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MBYÁ
1) DISCURSO MÍTICO, CORPO E ESPIRITUALIDADE
2) ESPECIFICIDADES DA DANÇA DO TANGARÁ SEGUNDO
BIBLIOGRAFIA
5.1 RELATOS SOBRE OS MOVIMENTOS, A ORIGEM DO NOME E SUA
RELAÇÃO COM O PÁSSARO
5.2 ARA PYAU (NO TEMPO NOVO): UMA COMEMORAÇÃO À
RENOVAÇÃO DA VIDA
3) CONSIDERAÇÕES FINAIS
1) INTRODUÇÃO
1
O nome e fonte dos arquivos?
Como escolha metodológica, optou-se pelo aprofundamento em apenas uma
modalidade de jeroky (dança), dentro de entendimento de que é impossível dar conta
dos múltiplos significados das variedades de dança Mbyá. A modalidade a ser
aprofundada aqui neste artigo será a tangara’i ou, a dança do tangará. A dança do
tangará, propriamente dita, é uma “iniciação dos movimentos de agilidade dos corpos”
inspirada nos movimentos do pássaro Tangará (Chiroxiphia Caudata), um dos animais
sagrados mais representativos na cosmologia Guarani (2015: 21). Segundo sua
mitologia, o pássaro Tangará tem o papel de guardião dos xondaro e é ainda aquele
quem ensina a andar na mata (KEREXU, XX). Por sua vez, a dança do xondaro é a
dança ritual de preparação dos guerreiros. O pássaro que ensina a agilidade, a defesa e o
combate.
2009: 132-133).
A escolha dos significados dos Xondáro, como uma das referências culturais
Guarani e objeto de pesquisa, pelos próprios indígenas, reflete a importância dada à
prática da dança como uma expressão do conhecimento coletivo. Como o próprio livro
sugere esta “prática viva entre os Guarani” é fruto da construção e da manutenção da
cultura Mbyá, o que se torna elemento estimulador de registro e de difusão desse saber2.
A relação de transmissão entre os saberes para os Mbyá é central na compreensão da
relevância da prática educativa para a performance artística, pois reflete a dimensão
participativa em que estão inseridos. Uma crítica ao mundo dos Juruá (não indígenas)
construída no livro destaca como o conhecimento guarani é transmitido:
2
A crítica feita pelos pesquisadores indígenas é totalmente pertinente, haja vista
todo esforço do mundo ocidental em representar em disseminar a imagem do “índio
genérico”. Para compreender melhor tal comportamento, este artigo busca refletir sobre
o conceito de arte ocidental a partir de Clifford Geertz em sua obra O Saber Local
(2002) onde reconhece as singularidades do conceito de arte em cultura não-ocidentais,
tecendo uma crítica a visão tecnicista e formalista dos estudos ocidentais de estética em
que afirma
XONDARO-I XONDARIA-I
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SANTOS, Lucas Keese dos. A esquiva do xondaro - movimento e ação política entre os
Guarani Mbyá. Dissertação (Mestre em Antropologia Social). Departamento de
Antropologia, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São
Paulo, São Paulo, 2017.
STEIN, Marília Raquel Albornoz. Kyringüé mboraí: os cantos das crianças e a cosmo-
sônica Mbyá-Guarani. Tese (Doutorado em Música) – Instituto de Artes, Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, Rio Grande do Sul. 2009.