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Sistema de aterramento elétrico com hastes


envolvidas em concreto
Sérgio R. C. Bezerra e Arnaldo G. Kanashiro

Onde:
Resumo--Este trabalho apresenta os resultados de simulações Rat = Resistência de terra (Ω)
computacionais considerando-se hastes convencionais e hastes ρa = Resistividade aparente do solo (Ω. m)
envolvidas em concreto em sistemas de aterramento. É utilizado L = Comprimento da haste (m)
o programa computacional CDEGS para determinação das
d = Diâmetro da haste (m)
resistências de terra. São utilizados valores típicos de
resistividade do solo e valores medidos de resistência de terra,
sendo comparados posteriormente com resultados obtidos em A expressão (2) pode ser utilizada para calcular o valor da
simulações computacionais. Os valores de resistência de terra, resistência de terra de uma haste de aterramento envolvida em
considerando-se o uso do concreto, apresentaram-se menores do concreto [3]:
que aqueles obtidos com as hastes convencionais. Os resultados
das simulações foram próximos daqueles encontrados em
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medições realizadas no campo. RCE = {ρ c [ln (Dc / d )] + ρ [ln(8Lr / Dc ) − 1]} (2)
2π × Lr
Palavras chaves: aterramento elétrico, haste envolvida em concreto,
Onde:
malha de aterramento, resistência de terra, resistividade do solo.
RCE = Resistência de terra (Ω)
I. INTRODUÇÃO ρ = Resistividade do solo (Ω. m)
ρc = Resistividade do concreto (Ω. m)
A técnica de envolver a haste de aterramento em concreto d = Diâmetro da haste (m)
foi criada pelo engenheiro Helbert Ufer, durante a segunda Dc = Diâmetro do encapsulamento de concreto (m)
guerra mundial [1,2]. Os Estados Unidos, na época, Lr = Comprimento da haste (m)
necessitavam de um aterramento confiável, em seus depósitos,
para evitar a detonação de explosivos durante a ocorrência de Em [4] foi realizada uma pesquisa experimental
descargas atmosféricas. Este tipo de aterramento é conhecido considerando-se malhas com hastes convencionais e hastes e
na literatura como aterramento UFER. Os resultados de Ufer condutores envolvidos em concreto. Foram utilizadas hastes
consideram que o metal encapsulado com concreto atua como de cobre como base para construção da maioria das malhas.
um eletrodo de aterramento eficaz. Na primeira etapa da pesquisa foram consideradas cinco
O concreto é um material utilizado na construção civil configurações: 1 haste simples; 3 e 5 hastes em linha; 3 hastes
composto de uma mistura de cimento, areia, pedras britadas e em V e 3 hastes em triângulo. O local onde estas malhas
água, além de outros materiais eventuais, tais como aditivos. foram construídas possuem solo homogêneo, do tipo arenoso
O concreto é higroscópico, ou seja, absorve umidade escuro, com resistividade em torno de 1000 Ω.m. Para efeito
rapidamente e perde lentamente. de comparação, foram construídas duas configurações com as
Um bloco de concreto enterrado no solo se comporta como mesmas características citadas anteriormente, sendo com 1
um semicondutor com resistividade variando entre 30 e haste simples e 3 hastes em linha, todas envolvidas em
90 Ω.m [3]. Para uma haste convencional, o valor da concreto, na proporção de cinco porções de areia grossa para
resistência de terra pode ser obtido pela expressão (1): uma de cimento. Após o uso do concreto, as hastes e os
condutores ficaram com diâmetro de 40 cm. A redução de
ρa ⎛ 4L ⎞ resistência de terra após com o concreto foi de 38% em
Rat = ln⎜ ⎟ (1)
relação à convencional. No caso da malha com três hastes
2π × L ⎝ d ⎠
alinhadas, a redução foi de 33,9% com o uso do concreto.
Deste modo, os autores [4] apresentaram resultados de
medições que possibilitaram a proposição de uma nova técnica
À CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível de aterramento para sistemas de distribuição de energia, ou
Superior, pelo apoio financeiro através de concessão de bolsa de pós- seja, a utilização do próprio poste duplo “T” como parte do
graduação.
S. R. C. Bezerra é aluno do Programa de Pós-Graduação em Energia da aterramento elétrico, pois com uso das hastes concretadas e
Universidade de São Paulo (e-mail: sergio.eng@usp.br). dos próprios postes, os resultados medidos em campo foram
A. G. Kanashiro é docente e pesquisador do Instituto de Eletrotécnica e excelentes.
Energia da Universidade de São Paulo (e-mail: arnaldo@iee.usp.br).
2

