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Mas não se pode delimitar somente a esses artigos, pois existem várias outras
situações, outras formas de duração de trabalho. Como foi dito anteriormente,
essa é a regra. Existem várias outras formas de duração e jornadas de trabalho
para se contratar. Para entender melhor a diferença dos conceitos de duração
jornada e horário de trabalho observemos os seguintes conceitos.
Podemos analisar que a duração de trabalho vai além do que as oitos horas
trazidas pelas normas jurídicas, envolve questões de convívio social do
empregado, uma vez que toda pessoa precisa de descanso e interação e para
isso ela precisa de tempo. Sem falar que o descanso é extremamente importante
para a produtividade do empregado, pois o empregado que descansa produz
muito mais.
Por horário de trabalho podemos dizer que é a hora que o empregado entra na
empresa e sua saída aquilo que foi acordado no contrato de trabalho.
Ainda nesse diapasão o notável doutrinador Carlos Bezerra Leite conceitua
horário de trabalho como sendo “Horário de Trabalho tem um significado ainda
mais restrito e concerne ao lapso temporal compreendido entre o início e o termo
final de uma mesma jornada diária. Abarca, assim, o período relativo ao início e
o término da jornada, bem como os respectivos intervalos.” (BEZERRA LEITE
2017)
No que tange à classificação da jornada de trabalho, pode ser dar quanto à sua
duração e quanto ao período em que é prestada. No que se refere à duração,
“[...] a jornada pode ser classificada em jornada normal que, por sua vez, divide-
se em jornada normal máxima e em jornada normal especial, e em jornada
extraordinária ou suplementar”. A respeito do período em que é prestada, “[...] a
jornada de trabalho pode ser diurna, noturna ou mista”.
Em se tratando da jornada máxima diária, esta deve, via de regra, ser de oito
horas diárias, com a possibilidade de ser estipulada jornada diferenciada por
iniciativa do empregador, tendo como exemplo algumas categorias profissionais,
que “[...] por meio de normas autônomas e Heterônomas, de jornadas inferiores
a 8 horas diárias, como os bancários, médicos, telefonistas etc.”. A efetiva
prestação de serviço “[...] após o limite máximo diário (8 horas) implica, em
princípio, o direito do trabalhador perceber adicional de horas extras, na base
mínima de 50% do valor da hora normal (CF, art. 7º, XVI)”.As horas de Prontidão
fundam-se no artigo 244, § 3º da CLT, e caracterizam-se “[...] quando o
trabalhador fica nas dependências da empresa ou da via férrea, aguardando
ordens. A escala de prontidão não poderá ultrapassar 12 horas”, de modo que
sua remuneração é feita “[...] à base de 2/3 do valor da hora normal de trabalho.O
tempo de prontidão se assemelha ao sobre aviso, porém nesse o empregado
fica próximo a empresa e com um tempo menor comparado ao sobre aviso.
Entende-seporjornadaextraordináriaaquelaprestadapelocolaboradorapós
seuexpedientedetrabalho,conformeartigo59daCLT, fica estabelecido aformade
cumprimento entre empregador e empregado.
4.2 INTERVALOS
Conforme Carlos Henrique Bezerra Leite, “entre duas jornadas diárias ou dentro
da mesma jornada contínua, o empregador é obrigado a conceder intervalos
para repouso e alimentação do empregado”. Esse período de intervalo pode ser
classificado de duas formas, sendo o primeiro intervalo intrajornada e o segundo
intervalo interjornada. O intervalo intrajornada, segundo Henrique Correia, “[...]
ocorre durante a jornada de trabalho. É o período destinado ao descanso e
refeição. Em regra, os períodos destinados aos intervalos não são computados
na jornada de trabalho, isto é, não são remunerados pelo empregador”.
Importante frisar que o artigo 611-A da CLT prevê “[...] a possibilidade de redução
do intervalo intrajornada por meio de acordo ou convenção coletiva de trabalho
desde que respeitado o limite mínimo de 30 minutos”. Já o intervalo
interjornada, “[...] ocorre entre duas jornadas diárias de trabalho. Vale dizer,
entre o término de uma jornada diária e o início da outra, a lei determina um
específico número de horas para que o empregado possa repousar [...]”.
Art. 8º - [...]
§ 3º No exame de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho,
a Justiça do Trabalho analisará exclusivamente a conformidade dos
elementos essenciais do negócio jurídico, respeitado o disposto no art.
104 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), e
balizará sua atuação pelo princípio da intervenção mínima na
autonomia da vontade coletiva.
Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm
prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre:
§ 1o No exame da convenção coletiva ou do acordo coletivo de
trabalho, a Justiça do Trabalho observará o disposto no § 3o do art. 8o
desta Consolidação.
A compensação de jornada de trabalho está expressamente autorizada pelo art.
7º, XIII, da Constituição Federal, o § 2º, do art. 59, da CLT instituiu o chamado
“banco de horas”, Antes da Reforma Trabalhista as horas acumuladas no Banco
de Horas poderiam ser compensadas pelo empregado até o limite máximo de 01
ano. Conforme dispõe o §2º do art. 59 da CLT, porém, o §5º, da CLT, introduzido
pela Reforma Trabalhista, alterou esse limite, tendo reduzido o prazo de
compensação das horas excedentes para, no máximo, 06 meses, onde o banco
de horas poderá ser pactuado por acordo individual escrito.
Segundo o art. 7º, inciso XIV, da CF/88, a jornada diária em turnos ininterruptos
deve ser de no máximo 6 horas, totalizando 36 horas semanais.
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem
à melhoria de sua condição social:XIV - jornada de seis horas para o trabalho
realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;
7. JORNADA NOTURNA
Em se tratando de jornada de trabalho, ela poderá ocorrer em qualquer horário
em que seja designada. Entretanto, por sua natureza, a jornada noturna causa
maior desgaste de ordem biológica, familiar e social, tendo tratamento especial
como demonstrado na norma legal ancorada no art. 73 CLT e art. 7º, inciso IX
da CF/88. Segundo nos assevera DELGADO:
Por causar um desgaste físico e emocional maior, o trabalho noturno tem uma
remuneração de adicional noturno, ou seja, as horas trabalhadas deverão ser
contempladas com um acréscimo remuneratório, como compensação ao
desgaste natural e uma carga de horas trabalhas menor que a diurna. Desta
forma, o legislador buscou dar um tratamento diferenciado ao trabalho noturno,
em contrapartida ao trabalho realizado durante o dia.
9. TRABALHO INTERMITENTE
Com a nova vigência a Lei da Reforma Trabalhista (n. 13.467/17) em seus (art.
443, caput e § 3º; art. 452-A, caput e §§ 1º até 9º, todos da Consolidação) é
disposto sobre o Trabalho intermitente que o “contrato individual de trabalho
poderá ser acordado tácita ou expressamente, verbalmente ou por escrito, por
prazo determinado ou indeterminado, ou para prestação de trabalho
intermitente.” Sendo assim, a prestação de trabalho intermitente de acordo com
§3º do art. 443 da CLT