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"Trabalho apresentado durante a Semana Gaúcha de Pediatria. Porto Alegre, novo 1972.
Arq. bras. Psic. ap!., Rio de Janeiro, 25 (3) :39-50, ju!.fset. 1973
teriza a fobia escolar como Ullla "condição clínica, ligada a um estado
agudo de ansiedade relativa ao comparecimento à escola. Acrescenta que
a própria palavra fobia sugere uma ansiedade localizada ou circunscrita à
freqüência à escola". Mas na opinião ele Lippmann, comumente a criança
que tem medo de ir à escola terá ansiedades em outras áreas - embora
aparente ter bom ajustamento à vida e à própria escola - a partir do
momento em que surge, de maneira súbita e dramática, a fobia escolar.
Evidentemente, essa fobia não constitui um quadro clínico em si: é
manifestação sintomática das mais diversas situações internas e externas,
isto é, relacionadas com ansiedades e fantasias mal elaboradas da própria
criança, e que poderão eventualmente ser exacerbadas por circunstâncias da
vida familiar ou da própria escola.
As manifestações de fobia escolar também podem variar: a criança
pode entrar em pânico e recusar-se definitivamente a sair de casa para ir
à escola; ou pode chegar a entrar na classe, para em seguida sentir-se
mal, apelando para professores, e estes para a família, a fim de que
seja retirada e volte para casa. O mal-estar alegado com essa finalidade -
geralmente um mal-estar físico tal como cólica, dor de cabeça, tonteira
ou qualquer outro - em geral desaparece tão logo a criança é atendida.
E o exame médico constata que não existe, de fato, nenhuma anormali-
dade nas condições físicas dessa criança. Em alguns casos, ela estará de
fato, sentindo dor ou mal-estar; em outros, saberá que essa é a melhor
forma de alarmar os adultos e terá consciência de que não está realmente
sentindo qualquer complicação, do ponto de vista orgânico.
Uma manifestação particular de fobia escolar é a fuga da escola, que
aparece em casos como o que foi relatado por ]ames Hood (2), num
trabalho publicado numa revista inglesa de psicoterapia infantil: Peter,
de seis anos, fugiu da escola cinco vezes, causando alarma no colégio e na
família, tendo de ser praticamente "caçado" pelo porteiro da escola, com
ajuda de um policial e do pai da criança.
No livro de Lippmann, já citado, são relatados dois casos de pré-
adolescentes, de 12 anos, com fobia escolar. Em nossa experiência, o sin-
toma surge com mais freqüência na idade escolar e pré-escolar.
Convém assinalar que nem toda recusa a ir ou a permanecer na es-
cola pode ser caracterizada como fobia escolar; não nos parece que os
adolescentes que faltam às aulas para se entregarem deliberadamente a
atividades recreativas de qualquer natureza, possam ser enquadrados nessa
categoria. É mais importante, no entanto, acentuar como normais as difi-
culdades de adaptação da criança quando ela começa a freqüentar o
jardim da infância. Nessa situação, há uma ansiedade de separação da mãe
e do ambiente familiar que, se bem controlada, tende a desaparecer.
Ana Freud e "Vinnicott estudam minuciosamente a dinâmica da
evolução da criança da dependência para a independência (1, 4) .
Winnicott menciona inclusive uma etapa que corresponde a um misto
de dependência e independência em que a criança "faz experiências de
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independência, mas tem necessidade de poder reexperimentar a dependên-
cia". Assim, a criança que vai sem dificuldade ao maternal no primeiro
e no segundo dia pode-se recusar a permanecer na escola no terceiro,
mesmo que nada tenha ocorrido no colégio que possa ter contribuído para
essa recusa.
O manejo hábil de cada caso, considerando as circunstâncias indivi-
duais e da família, depende muito da sensibilidade e do grau de ansiedade
dos pais. Quando existe um bebê recém-nascido em casa, por exemplo, o
irmão mais velho pode-se recusar a ficar no colégio para defender sua
quota de atenções da mãe, que teme seja totalmente absorvida pelo recém-
chegado. O pânico, embora totalmente irreal, de ficar sem carinho, pode
conduzir a criança a uma fobia escolar.
A fantasia de que durante o horário escolar os pais estarão juntos
para que desse encontro venha a nascer novos irmão pode concorrer para
que a criança queira permanecer em casa, tentando controlar e evitar que
isso aconteça.