Em [5] foram analisadas alternativas para a construção de internas e a sua localização na rede de aterramento. O MALZ
malhas de aterramento num solo com alta resistividade pode ser utilizado para analisar condutores revestidos com
elétrica, com base em resultados obtidos em medições. Na resistividade e espessura definidas pelo usuário. Esta foi uma
primeira etapa do trabalho foram construídas duas malhas em das principais vantagens do programa, onde se pôde envolver
triângulo, uma com hastes convencionais e outra com hastes a haste em concreto, utilizando um valor típico de
concretadas. A malha, utilizando hastes concretadas, foi resistividade do concreto [3]. As Figuras 1 a 3 mostram as
construída com a mesma mistura de concreto que é usada para configurações consideradas neste trabalho.
construção de postes das redes de distribuição de energia
elétrica. Após a construção das duas malhas, foram iniciadas
as medições através da utilização de um terrômetro digital de
quatro pontas. Os valores de resistência de terra foram obtidos
durante dois períodos (chuvoso e seco). O aterramento que
utilizou hastes concretadas apresentou valores de resistência
de terra significativamente menores quando comparados com
a malha de aterramento convencional. Para o período seco, a
malha com haste concretada apresentou redução de 61% do
valor de resistência de terra em comparação com o valor da
malha convencional. O valor de resistência para o período
chuvoso apresentou redução de 34% em relação à malha
convencional [5]. Fig. 1. Malha convencional com hastes alinhadas.

Os resultados mostrados em [4,5] foram obtidos através de


medições no campo, não sendo realizadas comparações com
cálculos teóricos das resistências de terra. Este trabalho
apresenta os resultados de simulações computacionais de
configurações de aterramento considerando-se hastes
convencionais e envolvidas em concreto. Inicialmente, foram
estudadas configurações simples com o objetivo de se analisar
a influência da haste de concreto em relação à haste
convencional. Em seguida, foram consideradas as
configurações utilizadas em [4], visando a comparação das
medições realizadas em campo com os resultados obtidos em
simulações computacionais.
Fig. 2. Malha com hastes e condutores concretados.
II. METODOLOGIA
O programa computacional CDEGS (Current Distribution,
Electromagnetic Fields, Grounding and Soil Structure
Analysis) é um programa de origem canadense e permite a
análise da resistividade do solo, através da estratificação do
solo por camadas, e de sistemas de aterramento de
subestações, redes de distribuição e linhas de transmissão [6].
O domínio deste recurso ajuda a dimensionar e otimizar
adequadamente os sistemas de aterramento, visando resolver Fig. 3. Malha convencional em forma de V.
uma variedade de problemas. Esta ferramenta possui pacotes
(módulos) de engenharia, tais como: RESAP, MALT e o Os seguintes passos foram adotados para o
MALZ. Os módulos apresentados possuem características desenvolvimento deste trabalho:
específicas, sendo o último voltado para o desenvolvimento a) Configuração da malha de aterramento convencional com o
deste trabalho. Portanto, serão apresentadas as características uso de hastes de cobre;
deste módulo. Os dados básicos a serem fornecidos para b) Configuração da malha de aterramento com hastes e
simulação através do módulo MALZ são: - solo (tipo, condutores de cobre envolvidos em concreto, com as mesmas
resistividade e disposição de camadas); - configuração dos características da malha convencional;
eletrodos (posição física dos condutores). O programa MALZ c) Simulação computacional das malhas de aterramento, (a) e
é uma ferramenta de análise de sistemas de aterramento no (b), para obtenção do valor de resistência de terra. O solo foi
domínio da freqüência, adequado para determinar correntes de considerado homogêneo para todas as simulações;
fuga, campos elétricos e magnéticos gerados por uma rede de d) Simulação computacional da malha de aterramento
condutores enterrados no solo, e potenciais no solo, levando- convencional x malha com hastes envolvidas em concreto.
se em consideração todas as indutâncias e capacitâncias
3

