria sempre mais benéfica do que a própria
declaração. E tal é a semelhança que a declaração não poderá ser entregue
quando houver fiscalização em curso (art. 9º, parágrafo único).
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27/07/2015 ConJur Heleno Torres: Planejamento tributário abusivo é alvo do Fisco Global
Neste contexto foi que a Medida Provisória 685/2015 instituiu a nova obrigação
acessória de declaração ou consulta para informar as operações e atos ou
negócios jurídicos que acarretem supressão, redução ou diferimento de tributo.
Uma racionalidade coerente com os novos tempos de compliance do Direito
Comercial e do Direito Penal,9 a justificar controles mais rigorosos por parte da
Administração Tributária, preservados logicamente os direitos e garantias
fundamentais.
1 OECD. Action Plan on Base Erosion and Profit Shifting. Paris: OECD
Publishing, 2013. http://dx.doi.org/10.1787/9789264202719-en
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27/07/2015 ConJur Heleno Torres: Planejamento tributário abusivo é alvo do Fisco Global
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27/07/2015 ConJur Heleno Torres: Planejamento tributário abusivo é alvo do Fisco Global
follows: (i) obtaining early information about tax avoidance schemes; (ii)
identifying schemes, and the users and promoters of schemes; and (iii) acting
as a deterrent to reduce the promotion and use of avoidance schemes. Whilst
the available data on the effectiveness of mandatory disclosure regimes is not
comprehensive, the available evidence, plus feedback from those with such
regimes, suggests that most existing mandatory disclosure regimes are
successful in terms of meeting these objectives.” OECD. Public Discussion Draft.
BEPS Action 12: Mandatory Disclosure Rules. Paris: OECD Publishing, 2015, p.
13.
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A Medida Provisória nº 685/2015 publicada no Diário Oficial da União da última quarta‐
feira (22/07) instituiu um suposto benefício fiscal para quitação de débitos junto a Receita
Federal do Brasil através do Programa de Redução de Litígios Tributários – PRORELIT,
juntamente com a mais nova obrigação fiscal e por fim brindou aos contribuintes com a
possibilidade de terem 11 taxas aumentadas.
O Programa de Redução de Litígios Tributários – PRORELIT, prevê que as empresas que
estejam litigando judicialmente ou administrativamente débitos tributários federais
vencidos até o dia 30 de julho de 2015, poderão se utilizar, para fins de pagamento, dos
créditos de prejuízos fiscais e de base negativa da CSLL, apurados até 31/12/13 e
declarados até 30/6/15.
Os créditos de prejuízo fiscal e de base de cálculo negativa da CSLL poderão ser utilizados,
entre pessoas jurídicas controladora e controlada, de forma direta ou indireta, ou entre
pessoas jurídicas que sejam controladas direta ou indiretamente por uma mesma
empresa, em 31 de dezembro de 2014, domiciliadas no Brasil, desde que se mantenham
nesta condição até a data da opção pela quitação.
A referida Medida Provisória autorizou ainda que os contribuintes interessados em aderir
ao PRORELIT utilizem os créditos de prejuízo fiscal e de base de cálculo negativa da CSLL
do responsável tributário ou corresponsável pelo crédito tributário em contencioso
administrativo ou judicial.
Merece destaque o fato de que de acordo com o Art. 1º, § 4º da MP, a utilização dos
créditos de prejuízo fiscal e de base de cálculo negativa da CSLL de pessoas jurídicas
controladora e controlada, de forma direta ou indireta somente é possível quando as
empresas controladas tiverem participação da controladora igual ou inferior a cinquenta
por cento e, desde que exista acordo de acionistas que assegure de modo permanente à
sociedade controladora a preponderância individual ou comum nas deliberações sociais,
assim como o poder individual ou comum de eleger a maioria dos administradores.
No entanto, a utilização dos créditos de “segundos” ou “terceiros” somente poderão vir a
ser utilizados após a utilização total dos créditos próprios.
O deferimento do pedido de adesão ao PRORELIT, entretanto, está condicionada ao
pagamento a vista em espécie do montante mínimo correspondente a 43% da dívida total
atualizada, e a apresentação do requerimento até 30 de setembro de 2015.
Em suma o valor a ser pago em espécie dependerá da quantidade de créditos que os
contribuintes possuam, uma vez que o referido programa não traz os benefícios
comumente esperados em casos semelhantes como redução de multa, descontos e,
parcelamento do saldo remanescente.
Pode‐se afirmar, portanto, que a única vantagem (se é que pode ser denominada como
vantagem) é a possibilidade de utilização dos créditos de que trata a referida Medida
Provisória para a quitação dos débitos.
O governo aproveitou ainda a Medida Provisória 685/2015, para instituir uma nova
obrigação para as empresas, A DECLARAÇÃO DE PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO, ou como
descrito na ementa da Medida Provisória em questão “…a obrigação de informar à
administração tributária federal as operações e atos ou negócios jurídicos que acarretem
supressão, redução ou diferimento de tributo…”.
Em resumo as empresas deverão indicar ao Fisco quais “brechas” na legislação tributária e
societária estão utilizando para que de forma lícita reduzam a carga tributária suportada.
Resta evidente que a intenção do governo com tal obrigação é tapar as tais “brechas
legais” impedindo qualquer forma lícita de redução da carga tributária.
Por fim, a Medida Provisória como “gran finale” autoriza a atualização monetária de 11
taxas.
Djalma Gasparotto
Sócio-Diretor da DOT EXPERT BUSINESS CONSULTING
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Breves comentários sobre a decisão proferida pelo STJ acerca da redução da base de
cálculo do IRPJ e CSLL para os laboratórios médicos
PRESTAÇÃO DE CONTAS
Constitucionalidade questionável
De acordo com o tributarista Hugo Funaro, sócio da banca Dias de Souza
Advogados Associados, a MP 685 estabelece procedimentos para a
desconsideração de atos ou negócios jurídicos, para fins tributários, com
fundamento no artigo 116, parágrafo único, do Código Tributário Nacional
(CTN). O advogado também explica que a MP é uma maneira de o governo
apresentar critérios mais claros para identificação de planejamentos fiscais
que podem ser desconsiderados (artigo 7º da MP) e os aspectos formais a
serem observados (artigos 8º a 11 da MP).
