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Lúcifer Fire From Heaven PDF
Lúcifer Fire From Heaven PDF
A atribuição de Lúcifer como Demônio e Anjo caído veio depois, e foi criada pelos
"pais da Igreja".
A Igreja adaptou a sua maneira passagens do Antigo Testamento para serem
atribuídas à Queda de Lúcifer.
Eles "interpretavam" (hermenêutica) as escrituras do Antigo Testamento pelas do
Novo Testamento.
Desta forma, passagens do Novo Testamento, como: "Mas ele lhes disse: Eu vi
Satanás caindo do céu como um relâmpago" (Lc 10: 18), influenciaram a
interpretação do Antigo Testamento: "Como caíste do céu, ó estrela da manhã,
filho da alva! Tu que destruía as nações!
Tu dizias em seu coração: Subirei ao céu, acima do firmamento das estrelas de
Deus, exaltarei meu trono, e no monte da congregação me sentarei nos limites do
norte.
Subirei acima das nuvens mais altas, e serei igual ao Altíssimo.
Em verdade fosse precipitado para o reino dos mortos, no abismo mais profundo.
(Isaías 14: 12 a 15).
Mas qual teria sido o motivo da Patrística ter escolhido Lúcifer, e não qualquer
outro? Existem alguns pontos mágicos e ocultos que devem ser abordados.
Especialmente a relação entre Vênus e Lúcifer, e consequentemente com o
demoníaco.
Indo para a mitologia grega o titã Cronos castra seu pai Urano e joga seus genitais
no mar. Do sangue misturado a espuma do mar nasce Afrodite (Vênus). Logo em
seguida ela foi saudada pelas criaturas do mar, nereidas, tritões. A deusa surge de
dentro de uma concha.
Teve como irmãs as infernais Erínias (Fúrias), criadas pelas gotas do sangue de
Urano caídas na terra. As Erínias eram seres que até Zeus respeitava os desígnios.
São representadas como mulheres aladas, porém serpentes.
Retomando a Igreja, notaremos que estes pontos expostos podem ter motivado a
"escolha" de Lúcifer.
Que os cristãos sabiam das implicações de Vênus, é evidente pelo título conferido
a Lúcifer, príncipe da luxúria espiritual. Cada Sephiroth da Árvore da Vida
cabalística tem um "vício" e o de Netzach (Vênus), por sua vez, é a Luxúria.
De acordo com o Concílio de Latrão, os poderes do demônio são iguais aos dos
outros anjos, possivelmente devido a sua origem comum. Igualmente para a
Igreja, diabos e demônios são a mesma coisa.
O conceito de Mal se modificou com o passar do tempo. Notamos que no mundo
antigo o que prevalecia era o monismo. Deus ou os deuses eram responsáveis
tanto pelo bem como pelo mal, sendo a fonte de tudo. O Universo era percebido
como uno e não dividido entre um deus do bem e um deus do mal, ou entre Deus
e o diabo.
Podemos tomar por base o próprio Iavé do Antigo Testamento, que em suas
próprias palavras dizia: "Eu sou o Senhor e não há outro, além de mim não existe
Deus"; "Eu sou o Senhor e não há outro, Eu formo a luz e crio as trevas, Eu faço o
bem e crio o mal, Eu, o Senhor, faço todas estas coisas" (Isaías 45:5-7).
Quando eu afiar a minha espada reluzente, e tomar em mãos o juízo, tomarei
vingança contra meus inimigos e darei o merecido castigo aos que me odeiam.
Encharcarei as minhas setas de sangue, e minha espada se fartará de carne, do
sangue dos mortos e dos cativos, das cabeças dos chefes inimigos. (Dt 32: 41,42).
Suas crianças serão esmagadas em frente a eles, suas casas saqueadas, e suas
mulheres estupradas. (Isaías 13:16)
Em um dia em que os filhos de Deus apresentaram-se diante do Senhor, Satanás
veio com eles.
O Senhor perguntou a Satanás: "Por onde andastes?". Satanás respondeu: "De
passear pela terra". O Senhor continuou: "Viste meu servo Jó? Não há na terra
ninguém semelhante a ele, integro, correto e temente a Deus, e não trilha o
caminho do Mal".
Então Satanás falou: "Por que Jó teme a Deus? Por acaso não o protegeu de todas
as formas, a ele, a sua casa e a tudo quanto tem? A obra de suas mãos
abençoaste, e multiplicaram seus bens na Terra.
Estende tua mão e toca-lhe em tudo que é dele, e verás que blasfemará contra
Ti".
