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UMA PROVÍNCIA AO NORTE DO IMPÉRIO: A ECONOMIA

DA PARAHYBA NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XIX

Matheus Silveira Guimarães (UFPB)

Resumo:

O objetivo deste trabalho é discutir a situação econômica da capitania/província da


Parahyba do Norte na primeira metade do século XIX. Junto ao Programa de Pós-
Graduação em História da Universidade Federal da Paraíba (PPGH-UFPB) estamos
desenvolvendo pesquisa que busca compreender as experiências de vida dos africanos na
dita capitania/província. Uma das várias experiências vividas por essas pessoas era o
trabalho. Os africanos foram transferidos para as Américas para servirem como mão de
obra. Assim, compreender a situação econômica é fundamental para identificar as
condições da entrada de pessoas escravizadas vindas da África. Para alcançar nosso
objetivo, utilizaremos os documentos oficiais produzidos pelos governadores da capitania
e presidente de província, as notas e documentos transcritos por Irineu Pinto em sua obra
Datas e notas para a história da Paraíba e os inventários da cidade da Parahyba do
Norte no recorte proposto.

Palavras-chave: Economia; Parahyba; Século XIX.

Abstract:

This paper discusses the economic situation of captaincy/province of Parahyba do Norte


in the first half of 19th century. We are developing research about the life experiences of
Africans in the Parahyba do Norte. One of several experiences was labor. The Africans
were transferred to the Americas for serve workforce. Thus, to understand the economic
situation is fundamental for identify the conditions of input of Africans slaves. To

1
achieve our goal, we use the officials documents produced by captaincy governor and
provincial presidents, the notes and transcript documents of Irineu Pinto (Datas e notas
para a história da Paraíba) and inventories post-mortem of Parahyba do Norte city.

Key words: economy; Parahyba; 19th century.

2
Introdução

A experiência escravista foi a marca mais forte da formação histórica do Brasil.


Entretanto, apesar de características comuns em todo o território brasileiro, não
podemos pensá-la como homogênea. Em algumas regiões, o escravismo formulou-se
com traços distintos. O fator econômico é fundamental para a compreensão dessas
características. Afinal, mesmo a escravidão assumindo um aspecto cultural, político e
social, seu principal objetivo era econômico.

A historiografia sobre a escravidão na Parahyba1 tem demonstrado isso.


Recentes estudos apontam para uma tendência entre os proprietários de escravos da
referida província em incentivar a reprodução natural entre seus escravizados2. A
situação econômica da Parahyba por todo o século XIX não permitia uma relação
intensa desta com a África por intermédio do comércio atlântico de pessoas. Dessa
maneira, era mais viável economicamente a reprodução do sistema escravista por vias
internas.

Contudo, mesmo essa possibilidade sendo concreta, é perceptível na


documentação a presença da população africana. Logo, havia uma demanda dos
proprietários da Parahyba pela mão de obra dos africanos. O objetivo deste trabalho
consiste em apresentar um panorama econômico da Parahyba na primeira metade do
século XIX. Com isso, tentaremos compreender quais os principais motivos que
levavam a elite econômica dessa província a inserir-se no mercado atlântico. Este
trabalho é resultado da pesquisa e reflexões desenvolvidas no mestrado de história do
Programa de Pós Graduação em História da Universidade Federal da Paraíba (PPGH-
UFPB), que tem como intuito identificar as experiências dos africanos escravizados na
referida província na primeira metade do século XIX.

1
Até o século XIX, a grafia do nome da província variou bastante. Na documentação identificamos os
seguintes termos: “Parayba”, “Parahiba”, “Paraíba” etc. Utilizaremos “Parahyba” por ser a mais comum,
ao nosso ver.
2
Alguns desses estudos são Rocha (2009), Lima (2008) e Silva (2010).

3
Este trabalho será dividido em três partes. A primeira está voltada para o final do
século XVIII. Durante mais de quatro décadas a então capitania da Parahyba esteve
subordinada econômica e politicamente a sua vizinha Pernambuco. Este fato é
fundamental para compreendermos em que estado encontrava-se a Parahyba na virada
para o século XIX e como a capitania/província se portou na primeira metade do
oitocentos.

Na segunda parte apresentaremos um quadro geral da Parahyba na primeira


metade do século XIX. A partir dos dados econômicos referentes às importações e
exportações, além das receitas e despesas, pretendemos compreender a situação
econômica da Parahyba. Este período foi marcado por muitas transformações, inclusive,
no que diz respeito ao mercado atlântico de africanos.

Por fim, a partir da análise de inventários, traçaremos um quadro dos


proprietários que compunham a elite econômica da capitania/província. Dessa maneira,
poderemos pensar algumas questões como quais eram as principais características da
propriedade escrava na Parahyba (tamanho, distribuição etc), quais os principais
senhores de escravos e as atividades econômicas a qual a terra estava reservada. Nesta
parte, focaremos na região da Capital da capitania/província, também chamada
Parahyba do Norte.