http://www.conjur.com.br/2015jul29/advogadosmp685darainiciobatalhajudicial?imprimir=1 2/3
30/07/2015 ConJur Para advogados, MP 685 dará início a uma batalha judicial
Por fim, Igor Mauler Santiago, sócio do Sacha Calmon — Misabel Derzi
Consultores e Advogados, avalia que a MP gravita em torno de dois
dispositivos, os artigos 7º e 12º. Os itens preveem a informação de atos lícitos
destinados à redução de tributos (planejamentos tributários) e equiparam a
sonegação ou fraude à omissão, resultando em multa. “Omitir a declaração de
um ato lícito, quando a lei a exige, decerto constitui infração punível com
multa. Mas não transmuda o ato lícito em fraudulento e não basta para
determinar a incidência do tributo economizado, que depende da análise da
validade intrínseca do planejamento, pois tributo não é sanção por infrações
acessórias (a referida falta de informação)”, comenta.
http://www.conjur.com.br/2015jul29/advogadosmp685darainiciobatalhajudicial?imprimir=1 3/3
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O valor a ser quitado com débitos tributários será determinado a partir das seguintes
alíquotas:
– 25% sobre o prejuízo fiscal;
– 15% sobre a base de cálculo negativa da CSLL para empresas de seguros privados,
capitalização e instituições financeiras;
– 9% sobre a base de cálculo negativa da CSLL para outras empresas.
Créditos
De acordo com a Receita Federal, dos mais de 35,4 mil contribuintes com dívidas em
contencioso administrativo ou judicial, 28,4 mil (80%) possuem créditos de prejuízo
fiscal do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) ou base de cálculo negativa da
CSLL para quitação de 57% do passivo tributário.
Porém, como a adesão é uma opção da empresa, não há como estimar sobre quantas
podem aderir ou quanto o governo deve receber até setembro. O passivo em
discussão administrativa judicial soma, aproximadamente, R$ 860 bilhões, de acordo
com o órgão.
Planejamento tributário
A medida também obriga os contribuintes a apresentar estratégias de planejamento
tributário para, segundo o governo, aumentar a segurança jurídica no ambiente de
negócios do País e gerar economia de recursos públicos em litígios desnecessários e
demorados.
Essa declaração será tratada como consulta à legislação tributária, nos termos do
Decreto 70.235/72.
Taxas
A permissão para aumento das 11 taxas federais, para atividades como registro de
arma de fogo, controle de produtos químicos e fiscalização de vigilância sanitária, foi
analisada por um grupo de trabalho interministerial criado em janeiro. O grupo para
acompanhamento do gasto público federal verificou que as leis em que estão
previstas essas taxas não estabelecem regras para reajustes, e elas ficaram de 4 a 17
anos sem correção – nos últimos 4 anos, a inflação acumulada estabelecida pelo IPCA
foi de 25%, e nos últimos 17, de 183,8%.
Tramitação
A MP 685/15 será analisada por uma comissão mista, formada por deputados e
senadores. Depois, seguirá para votação nos Plenários da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal.
ÍNTEGRA DA PROPOSTA:
MPV-685/2015
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REDUÇÃO DE LITÍGIOS
Por Pedro Canário
Pelo texto da MP, o contribuinte em litígio pode escolher pagar tributos que a
Fazenda entende devidos com vencimento até 30 de junho deste ano. Para
fazer parte do programa, a empresa deve pagar, à vista, no mínimo, 43% do
valor em discussão até o último dia útil do mês de adesão.
Expectativas
Para o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, “o objetivo do programa é
reduzir litígio”. “O Prorelit representa uma grande oportunidade para as
empresas.”
A Fazenda diz não poder fazer contas sobre quanto pretende arrecadar com o
http://www.conjur.com.br/2015jul25/mpgovernoafastarcontribuintestribunaiscarf?imprimir=1 1/3
30/07/2015 ConJur Com MP, governo quer afastar contribuintes dos tribunais e do Carf
Alvo
A Fazenda também não informou se o novo programa tem alguma tese
tributária ou litígio em vista. A mensagem enviada pela Presidência da
República ao Congresso junto com a MP se limita a descrever o conteúdo da
norma, sem fazer considerações.
http://www.conjur.com.br/2015jul25/mpgovernoafastarcontribuintestribunaiscarf?imprimir=1 2/3
30/07/2015 ConJur Com MP, governo quer afastar contribuintes dos tribunais e do Carf
“propósito negocial”.
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30/07/2015 ConJur Ricardo Lodi: Planejamento tributário, até mal feito, não é sonegar
MP 685
Não resta dúvida que a iniciativa é uma tentativa de, por via transversa,
regulamentar o parágrafo único do artigo 116 do Código Tributário Nacional
(CTN), incluído pela Lei Complementar 116/01, que introduziu em nosso direito
a cláusula geral antielisiva, e que não foi regulamentada desde a rejeição pelo
Congresso Nacional da Medida Provisória 66/02.
http://www.conjur.com.br/2015jul23/ricardolodiplanejamentotributariomalfeitonaosonegar?imprimir=1 1/7
30/07/2015 ConJur Ricardo Lodi: Planejamento tributário, até mal feito, não é sonegar
Por outro lado, em caso de existência de tal declaração, ainda que a Receita
Federal desconsidere as operações praticadas pelo contribuinte para fins
tributários, o tributo será devido com a imposição de juros de mora, mas sem a
aplicação de qualquer multa, caso haja pagamento ou parcelamento no prazo
de 30 dias da intimação ao sujeito passivo.
http://www.conjur.com.br/2015jul23/ricardolodiplanejamentotributariomalfeitonaosonegar?imprimir=1 3/7
30/07/2015 ConJur Ricardo Lodi: Planejamento tributário, até mal feito, não é sonegar
Deste modo, a cláusula geral antielisiva se dirige tão somente contra o abuso
de direito, e não em direção aos planejamentos fiscais caracterizados por
apenas um dos seus elementos constitutivos. Aliás, se não há ilicitude ou
abuso de direito, o ordenamento jurídico não tem como admitir a
desconsideração do ato praticado pelo contribuinte com base na capacidade
contributiva considerada fora das possibilidades oferecidas pela literalidade
do texto da lei, pois não há que se confundir a consideração econômica do fato
gerador com a teoria da interpretação econômica do fato gerador.[3] Procurar
a tributação fora dos sentidos oferecidos pela lei, apenas buscando a
identidade dos efeitos econômicos entre o ato praticado pelo contribuinte e a
hipótese de incidência tributária é, afastando-se da moderna doutrina pós-
positivista, retornar à teoria da interpretação econômica do fato gerador, tão
cara aos causalistas da primeira metade do século XX, mas rejeitada nos dias
atuais, mesmo nas escolas doutrinárias que não adotam a teoria da tipicidade
fechada.
requisitos para a sua configuração, uma vez que ainda é possível reconhecer
que um ato formalmente abrigado por uma lei, embora não possa ser
considerado ilícito, é identificado como sendo atentatório ao Direito como um
todo. Assim, a contrariedade ao ordenamento jurídico, requisito indispensável
para a configuração do ato ilícito, continua sendo inexigível em relação ao
reconhecimento do abuso de direito.
