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Raquel Suiene da Fonseca
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José Zanon de Oliveira Passavante
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Grácia Maria Bártholo Maranhão
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Kátia Muniz
RESUMO
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Pesquisadores do Departamento de Oceanografia/UFPE.
INTRODUÇÃO
Descrição da área
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equinodermas e outros. Entre esses blocos existe deposição de
substrato móvel, de formação areno-lamosa e/ou arenosa ou
biodetríticos possibilitando o abrigo a várias espécies de organismos
bênticos (Austregésilo Filho, 1992).
MATERIAL E MÉTODOS
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Figura 1 – Localização das estações de coletas ( Porto de Galinhas,
Ipojuca, Pernambuco, Brasil).
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As amostras para análise dos dados hidrológicos foram
coletadas na superfície, com o auxílio de uma garrafa oceanográfica
tipo Nansen.
Após as coletas, as análises hidrológicas foram efetuadas no
laboratório de química do Departamento de Oceanografia da
Universidade Federal de Pernambuco, em Recife.
Os dados relativos à temperatura da água foram registrados in
situ e obtidos por meio de um termômetro com bulbo de álcool.
Para obtenção do teor de oxigênio dissolvido foram coletadas
amostras de água em frasco (vidro) de cor âmbar, tendo o cuidado
para evitar a formação de bolhas de ar, e em seguida foram
adicionados 0,5ml de sulfato de manganês (MnSO4) e 0,5ml de
iodeto alcalino (KI). Para a determinação do oxigênio dissolvido foi
aplicado o método de Winkler, modificado para água do mar por
Carritt e Campenter apud Grasshof, Ehrhardt, Kremling (1983),
também descrito em Strickland e Parsons (op cite ) e UNESCO
(1983).
Para calcular a taxa de saturação do oxigênio foi aplicada a
correlação entre a temperatura e a salinidade da água de acordo
com a tabela-padrão da Internacional Oceanographic Tables
(UNESCO, 1973).
As amostras destinadas à medição da salinidade foram
coletadas em garrafas plásticas com capacidade para 60ml e
posteriormente analisadas segundo o método indireto de Morh-
Knudsen, descrito por Strickland e Parsons (1972). Este método
consiste em titulometria que tem como base à proporcionalidade dos
sais totais da água do mar.
As amostras para determinação do teor de clorofila-a foram
coletadas na camada superficial da água, utilizando garrafas
plásticas com capacidade para um litro, sendo devidamente
numeradas, e logo depois colocadas em ambientes protegidos da luz
solar.
Após as coletas, as amostras foram filtradas através de filtros
Millipore® HA de 47mm de diâmetro e 0,45µm de porosidade. O
processo de filtração foi sob vácuo, mantendo sempre uma pressão
inferior a 0,5 atmosfera. Os filtros com o material retido foram
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expostos sobre filtros de papel, por alguns minutos, para eliminar o
excesso da água, em seguida guardados em envelopes de papel
contendo os dados referentes às amostras e mantidos em freezer a
uma temperatura aproximada de –18ºC, até a realização da análise
espectrofotométrica, segundo a metodologia descrita por Richards &
Thompson (1952), e modificada por Creitz & Richards (1955).
Na extração da clorofila-a, os filtros foram colocados em tubo
de ensaio com capacidade de 10ml e adicionado com acetona a
90% e deixado em repouso no freezer por um período de 24 horas.
Após esse período, o material foi centrifugado durante 10 minutos,
Em seguida, o material sobrenadante foi colocado em cubetas
ópticas de 1cm3 e feitas as respectivas leituras de absorbâncias em
um espectrofotômetro de marca Micronal R280 para diferentes
comprimentos de onda (630, 645, 665 e 750nm). Para o cálculo da
concentração de clorofila-a foi aplicada a equação de Parsons e
Strickland (1963).
RESULTADOS
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33
32
Temperatura (ºC)
31
30
29
28
27
26
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V
L
N
V
R
T
T
98
O
Z
O
AR
FE
JU
SE
DE
NO
AB
JU
AI
AG
n/
O
M
ja
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Na estação 3 o mínimo de saturação de oxigênio foi de
70,25% (novembro/97) e o máximo de 169,31% (outubro/98) e a
média de 133,44%.
10
8
Oxigênio (ml/l)
L
N
V
V
R
T
98
O
7
Z
O
AR
T
JU
l/9
DE
NO
FE
AB
JU
SE
AI
AG
n/
O
M
ju
M
ja
1 2 3
17
180
160
Taxa de saturação (%)
140
120
100
80
60
L
N
V
V
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T
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O
Z
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T
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U
DE
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AB
JU
SE
AI
AG
n/
O
M
ja
1 2 3
18
43
41
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Salinidade
35
33
31
29
27
25
L
N
V
V
R
T
98
O
7
Z
O
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l/9
DE
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JU
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O
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ju
M
ja
1 2 3
19
10
8
Clorofila (mg/m )
3
L
N
V
V
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O
M
ju
M
ja
1 2 3
DISCUSSÃO
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localização costeira, fazendo com que o ambiente recifal fosse
influenciado pelas descargas pluviais, reciclagens de nutrientes ou
talvez de águas mais ricas originadas de correntes costeiras que
poderiam trazer nutrientes carreados pelo rio Maracaípe, localizado
mais ao sul da área estudada e mesmo pela ressuspensão do
sedimento durante os fluxos e refluxos de marés. Eskinazi-Leça
(1990) e Resurreição (1990) já citavam a influência terrígena no
ambiente aquático causando um aumento no florescimento do
fitoplâncton na plataforma continental de Pernambuco.