Disse o Senhor a Satanás: "Tudo que é dele está em seu poder, mas contra ele
não faça nada, e Satanás sai para cumprir a sua missão. (Jó 1: 6-12).
Reforcei os aspectos "negativos" de Jeová demonstrando o lado sombrio do Deus
de judeus, cristãos e muçulmanos.
O monismo tem uma vantagem óbvia, não há o mal absoluto. Desta forma, tanto
os princípios que compõem o Cosmos quanto os que compõem o indivíduo podem
ser harmonizados e integrados, sem maiores prejuízos. Justamente o contrário do
que aconteceu no seio do Cristianismo, por exemplo, com inquisições, "guerras
santas" e outros. O mal é vivenciado no outro, e assim, pode ser erradicado
(assim como outro pode ser morto).
A primeira religião a quebrar a harmonia do monismo foi o Zoroastrismo, criado no
Irã por volta de 600 a.C . Nele há início o dualismo; o Universo está fragmentado
em duas partes, uma "boa" e outra "má", um deus da luz e um deus das sombras.
Este pensamento influenciou os judeus e os gregos e, consequentemente, os
cristãos.
No Cristianismo, o mal é atribuído e projetado ao Diabo, enquanto Deus só faz
coisas boas.
Assim, o diabo ganha autonomia e poder perante Deus, remetendo-nos
novamente a uma forma de pensar que lembra o dualismo iraniano.
Por mais que o diabo seja inferior a Deus, ele pode corromper a criação e torna-se
o senhor do mundo. Partindo do pressuposto de que a matéria é essencialmente
má, assim como as "necessidades da carne", o campo de batalha é a alma
humana, afinal de contas, a corrupção principia mesmo no Antigo Testamento,
com o ato de insubordinação de comer da Árvore do Conhecimento do Bem e do
Mal, o que poderia, de acordo com as palavras da serpente confirmadas por Deus,
transformá-los em deuses. (Genesis 3: 22) Então disse o Senhor Deus: "Eis que o
homem se tornou igual a um de nos, conhecedor do bem e do mal; assim sendo,
para evitar que tome da Árvore da Vida e coma o seu fruto e viva eternamente". O
Senhor Deus o lançou fora do Jardim do Éden...
Deus é onisciente, onipresente e onipotente, desta forma, o diabo age porque
Deus permite. Se Deus fosse humano, poder-se-ia acusá-lo legalmente de
cumplicidade em todos os "delitos" do maléfico.
A desculpa descoberta pelos cristãos é a seguinte: Deus criou o diabo, mas ele, em
origem, não era Mal, o diabo escolheu ser mal.
Isso tecnicamente isentaria Deus do problema de ter criado o Mal ao criar o diabo.
Só que esta história tem problemas óbvios, se Deus é onisciente, ele saberia o que
estava por vir e mesmo assim não fez nada.
Tratando o assunto de uma forma mais leve, é de se imaginar que um filho traga a
genética do Pai, então, mesmo o diabo tendo se tornado " Mal" depois, este
predicado já estaria em latência nele.
A palavra Sheol era usada para determinar o local dos mortos. Muitas vezes, os
fantasmas dos vivos são chamados Qliphoth também, uma referência a um
cadáver astral.
The Great Red Dragon and the Woman Clothed with Sun
Das figuras que nos remetem a Lúcifer, Prometeu é uma das mais instigantes.
Ele era um titã, um ser tão poderoso quantos os deuses ou até mais. Os Titãs
eram gigantes que regeram a Terra antes dos deuses.
Prometeu (percepção avançada) foi o criador da raça humana, feita a partir do
barro. Só que os humanos pouco se diferenciavam dos animais. Então, Prometeu
profetizou um futuro melhor para a sua criatura. Mas para tal seria necessário que
o homem tivesse algo mais, e este algo mais era o intelecto, o dom da
inteligência, a lucidez, o fogo dos deuses.
Por analogia, podemos imaginar que o fogo, essência divina, Agni conferiria a
capacidade aos humanos de se tornarem deuses.
Prometeu foi até o Olimpo e, no carro de Apolo (o deus sol), e "roubou" o fogo
para humanidade. Como castigo, ele foi condenado por Zeus ao Cáucaso.
O termo Zeus é de origem indo-européia, da antiga palavra para céu, Deiuos.
Encontraremos originados nela o Deva sânscrito, Deus latim, sendo associado à
claridade e à luz.
Lúcifer é um arquétipo que suscita infinitas especulações, essas norteadas pelos
sentimentos mais díspares. Não é à toa que tanto se falou sobre este Anjo caído, e
muito há a ser dito.