Por esta razão, não há que se aplicar as penalidades previstas para os casos de
dolo, fraude, simulação ou sonegação para os casos de elisão abusiva fundada
na ausência de propósito negocial, de abuso de forma ou qualquer outra
modalidade de abuso de direito que venha a ser prevista em ato da Receita
Federal, ainda que o contribuinte tenha se quedado inerte quanto à declaração
exigida pela medida provisória.
http://www.conjur.com.br/2015jul23/ricardolodiplanejamentotributariomalfeitonaosonegar?imprimir=1 5/7
30/07/2015 ConJur Ricardo Lodi: Planejamento tributário, até mal feito, não é sonegar
Por outro lado, nos casos da prática de atos verdadeiramente ilícitos, como o
dolo, a fraude e a sonegação, que, repita-se, não se confundem com ausência
de propósito negocial, abuso de forma ou abuso de direito, não se pode exigir
que o sujeito passivo produza prova contra si mesmo, sem que, com isso, não
seja violado o princípio da não auto-incriminação (nemo tenetur se detegere),
fundado no artigo 5º, LXIII, CF e no artigo 8º, parágrafo 2º, g, do Pacto de San
José da Costa Rica.
[1] RIBEIRO, Ricardo Lodi. Justiça, Interpretação e Elisão Tributária. Rio de Janeiro: Lumen
http://www.conjur.com.br/2015jul23/ricardolodiplanejamentotributariomalfeitonaosonegar?imprimir=1 6/7
30/07/2015 ConJur Ricardo Lodi: Planejamento tributário, até mal feito, não é sonegar
Tributária, p. 119-120.
[4] GRECO, Marco Aurélio. Planejamento Tributário. São Paulo: Dialética, 2004, p. 450.
[5] Para a crítica à existência do referido princípio da ordem constitucional brasileira, vide:
SARMENTO, Daniel. “Interesses públicos vs. interesses privados na perspectiva da teoria e da
filosofia constitucional.” In: Daniel Sarmento. (Org.). Interesses públicos versus interesses
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30/07/2015 ConJur Rogério Silva: Cabe ao Congresso impedir arbitrariedades da MP 685
ARRECADAÇAO AÇODADA
A primeira pergunta que vem à tona, portanto, diz respeito ao tratamento a ser
dado àquelas operações ordinárias de redução ou supressão legítima do
tributo, que — como parece evidente — não devem ser comunicadas ao fisco
federal no bojo das novas regras.
Eis a primeira condição imposta no novo diploma para que a operação fique
submetida ao dever de comunicação: o dever se aplica quando “os atos ou
negócios jurídicos praticados não possuírem razões extratributárias
relevantes” (inciso I do artigo 7º).
Portanto, desde que a forma adotada seja a “usual”, não há motivos para
comunicar ao fisco uma operação que resulte do aproveitamento de um
benefício fiscal – ainda que sabidamente não concorram razões
http://www.conjur.com.br/2015jul28/rogeriorilvacabecongressoimpedirarbitrariedadesmp685?imprimir=1 2/5
30/07/2015 ConJur Rogério Silva: Cabe ao Congresso impedir arbitrariedades da MP 685
Caberá ao fisco, outrossim, dispor sobre a terceira condição para que um ato
ou negócio jurídico esteja sujeito àquela comunicação: com efeito, persiste a
obrigação de comunicar o fisco quando se tratar de “atos ou negócios jurídicos
específicos previstos em ato da Secretaria da Receita Federal do Brasil” (inciso
III do artigo 7º).
Ora, esse comando fere o princípio da legalidade (Constituição, artigo 150, I),
pois ao fim e ao cabo passa a sofrer carga tributária típica (equivalente à do
fato previsto em lei) a operação que não reúne as condições de tipicidade,
bastando que para tanto o Poder Executivo inclua a operação no rol daquelas
sujeitas ao tributo.
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30/07/2015 ConJur Rogério Silva: Cabe ao Congresso impedir arbitrariedades da MP 685
A prevalecer esse dispositivo o fisco não terá apenas o poder de formular o rol
de operações de planejamento tributário que considera abusivas (ou que a
doutrina e a jurisprudência de nossos Tribunais porventura possa considerar
abusivas). Mais que isso, abre-se um perigoso precedente para que o fisco —
sem rodeios — defina novas hipóteses de incidência ao lado daquelas previstas
em lei, segundo os critérios de analogia que reputar convenientes, e em face de
todos os tributos federais que administra e arrecada.
Novamente, a combinação dos artigos 7º, III, e 12, da MP, conduz a uma
indevida delegação de competência legislativa ao órgão fazendário, a quem
compete, em última análise, elaborar o rol de atos ou negócios jurídicos
submetidos à penalidade duplicada. Dificilmente o contribuinte comunicará
ao órgão fazendário a realização de operação elencada pelo próprio fisco como
abusiva (pois de antemão saberá que a resposta do fisco será pela recusa da
eficácia da operação, sob a ótica fiscal).
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30/07/2015 ConJur Rogério Silva: Cabe ao Congresso impedir arbitrariedades da MP 685
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30/07/2015 MP 685 cria o PRORELIT e declaração de planejamento tributário — Secretaria da Receita Federal do Brasil
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Notícias
MP 685 cria o PRORELIT e declaração
de planejamento tributário
Arrecadação
Programa permite a quitação de débitos de natureza
tributária perante a Secretaria da Receita Federal do
Brasil ou a ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional,
vencidos até 30 de junho de 2015
publicado: 22/07/2015 13h32 última modificação:
24/07/2015 17h52
O Governo Federal editou, hoje, a Medida Provisória nº
685, que cria o Programa de Redução de Litígios
Tributários – PRORELIT. Este programa permite, até 30
de setembro de 2015, a quitação de débitos de natureza
tributária perante a Secretaria da Receita Federal do Brasil
RFB ou a ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional
PGFN, vencidos até 30 de junho de 2015, em discussão
administrativa ou judicial, mediante requerimento de
desistência do contencioso e com utilização de créditos de
prejuízos fiscais e de base de cálculo negativa da
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL.
