I - A primeira aparição do Senhor ressuscitado aos onze
seu bom senso. Ele disse: “Tem alguma carne; e deram-lhe um
1. Assim que apareceu, falou (Paz seja convosco). “Eles ficaram
aterrorizados e assustados, e supuseram que tinham visto um
espírito”; e assim fizeram exatamente o que haviam feito muito
antes, quando Ele veio a eles andando nas águas. São tão lentos e
temerosos como sempre.
2. Até agora, na narrativa, eles haviam recebido a evidência de
seus ouvidos, e isso não é de modo algum uma evidência fraca;
mas agora eles devem ter a evidência da visão; pois o Salvador lhes
diz: “Eis minhas mãos e meus pés, que sou eu mesmo”; “E quando
Ele falou assim, mostrou-lhes as mãos e os pés.” João diz também
“o lado dele”, o que ele notou especialmente porque havia visto a
perfuração daquele lado e a saída de sangue e água. Eles deveriam
ver e identificar aquele Corpo abençoado que havia sofrido a morte.
3. Além disso, para que eles tenham certeza, o Senhor os
convidou a receber a evidência de toque ou sentimento. Ele os
chamou para uma forma de exame, da qual, não duvido, muitos
deles se encolheram; Ele disse: “Tocai-me e vede; porque um
espírito não tem carne e ossos, como Me vedes.” Os santos não
estarão na vinda de seu Senhor em espíritos sem corpos, nem
estarão em corpos recém-criados, mas toda a sua masculinidade
deve ser restaurada. Será de uma substância material também; pois
o Corpo de nosso Salvador era material, uma vez que Ele disse:
“Manuseie-me, e veja que sou Eu Mesmo; porque um espírito não
tem carne e ossos, como Me vedes.
4. Ainda mais para confirmar a fé dos discípulos e mostrar a
eles que o Senhor deles tinha um Corpo real, e não a mera
forma de um corpo, Ele lhes deu evidências que apelavam ao
pedaço de peixe grelhado e favo de mel. E ele pegou e comeu
diante deles.” Esta foi uma prova extremamente convincente de Sua
ressurreição inquestionável. Com muita ação e fato, e não com
visão e fantasma, o Homem que havia morrido na cruz estava entre
eles.
II O caráter de nosso Senhor quando ressuscitou dos mortos.
1. Observe, primeiro, que nesta aparição de Cristo somos
ensinados que Ele ainda está ansioso para criar paz nos
corações do Seu povo. Assim que Ele se tornou visível, ele disse:
“A paz esteja convosco.” Ele não perdeu seu terno cuidado nem um
pouco do rebanho; Ele teria cada um liderado pelas águas tranquilas
e forçado a se deitar em pastos verdejantes.
2. Note novamente que Ele não perdeu o hábito de repreender a
incredulidade e incentivar a fé; pois assim que ressuscitou e fala
com seus discípulos, ele lhes pergunta: “Por que vocês estão
perturbados? e por que os pensamentos surgem em seus
corações? ”Ele leva você a acreditar Nele e descansar.
3. Observe, a seguir, que quando o Salvador ressuscitou dentre
os mortos e uma medida de Sua glória estava sobre Ele, Ele
ainda estava familiarmente mais condescendente com Seu povo.
Ele mostrou a eles as mãos e os pés e disse: "Me manuseie e veja."
4. O próximo passo é que o Senhor ressuscitado ainda era
maravilhosamente paciente, como sempre fora. Ele suportava
sua loucura e enfermidade; pois "enquanto eles ainda não criam em
alegria e se perguntavam", Ele não os repreendeu.
5. Observe que nosso Salvador, embora ressuscitou dentre os
mortos e, portanto, em certa medida em Sua glória, entrou em
plena comunhão com os Seus. Pedro nos diz que eles comeram e
beberam com ele. Não percebo nesta narrativa que Ele bebeu com
eles, mas certamente comeu da comida que eles tinham, e isso era
um sinal claro de Sua comunhão com eles.
6. Quero chamar sua atenção para o fato de que, quando Jesus
ressuscitou dos mortos, Ele era tão terno com as Escrituras
quanto antes de sua morte.
7. Mais uma vez, nosso Salvador, depois de ressuscitar dentre
os mortos, mostrou que estava ansioso pela salvação dos
homens; pois foi nessa entrevista que Ele soprou sobre os apóstolos
e ordenou que eles recebessem o Espírito Santo, para prepará-los a
sair e pregar o evangelho a toda criatura.
III A luz que é lançada por este incidente sobre a natureza de
nossa própria ressurreição.
1. Primeiro, deduzo deste texto que nossa natureza, toda a nossa
humanidade será aperfeiçoada no dia do aparecimento de nosso
Senhor e Salvador Jesus Cristo, quando os mortos serão
ressuscitados incorruptíveis, e nós que então estivermos vivos
seremos transformados. Jesus redimiu não apenas nossas almas,
mas nossos corpos.
2. Entendo a seguir que na ressurreição nossa natureza estará cheia
de paz. Jesus Cristo não teria dito: "Paz seja convosco", se não
houvesse uma paz profunda dentro de si. Ele estava calmo e
imperturbável. Havia muita paz em toda a sua vida; mas após a
ressurreição, Sua paz se torna muito visível. Não há luta com
escribas e fariseus, não há luta com ninguém depois que nosso
Senhor ressuscita. Essa será a nossa vida, seremos inundados com a
paz eterna e nunca mais seremos jogados com problemas, tristeza,
angústia e perseguição.
3. Quando ressuscitarmos, nossa natureza encontrará seu lar em
meio à comunhão dos santos. Quando o Senhor Jesus Cristo
ressuscitou, seu primeiro recurso foi a sala onde seus discípulos
estavam reunidos. Sua primeira noite foi passada entre os objetos
de Seu amor. Mesmo assim, onde quer que estejamos,
procuraremos e encontraremos comunhão com os santos.
4. Além disso, vejo que naquele dia nossos corpos servirão
admiravelmente a nossos espíritos. Para olhar o corpo de nosso
Senhor. Agora que Ele ressuscitou dentre os mortos, deseja
convencer Seus discípulos, e Seu Corpo se torna ao mesmo tempo o
meio de Seu argumento, a evidência de Sua declaração. Sua carne e
ossos eram texto e sermão para Ele.
5. Naquele dia, amado, quando ressuscitarmos dentre os mortos,
lembraremos do passado. Você não percebe como o Salvador
ressuscitado diz: “Estas são as palavras que eu lhe falei enquanto
ainda estava com você.” Ele não havia esquecido Seu estado
anterior. É um assunto bastante pequeno, e provavelmente teremos
muito mais prazer em trabalhar nos trabalhos das mãos e pés do
nosso Redentor; mas ainda assim nos lembraremos de todo o
caminho pelo qual o Senhor nosso Deus nos guiou, e
conversaremos uns com os outros a respeito.
6. Observe que nosso Senhor, depois de ressuscitar dentre os
mortos, ainda estava cheio do espírito de serviço e, portanto,
chamou outros a irem pregar o evangelho, e deu a eles o
Espírito de Deus para ajudá-los. Quando você e eu
ressuscitarmos dos mortos, ressuscitaremos cheios do espírito de
serviço. Ele nos usará na grande economia das futuras
manifestações de Sua glória divina. Possivelmente podemos ser
para outras dispensações o que os anjos têm sido sobre isso. Seja
como for, encontraremos uma parte de nossa bem-aventurança e
alegria em servir constantemente Aquele que nos ressuscitou dos
mortos. (C. H. Spurgeon.)