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A influência das revoluções religiosas nas

sociedades

Digam-me como é que se sentiriam se cada vez que saíssem de casa tivessem
uma arma apontada à cabeça, só por serem raparigas ou mesmo rapazes, que só querem
ir à escola, ter um futuro diferente daquele que a sociedade lhes proporciona hoje em
dia.
Várias figuras publicas se têm pronunciado sobre a influência da religião nas
sociedades e o que ela pode fazer, principalmente o que de mal pode acontecer, quando
vivida de forma extrema ou radical. A religião desde há muito tempo que influencia as
sociedades tanto no oriente mais conservador como no ocidente mais liberal,
manipulando a forma de vestir, a forma de agir, pensar e ser, roubando parte da
liberdade e identidade de cada pessoa e, consequentemente, de cada sociedade.
Dentro de algumas sociedades, ao longo do tempo, e até mesmo hoje em dia
tem havido revoluções contra fações ou contra a religião dominante de cada país. Estas
revoluções de natureza social, por um lado, têm fomentado evolução social e moral ou,
de forma contrária, têm gerado revolta e mudança em sociedades conservadoras e de
poder autoritário, instaurando cenários de guerra e de terror. A religião, quando levado
ao extremo, tem um impacto nas sociedades severamente acentuado, cortando a
liberdade às pessoas, pois estas já nasceram assim habituadas, conforme os costumes e
limitações da religião em vigor. Quando as pessoas se apercebem deste impedimento
da sua liberdade, isso gera revoluções, gera comportamentos tidos como
revolucionários, mas que no fundo são tentativas de mudança, de conquista de direitos
sociais e morais que estão a se postos em causa e que são a base da vivência de um ser
humano.
Ao longo do tempo as revoluções têm causado feridos de guerra, mortes,
destruição de património, às vezes até atrasos no desenvolvimento económico, pois as
pessoas deixam de trabalhar, ou para se manifestarem para tentarem mudar nem que
seja um pouco sobre a atual situação do país, ou porque têm medo de sair da sua própria
casa. Mas, deixando o lado negativo de parte, quando bem-sucedidas, as revoluções, ou
meros movimentos de revolta, levam à mudança, inspiram movimentos revolucionários
e tornam-se exemplos para outras sociedades se revoltarem também.
Um bom exemplo de revolução bem sucedida no Médio Oriente foi levado a cabo
pela ativista Malala Yousafzai, que ficou conhecida por defender os direitos humanos,
especialmente os das mulheres, contra os talibãs que impediam jovens paquistanesas
de frequentar a escola. A 9 de outubro de 2012, um homem armado abordou Malala
que estava num autocarro escolar e disparou três tiros, tendo ela sido atingida por uma
bala na cabeça. Após isto, Malala ficou em estado grave esteve inconsciente nos dias
que se seguiram. A 12 de outubro, um grupo de 50 clérigos islâmicos paquistaneses
emitiram uma fátua (um pronunciamento legal no islão emitido por um especialista em
lei religiosa sobre um assunto específico) contra quem a tentou matar, mas estes
negaram o seu envolvimento. Isto é um bom exemplo de como Malala conseguiu
sensibilizar os paquistaneses, mesmo os representantes da religião.
A tentativa de assassinato desencadeou um movimento de apoio nacional e
internacional. Por causa de Malala, a ONU exigiu que todas as crianças do mundo
estivessem inscritas em escolas até ao final de 2015.
Um exemplo de uma revolução mal conseguida foi a revolução da primavera
Árabe. As revoltas não trouxeram benefícios às mulheres e a sua situação em países
como o Egito, a Líbia ou a Tunísia não melhorou, tendo até piorado. Vejamos: o Egito é
o pior país, no mundo árabe, para uma mulher viver, de acordo com um ranking
publicado pela Thomson Reuters Foundation, que registou também os perigos que
espreitam as mulheres na Tunísia, país liderado por um Governo islâmico, e na Líbia,
onde os abusos físicos, tentativas de extorsão e raptos de mulheres se tornam mais
frequentes no clima conturbado da pós-revolução.
Há uns meses atrás a jovem iraniana Sahar khodayari, de 29 anos, imolou-se em
frente a um tribunal de Teerão, vindo a falecer, depois de ter sido condenada a seis
meses de prisão por tentar ir a um jogo de futebol. A morte de Sahar suscitou uma onda
de protestos nas redes sociais, com várias figuras mediáticas a pedirem à FIFA que
banisse o Irão das competições internacionais. Em agosto, a agência oficial de
informação iraniana informou que as mulheres seriam autorizadas a assistir, a 10 de
outubro, ao jogo ente o Irão e o Camboja de qualificação para o Mundial de 2022 em
que, por sinal, o Irão conseguiu a sua maior vitória em competições internacionais
oficiais, 14-0.
Em pleno século XXl, assistimos a diferentes movimentos por parte dos líderes
religiosos das três grandes vertentes religiosas (cristianismo, islamismo e judaísmo) no
sentido da união, frente a temas tão importantes para a Humanidade como são as
questões climáticas ou a fome daqueles que menos têm e mais precisam. Na realidade,
sem fações ou extremismos, crentes ou não, é possível canalizar a religião como fonte
de motivo social e como fonte de melhores condições para o ser humano.
Citando o Papa Francisco:
“O bem tende sempre a comunicar-se. Toda a experiência de verdade e de beleza
procura, por si mesma, a sua expansão; e qualquer pessoa que viva uma libertação
profunda adquire maior sensibilidade face às necessidades dos outros”
Beatriz Félix

Diogo Almeida

Guilherme Bispo

Margarida Dentinho

Rodrigo Alcides

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