A temperatura da água, como ocorre em regiões
tropicais, permaneceu homogênea durante o período estudado. Para
Perkins (1974), esta homogeneidade pode estar associada à
pequena profundidade e ao grau de turbulência da água, próprio do
ambiente costeiro tropical.
A salinidade, por outro lado, é um fator hidrológico
muito importante na distribuição dos organismos de uma maneira
geral, cujas variações tornam-se até uma barreira ecológica para os
organismos considerados estenoalinas. Em Porto de Galinhas houve
pequenas variações, caracterizando bem o ambiente recifal. Maiores
variações foram registradas na estação 1, onde no período chuvoso
chegou a um mínimo de 30‰ evidenciando um aporte de água de
menor salinidade.
Sassi (1987), estudando o fitoplâncton da formação
recifal da Ponta do Seixas, registra uma salinidade alta devido à
inexistência de rios que desembocam nessa área, sendo que os
menores valores foram registrados no período chuvoso e os mais
altos no período de estiagem. Registros idênticos o ocorreram na
baía de Tamandaré, na pesquisa realizada por Moura (1991).
O oxigênio dissolvido na água serve também como
indicador da qualidade da água. Para a região recifal de Porto de
Galinhas, ele caracteriza este ambiente como isento de poluição
orgânica e, por conseguinte, apresenta águas transparentes, sem
influência de grande quantidade de matéria orgânica e inorgânica em
suspensão, pois não há aporte de esgotos domésticos e nem rios de
grande porte que influenciem sensivelmente este parâmetro. Os seus
valores foram, em sua maioria, superiores a 100% de saturação na
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água. Sassi (op. Cit.) e Feitosa e Passavante (2000), registraram
também valores de supersaturação do oxigênio, respectivamente na
Ponta Seixas (PB) e no Atol das Rocas.
O estudo da biomassa fitoplanctônica em
ecossistemas aquáticos possibilita uma avaliação do potencial de
produção biológica, bem como a obtenção de informações
necessárias para uma possível utilização racional desses
ecossistemas (Tundisi e Tundisi, 1976; Passavante e Feitosa, 1989).
O principal método para quantificar a biomassa
fitoplanctônica em uma região é o da determinação da concentração
do pigmento fotossintético denominado de clorofila e por ser a
clorofila-a encontrada em todas as microalgas é alvo das pesquisas
de diversos especialistas.
Na região estudada a biomassa fitoplanctônica em
termos de clorofila-a (0,93 a 9,36mg clor.a m3) apresentou um ciclo
sazonal nítido com valores mais elevados no período chuvoso (março
a julho/1998) e menores no período de estiagem (setembro a
fevereiro/1997). Embora a área apresente aspecto de oligotrofia, os
valores de biomassa fitoplanctônica não confirmam tal classificação.
Os principais organismos que contribuíram para esta
elevada biomassa foram principalmente: Chaetoceros sp,
Coscinodiscus sp, Pleurosigma sp, Biddulphia sp. Navicula sp, e
Oscillatoria sp, (Silva-Cunha, Fonseca e Passavante, comunicação
verbal).
Feitosa e Passavante (2000) estudando o Atol das
Rocas encontraram valores de clorofila-a inferiores a 1,10mg.m-3,
indicando uma oligotrofia, porém, as taxas de saturação de oxigênio
sempre estiveram supersaturadas.
Em áreas costeiras com influência de descarga de rios
há um maior florescimento fitoplanctônico no período chuvoso. Sassi
(1987), na Ponta Seixas (PB); Resurreição (1990), na plataforma
continental de Pernambuco; Moura e Passavante (1994/1995) na
baía de Tamandaré (PE); Campelo, Passavante e Koening (1999)
na praia de Carne de Vaca (PE), registraram tal sazonalidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
22
AUSTREGÉSILO FILHO, P. T. Crustáceos, Estomatópodos e
decápodos dos recifes da praia de Porto de Galinhas
(Sistemática e Ecologia). (Monografia) Universidade Federal Rural
de Pernambuco. Recife: 1992. 96p.
23
MABESOONE, J. M., COUTINHO, P. N. Liltoral and shallow marine
Geology of Non thern and Nonthern and Northeasterm Brazil
Trabalhos Oceanográfico da Universidade Federal de
Pernambuco, Recife: v.12, p. 1-214, 1970.
25
TUNDISI, J. G. TUNDISI, T. M. Produção orgânica em ecossistemas
aquáticos. Ciência e Cultura. São Paulo: v. 38, n. 8, p. 864-867.
1976.
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