De acordo com a MP, no mínimo, 43% (quarenta e três por
cento) do valor total do débito a ser incluído na quitação
deverá ser pago em espécie até o último dia útil do mês da
opção. Para quitação do valor remanescente poderão ser
utilizados créditos de prejuízos fiscais e de base de cálculo
negativa da CSLL próprios, do responsável ou
corresponsável apurados até 31 de dezembro de 2013 e
declarados até 30 de junho de 2015. Permitese também a
utilização de tais créditos entre empresas controladora e
controlada, de forma direta ou indireta, ou entre empresas
que sejam controladas direta ou indiretamente por uma
mesma empresa.
Para o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, "o
Prorelit representa uma grande oportunidade para as
empresas. O objetivo do programa é reduzir litígio. Cerca
de 29 mil empresas se enquadram nas condições do
programa".
Declaração de planejamento tributário
Outra medida adotada é a criação da declaração de
planejamento tributário, que estabelece uma nova relação
de transparência entre o Fisco e o contribuinte. Tal medida
visa aumentar a segurança jurídica no ambiente de
http://idg.receita.fazenda.gov.br/noticias/ascom/2015/julho/mp685criaoprorelitedeclaracaodeplanejamentotributario 1/3
30/07/2015 MP 685 cria o PRORELIT e declaração de planejamento tributário — Secretaria da Receita Federal do Brasil
http://idg.receita.fazenda.gov.br/noticias/ascom/2015/julho/mp685criaoprorelitedeclaracaodeplanejamentotributario 3/3
PRORELIT – Programa de Redução de Litígio
Em discussão
ADMINISTRATIVA
Vencidos até ou
30/06/2015
Quitar JUDICIAL
débitos Requerimento de
assina
RFB e PGFN desistência até
30/09/2015
Apurado até
Prejuízo Fiscal e
31/12/2013 e
Base de Cálculo declarado até
No Negativa da CSLL 30/06/2015
mínimo
43% em
espécie Restante
utilizando • Próprio
• Do responsável, ou corresponsável
crédito de PF
• Entre empresas controladoras e controladas
e de BCN
PRORELIT – Programa de Redução de Litígio
Universo de contribuintes
20%
80%
DPLAT
Fatos Omitidos ou
Fatos Verdadeiros Fatos Verdadeiros
Não Correspondem aos
Efeitos Tributários = RFB Efeitos Tributários ≠ RFB
Fatos Reais
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse nesta terça-feira (28/7) que a Medida
Provisória 685/2015 é uma inovação que permite ao contribuinte informar o
planejamento fiscal. Para ele, o governo está dando a oportunidade do contribuinte
avisar a Fazenda sobre movimentações relevantes. “É uma manifestação de respeito
que pode e deve haver entre contribuintes e o fisco”, disse, durante evento que marca
a retomada das sessões de julgamento do Conselho Administrativo de Recursos
Fiscais (Carf).
De acordo com informações da Receita Federal, 80% dos contribuintes que discutem
autuações em juízo ou na esfera administrativa estão aptos a participar do programa.
Isso quer dizer que, dos 35,5 mil contribuintes em litígio, 29 mil possuem crédito
resultante de prejuízo fiscal de IRPJ ou de base de cálculo negativa para CSLL
correspondente a 57% do valor em disputa.
Revista Consultor Jurídico
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30/07/2015 MP 685: Planejamento tributário e segurança jurídica JOTA
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30/07/2015 MP 685: Planejamento tributário e segurança jurídica JOTA
http://jota.info/mp685planejamentotributarioesegurancajuridica 3/3
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A surpresa vem com as soluções mirabolantes, como coelhos saindo da cartola, que
surgem para tapar o buraco aberto, numa reconhecida missão Robin Hood, que, na
prática, objetiva apenas devolver para os cofres aquilo que, em tese, se perdeu.
Uma pena alta, grave e arbitrária, pois ao contribuinte não será permitido defender-
se, numa evidente burla às garantias do contraditório e da ampla defesa,
constitucionalmente previstas.
Podemos dispensar a bola de cristal para saber que o Judiciário será bastante
questionado sobre a legalidade e constitucionalidade dessa norma, que tinha tudo
para servir de exemplo, ser um marco de transparência e cooperação entre o Fisco e
os Contribuintes, mas, lamentavelmente, por um fio de descompasso, materializou-se
numa imposição desmedida.
0
Dóris Castelo Branco
Mestranda em Direito pela Universidade Católica de Pernambuco, Especialista em
Direito Processual Civil pela Universidade Federal de Pernambuco e Especialista em
Direito Tributário pelo IBET.
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STJ e Receita Federal decidem o eterno con ito “ICMS e IPI x ISS” em serviços de
industrialização
No último dia 22 de julho foi publicada a Medida Provisória nº 685, que instituiu o
Programa de Redução de Litígios Tributários (PRORELIT) e criou uma nova obrigação
tributária acessória, consistente no dever de informar à Receita Federal, até o dia 30
de setembro de cada ano, iniciando-se já em 2015, todas as operações e atos ou
negócios jurídicos que acarretem supressão, redução ou diferimento de tributo
federal.
Deverão ser informados os atos ou negócios jurídicos praticados que: não possuírem
razões extratributárias relevantes; cuja forma adotada não for usual; e outros a serem
previstos em ato normativo da Receita Federal.
Essa nova obrigação, que ainda requer regulamentação pela Receita, denota uma
preocupação do Fisco Federal com as medidas de planejamento tributário, impondo
aos contribuintes o dever de prestar informações detalhadas sobre típicas operações
de elisão tributária. A medida também tem por escopo trazer segurança jurídica aos
agentes das operações fiscais, com a tentativa de instigar uma postura mais cautelosa
por parte das empresas antes de fazer uso de planejamentos tributários.
Administradores
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Trava de 30% para compensação de prejuízos scais voltará a ser analisada pelo STF
23/07/2015 05:00
Empresas deverão declarar planejamentos
tributários
Por Laura Ignacio e Edna Simão
Secretário Jorge Rachid: outras medidas para aproximar a Receita Federal
dos contribuintes serão anunciadas
As empresas passaram a correr maiores riscos com planejamentos tributários. Além de criar o Programa de
Redução de Litígios Tributários (Prorelit), a Medida Provisória nº 685, publicada ontem, exige que as companhias
declarem à Receita Federal, anualmente, os negócios jurídicos realizados que acarretarem supressão, redução ou
adiamento de tributo. Devem ser informadas operações sem razões "relevantes", além da economia de tributos,
realizadas de forma "não usual" ou que estiverem previstas em ato da Receita.