Anna Freud (1) assinala a diferença entre a dificuldade normal do
bebê em separar-se da mãe e os casos de fobia escolar:
"Nestes últimos casos, o sofrimento experienciado com a separação
da mãe, dos pais ou do lar se deve a uma excessiva .ambivalência para
com eles. O conflito entre o amor e o ódio aos pais só pode ser tolerado
pela criança na presença reasseguradora deles. Na ausência, o lado hostil
da ambivalência assume proporções assustadoras e o agarramento à. figura
dos pais, amados de forma ambivalente, é a maneira de salvá-los dos de-
sejos de morte, fantasias agressivas etc. da própria criança. Em contraste
com o sofrimento da separação do bebê, que é aliviado pelo encontro com
os pais, nos conflitos de ambivalência, esse encontro só funciona como
paliativo; nestes, somente a compreensão analítica do conflito de senti-
mentos pode curar o sintoma."
Convém esclarecer que essa compreensão (insight) não é função da
família, e sim do profissional adequadamente habilitado.
A melhor contribuição da parte da família será, no caso, além de
um clima tranqüilo e afetuoso, a procura de ajuda profissional, quando
necessária.
Se a família se mostra tanto ou mais ansiosa que a criança que não
consegue ir à escola, torna-se incapaz de ajudá-la a vencer sua dificuldade.
Lembro-me de certa mãe chorando em desespero ao relatar suas tenta-
tivas para convencer a criança a permanecer na escola: prometera pre-
sentes, castigos, fizera todo tipo de chantagens e ameaças. E resumia: j<i
fiz tudo. Perguntei-lhe se já tinha experimentado não fazer nada. :Muito
surpresa, respondeu que não se lembrara dessa atitude. Poucos dias depois,
comunicava que a criança estava freqüentando o colégio tranqüilamente.
Em outros casos, a família tem necessidade inconsciente de culti"ar a
dependência da criança. Para esses adultos, o fato de que o filho ou filha
possa passar algumas horas do dia perfeitamente feliz no convívio com
estranhos - professores e colegas - representa uma decepção extremamente
Fubia ('sco/ar 11
dolorosa. Sem que ° percebam, transmitem à criança a idéia de que fora
de casa está o perigo. Em perguntas insistentes, indagam se a criança foi
agredi da por colegas, se alguém se apoderou de algum de seus objetos e
procuram verificar, ansiosamente, se a professora é atenta e carinhosa.
Xenhuma dessas atitudes, por si só, provoca o pavor da escola, mas
constitui uma desajuda para a criança naturalmente receosa de enfrentar
o ambiente escolar.
Em outras situações vêm ainda de mais longe os elementos que podem
contribuir para instalar na crianca uma reacão violenta de resistência a
freqüentar as aulas: é que nem 'sempre a própria escola é o ambiente
adequado para determinada criança.
Há mais de 40 anos, Ferriere escreveu a respeito de "A escola sob
medida", isto é, a que se adapta às necessidades de cada criança. Infeliz-
mente, essa idéia nem sempre é posta em prática e muitas vezes a criança
é sacrificada em favor de critérios e programas preestabelecidos, que não
lhe são convenientes. No caso, a recusa a freqüentar a escola é um protesto
sadio.
H{l pouco tempo, vimos uma menina de seis anos que tinha ficado "em
recu peração", isto é, teve prorrogado seu período escolar de 71, privada
de férias, por não apresentar um "rendimento" satisfatório no jardim da
infância, quando tinha ainda cinco anos. Fora-lhe exigido um esforço extra
para que fosse promovida ao pré-primário, que está cursando agora, acom-
panhada por uma professora particular que lhe dá aulas, além do horário
escolar. Essa menina declara francamente que detesta o colégio, protes-
tando sadiamente contra uma superexigência em desacordo com seu nível
de desenvolvimento, e porque lhe é permitido e ela consegue verbalizar
esse protesto, não provocou uma fobia escolar. Mas o que se quer exem-
plificar no caso dessa menina é a violência contra o seu desenvolvimento
natural, que se pretende acelerar a qualquer preço, e que, em muitos
casos, pode provocar aversão definitivamente à escola e ao estudo.
Essa violência, esse desrespeito às condições de desenvolvimento na-
tural pode ser exercido de várias formas, seja numa disciplina por d~mais
restrita, com hora marcada para ir ao banheiro, por exemplo, ou através
de um currículo sobrecarregado de matérias e de deveres. Tal currículo
pode ser estimulante para certas crianças, mas em outras pode desenvolver
o medo do fracasso. Se a criança não suporta essas condições de exigência,
pode recorrer à fobia para escapar delas.
l\!ais uma vez essas deficiências e falhas da escola, em si mesmas, não
serão suficientes para provocar a fobia escolar. A criança que tem con-
dições internas que não a predisponham para esse tipo de comportamento
irá reagir de maneira diferente, encontrará outro tipo de protesto. Mas
se não tiver condições internas para tanto, poderá recorrer ao pânico para
defender-se - embora de maneira inadequada - de uma situação externa
também incorreta.
