Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Tayson Luã Almeida Girão (1); Hugo Ricardo Aquino Sousa da Silva (2); Marcelo de Souza
Picanço (3); Alcebíades Negrão Macêdo (4).
Abstract
The structural masonry is a constructive system with great potential in the Brazilian market, mainly after the
advances in research and improvements of its technologies. This system reduces the volume of waste
generated in the work and the consumption of some materials involved in this process. Today, structural
masonry constructions are advancing across the country, and execution can be planned and done faster. In
addition, concrete blocks improve construction standards, allow aesthetic detailing, greater thermal/ acoustic
insulation and it is fire resistant. The region of the Lower Amazon presents a great potential for the
production of structural blocks, mainly due to the presence of several precast concrete plants and the
availability of resources for the production of concrete blocks. In addition, studies were done about the
Structural block components (large and small aggregates). The objective of this study was to carry out
compressive strength tests of concrete blocks, prisms and miniwalls produced with the aggregates from the
Lower Amazon, in order to analyze the potential of these materials in the production of structural blocks. With
the tests, it was possible to verify that the concrete blocks presented adequate results of compressive
strength for application in the structural masonry. The efficiency factors of the analyzed prisms and miniwalls
also presented the values within the ranges recommended by the norms and bibliographical references
consulted, supporting the potential of application for the structural purpose.
Keywords: Concrete Blocks, structural masonry, compression resistance
ANAIS DO 59º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2017 – 59CBC2017 1
1 Introdução
Neste trabalho foi realizado a caracterização de primas e miniparedes confeccionadas
com blocos de concreto produzidos com agregados provenientes da região do Baixo
Amazonas, para aplicação em alvenaria estrutural. Para tal finalidade foram realizados
ensaios de resistência à compressão de blocos, prismas e miniparedes com o intuito de
estimar o desempenho dos blocos e a eficiência do conjunto bloco argamassa, simulando
condições de aplicações práticas da região.
2 Justificativa
Dos diversos materiais que podem ser utilizados como elementos de uma alvenaria
estrutural, os mais utilizados hoje no Brasil são os blocos vazados de concreto, os blocos
vazados cerâmicos, os blocos maciços cerâmicos, os blocos vazados silico-calcáreos e
os blocos maciços silico-calcáreos. De todos, o bloco de concreto é o que tem o uso mais
disseminado, sendo utilizado em larga escala em programas habitacionais, e aquele que
mereceu todos os esforços iniciais de normalização.
Alvenaria estrutural é o sistema construtivo de menor custo do mercado brasileiro. Enxuga
em até 30% o valor final de qualquer tipo de obra, com impacto ainda maior em
construções verticalizadas. Atualmente, as construções em alvenaria estrutural avançam
por todo país. A execução pode ser planejada e mais rápida. Blocos de concreto
melhoram padrões construtivos, permitem detalhamentos estéticos, além de maior
isolamento térmico, acústico e resistência ao fogo.
Na região da cidade de Santarém e Baixo Amazonas existe a chamada Formação Alter
do Chão, formação geológica composta por materiais sedimentares onde “afloram
arenitos e argilitos relacionados à Formação Alter do Chão (Cretáceo Superior), cujo
relevo é moderadamente ondulado e cuja drenagem revela padrão dendrítico a sub-
retangular, característicos de uma área em franca dissecação” (Caputo et al. 1971). Esses
materiais estão praticamente dentro das áreas das fabricas de pré-moldados, portanto o
custo com transporte é ínfimo o que economicamente reduz substancialmente o valor final
do produto, o bloco estrutural.
Nesse contexto é importante conhecer as características de resistência à compressão do
bloco, que é o fator que mais contribui para a resistência global da alvenaria. Entretanto, o
aumento do valor da resistência do bloco não significa um aumento proporcional da
resistência da alvenaria. Isso se justifica pelo fato de que com a variação da resistência
do bloco pode-se aumentar ainda mais a diferença entre a resistência do bloco e da
argamassa, então há sempre a necessidade de se avaliar essa relação.
3 Objetivos
Objetivo geral: Avaliar a resistência à compressão do conjunto bloco argamassa para
alvenaria estrutural confeccionada a partir de blocos produzidos com agregados da região
do Baixo Amazonas.