Se a operação não for aceita, a empresa deverá pagar, em até 30 dias, os tributos que teria economizado, mais
juros pelo atraso. Não haverá multa. Caso o Fisco não receba a declaração, considere que o contribuinte omitiu
dados "essenciais" sobre o negócio ou que foram repassadas informações falsas, será aplicada multa qualificada de
150%.
Por meio da nova obrigação, segundo especialistas, o contribuinte, mais uma vez, fará o papel do fiscal que só
tem cinco anos após a operação para autuar, se for o caso. O maior perigo da medida, acrescentam, é que a adoção
dos conceitos subjetivos estabelecidos pela MP permita que praticamente qualquer tipo de planejamento
tributário exija uma espécie de "aval" do Fisco.
"A MP deixa claro que, com a ausência de recursos, o governo tenta reduzir, de todas as formas, o planejamento
tributário", afirmou Douglas Campanini, da Athros Auditoria e Consultoria. Segundo o consultor, todo
planejamento tributário posterga ou reduz tributo. "Mas são lícitos porque a própria legislação abre essa
possibilidade."
Um exemplo de planejamento geralmente realizado com propósito negocial e economia tributária é a incorporação
às avessas, segundo Campanini. Nesse caso, uma empresa tem prejuízo e outra do mesmo grupo tem lucro. Em
vez de a lucrativa incorporar a que tem prejuízo, ocorre o contrário. "Existe um propósito de negócio também. Mas
a Receita pode querer desconfigurar o negócio porque usa critérios que sempre foram e, de acordo com a MP,
continuarão a ser muito subjetivos", disse.
As empresas e tributaristas já esperavam uma medida de combate ao planejamento tributário. "Mas o texto está
muito mais abrangente do que se imaginava", afirmou a advogada Thais de Barros Meira, do BM&A Advogados.
Por isso, o que os advogados mais esperam da regulamentação é a definição de conceitos como "razões relevantes"
e "forma não usual". Para Thais, sem essas explicações, se a empresa tiver que pagar a multa de 150%, certamente
vai recorrer ao Judiciário.
Na Justiça, as empresas podem alegar que não há um parâmetro legal específico para a Receita Federal definir se o
planejamento é legítimo. "A MP obriga o contribuinte a informar a razão extratributária relevante, mas não há
critérios legais para se avaliar se essa razão existe ou não", afirmou o advogado Fabio Calcini, do Brasil Salomão &
Matthes Advocacia. "Foi criado o procedimento, mas não há base jurídica sobre a qual a Receita vai se debruçar
para analisar o planejamento."
No Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), que voltará a funcionar no dia 28, são comuns discussões
sobre os conceitos aplicados pelo Fisco para desqualificar planejamentos tributários. Mas não há consenso.
Decisão da 3ª Turma da 1ª Câmara da 1ª Seção sobre amortização de ágio decorrente de expectativa de
rentabilidade futura, por exemplo, analisou o conceito de "propósito negocial" e cancelou a qualificação da multa,
por ter entendido que não houve abuso do contribuinte. Já a 2ª Turma da 2ª Câmara da 1ª Seção, ao julgar a
aplicação do mesmo conceito em relação à trava de 30% na absorção de prejuízos fiscais, manteve a multa
qualificada.
Diante da falta de consenso e da complexidade do sistema tributário brasileiro, o advogado Breno Ferreira
Martins Vasconcelos, do Mannrich, Senra e Vasconcelos Advogados, entende que, antes ou concomitantemente à
implantação do modelo, a Receita Federal deveria criar um manual de interpretação das leis tributárias,
submetido à consulta pública. "A multa de 150% por presunção de omissão é claramente abusiva", disse.
De acordo com o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, a obrigatoriedade de as empresas apresentarem a
declaração, a partir de setembro, objetiva a melhoria do ambiente de negócios, o que seria uma orientação do
ministro da Fazenda, Joaquim Levy. "Vamos recebêla como uma espécie de consulta", afirmou ontem em
entrevista coletiva.
Segundo o secretário, a Receita pretende elaborar uma lista dos planejamentos que podem ser considerados
saudáveis ou abusivos. Ele também disse que não haverá fiscalização prévia ou mais rápida para a análise das
operações contidas na nova declaração. Porém, se forem identificadas incoerências, o contribuinte poderá ser
intimado a dar mais informações.
Rachid adiantou que outras medidas no sentido de aproximar o Fisco dos contribuintes ainda estão por vir.
Segundo o secretário, uma instrução normativa deverá ser editada até o fim deste mês pela Receita para
regulamentar a nova obrigação. A nova declaração deve ser entregue até 30 de setembro de cada ano.
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30/07/2015 05:00
Receita diz que não pretende reabrir Prorelit no
futuro e rejeita comparação com Refis
Por Edna Simão
O subsecretário de arrecadação e atendimento da Receita Federal do Brasil, Carlos Roberto Occaso, defendeu o
Programa de Redução de Litígios Tributários (Prorelit) dizendo que ele "não é predecessor" de outro Refis. "Isso
[Prorelit] não é Refis. A única similaridade é a possibilidade de contribuinte desistir da ação [para participar].
Não tem nenhuma redução de multa e juros [no Prorelit]. Não há perdão de multa", disse o subsecretário.
Na semana passada, o governo editou a MP 685 criando o Prorelit com o objetivo de arrecadar R$ 10 bilhões até
setembro. A previsão, calculada com base no atual cenário econômico e de oportunidades dos contribuintes, vai
ajudar no cumprimento da meta de superávit primário de 0,15% do PIB deste ano.
O subsecretário ressaltou que o governo não trabalha com a possibilidade de reabertura, no futuro, do Prorelit, ou
de programas de parcelamento especiais, como o Refis. Segundo Occaso, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e
o secretário da Receita, Jorge Rachid, são contrários a eles. O Fisco considera que tais iniciativas influenciam
negativamente o comportamento dos contribuintes.
Ao explicar a regulamentação do Prorelit, Occaso destacou que do total de 35.439 mil contribuintes com dívidas
em contencioso administrativo ou judicial, 28.399 possuem créditos de prejuízo fiscal IRPJ ou base de cálculo
negativa da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para quitação de 57% do passivo tributário. O total
do passivo das 28.399 empresas que podem aderir é de R$ 860 bilhões. São médias e grandes empresas de vários
setores, disse Occaso.