Para voltar novamente à criança, num outro plano, convém lembrar
aquelas que sentem desconforto na escola e procuram livrar-se dela porque
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têm dificuldades de visão e de audição, que não lhe permitem uma 111-
tegração satisfatória nas atividades de classe. Uma investigação rigorosa,
feita por especialista, deve ser de rotina como ponto de partida para qual-
quer dificuldade de adaptação à escola e também nos casos de fobia
escolar.
Os processos utilizados para atender aos casos de fobia escolar serão
variáveis, de acordo com as condições de cada criança e de seu ambiente.
Alguns deles serão resolvidos com um simples esclarecimento para a fa-
mília, quando as condições externas são as mais atuantes ou concorrem
predominantemente para fobia escolar. Em outros, torna-se necessária uma
intervenção terapêutica, e se o núcleo do problema está nas fantasias in-
conscientes da criança, estas terão de ser trabalhadas através de trata-
mento psicanalítico.
Este nem sempre é o tratamento clássico, de longa duração. No caso
de Peter, citado inicialmente, a situação de crise foi resolvida mediante
duas consultas terapêuticas, tomando como base a experiência de Winnicott
(5) . O problema de Peter foi solucionado com esses contatos breves e dois
anos depois ele continuava freqüentando a escola sem dificuldades. Em
outros casos, o tratamento prolongado torna-se necessário, bem como o
acompanhamento por meio de entrevistas paralelas com os pais.
Nos Estados Unidos, estão sendo utilizadas as técnicas de condiciona-
mento operativo, na linha de Skinner. aparentemente com o objetivo de
obter resultados mais rápidos e mensuráveis. Essas técnicas se caracterizam
pela gratificação imediata do sucesso e se colocam em posição oposta à da
psicanálise.
Nos exemplos que passamos a relatar, veremos que nem sempre a
indicação do psicólogo é posta em prática, mas que se podem obter resul-
tados satisfatórios tanto nos casos em que se procura modificar a situa-
ção externa, como naqueles em que as fantasias são trabalhadas, depen-
dendo das condições específicas de cada criança. 1
Fobia escolar 43
tra concluiu a ausência de qualquer distúrbio somático. E já manifestara
esse mesmo comportamento aos cinco anos, conseguindo superá-lo através do
reasseguramento da mãe, que permanecia com ele no colégio. Mas agora o
sintoma recrudesceu com mais intensidade. Além da recusa à escola, E vem
controlando a vida da mãe, querendo saber se saiu, onde foi, quanto tempo
demorou e com quem foi. Sabendo que ela faz muita questão que
ele freqüente festas infantis, E recusa-se a aceitá-las. No entanto, passa
fins de semanas com amigos e, estando em casa de um deles, num bairro
distante, telefonou ,\ mãe com voz de choro, pedindo-lhe que viesse ime-
diatamente. Atendido, recebeu a mãe rindo muito, dizendo que queria
mostrar-lhe apenas um brinquedo interessante do amigo.
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mos conhecimento de que, tendo ambos chegado muito antes da hora, ele
reclamara com a mãe insistentemente pelo fato de não ser chamado ime-
diatamente. Seu aspecto e atitude contrastam de maneira flagrante com a
descrição que ouvíramos, antes, de um menino sofredor que se queixa
de "dor na barriguinha". É um menino bem desenvolvido, sério, aparen-
tando mais idade do que tem. Desinibido, não deixa transparecer qual-
quer ansiedade. Comunica-se e verbaliza com facilidade, em tom de voz
desembaraçado. Evita falar no problema que o traz a consulta, dizendo
apenas que nem sempre está contente na escola. Percebe-se sua ansie-
dade apenas no olhar desconfiado que dirige à examinadora a todo momen-
to enquanto trabalha com aquarela. Interessa-se muito pelas bolas de borra-
cha, procurando fazer com elas o que ele mesmo chama de "malabarismo",
insistindo em saber onde foram compradas e quanto custaram, pois quer
que a mãe lhe compre bolas iguais. Brinca· com animação e à certa
altura declara que gostaria de ficar ali a tarde toda. Quando avisamos
que terá mais 10 minutos, dirige-se à caixa de aquarela e passa a sacudir
o pincel molhado, sujando toda a sala à sua volta, muito agitado, di-
zendo que é assim que faz no colégio. Ao terminar o tempo, leva a bola
para mostrá-la aos pais e exigir que lhe comprem lima igual.
Fobia pseolar 45
Fábio: seis anos e seis meses, pré-primário.
Família: Pai: 33 anos. Comerciante.
Mãe: 26 anos. Estudante.
Irmã: três anos.
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A tendência de ambos é atribuir as dificuldades de F à influência da avó.