As principais fontes utilizadas para a construção dessa análise foram os mapas


econômicos da Parahyba apresentados pelos governadores ao Conselho Ultramarino
entre os anos de 1798 e 1805, digitalizada pelo Projeto Resgate Barão do Rio Branco.
Além desses, os relatórios de Presidente de Província entre os anos de 1837 e 1850
também contêm informações relevantes para o nosso objetivo. Também utilizamos as

4
informações registradas e os documentos transcritos por Irineu Ferreira Pinto em sua
obra Datas e Notas para a História da Paraíba (1908)3.

A Parahyba do século XVIII

O início do setecentos não foi propício para a Parahyba. Desde meados do


século anterior, a capitania vivia um período sucessivo de crises econômicas que
dificultaram o seu crescimento. Em 1654, as guerras de Restauração contra os
holandeses destruíram a produção açucareira. Até então, a capitania possuía vinte
engenhos em atividade. Após a expulsão holandesa, esse número cai para nove, devido
à queima destes promovida na guerra (OLIVEIRA, 2007, p. 83).

A situação era pior por dois motivos: a economia mundial encontrava-se também
em crise no século XVII e fenômenos climáticos como secas e enchentes não
permitiram a reestruturação produtiva da Parahyba4. Apesar de a partir de 1690 o
mercado mundial voltar a se reaquecer, as capitanias do Norte continuaram em uma
situação limitada economicamente. As primeiras décadas do século XVIII apresentaram
relativa melhora, principalmente, para Pernambuco e Bahia, mas a partir de 1730, os
números voltam a cair (GALLOWAY, 1974). A Paraíba foi uma das mais afetadas por
essas condições.

Gustavo Lopes (2008) defende que uma das principais estratégias utilizadas pela
elite econômica de Pernambuco para se recuperar economicamente desse cenário de
crise foi a articulação com o comércio atlântico de escravos. Acreditamos que essa ideia

3
Irineu Pinto foi um dos membros fundadores do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano (IHGP),
assumindo o cargo de bibliotecário. Uma das primeiras obras da historiografia paraibana, Datas e Notas
para a História da Paraíba (1908) foi uma compilação de documentos feita pelo autor. Como muitos
desses documentos não foram preservados, essa obra assume uma importância fundamental para a
pesquisa histórica sobre a Paraíba. Utilizaremos a edição fac-símile publicada em 1977.
4
Um bom debate sobre a crise do século XVII e suas várias interpretações pode ser encontrado em Elliot
(2009).

5
possa ser estendida para o caso da Bahia. Contudo, diferentemente dessas duas
capitanias, a Parahyba não se envolveu diretamente nessa atividade econômica.

Na década de 1710, o então governador da Parahyba, João da Maia da Gama,


que também era traficante de escravos, reclamava ao rei de ter enviado duas
embarcações para a costa africana com intuito de vender escravizados para os
proprietários da Parahyba, mas sem êxito. Estes argumentava ter dificuldades
financeiras em concretizar o negócio (MENEZES, 2005, p. 142).

A relação entre receitas e despesas da capitania não era equilibrada e


constantemente esta fechava em déficit. A situação se agravou a partir de 1723, quando
o dízimo da Alfândega da Parahyba passou a ser cobrada em Pernambuco, tendo em
vista que o porto daquela era pouco movimentado e quase todas suas importações e
exportações eram feitas por Recife. Ficou determinado que o governo de Pernambuco
repassaria um total de 20 mil cruzados anuais para a Parahyba. Esse repasse não era
feito com frequência, o que gerou vários conflitos entre as elites das duas capitanias e
aumentando as dificuldades em repor a receita da Parahyba (MENEZES, 2005). A
situação tornava-se pior tendo em vista as seguidas secas (1710-1715 e 1723-1724) e as
cheias de 1729-1730.

A partir da década de 1750, quando D. Sebastião de Carvalho e Mello, o


Marquês de Pombal, assume o poder no reinado de D. José I, uma série de reformas
políticas e econômicas com o intuito de reestruturar e fortalecer o império português são
implementadas. Em declínio, a coroa portuguesa tentou reorganizar suas relações
coloniais com o objetivo de obter novas vantagens econômicas. A Parahyba sofreu as
consequências disso.

Em consulta feita pelo Conselho Ultramarino, o então governador Luís Antônio


Lemos de Brito descreveu a situação econômica da Parahyba como calamitosa. Esse foi
o motivo que faltava para a decisão do Conselho visando racionalizar a administração e

6
os ganhos econômicos na região: a anexação da Parahyba a Pernambuco foi oficializada
em 1755. Além desses aspectos, havia interesses políticos e econômicos de alguns
grupos da elite da Parahyba que visavam a anexação. Analisando o caso específico de
Mamanguape (Vila de Monte-mor), no litoral norte da capitania, José Inaldo Chaves
Júnior (2013) demonstra as relações e interesses estabelecidos pelos proprietários e
comerciantes dessa praça com Recife. A eles era mais interessante escoar a produção
pelo porto da capital de Pernambuco, pois seria mais rentável, além dos conflitos com
os proprietários e negociantes da capital da Parahyba.