O Prorelit estabelece que quem tiver débito tributário vencido até 30 de junho de 2015 e em discussão
administrativa ou judicial na Receita ou na ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional (PGFN) poderá desistir do
contencioso e utilizar créditos próprios de prejuízos fiscais e de base de cálculo negativa da CSLL, apurados até 31
de dezembro de 2013 e declarados até 30 de junho de 2015, para a quitação dos débitos em contencioso.
O prazo de adesão começou ontem e vai até o dia 30 de setembro. O diretor do departamento de gestão da dívida
ativa substituto da PGFN, Roberto Beggiora, lembrou que, ao contrário de outros programas, o contribuinte deve
apresentar requerimento de adesão e o protocolo de desistência de ações até o dia 30 de setembro.
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23/07/2015 05:00
União quer reduzir volume de litígios
Por Edna Simão
O secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, não tem uma estimativa de quanto o governo receberá com o
Programa de Redução de Litígios Tributários (Prorelit), instituído ontem por meio da Medida Provisória (MP) nº
685. Porém, segundo ele, a norma deve ser aprovada com urgência para que se reduza o contencioso fiscal e
melhore o ambiente de negócios no país.
O programa autoriza contribuintes a usar créditos de prejuízo fiscal do IRPJ ou base de cálculo negativa da CSLL
para quitar débitos tributários vencidos até 30 de junho, em discussão na via administrativa ou judicial. Valem
créditos apurados até 31 de dezembro de 2013 e declarados até 30 de junho.
Rachid afirmou que, do total de 35.439 mil contribuintes com dívidas em contencioso, 28.399 possuem créditos
para quitação de 57% do passivo tributário. Porém, como a adesão é uma opção, não há como estimar quanto o
governo receberá até setembro.
O total de passivos tributários é da ordem de R$ 860 bilhões. Rachid explicou, no entanto, que as empresas
avaliarão seus débitos e poderão aderir nas situações em que não têm chances de vencer.
O Prorelit não é similar ao Refis, pois não há descontos, segundo Rachid. "Programa [Refis] não é saudável, gera
desequilíbrio enorme nas contas públicas. Gera desrespeito para quem honra seus compromissos", disse.
Para aderir ao programa, deverá ser feito um requerimento até 30 de setembro. Este também é o prazo para pagar,
no mínimo, 43% do valor consolidado dos débitos indicados. Ou seja, a empresa poderá pagar 57% com prejuízo
fiscal e base negativa de CSLL. O contribuinte também poderá usar prejuízo fiscal de controladas.
O modelo, de acordo com o secretário, é adotado pela primeira vez no país e será regulamentado por norma a ser
publicada até a próxima segundafeira.
Questionado sobre o clima político não favorável para aprovação de medidas propostas pelo governo, Rachid
disse que o programa justifica a urgência. "Queremos reduzir esse passivo agora. Que façam adesão no próximo
trimestre", disse o secretário.
Ao comparar a sistemática da MP e o pagamento à vista pelo Refis da Copa, a primeira opção é mais favorável ao
contribuinte, na maioria dos casos, segundo especialistas. "Especialmente em relação ao débito em discussão
administrativa. Porque os encargos legais judiciais eram exonerados no Refis da Copa", afirma o advogado Leo
Lopes de Oliveira Neto, do WFaria Advogados. "Para empresas com prejuízo fiscal acumulado e algum fôlego em
caixa, essa pode ser uma boa oportunidade." (Colaborou Laura Ignacio)
04/08/2015 ConJur MP 685 prevê transparência de mão única, sem diálogo com o Fisco
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
Apesar de ser nova no país, tal iniciativa já vem sendo adotada por outros
países do mundo, dentre eles Estados Unidos, Holanda[2], Reino Unido,
Portugal, África do Sul, Canadá e Irlanda[3]. Para esses países, o investimento
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04/08/2015 ConJur MP 685 prevê transparência de mão única, sem diálogo com o Fisco
Além disso, vale constatar que a mera não entrega das informações previstas
pela medida provisória gera a presunção de que o contribuinte se omitiu
dolosamente na prestação de informações, visando a sonegação ou a fraude.
Observa-se que a presunção simples, na qualidade de prova indireta, é meio
idôneo para referendar uma autuação, desde que ela resulte da soma de
indícios convergentes, o que é muito diferente de uma potencial autuação
lastreada apenas na ausência da declaração. Complementarmente, nos atuais
termos, a MP 685 não assegura ao contribuinte qualquer previsão para o
exercício do contraditório ou ampla defesa em relação à aplicação de tal
presunção. A penalização de um contribuinte em razão de alegado abuso de
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04/08/2015 ConJur MP 685 prevê transparência de mão única, sem diálogo com o Fisco
Não bastasse isso, note-se ainda que a medida provisória não prevê a
possibilidade de o contribuinte “adequar” seu planejamento tributário nos
casos em que o mesmo não esteja de acordo com o entendimento das
autoridades fiscais. Nesse caso, a simples desconsideração do planejamento
feito pelo contribuinte poderia ensejar a lavratura do correspondente auto de
infração, com a cobrança de juros e de uma severa multa de 150% incidente
sobre o valor total dos tributos supostamente devidos.
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04/08/2015 ConJur MP 685 prevê transparência de mão única, sem diálogo com o Fisco
[1] Art. 7º O conjunto de operações realizadas no ano-calendário anterior que
envolva atos ou negócios jurídicos que acarretem supressão, redução ou
diferimento de tributo deverá ser declarado pelo sujeito passivo à Secretaria
da Receita Federal do Brasil, até 30 de setembro de cada ano, quando:
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04/08/2015 ConJur MP 685 prevê transparência de mão única, sem diálogo com o Fisco
[4] Zugman, Daniel; CAUMO, Renato. Uma teoria importada pela metade.
Disponível em: http://www.valor.com.br/legislacao/3338160/uma-teoria-
importada-pela-metade.Acesso em 26/07/2015
http://www.conjur.com.br/2015jul31/fredericobastoskatherinesatomp685prevetransparenciamaounicadialogofisco?imprimir=1 6/6
MP 685, o Direito Penal do Inimigo no Direito Tributário – Por
Fábio Tomkowski
Colunas e Artigos Hot Empório
Entrou em vigor em 21 de julho de 2015 a Medida Provisória 685, que criou o chamado Programa de
Redução de Litígios Tributários – PRORELIT. Nela está prevista a possibilidade do abatimento de débitos
tributários pelas empresas que os estão discutindo judicial ou administrativamente, podendo compensa-los
com prejuízos fiscais e base de cálculo negativa da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL, desde
que confessem de maneira irrevogável e irretratável os débitos indicados.