III. RESULTADOS E ANÁLISES


TABELA III
Os resultados apresentados nas Tabelas I a VI são VALORES DE RESISTÊNCIA DE TERRA (4 HASTES).
referentes às configurações das malhas de aterramento
convencionais e concretadas, mostradas nas Figuras 1 e 2. As Rat Rat
Config. Nº de ρ solo
hastes de cobre são colocadas na posição vertical, 30 cm conv. conc.
da malha hastes (Ω.m)
abaixo da superfície do solo, e sua interligação é feita com (Ω) (Ω)
cabos na posição horizontal. As hastes são cilíndricas e Haste
4,0 100 11,6 10,7
cobreadas, diâmetro de 12,5 mm e 2,4 m de comprimento. O alinhada
espaçamento inicial entre hastes é de 3 metros. As Haste
4,0 500 52,2 40,9
interligações das hastes são feitas através de cabos nus, com alinhada
25 mm2 de diâmetro. Os cálculos foram efetuados levando-se Haste
4,0 1000 102,9 78,4
em consideração o valor de resistividade média 60 Ω.m para o alinhada
concreto [3] e diâmetro de 20 cm. Haste
4,0 2000 204,2 153,4
As simulações foram realizadas considerando-se a alinhada
freqüência industrial de 60 Hz. Em seguida, são apresentados Haste
nas Figuras 4 a 6 os valores das resistências de terra referentes 4,0 3000 305,6 228,4
alinhada
a uma haste e hastes alinhadas (2 a 6 hastes), com
resistividades do solo de 100, 1000 e 3000 Ω.m.
TABELA IV
TABELA I VALORES DE RESISTÊNCIA DE TERRA (5 HASTES).
VALORES DE RESISTÊNCIA DE TERRA (1 E 2 HASTES).
Rat Rat
Config. Nº de ρ solo
Rat Rat conv. conc.
Config. da Nº de Ρ solo da malha hastes (Ω.m)
conv. conc. (Ω) (Ω)
malha hastes (Ω.m)
(Ω) (Ω) Haste
5,00 100 10,3 9,6
Haste alinhada
1,0 100 36,7 31,2
simples Haste
5,00 500 44,2 35,3
Haste alinhada
2,0 100 19,0 16,8
alinhada Haste
5,00 1000 86,3 67,2
Haste alinhada
2,0 500 92,6 67,4
alinhada Haste
5,00 2000 170,6 130,8
Haste alinhada
2,0 1000 184,6 130,2
alinhada Haste
5,00 3000 254,9 194,3
Haste alinhada
2,0 2000 368,7 255,8
alinhada
Haste
2,0 3000 552,7 381,3 TABELA V
alinhada
VALORES DE RESISTÊNCIA DE TERRA (6 HASTES).
TABELA II
VALORES DE RESISTÊNCIA DE TERRA (3 HASTES). Rat Rat
Config. Nº de ρ solo
conv. conc.
Rat Rat da malha hastes (Ω.m)
Config. Nº de ρ solo (Ω) (Ω)
conv. conc. Haste
da malha hastes (Ω.m) 6,00 100 9,61 8,9
(Ω) (Ω) alinhada
Haste Haste
3 100 13,9 12,6 6,00 500 38,8 31,5
alinhada alinhada
Haste Haste
3 500 65,6 50,0 6,00 1000 75,2 59,4
alinhada alinhada
Haste Haste
3 1000 130,1 96,4 6,00 2000 147,7 114,9
alinhada alinhada
Haste Haste
3 2000 259,2 189,4 6,00 3000 220,3 170,5
alinhada alinhada
Haste
3 3000 388,3 281,8
alinhada
4

TABELA VI 40
VALORES DE RESISTÊNCIA DE TERRA (7 A 12 HASTES). convencional
35 concreto
Rat Rat 30
Config. Nº de ρ solo
conv. conc.
da malha hastes (Ω.m)

R a t (o h m s )
25
(Ω) (Ω)
Haste 20
7,0 3000 193,4 152,2
alinhada
15
Haste
8,0 3000 175,8 139,0
alinhada 10
Haste
9,0 3000 160,0 128,0 5
alinhada
Haste 0
10,0 3000 148,2 119,0
alinhada 1 2 3 4 5 6