A subordinação da Parahyba foi agravada a partir de 1759 com a criação da


Companhia de Comércio Pernambuco e Paraíba, uma das medidas pombalinas em
racionalizar a economia da colônia. Com esta, todas as relações comerciais
estabelecidas pelas duas capitanias deveriam ser monopolizada pela Companhia.
Inicialmente, houve um entusiasmo e incentivo por parte dos produtores da Parahyba.
Em seguida, o resultado foi negativo. Ainda carecemos de estudos mais detalhados
sobre as atividades da Companhia Parahyba, mas a historiografia clássica aponta para
um prejuízo para esta capitania das ações implementadas pela Companhia de
Comércio5.

Mais de quatro décadas após a decisão oficial do Conselho Ultramarino em


anexar a Parahyba, é enviado para a capitania Fernando Delgado Freire de Castilho.
Foi-lhe recomendado pela rainha D. Maria I a avaliação da anexação da Parahyba. Para
ele, não havia nenhum ponto positivo nessa situação. A Parahyba possuía um grande
potencial econômico, contudo, este estava sendo limitado devido à condição de
subordinada. A agricultara estava atrasada, o algodão sendo produzido em baixa, falta

5
Não vamos nos adentrar a esse debate, mas recomendamos a leitura dos seguintes textos para
compreender a visão da historiografia da Paraíba sobre a Companhia de Comércio: Maximiano Machado
(1977, p. 448), Almeida (1978, vol. II, p. 73), Celso Mariz (1978, p. 12), Elza Régis de Oliveira (2007, p.
111-113) e José Octávio Mello (2008, p. 83).

7
de escravos etc. A melhor atitude a se tomar diante disso seria o fim da subordinação
(A.H.U., D. 2473, 1799)6.

Em 1799, a Parahyba tornou-se autônoma de Pernambuco. Economicamente,


porém, sua situação continuou sendo de relativa dependência do porto e do comércio de
sua vizinha, como veremos adiante. Em linhas gerais, assim, podemos traçar o seguinte
quadro da capitania da Parahyba no decorrer do século XVIII: crises sucessivas por toda
a primeira metade do século, seguida pela situação de anexação a Pernambuco. O
quadro era de constante déficit das receitas em relação às despesas. A produção
canavieira permaneceu sendo a produção mais importante da capitania, contudo, desde
meados do século XVII, a pecuária se desenvolvia com o processo de interiorização do
território. O algodão ainda não despontava como principal atividade, sendo produzida
ainda em pequena escala. Ao final do século, sua produção aumentou
consideravelmente devido às novas demandas do mercado internacional. A virada do
século XVIII para o XIX apresentou algumas mudanças nesse quadro.

A Parahyba da primeira metade do século XIX

A historiografia da Paraíba por muito tempo insistiu em uma visão


desesperadora da capitania nos primeiros anos após a anexação. Nas palavras de
Horácio de Almeida, a Parahyba estava com

Fontes de renda esgotadas. Engenhos desprovidos de safra e


escravos. Aparelhamentos fabris estragados. Produtos agrícolas sem
preço no mercado. Comércio inexistente. Os negociantes da praça não
passavam de meros agentes do comércio do Recife e nesta qualidade
oprimiam o povo (ALMEIDA, 1978, vol. II, p. 87).

6
A transcrição deste documento também pode ser encontrada em Irineu Pinto (1977, Vol. II, p.205-213)

8
Essa leitura poderia ser reforçada se levássemos em consideração o pedido feito
pelos proprietários e negociantes da Parahyba em 1806, requisitando graça ao Rei sobre
os impostos de escravos importados da África para a Capitania. Isso era feito sob o
argumento de que a seca ocorrida no ano anterior teria deixado “em total ruína os
habitantes destes sertões, pela mortandade dos gados, que jamais podião existir pela
falta de pastos, e os engenhos ficarão igualmente destruídos na sua escravatura” (A.H.U,
1806, D. 3345).

Sem dúvida, as secas ocorridas na primeira década do século XIX interferiram


na produção e comércio da capitania apresentando importantes baixas. Contudo, em
linhas gerais, a situação econômica da Parahyba não era tão calamitosa. Vejamos.

Desde o final do século XVIII, a situação de dependência em relação a


Pernambuco não era absoluta. A Parahyba manteve relações comerciais com suas
vizinhas como Ceará e Rio Grande, não ficando refém apenas do porto do Recife
(PAIVA, 2009). Nesse período, houve um maior incentivo e desenvolvimento agrícola
no Brasil, o que Caio Prado Júnior (2006) denominou de “Renascimento da
agricultura”.