No entanto, a mãe rompeu com essa avó quando F tinha dois anos, e atual-
mente descrevem as relações entre nora e sogra como "paz armada". F visita
a avó, mas os pais se mostram muito empenhados em descobrir meios de
evitar essa convivência. A mãe de F voltou a estudar recentemente. Sua
ansiedade, por ocasião do nascimento da criança, leva à suspeita de que
a imagem da avó esteja bastante atingida e talvez desfigurada por fan-
tasias de ambos os pais, nesse ponto. perfeitamente identificados.
Conclusão: F parece estar fazendo uma identificação com sua mãe, extre-
mamente ansiosa e perseguida, e não consegue encontrar ajuda no pai
porque este também aparenta ter grande afinidade com a dificuldade
específica da mãe. A criança está sob o jugo de um superego terrivelmente
severo e ameaçador, não conseguindo evoluir adequadamente devido a essa
identificação. Não pode ser espontâneo, age todo o tempo sob grande
tensão, exigindo demais de si próprio. Projeta essa exigência no colégio,
julgando-se ali ameaçado de castigo severo se não acertar nos deveres. O
colégio, no entanto, é muito conhecido como extremamente liberal, seu am-
biente é permissivo e as professoras são muito tolerantes. Todo esse clima de
permissividade parece deformado na fantasia de F que se apavora diante
ele ameaças imaginárias.
Fnbia escolar 47
chegou a ser por eles procurada, mas o tratamento nem mesmo se iniciou.
Alegando uma viagem próxima, os pais de F encaminharam por sua vez
a essa psicóloga outro cliente de suas relações. Parece ser uma caracterís·
tica dessa família a de colocar fora deles suas dificulades: a perseguição
interna dos pais est,í na avó, a exigência da própria criança está colocada
na escola e a doença de F provavelmente será tratada em outras criança.
1R
Nos três casos relatados em breve síntese, pode-se constatar uma variedade
de situações e uma gradação de dificuldade. :l
.1\'0 caso de Eurico, não se poderia mesmo falar em fobia escolar, e sim
de uma utilização de grande empenho dos pais, no ajustamento e rendi-
mento escolar, do qual se serve a criança para controlar a família. O que
ele está fazendo com os adultos é uma manipulação da qual eles não se
tinham apercebido e da qual, uma vez alertados, estão sabendo se defender.
São pais ansiosos, não há dúvida, mas E está explorando conscientemente
essa ansiedade.
Fobia escolar 49
sobretudo na marcha, que se assemelhava a passos de balé clássico. Revela
boa habilidade manual e fantasia rica, utilizando plenamente o material
que lhe é proporcionado. Usava principalmente os bebês, cuidando deles
com desvelo e mostrando interesse em cuidar de si própria, em lavar-se
e enxugar·se.
]\'" a fase inicial do tratamento, saía freqüentemente da sala de terapia
para comunicar-se com a mãe. 1\0 entanto, na última sessão, próxima a
uma ausência mais prolongada da terapeuta, resistia a interromper a sessão,
quando seu tempo terminava. Mostrava assim, de forma insistente, de
um lado, o receio de desligar-se da mãe, de outro, o desejo de ligar-se
à terapeuta.
Com cerca de dois meses de tratamento, ao terminar um período de
férias escolares, resolveu trazer para a sessão de terapia sua merendeira e,
durante todo o tempo, só realizou atividades que se assemelhassem às do
colégio. Parecia simular exatamente uma situação escolar, inclusive -
segundo a mãe - mostrando, nesse dia, pela primeira vez, certa resistência
em vir ao consultório. No dia seguinte, reiniciadas as aulas, passou a
freqüentá-las sem apresentar qualquer dos problemas anteriores.
Surgiu depois uma grande preocupação de G com os demais clientes
da terapeuta, hostilizando-os, sobretudo através dos bonecos, que passa a
considerar sujos e desagradáveis. Simultaneamente passou a lavar a sala
com água e sabão, com grande escrúpulo. Sua enurese chegou a desapa-
recer, para voltar a ocorrer de novo. A maior transformação observada em
G é quanto à sua maneira de apresentar-se: passa a vir mais à vontade,
chegando a brincar descalça, tirando os sapatos. Sua marcha artificial, tão
acentuada no início do tratamento, desapareceu por completo. Quando
tentou executá-la em fase recente, não conseguiu equilibrar-se e achou
graça na situação. Certa vez trouxe para a sessão uma boneca sua, bem
vestida e de chapéu, para alterar-lhe completamente o vestuário e o pen-
teado formal, fazendo-lhe um penteado de criança. Resta um longo tra-
balho a ser feito com G, mas já se pode observar que consegue agora sen-
tir-se aceita como criança e, como tal, permite-se freqüentar a escola sem
problemas. Em casa, segundo declara a mãe, está-se comportando como
uma criança travessa.
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