Haste nº de hastes
11,0 3000 138,0 111,0
alinhada
Haste Fig. 4. Malha convencional e malha concretada (ρsolo 100 Ω.m).
12,0 3000 129,4 105,0
alinhada
200
A Figura 4 apresenta os resultados de 1 a 6 hastes em linha convencional
(ρsolo 100 Ω.m). Com uma haste, observa-se redução de concreto
15,5 % no valor da resistência de terra quando é utilizado o 150
concreto. Com a cravação da segunda haste foi obtida redução
R a t (o h m s )

de 11,6%. Quando se aumenta o número de hastes, os valores


de resistência de terra entre a haste convencional e a haste 100
concretada são próximos. Ressalta-se que a resistividade do
concreto é da mesma ordem de grandeza da resistividade do
solo. 50
A Figura 5 mostra que o valor da resistência de terra foi
reduzido em 29,5% com a utilização de duas hastes
concretadas. Comparando-se o valor com três hastes 0
concretadas, houve redução de 25,9% e, quando se aumenta o 2 3 4 5 6
número de hastes, a diferença entre os valores diminui.
nº de hastes
Observa-se na Figura 6, que o valor de resistência de terra
reduziu em 31,0% com a utilização de duas hastes
concretadas. No entanto, com a terceira haste houve redução Fig. 5. Malha convencional x Malha concretada (ρsolo 1000 Ω.m).
de 27,4%. Quando se compara o valor de resistência de terra
da malha, alterando somente os valores de resistividade do 600
convencional
solo, observa-se que com a resistividade do solo maior, há
concreto
uma redução mais significativa na resistência de terra da 500
malha com a utilização da haste envolvida em concreto,
tornando-se mais eficiente o uso do mesmo em solos com 400
resistividades elevadas.
R a t (o h m s )

Na tabela VI, são mostradas simulações considerando-se até 300


12 hastes, tanto para malha convencional como para malha
envolvida em concreto. Desta forma, observa-se que também 200
existe uma saturação na diminuição da resistência de terra
com o aumento do número de hastes. Mantendo-se a mesma
100
configuração da Figura 6 e alterando somente o espaçamento
entre hastes para 5 m, o valor da resistência de terra reduziu
0
em 20,0%, tanto para malha convencional como para malha 2 3 4 5 6
envolvida em concreto. O aumento do espaçamento entre as
nº hastes
hastes faz com que a interferência das linhas equipotenciais
seja reduzida. Fig. 6. Malha convencional x Malha concretada (ρsolo 3000 Ω.m).
5

As Tabelas VII e VIII mostram, respectivamente, os valores configurações com hastes convencionais apresentaram desvios
da resistência de terra medidos em campo [4] e os resultados percentuais de 2,4% até 29,0%, para mais ou para menos.
de simulações realizadas com o CDEGS. As configurações
das malhas são constituídas de hastes cilíndricas cobreadas, TABELA IX
VALORES DE RESISTÊNCIA DE TERRA MEDIDOS EM CAMPO [4] E
com diâmetro de 13 mm e 2,4 m de comprimento, cravadas na
OBTIDOS NAS SIMULAÇÕES COMPUTACIONAIS.
vertical, com 30 cm abaixo da superfície do solo e
espaçamento entre hastes de 3 metros. As interligações das Rat
hastes, quando necessário, são feitas através de cabos nus, Rat
Rat conv. Rat
com 25 mm2 de seção, na posição horizontal. concreto
Config. conv. medido concreto
As simulações foram efetuadas, considerando-se solo medido em
da malha CDEGS em CDEGS
homogêneo, com resistividade de 1000 Ω.m, ou seja, o mesmo campo
(Rat Ω) campo (Rat Ω)
valor mencionado em [4]. Para o concreto foi adotado o valor (Rat Ω)
(Rat Ω)
de resistividade média igual a 60 Ω.m [3] e utilizado o Haste
diâmetro de 40 cm [4]. Todas as configurações de aterramento 402,00 392,3 203,90 201,70
simples
foram simuladas considerando-se a freqüência industrial de 3 Hastes
60 Hz. 130,00 134,70 84,00 80,00
alinhadas
5 Haste Sem
TABELA VII 84,00 118,30 58,75
VALORES MEDIDOS DE RESISTÊNCIA DE TERRA [4]. alinhadas medição
Sem
Em “V” 136,44 169,70 92,53
Rat Rat medição
Configuração Nº de
convencional concreto Sem
da malha hastes Triângulo 130,00 160,00 89,50
(Ω) (Ω) medição
Haste simples 1,00 392,3 201,70
3 Hastes
3,00 134,70 80,00
alinhadas IV. CONCLUSÃO
5 Hastes Sem Este trabalho apresentou resultados de simulações
5,00 118,30
alinhadas medição computacionais de configurações de aterramento
Sem considerando-se hastes convencionais e envolvidas em
Em “V” 3,00 169,70
medição concreto. Foram estudadas configurações simples e,
Sem posteriormente, foram consideradas as configurações
Triângulo 3,00 160,00
medição utilizadas em [4], visando a comparação das medições
realizadas em campo com os resultados obtidos em simulações
TABELA VIII
VALORES DE RESISTÊNCIA DE TERRA OBTIDOS NAS SIMULAÇÕES
computacionais utilizando o CDEGS. Apesar de não se dispor
COMPUTACIONAIS. de um maior número de medições em campo, algumas
observações podem ser feitas:
Rat Rat - A utilização de hastes envolvidas em concreto resultou em
Configuração Nº de
convencional concreto menores valores de resistência de terra, sendo a redução mais
da malha hastes
(Ω) (Ω) pronunciada para solos de resistividades mais elevadas;
Haste simples 1,00 402,00 203,90 - Para as hastes envolvidas em concreto, os valores de
3 Hastes resistência de terra obtidos nas simulações computacionais e
3,00 130,00 84,00
alinhadas as medições realizadas em campo apresentaram desvios de
5 Hastes 1,1 % (1 haste) e 4,8 % (3 hastes);
5,00 84,00 58,75
alinhadas - Com relação às hastes convencionais, foram observados
Em “V” 3,00 136,44 92,53 desvios de 2,4 % a 29,0 %.
Triângulo 3,00 130,00 89,50 Pretende-se, em próxima etapa do trabalho, realizar uma
análise de viabilidade econômica quanto à utilização de hastes
envolvidas em concreto.
A Tabela IX apresenta uma comparação dos valores de
resistência de terra obtidos através de medições no campo [4] V. REFERÊNCIAS
e de simulações computacionais. Para uma haste simples [1] E. J. Fagan and R. H. Lee, “The use of concrete-enclosed reinforcing rods
envolvida em concreto foi observada uma diferença de 1,1 %. as grounding electrodes, IEEE Trans. Power Delivery, vol. 6, n. 4, pp.
Quando são consideradas 3 hastes envolvidas em concreto, 337-348, July/August, 1970.
[2] M. Telló, Aterramento elétrico impulsivo, em baixa e alta freqüências,
alinhadas e espaçadas entre si de 3 metros, foi obtida uma EdiPUCRS, Porto Alegre, 2007.
diferença de 4,8% entre o valor medido em campo e o valor [3] IEEE Guide for Safety in AC Substation Grounding, IEEE Standard 80-
calculado. Os valores de resistência de terra para as 2000, 2000.
6