Aliado a isso, o surgimento da Revolução Industrial na Inglaterra, que nos


primeiros anos do século XIX lentamente expandia-se pela Europa e as revoluções do
Haiti e Francesa (seguida pelas guerras napoleônicas) reorganizaram a economia
mundial, demandando a produção de algodão, açúcar e café do Brasil (MARQUESE,
TOMICH, 2009). A Parahyba não foi a principal beneficiada desse movimento na
economia, mas também não esteve isolada desse processo.

O açúcar e pecuária cresceram em produção. O algodão, por sua vez, tornou-se o


principal produto da capitania (MARIZ, 1978). Contudo, essas atividades econômicas
continuaram operando com bastante rusticidade, característica que se estendeu por todo

9
o século XIX7. A extração de madeiras despontou como importante atividade voltada
para a exportação e conectou os mercados de Portugal com a Parahyba. Todas essas
mudanças foram expressas em números.

As receitas da Parahyba passaram a apresentar-se sempre positivamente, como


sugere a tabela a seguir:

Tabela 1 – Receitas e despesas da Capitania da Paraíba (1795-1805)


Ano Receita Despesa Sobras do ano Saldo total
anterior
1795 16:110$977 13:968$838 ------ + 2:142$139
1796 24:009$725 20:151$372 + 2:142$139 + 6:000$492
1797 17:448$735 16:933$302 + 6:000$492 + 6:515$9258
1798 ---- ---- ----- + 2:969$204
1799 18:331$352 18:383$555 + 2:969$204 + 3:021$407
1800 25:118$402 21:739$879 + 3:021$407 + 6:399$930
1801 25:195$788 23:388$484 + 6:399$930 + 8:206$904
1802 22:592$858 29:018$927 + 8:206$904 + 1:780$835
1803 25:838$971 24:265$606 +1:780$835 + 3:354$200
1804 19:597$641 21:666$484 + 3:354$200 + 1:285$357
1805 25:785$750 20:330$243 + 1:285$357 + 6:740$864
Fontes: A.H.U., D.2473; D.2490;D.2575; D.2673; D.2744; D.2807; D.2989; D.3200; D.3314.

Temos, assim, um aumento constante do saldo da capitania nos primeiros anos


após o fim da anexação. Uma queda nesse quadro só ocorre em 1802, 1803 e 1804
7
Fernando Delgado de Castilho ao descrever as condições econômicas da Parahyba atenta para essa
questão (A.H.U, D. 2178, 1787). É frequente nos relatórios dos Presidentes de Província a queixa sobre
essas condições.
8
As informações sobre os anos de 1795, 1796 e 1797 foram apresentadas por Fernando Delgado de
Castilho em anexo ao relatório já citado enviado à Lisboa em que ele analisa a situação da capitania da
Paraíba quando assumiu. Neste o governador apresenta apenas as receitas e despesas, sem o cálculo dos
saldos, apontando no final o saldo geral dos três anos que foi de 6:515$925. Os demais cálculos foram
feitos por mim. Cf. A.H.U., D. 2473, 1799. O saldo total de cada ano refere-se ao cálculo do saldo anual
mais o saldo que sobrou do ano anterior.

10
devido aos problemas causados pela seca. Contudo, logo após o fim da seca, as receitas
da capitania voltam a apresentar números equiparados aos anteriores. Ademais, vale
destacar que, apesar das dificuldades encontradas com o fenômeno da seca e da queda
dos rendimentos, a Parahyba não apresentou resultados negativos.

Esse quadro positivo mantém-se nas décadas seguintes. Não temos dados
objetivos como os apresentados pelos governadores entre os anos de 1795 e 1805,
contudo, a historiografia e outras fontes nos dão elementos para identificar a situação
econômica da Parahyba entre 1806 e 1837, que não apresentou foi das mais
desesperadoras.

A década de 1810 foi marcada pela abertura dos portos brasileiros ao mercado
internacional, não se restringindo apenas a Portugal. Isso representou um aumento
significativo nos números de importações e exportações do Brasil. Esse período, porém,
apresentou quedas constantes nos preços do açúcar e algodão, interferindo na economia
do Brasil (PRADO JÚNIOR, 2006; PINTO, 1988).

Na Parahyba, esse período teve como principais características o fortalecimento


da produção algodoeira, que crescia desde o final do XVIII. Para Horácio de Almeida, a
década de 1810 também é positiva, pois com a abertura dos portos, instalou-se na
capitania o negociante inglês Mac Klakan que movimentou o mercado da Parahyba
exportando açúcar, algodão, couro, madeira etc (ALMEIDA, 1978, p. 89).

Em três décadas, a Parahyba sofreu apenas com duas secas: 1825 e 1838, que
interferiram na produção. Não identificamos nenhuma enchente que tivesse
comprometido as margens do rio Paraíba. Desta feita, nada nos leva a crer que houve
uma mudança radical na economia da Parahyba no período referido. As únicas
oscilações que poderiam interferir estavam ligadas ao mercado externo que, na década
de 1820, não foi favorável.