Caso a Secretaria da Receita Federal não reconheça, nos termos do artigo 9°, para fins tributários, as
operações declaradas pelo contribuinte, ele será intimado a recolher ou a parcelar, no prazo de trinta dias,
os tributos devidos, acrescidos de juros de mora.
Na hipótese de não cumprimento da obrigação de declarar sempre que realizar planejamento tributário,
será considerada omissão dolosa com intuito de sonegação ou fraude e os tributos devidos serão cobrados
acrescidos de juros de mora e multa de 150%, além da representação ao Ministério Público para fins
criminais.
Diante desses fatos, cabe lembrar da conhecida Teoria do Direito Penal do Inimigo (Feindstrafrecht),
desenvolvida na Alemanha, por Günther Jakobs, em 1985, e que visa o combate à criminalidade, com base
em três diretrizes, quais sejam: i) a antecipação da punição; ii) a deproporcionalidade das penas e
relativização e/ou supressão de certas garantias processuais; iii) a criação de leis severas direcionadas aos
supostos infratores. Ressalta-se que tal teoria é amplamente criticada por doutrinadores do mundo todo.
Ora, todos estão cientes do quão rígida é a postura do Fisco com relação aos contribuintes, de modo que
não haverá surpresa se ocorrer desconstituição em massa de grande parte dos planejamentos tributários
declarados.
Ocorre que, para piorar a situação, sempre que não houver declaração de atos que o Fisco entenda como
planejamento tributário (mesmo que tenham sido realizados dentro da mais estrita legalidade), conforme já
citado, presume-se que o contribuinte agiu dolosamente, com intuito de sonegar ou fraudar o pagamento
de tributos, com a consequente aplicação de multa qualificada de 150% e a representação ao Ministério
Público para fins criminais, aplicando, na prática, exatamente aquilo que prevê a Teoria do Direito Penal do
Inimigo.
Tratam os cidadãos que buscam economizar no pagamento de tributos legalmente, já sufocados pela carga
tributária excessiva, a qual quase impossibilita o exercício de suas atividades, como se bandidos fossem,
esquecendo-se de que são eles que garantem o desenvolvimento e o progresso do país. Visam, com isso,
intimida-los a não realizarem mais planejamento tributário e, assim, aumentar a arrecadação para os cofres
públicos, mesmo que isso signifique a supressão da liberdade dos indivíduos.
Diante do quadro pessimista da economia e da constante piora do tratamento do Estado para com os
contribuintes, cumulado ao aumento constante da carga tributária com o objetivo de cobrir os rombos
causados pela incompetência na gestão do dinheiro público e pela corrupção, só resta aos cidadãos se
prepararem e torcerem para que essa tempestade seja passageira.
Fábio Tomkowski é Advogado Tributarista, Mestre em Direito pela PUCRS, visiting researcher na
Harvard Law School e no Max Plack Institut für Steuerrecht und Öffentliche.
.
Imagem Ilustrativa do Post: Zebra for lunch // Foto de: kayugee // Sem alterações
Total: 212
JUSTIÇA TRIBUTÁRIA
Por Raul Haidar
Também não pode repetir tal expediente com irritante freqüência, com isso
trancando a pauta do Congresso quando lhe aprouver, dando ao povo a
impressão de que nossos legisladores são os únicos responsáveis por tudo o
que acontece no país. Veja-se que neste ano já foram baixadas 20 medidas
provisórias, enquanto no mandato anterior a média mensal chegou a cerca de
40! Pode ser que quase tudo seja relevante, mas a maior parte das matérias ali
http://www.conjur.com.br/2015ago03/justicatributariamp658desmoralizapoderlegislativoaterrorizacontribuintes?imprimir=1 1/4
04/08/2015 ConJur MP 685 desmoraliza Poder Legislativo e aterroriza contribuintes
tratadas não são tão urgentes e podem aguardar o rito legislativo, cabendo ao
executivo, pelos meios legais ao seu alcance, não permitir seu engavetamento.
Chega a ser assustador que o artigo 7º tente definir o que seja “forma adotada
não usual” que “desnature, ainda que parcialmente, os efeitos de um contrato
típico”. Ora, o que são contratos típicos, além dos regidos pelo Código Civil e
demais disposições legais aplicáveis? Parece que ainda vigoram os princípios
da livre iniciativa, do direito ao trabalho e a legitimidade do lucro lícito, base
fundamental do capitalismo.
Também é pelo menos curiosa a “declaração do sujeito passivo que relatar atos
ou negócios jurídicos ainda não ocorridos” . Se o contribuinte quiser fazer
consulta, isso prevê o decreto 70.235 em seu artigo 46.
Como se sabe, lei complementar é a que, numa hierarquia legislativa, vem logo
após a Constituição, para completá-la no que for necessário. Exemplo disso é o
Código Tributário Nacional (Lei 5.172/1966).
Ainda que legislação similar vigore em outros países (Estados Unidos, Holanda,
Reino Unido etc) não há razão que nos obrigue ou mesmo possa sugerir adotá-
la. Note-se, primeiramente, o nível de garantias de que os contribuintes
usufruem nessas nações, em comparação com o tratamento aqui recebido.
Parece-nos que mais urgente do que tudo isso é uma reforma tributária. Os
sistemas tributários dos países mencionados são muito mais simples do que o
nosso. Enquanto temos aqui dois impostos sobre valor agregado (IPI e ICMS), lá
se cobra o imposto indireto de forma unificada e a alíquotas menores. Isso
explica a diferença entre os produtos de lá e de cá.
http://www.conjur.com.br/2015ago03/justicatributariamp658desmoralizapoderlegislativoaterrorizacontribuintes?imprimir=1 4/4
04/08/2015 ConJur Guilherme Leite: MP 685 deve respeitar limites da atividade
OPINIÃO
Essa declaração pelo contribuinte, que deve ser encaminhada até o dia 30 de
setembro de cada ano, apresenta-se obrigatória quando (i) os atos ou negócios
jurídicos não possuírem razões “extratributárias” relevantes; (ii) a forma
adotada não for usual, utilizar-se de negócio jurídico indireto ou contiver
cláusula que desnature, ainda que parcialmente, os efeitos de um contrato
típico; (iii) ou tratar de atos ou negócios jurídicos específicos previstos em ato
da Receita Federal.
