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Eu sou que nem Lutero

Conforme tenho dito aqui escrevo estes artigos,mesmo sem ter

mestrado e doutorado,porque tive uma experiência muito ruim no

contato com estas instituições.Não vou relatar nada deste

contato,por enquanto,porque não é meu assunto.

O assunto é que ninguém tem o direito de excluir uma pessoa de

uma instituição e de uma profissão,sem critérios bem

fundamentados e rigorosos.

Na medida em que não vi nestas instituições lisura no processo de

avaliação dos pretendentes ao mestrado e ao doutorado e à

profissão,tomei a mesma atitude que Lutero diante da igreja

católica:carcomida por corrupção,a Igreja não tem autoridade para

interceder pelo homem diante de Deus,sendo esta intercessão

somente pela fé e pelo coração do homem.

Similarmente não acho que alguém possa impedir o caminho em

direção à verdade e ao conhecimento.Não há critérios igualitários

e justos que fundamentem uma autoridade capaz de dizer:” este

pode,este não”,como se fosse um doutor Mengele,legitimo.


Assim sendo não vejo porque a falta de um canudo,eu não possa

,pelo estudo,pelo esforço,chegar ao conhecimento.

Mas eu escrevi este artigo para explicar uma coisa:o fato de eu

falar em Lutero não quer dizer que siga a figura deste personagem

histórico,acriticamente.Estou me referindo ao que ela representa e

ao que ela cristalizou.Só isto.

Os politicos e figuras históricas são viabilizadores de ideias

coletivas,trans-históricas,inter-geracionais.Algumas ideias podem

ser elaboradas por eles,mas não há caso de que tudo venha deles.

A junção da classe média com a classe operária,através do psd e

ptb,realizada por Getúlio Vargas,é,para mim,o ponto de partida das

mudanças sociais em qualquer país,mas isto não quer dizer que eu

seja getulista porque esta ideia vem do socialismo,da social-

democracia,reconhecendo o surgimento,no final do século XIX e

inicio do XX,da classe média,como classe “ produtiva”.

Porque Mussolini instituiu as 8 horas de trabalho,há que ser

fascista?Ele tomou esta decisão em função da pressão e da luta

dos trabalhadores.
É preciso entender os meus artigos dentro de uma metodologia

histórica,dentro de um critério científico.

Eu não gosto senão de poucas figuras históricas:Jango;Gandhi;São

Francisco de Assis.Pouquíssimas e não escondo uma antipatia com

Lutero ,que autorizou violências contra os camponeses e contra os

judeus,sendo mesmo um precursor dos nazistas(reconhecido e

utilizado por eles).

Eu,como tinha intentado,não vou esconder este lado destas

figuras.Em próximos artigos tratarei deste lado “ escuro” destes

personagens.

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