Os números positivos do início do século, aliados ao quadro também positivo do


final da década de 1830, nos leva a acreditar que não houve uma mudança muito radical
na economia da Parahyba entre 1806 e 1836. A partir de 1837, os Relatórios de

11
Presidente de Províncias trazem-nos dados sobre os rendimentos da província. De
acordo com os números dos Presidentes:

Tabela 2 – Receitas e despesas da Província da Paraíba (1837 – 1850)


Ano Receitas Despesas Saldo
1837 96:892$000 86:146$000 + 10:746$000
1838 --- --- + 18:952$892
1839 135:995$132 112:188$298 + 23:806$936
1841 146:776$251 144:326$612 + 2:449$639
1842 157:660$980 116:670$375 + 40:990$605
1843 143:956$207 121:162$623 + 22:793$584
1844 114:912$585 94:016$974 + 20:895$611
1845 158:400$294 105:881$937 + 52:518$357
1846 177:143$209 162:699$792 + 14:443$792
1847 157:972$593 130:598$721 + 27:373$887
1848 195:884$304 146:843$706 + 49:035$798
Fontes: Relatórios de Presidente de Província da Paraíba entre 1837 e 1850.

Esses números, como os demais aqui discutidos, são apenas aproximações e não
podem ser levados em conta de maneira absoluta. Sabemos que os cálculos feitos
possuíam falhas, além de que boa parte da produção da província continuava saindo
pelo porto de Recife. Contudo, mesmo com as ressalvas, os dados apresentados podem
nos ajudar a pensar a economia da Parahyba no final da primeira metade do XIX.

O que podemos observar é uma situação crescente nas rendas na Parahyba até
1840, ano de seca na província, que apresentou uma queda abrupta em seus
rendimentos. Em 1843 e 1844, outra seca afetou a referida província, contudo, ao que
parece, não impactou diretamente nas rendas. Da mesma maneira como ocorreu no
início do século XIX, a Parahyba manteve-se com saldo sempre positivo, apesar das
oscilações.

12
As exportações também se apresentaram superiores às importações, culminando
em anos de superávit entre 1837 e 1850. Com o gráfico a seguir, podemos identificar
melhor a relação importação/exportação da Parahyba.

Gráfico 3 – Exportações e Importação da Província da Paraíba (1836-1849)


1,400,000

1,200,000

1,000,000

800,000
Exportação
600,000 Importação

400,000

200,000

0
1836183718381839184018411842184318441845184618471849

Fontes: Relatórios de Presidente de Província da Paraíba dos anos de 1837 a 1850; Pinto (1977, vol. 2).
Com exceção do ano de 1845, as importações foram sempre inferiores às
exportações. Ou seja, a Parahyba durante décadas, vendeu mais do que comprou,
deixando sua balança comercial sempre favorável. Isso está expresso também nas
receitas e despesas que já discutimos anteriormente.

Dessa maneira, a Parahyba encontrava-se na primeira metade do século XIX em


uma situação positiva. Claro que, se a compararmos às regiões como Pernambuco,
Bahia e Rio de Janeiro, há uma desproporção muito grande das atividades produtivas.
Contudo, dentro de suas especificidades e limites, o quadro econômico da Parahyba no
início dos oitocentos era favorável aos produtores. Se havia aumento na produção, a
demanda por mão-de-obra escrava crescia. No próximo tópico, abordaremos a
propriedade escrava na Parahyba e a demanda pelos escravizados africanos.

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A posse escrava na Parahyba oitocentista

Fundada em 1585, a cidade da Parahyba do Norte9 teve como principal e inicial


objetivo a produção canavieira, sendo uma extensão da zona produtiva de Pernambuco,
um das mais bem sucedidas do Brasil do século XVI. Instalada às margens do rio de
mesmo nome, a Parahyba logo passou a ser uma área econômica importante para o
mercado do açúcar, sendo invadida no século XVII pelos holandeses10.

Com o decorrer do tempo, a cidade foi ampliando-se e diversificando sua


produção, permanecendo como prioritária, porém, a produção canavieira. Não vamos
adentrar nos detalhes da descrição da cidade no período analisado. Conseguimos
constatar, entretanto, que a capital da Parahyba permanecia, até a metade do século
XIX, em uma situação de pouca urbanização e modernização. De acordo com os
estudos de Irene Rodrigues Fernandes e Laura Helena Amorim (1980), a cidade da
Parahyba estava, em meados dos oitocentos, com

Uma rede urbana carente de meios de comunicação eficientes; ruas sem


possuírem um traçado regular que lhes desse uma feição de cidade; falta
de cuidados no que tange à saúde pública em relação ao escoamento de
matérias pútridas; e assim, sucessivamente, podemos enumerar muitos
outros aspectos. Continuava carente de estradas que a comunicasse com
as áreas vizinhas. O porto continuava relegado a segundo plano,
necessitando de uma reforma radical – tanto o cais do Varadouro,
quanto o de Cabedelo. Já em 1818 era aquele quais, ridicularizado pelo
engenheiro Francisco da Silva Retumba que o classificava de ‘pequeno
parapeito arruinado e dentre em pouco caindo aos pedaços’
(FERNANDES; AMORIM, 1980, p.176).