Objetivo específico: Caracterização da argamassa de rejuntamento, confecção de prismas
e miniparedes, avaliação da resistência à compressão dos blocos, prismas e miniparedes;
avaliação da eficiência bloco argamassa.
O lote do material para a confecção dos prismas e das miniparedes foi constituído de um
grupo de blocos de concreto vazado simples, da família 39, designado blocos estruturais
M15 (NBR 6136/2014) e que apresentaram as mesmas características de produção.
Esses blocos, possuem dimensões nominais de 14 a 19 x 39 cm Figura 1. A espessura
das paredes longitudinais e dos septos transversais é de 28 mm, com exceção do septo
transversal central que possui 30 mm de espessura.
Em uma base plana indeformável e limpa, foi colocado o primeiro bloco sobre o suporte
nivelada. Em seguida, o segundo bloco foi assentado sobre a argamassa espalhada em
toda a face do primeiro bloco e utilizando um nível de prumo como auxílio para verifica se
o alinhamento vertical está sendo respeitado. O terceiro bloco, Figura 2, foi assentado
4.4 Miniparedes
5 Resultados
5.1 Ensaios dos blocos de concreto
Figura 4 e 5 ilustram o ensaio de compressão axial dos blocos de concreto.
A partir desse ensaio foi possível classificar o bloco de concreto segundo a NBR 6136. A
classe que o bloco de concreto se enquadrou foi a classe B, com função estrutural acima
do nível do solo, com um fbk aos 28 dias de 4,54 MPa.
5.2 Argamassa
Na tabela 2 são apresentadas as resistências a compressão axial, aos 28 dias, da
argamassa utilizada para os ensaios dos prismas e miniparedes.
A média encontrada foi de 4,94 MPa. Ramalho e Corrêa (2003) recomendam que a
resistência à compressão da argamassa esteja compreendida entre 70% a 100% da
resistência do bloco, para que não haja a redução da resistência final da parede. Portanto
a argamassa ensaiada (4,94 MPa) se encontra acima da resistência do bloco (4,54 MPA),
mas esse acréscimo de 8% não influenciou os resultados finais devido ao fato desse valor
ser mínimo. Pode-se concluir que a resistência da argamassa está dentro do esperado.
Para tratar da influência da argamassa na resistência à compressão das paredes, deve-se
levar em consideração dois requisitos: a espessura da junta horizontal e a resistência à
compressão da argamassa.
5.3 Prismas
Na Tabela 3 estão apresentadas as resistências a compressão axial dos prismas obtida
aos 28 dias.
Tabela 3 – Resistência a Compressão dos Prismas
F ruptura σ ruptura
Prisma (KN) (MPa)
1 12400,00 2,27
2 16700,00 3,06
3 17900,00 3,28
4 9200,00 3,28
5 17000,00 3,11
6 18300,00 3,35
Média 15250,00 3,06
As fissurações nos prismas foram observadas de cima para baixo, com inclinação entre
30 a 45 graus. Não houve esmagamento dos blocos e nem ruptura da argamassa.
Com as tensões de ruptura em MPa e carga de ruptura em KN. A média encontrada para
os prismas ensaiados foi de 3,06 MPa.
5.4 Miniparedes
Na Tabela 4 estão apresentadas as resistências a compressão axial das miniparedes
obtida aos 28 dias.
6 Conclusões
Para os resultados analisados, o bloco de concreto produzido com agregados do Baixo
Amazonas, apresentaram resultados adequados de resistência à compressão para
aplicação na alvenaria estrutural. Os fatores de eficiência dos prismas e mini paredes
também apresentaram os valores dentro dos intervalos recomendados pelas normas e as
referências bibliográficas consultadas, corroborando o potencial de aplicação para a
finalidade estrutural.
7 Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (2011). NBR 15961-2 – Alvenaria
Estrutural – Blocos De Concreto Parte 2 – Execução e Controle De Obras. Rio de
Janeiro -RJ.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (2013). NBR 12118 – Blocos
Vazados De Concreto Simples Para Alvenaria – Métodos De Ensaio. Rio de Janeiro -
RJ.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (2014). NBR 6136 – Blocos
Vazados De Concreto Simples Para Alvenaria – Requisitos. Rio de Janeiro - RJ.