Essa observação foi bem pontuada por Ricardo Lodi Ribeiro, quando sustentou
que “modelo muito mais eficaz e respeitador das garantias constitucionais dos
contribuintes é a regulamentação direta do parágrafo único do artigo 116 do
CTN, de forma a estabelecer um procedimento, anterior ao lançamento, em que
seja assegurado o contraditório e a ampla defesa, em relação aos procedimentos
fiscais que apontarem indícios da prática de abuso de direito no planejamento
fiscal, admitindo-se o pagamento do tributo sem multa nos casos em que as
autoridades julgadoras entenderem pela inexistência de dolo, fraude, ou
simulação, a despeito da desconsideração do negócio jurídico praticado com
abuso de direito”4.
http://www.conjur.com.br/2015ago04/guilhermeleitemp685respeitarlimitesatividadeempresarial?imprimir=1 4/5
04/08/2015 ConJur Guilherme Leite: MP 685 deve respeitar limites da atividade
4 Disponível em <http://www.conjur.com.br/2015-jul-23/ricardo-lodi-
planejamento-tributario-mal-feito-nao-sonegar> Acesso em 24/7/2015.
http://www.conjur.com.br/2015ago04/guilhermeleitemp685respeitarlimitesatividadeempresarial?imprimir=1 5/5
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Essa declaração pelo contribuinte, que deve ser encaminhada até o dia 30 de
setembro de cada ano, apresenta-se obrigatória quando (i) os atos ou negócios
jurídicos não possuírem razões “extratributárias” relevantes; (ii) a forma adotada não
for usual, utilizar-se de negócio jurídico indireto ou contiver cláusula que desnature,
ainda que parcialmente, os efeitos de um contrato típico; (iii) ou tratar de atos ou
negócios jurídicos específicos previstos em ato da Receita Federal.
Quer parecer, nesta inicial reflexão acerca da MP 685/2015, que a estrutura que
melhor conciliaria a intenção do novel instrumento da política estatal antielisiva é
aquela que compreende a possibilidade de que, verificada alguma inconsistência nas
informações fornecidas pelo contribuinte ou a inexistência da declaração, deverá
ocorrer a sua notificação para que preste esclarecimentos previamente à constituição
de eventual crédito tributário apurado de ofício pela autoridade fazendária. Haveria,
assim, efetiva garantia ao devido processo legal e à ampla defesa, resguardada a
presunção relativa de eventual inconsistência ou omissão nas informações prestadas
pelo contribuinte.
Essa observação foi bem pontuada por Ricardo Lodi Ribeiro, quando sustentou que
“modelo muito mais eficaz e respeitador das garantias constitucionais dos
contribuintes é a regulamentação direta do parágrafo único do artigo 116 do CTN, de
forma a estabelecer um procedimento, anterior ao lançamento, em que seja
assegurado o contraditório e a ampla defesa, em relação aos procedimentos fiscais
que apontarem indícios da prática de abuso de direito no planejamento fiscal,
admitindo-se o pagamento do tributo sem multa nos casos em que as autoridades
julgadoras entenderem pela inexistência de dolo, fraude, ou simulação, a despeito da
desconsideração do negócio jurídico praticado com abuso de direito”4.
Alvissareira é a lição de Heleno Tôrres acerca dos cuidados que a autoridade fiscal
deve ter ao implementar políticas antielisivas relativamente ao planejamento
tributário. Isso porque, “naturalmente, essas hipóteses [de planejamento tributário]
prestam-se a usos indevidos, abusivos ou podem apresentar conteúdos ilícitos, mas
isso não pode servir a qualquer tomada de posição generalizadora sobre a liceidade
ou ilicitude destas. Toda generalização indutiva em matéria jurídica leva à
imprecisão”5.
Não se pretende afirmar que a exigência de declaração de planejamento tributário
esteja de todo equivocada. Em verdade, a constante interação e diálogo entre o setor
privado e o Fisco está na raiz de países comercialmente desenvolvidos, como é o caso
da Inglaterra e dos Estados Unidos. Informar detalhes de uma determinada operação
à autoridade tributária tende a funcionar como um método prévio de composição de
eventual contencioso relativamente à arrecadação tributária. Mas a exigência de
informações e o necessário diálogo entre contribuinte e Fisco deve respeitar limites
que estão atrelados à própria atividade empresarial, à definição de prioridades
estratégicas do negócio e o ordenamento normativo vigente — em especial, para este
caso, no Brasil —, de modo que não se intente considerar como fraude dolosa alguma
conduta planejada e realizada nos limites da lei.
[1] Vide exposição de motivos da MP 685/2015: “5. Nesta linha o Plano de Ação sobre
Erosão da Base Tributária e Transferência de Lucros (Plano de Ação BEPS, OCDE,
2013), projeto desenvolvido no âmbito da OCDE/G20 e que conta com a participação
do Brasil, reconheceu, com base na experiência de diversos países (EUA, Reino Unido,
Portugal, África do Sul, Canadá e Irlanda), os benefícios das regras de revelação
obrigatória a administrações tributárias. Assim, no âmbito do BEPS, há
recomendações relacionadas com a elaboração de tais regras quanto a operações,
arranjos ou estruturas agressivos ou abusivos.” Disponível em Acesso em 23/7/2015.
[3] OCDE. Plano de ação para o combate à erosão da base tributária e à transferência
de lucros. OECD Publishing. Disponível em Acesso em 23/7/2015.
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A nal, pode o Poder Público exigir certidão negativa para o exercício da atividade
empresarial?
Agosto será um mês de forte pressão para deputados federais e senadores votarem
em desfavor da Medida Provisória (MP) nº 685, publicada no final de julho pelo
Governo Federal. A medida desagradou empresas que realizam planejamento
tributário/fiscal, mas agradou algumas que estão com débitos em aberto e entendem
que perderão a disputa na esfera administrativa e judicial. De forma objetiva, a
medida traz dois assuntos que merecem análise.
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Não bastassem essas questões, há o artigo 12 da MP. Nele fica estabelecido que, caso
a empresa não repasse ao Fisco as informações conforme descrito na Medida
Provisória, a Fazenda irá considerar o fato como omissão dolosa. E assim, aplicará a
multa de 150% sobre o valor devido, atual sanção imposta a fraudes tributárias.
Por fim, essa parece mais uma medida do governo para equilibrar as contas, que, ao
invés de fazer a sua parte reduzindo gastos públicos, quer cobrir o rombo
aumentando a arrecadação. No nosso entendimento, esta Medida é completamente
inconstitucional e será facilmente derrubada no Judiciário. Isto, se a MP for aprovada
antes pelas mãos dos nossos “nobres” Congressistas.
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