9
A cidade da Parahyba teve vários nomes em sua história. Foi fundada com o nome de Nossa Senhora
das Neves. Após a União Ibérica, tornou-se Filipéia e sob o domínio holandês mudou para Frederica,
retomando o nome inicial após a expulsão dos neerlandeses. A partir do século XVIII comumente foi
chamada de Parahyba do Norte. Este nome permaneceu até 1930, quando passou a ser denominada de
João Pessoa. Almeida (1978) traz uma discussão sobre a fundação da cidade e de suas várias
denominações.
10
Sobre o processo de conquista e colonização da Parahyba, sugerimos a leitura de Gonçalves (2007).

14
Essa mesma situação foi encontrada por viajantes como Henry Koster que, em
1810, visitou a cidade. Para o inglês, a capital da capitania era ainda uma cidade
pequena e com uma arquitetura modesta. Em suas palavras, a cidade da Parahyba do
Norte encontrava-se na seguinte situação:

A cidade da Paraíba (lugares de menos população nesse nosso País


gozam deste predicamento) tem aproximadamente dois a três mil
habitantes, compreendendo a parte baixa. Há vários indícios de que fora
mais importante que atualmente. Trabalham para embelezá-la, mas o
pouco que se realiza é à custa do Governo, ou melhor, por querer o
Governador deixar uma boa lembrança de sua administração. A
principal rua é pavimentada com grandes pedras, mas deveria ser
reparada. As residências têm geralmente um andar, servindo o térreo
para loja. Algumas delas possuem janelas com vidros, melhoramento há
pouco tempo introduzido no Recife (KOSTER, 2003, p. 94-95).

Ou seja, diante desses relatos, podemos acreditar que a Parahyba não teve muitas
mudanças na sua urbanização durante quase todo o século XIX. A cidade encontrava-se
em uma situação de pouca densidade demográfica (sobretudo, se relacionadas a outras
regiões como Recife), poucas ruas pavimentadas, arquitetura modesta e havia pouca
distinção entre o que poderíamos chamar de rural e urbano.

Assim, até o presente momento deste texto, temos as seguintes informações: a


capitania/província da Parahyba na virada do século XVIII para o XIX apresentou
melhoras na sua condição econômica, mas continuou operando abaixo do que em
relação a outras regiões como Pernambuco; sua capital era uma cidade pouco
urbanizada que vivia muito próxima do ambiente rural; a produção canavieira era a mais
representativa na região litorânea (incluindo a capital), dentre outras como o algodão.
Diante dessa situação, perguntamos: como se dava a posse escrava na Parahyba
oitocentista, em especial, a dos africanos?

O espaço e o tempo que temos são insuficientes para apresentarmos os detalhes


das atividades dos africanos na cidade da Parahyba do Norte. Logo, optamos por um
recorte: trabalhar com os inventários da população desta cidade. Com essa

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documentação, podemos identificar em que atividades os africanos estavam
distribuídos, como se dava a concentração da propriedade escrava, o preço dos
escravizados etc. Infelizmente, temos poucos inventários para o período estudado, cerca
de 50, dos quais 18 já foram sistematizados e apresentamos aqui. Isso se dá, sobretudo,
pela dificuldade de acesso aos acervos dos cartórios, portadores dessa documentação. A
partir dessas fontes, traçamos algumas características da sociedade escravista na
Parahyba, ressaltando que essas informações serão melhor discutidas na pesquisa mais
ampla que estamos desenvolvendo.

Entre 1800 e 1850, até o presente momento, sistematizamos 18 inventários da


cidade da Parahyba do Norte, dos quais 10 eram de mulheres e 8 de homens. A
sociedade oitocentista no Brasil era marcada pelo patriarcalismo, tendo as mulheres
menor espaço, principalmente, no que diz respeito às propriedades. Isso fica expresso
nos inventários. As grandes propriedades eram dos homens e as mulheres apresentavam
propriedade que girava em torno de três escravizados. E como estavam divididas tais
propriedades?