[4] W. Clausen, M. Faccioni, R. Adroaldo, C. L. Vilson, V. Soligo, M. R.


Lima, E. L. Silva, “Nova técnica de aterramento para sistemas de
distribuição de energia”, in Proc. XVI Seminário Nacional de Distribuição
de Energia Elétrica (XVI SENDI), 2004.
[5] K. Souza, R. Moura, G. Cintra, “Estudo de alternativas para a construção
de malhas de aterramento num solo com alta resistividade elétrica”, in
Proc. II Congresso de Pesquisa e Inovação da Rede Norte Nordeste de
Educação Tecnológica, 2007.
[6] CDEGS – “User’s primers: current distribution, electromagnetic
Interference, grounding and soil structure analysis – SES Safe
Engineering Services & Technologies Ltd, 2000.

VI. BIOGRAFIAS

Sérgio Ricardo Campos Bezerra nasceu em São


Paulo, Brasil, em 27/04/1977. Graduou-se em
Engenharia Elétrica pela Universidade Cruzeiro do
Sul em 2004.
Atualmente é aluno do Programa de Pós-
Graduação em Energia da Universidade de São
Paulo, tendo interesse em pesquisas sobre
aterramento de sistemas de distribuição rural e
urbana.

Arnaldo Gakiya Kanashiro nasceu em Santos,


Brasil, em 11 de janeiro de 1957. Graduou-se em
Engenharia Elétrica pela Escola de Engenharia de
São Carlos da Universidade de São Paulo em 1979.
Obteve o título de Mestre e Doutor em Engenharia
pela Escola Politécnica da Universidade de São
Paulo em 1995 e em 2001, respectivamente.
Atua na Universidade de São Paulo desde 1982,
sendo pesquisador do Centro de Estudos em
Descargas Atmosféricas e Alta Tensão (CENDAT) no Instituto de
Eletrotécnica e Energia da USP. Tem especial interesse na área de alta tensão,
tendo participado de diversos projetos de pesquisa neste tema. É professor do
Programa de Pós-Graduação em Energia da Universidade de São Paulo
(PPGE/USP).

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