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"Para ajudar o bruxo a realizar sua Arte, o Diabo lhe concedia um ou mais espíritos familiares,

dos quais vemos muito sobre nos registros de bruxaria, e nesta velha ilustração inglesa podemos
ver o Diabo entregando um para uma jovem bruxa. Eles possuíam as mais variadas formas —
talvez a mais comum sendo a de um gato ou cão, mas, às vezes, possuíam formas estranhas.
Estes familiares podiam falar e conversar com sua dama, como visto na seguinte história contada
por Giffard. Uma bruxa confessou que havia matado um homem. [...] Ela disse que possuía um
espírito familiar na forma de um gato amarelo. O gato, segundo ela, veio até ela quando ela
estava sentada à lareira de sua casa, onde há pouco havia brigado com seu vizinho e desejava
que a ira de Deus recaísse sobre ele. O gato lhe disse para nada temer, pois ele não faria mal
algum a ela; ele havia servido uma outra mulher durante cinco anos em Kent, mas que ela
falecera, e, se ela quisesse, ele agora a serviria. "E, se quiser", disse o gato, "posso amaldiçoar o
homem que lhe fez mal e seu gado." Ela concordou e enviou o gato, que matou três porcos e
uma vaca. Seu vizinho, suspeito [que fora vítima de bruxaria], queimou um porco vivo e agora,
como ela disse, o gato não podia mais se aproximar.
Após um tempo, a mulher e o homem tiveram outra discussão; ela enviou seu gato e ele lhe
prometeu que dessa vez o homem não escaparia; e assim ocorreu, pois ele morreu pouco tempo
depois."
— "The Devil in Britain and America", pág. 157, de John Ashton.

por Michael Soares

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