De acordo com os inventários pesquisados, temos o seguinte quadro:

Tabela 3 – Distribuição de escravos de acordo com os inventários (1800-1850)


Quantidade de inventários
Não possui escravos 3 (16,66%)
De 1 a 6 escravos 11 (61,11%)
Cerca de 12 escravos 2 (11,11%)
Mais de 60 escravos 2 (11,11%)
Total 18 (100%)
Fonte: Inventários do Arquivo do Cartório Monteiro da Franca

Temos, diante dessa tabela, uma maioria de pequenos proprietários de terra na


cidade da Parahyba do Norte. Mais de 60% dos inventários pesquisados aponta para a
concentração de 1 a 6 escravizados. Pouco mais de 20% continha mais de 12 escravos

16
como propriedade, sendo apenas 11% os que tinham mais de 60 pessoas escravizadas,
caracterizando uma grande propriedade. Além das dificuldades em se obter
escravizados, devido às condições econômicas, o fato de ser um ambiente urbano (não
completamente rural) pode contribuir na compreensão dessa característica.

O que nos chama atenção é a quantidade de pessoas que não possuíam escravos.
Em uma sociedade escravista, a propriedade de uma pessoa escravizada era o padrão a
ser alcançado. Contudo, a Parahyba não tinha como principal característica a grande
propriedade, chegando a ter muitas pessoas sem escravos. Isso se dava porque a
capitania/província ter uma presença muito grande de pessoas livres pobres. Para se ter
uma ideia, durante a primeira metade do século XIX, calculamos uma média de 13% de
escravizados nos registros de batismo da Freguesia de Nossa Senhora das Neves, cidade
da Parahyba do Norte (GUIMARÃES, 2013).

Esse número não mudou muito em relação ao que foi apresentado por Medeiros
(1999, p. 55). Segundo a autora, a capitania da Parahyba tinha, em 1802, cerca de 20%
de pessoas escravizadas. Esse número caiu a cada década, chegando a apresentar 13%
em 1851. Com efeito, o que podemos identificar é uma redução da quantidade de
pessoas escravizadas (que já não era muito grande) na primeira metade do século XIX
na Parahyba, aumentando a proporção das pessoas livres e pobres. Tais pessoas não
poderiam ter escravos e, quando possuíam, era em pequena quantidade.

Nos 18 inventários pesquisados, constatamos a presença de 264 pessoas


escravizadas. Se pensarmos a distribuição desses escravos de acordo com sua
cor/origem, teremos os seguintes números:

Tabela 4 – Distribuição por cor/origem dos escravizados no inventários


Cor/origem
Africanos 135 (51, 13%)
Cabras 12 (4,54%)
Crioulos 69 (26,13%)
Mulatos/Pardos 26 (9,84%)

17
Não Consta 22 (8,33%)
Total 264 (100%)
Fonte: Inventários do Arquivo do Cartório Monteiro da Franca

Os números demonstram uma presença maciça de africanos e crioulos como


escravizados. A economia da Parahyba, assim, tinha na população africana e seus
primeiros descendentes uma importante fonte de mão-de-obra. Contudo, esses números
não implicam dizer que a maioria dos escravizados na Parahyba era de africanos. Tal
informação precisa ser confrontada com outras fontes. Ademais, como já apontamos,
não era tão simples ter escravos na Parahyba, muito menos africanos.

Se formos analisar os preços dos escravizados nos inventários do decorrer da


primeira metade do século XIX, identificaremos muitas variações. O principal fator de
interferência nos preços era o mercado externo (principalmente, quando havia as
inseguranças diante das leis anti-tráfico). A idade e sexo também eram fatores
importantes. Quanto mais jovem ou mais velho, menor o preço. Além disso, o preço
dependia muito dos avaliadores que calculavam os bens em um inventário. Em
condições parecidas de idade, em uma mesma época, podemos ver discrepâncias entre
os preços dos escravizados de inventários distintos.

Ao calcularmos os números gerais dos preços dos africanos, temos uma média
de 256 mil réis para cada escravizado vindo da África no período estudado. A média dos
crioulos circulava em torno de 343 mil réis. Contudo, esses números não dizem muitas
coisas se analisados de maneira isolada. Se analisarmos os preços dos escravizados de
acordo com a idade, percebemos importantes variações. Os africanos adultos (entre 15 e
40 anos) tinham um valor médio de 479 mil réis. Os já idosos (mais de 40 anos)
custavam cerca de 192 mil. Não conseguimos identificar crioulos com mais de 40 anos,
porém, os adultos tinham um preço próximo da média de 439 mil réis. Era mais fácil,
em linhas gerais, comprar crioulos do que africanos, mas seus valores no mercado não
mudavam muito.

18
A média de escravos por proprietários, de acordo com os inventários
pesquisados, é de 14, 66 escravos. Contudo, esse número também não nos diz muita
coisa. A concentração de escravos era muito alta na Parahyba oitocentista. Como já
demonstramos anteriormente (ver tabela 3), havia uma quantidade muito pequena de
grandes proprietários de terra. Entretanto, esses homens concentravam boa parte da
população escravizada. 211 escravos (79, 92%) estiveram sob a propriedade de apenas
dois homens: João de Mello Azedo e José Gregório da Silva Coutinho. Ou seja, cerca de
10% dos proprietários pesquisados concentravam quase 80% de todos os escravos da
cidade da Parahyba que identificamos nos inventários.

Os 135 africanos identificados estavam distribuídos, sobretudo, nas grandes


propriedades da Parahyba. Dos onze (61,11%) proprietários que possuíam entre um e
seis escravizados, cinco não tinham africanos. Os demais conseguiram comprar
africanos, mas em condições específicas. Os escravizados vindos da África que
pertenciam a Candida Rosa Boaventura, Theresa Maria de Jesus e Antonio José Nunes
de Vasconcellos possuíam idades bastante avançadas. Apenas Antonio Xavier e o
Capitão José Moreira Lima foram pequenos proprietários identificados com africanos
em idade entre 14 e 20 anos. Como já afirmamos, os valores dos escravizados africanos
mais velhos era bem menor do que os adultos em idade produtiva. A posse de poucos
escravos poderia apontar para trabalhos mais urbanos e domésticos.

Essas informações pode nos levar à conclusão de que para se obter africanos na
cidade da Parahyba era preciso ter boas condições econômicas para isso. Para as pessoas
que possuíam poucos escravos, a possibilidade de comprar africanos era reduzida. Esta
só aumentava, quando os africanos iam sendo desvalorizados devido à idade. Além do
mais, comprar escravizados vindos da África era um grande investimento. Para poder
entrar nesse mercado, era necessário ter uma atividade lucrativa que permitisse o
negócio. Como a economia da Parahyba vinha se atingindo números estáveis, muitos
senhores de engenho puderam comprar africanos. Aos pequenos proprietários, esse
investimento não era tão interessante, voltando-se para outros escravos como crioulos,
pardos e cabras.

19
Considerações Finais

A capitania/província da Parahyba do Norte na primeira metade do século XIX


estava em uma situação periférica em relação aos centros econômicos do Brasil
representados por Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro e, depois, São Paulo. Durante
todo esse período, a Parahyba manteve-se em uma situação de relativa dependência
econômica a Pernambuco que culminou, inclusive, na sua anexação à vizinha.

Apesar disso, a primeira metade do oitocentos foi um período positivo para a


economia da dita capitania/província. Se durante quase todo o século anterior, ela esteve
submetida a uma situação de crises sucessivas, nos primeiros anos do XIX, os dados
demonstram relativa melhora na produção, exportação e, consequentemente, nas
receitas da Parahyba. Estas, contudo, continuaram operando em números baixos em
comparação com outras regiões. Essa característica interfere na propriedade escrava e
na importação de africanos para a capitania/província.

Se nos concentrarmos no caso da capital, percebemos que a Parahyba


apresentava poucos proprietários de terras com grandes números de escravos. A maior
parte dos senhores de escravizados possuíam pequenos plantéis. Uma quantidade
considerável de pessoas não tinha escravos. Logo, essa era uma região com propriedade
escrava limitada. Os africanos, entretanto, assumiam uma importante função econômica
na referida capitania/província.

Embora fosse reduzido o número de grandes proprietários, estes concentravam


quase todos os africanos importados para a Parahyba. O crescimento econômico da
capitania/província da primeira metade do século XIX levou a uma maior demanda de
africanos que estava expressa nas grandes propriedades de produção açucareira. Os
escravizados vindos da África assumiam outras atividades produtivas, contudo, a
principal continuava sendo a exportadora. Sendo uma região com muitos pequenos
senhores, a mão de obra de africanos era algo de difícil acesso e só a atividade de
grande porte como a canavieira poderia permitir a compra de africanos.

20
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Fontes Manuscritas

- Arquivo do Cartório Monteiro da Franca (ACMF)

Inventários de:

Aguida Maria da Conceição – 1839

Antonia Isabel da Gama – 1839

Antonio José Nunes de Vasconcelos – 1808

21
Antonio Xavier – 1817

Capitão Aleixo da Costa Cirne – 1825

Capitão José Moreira Lima – 1823

D. Candida Roza ____ Boaventura – 1848

D. Maria Marques da Conceição – 1848

Florencia Maria – 1825

Isabel Maria da Conceição – 1808

João de Mello Asedo - 1851

José Antonio Baptista – 1848

José Gregório da Silva Coutinho – 1818

Maria Francisca – 1826

Theresa Maria de Jesus – 1820

22
- Arquivo Histórico Ultramarino (A.H.U.)

AHU_CU_014, Cx. 30, D. 2178.

AHU_CU_014, Cx. 34, D. 2473.

AHU_CU_014, Cx. 34, D. 2490.

AHU_CU_014, Cx. 36, D. 2575.

AHU_CU_014, Cx. 37, D. 2673.

AHU_CU_014, Cx. 39, D. 2744.

AHU_CU_014, Cx. 40, D. 2807.

AHU_CU_014, Cx. 42, D. 2989.

AHU_CU_014, Cx. 45, D. 3200.

AHU_CU_014, Cx. 47, D. 3314.

AHU_CU_014, Cx. 47, D. 3345.

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26

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