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CADERNO DE
RESUMOS
Entre currículos nacionais e
avaliações internacionais:
os desafios de uma educação global
Luciane Mulazani dos Santos
Geovana Mendonça Lunardi Mendes
Maria Caroline Silveira
(Organizadoras)
CADERNO DE RESUMOS DO
V COLÓQUIO LUSO-BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO
1ª edição
Joinville
2019
PROMOÇÃO:
APOIO:
APRESENTAÇÃO
1
Os anais da primeira edição estão disponíveis em:
http://media.wix.com/ugd/cb5894_cce4608c2eb74f17a04f1ca7d018b8f7.pdf
2
Os anais da segunda edição estão disponíveis em:
http://www.revistas.udesc.br/index.php/colbeduca/issue/view/482
Obrigada
Profa. Dra. Geovana Mendonça Lunardi Mendes – FAED/PPGE/UDESC
Profa. Dra. Luciane Mulazani dos Santos – CCT/PPGECMT/PPGE/UDESC
3
Os anais da terceira edição estão disponíveis em:
http://www.revistas.udesc.br/index.php/colbeduca/issue/view/569
4
Os anais da quarta edição estão disponíveis em:
http://www.revistas.udesc.br/index.php/colbeduca/issue/view/591
PROGRAMAÇÃO E
LOCAL
Endereço: Rua Paulo Malschitzki, nº 200, Zona Industrial Norte, Joinville/SC. CEP: 89219-710
RESUMOS
MESAS-REDONDAS E COMUNICAÇÕES ORAIS
MESAS-REDONDAS
ENTRE AS AVALIAÇÕES
INTERNACIONAIS E LOCAIS:
QUAIS DESAFIOS CURRICULARES?
RESUMOS DAS MESAS-REDONDAS
Nesses últimos dois anos, o tema da internacionalização dos currículos nos contextos da Educação
Básica brasileira, tem sido objeto de minhas pesquisas na Universidade Federal de Santa Catarina.
O objetivo maior é compreender e discutir estratégias, intensidades, alcances e impactos desse
movimento transnacional nos territórios curriculares da educação pública tanto no âmbito das
redes de ensino, quanto das escolas. No recorte mais específico para essa mesa de trabalho,
busco problematizar relações de aproximação e alinhamento que o Conselho de Secretários de
Estado da Educação – CONSED vem construindo, por via de seus discursos e ações, com
proposições educacionais e curriculares de organizações não estatais sejam elas nacionais ou
internacionais. Segundo Maranhão (2000), o CONSED está presente no cenário educacional
brasileiro desde 1983, quando surgiu o Fórum Nacional de Secretários de Educação, efetivando-se
como Associação em 1986. O CONSED tem sido uma entidade visivelmente ativa frente as
importantes decisões da política educacional brasileira como foi, por exemplo, na elaboração do
capítulo da educação na Constituinte de 1988, na discussão da Lei de Diretrizes e Bases de 1996 e
na elaboração dos Planos Nacionais de Educação. O Conselho segue mobilizado para apoiar a
Educação Básica pública especialmente a gerida pelos órgãos centrais das unidades da federação,
com envolvimento em distintos projetos e ações – destaca-se seu recente envolvimento com a
formulação dos textos da BNCC e com o chamado novo Ensino Médio. É, pois, no conjunto dessas
ações e de outras iniciativas que o CONSED vem estreitando relações com outros setores da
sociedade civil, em especial com organizações privadas numa evidente tendência de alinhamento,
estabelecendo, inclusive, parcerias formais com projetos pensados e elaborados fora do contexto
das redes públicas. A participação dessas entidades privadas na chamada frente de currículo e
novo ensino médio, constitui um bom exemplo dessa aproximação. O próprio CONSED informa
que “Instituto Unibanco, Itaú BBA, Oi Futuro, Instituto Natura, Movimento pela Base, Inspirare,
Instituto Sonho Grande, Fundação Telefônica e Instituto Reúna são parceiros nesta iniciativa”. Não
é diferente a mobilização que vem sendo feita pela Associação na formulação da BNCC, processo
no qual a Fundação Leman tem participação fundamental. No relatório do Grupo de trabalho do
CONSED que propõe a criação de Sistemas Estaduais de Avaliação da Educação Básica, aparecem
estampadas as marcas Instituto Ayrton Senna, Instituto Unibanco e Itaú Social como parceiras.
Estes são apenas alguns exemplos de um amplo conjunto de ações indicando essa relação que
rapidamente vai deslocando a gestão curricular da esfera pública para a privada com argumentos
que buscam sustentação em significantes como modernização, inovação, eficiência, qualidade,
etc. Em geral, essas iniciativas aparecem discursivamente associadas a ideia de busca por padrões
internacionais, seja no campo da avaliação de desempenho mensurados em larga escala, seja pela
(re)contextualização de modelos curriculares globais que transitam em distintas escalas
mobilizados pelas chamadas redes políticas transnacionais.
Esta conversa é um convite para reflexões e para manifestações sobre os desafios de uma
educação global nos panoramas construídos entre currículos nacionais e avaliações
internacionais, tema do V COLBEDUCA. Serão abordados os temas currículo, avaliação e
internacionalização em diferentes contextos educacionais, da Educação Básica à Pós-Graduação,
passando pelo Ensino Superior. Os temas formação de professores e profissionalidade docente
serão os fios que ajudarão a tecer a discussão. E, entre mensagens e imagens, serão debatidas
algumas das diferentes formas de representação da avaliação do ensino e do currículo no Brasil e
no exterior. Espera-se, ao final da conversa, construir um conjunto de expressões-chave que
representem a discussão realizada ao longo da mesa-redonda.
ENTRE O TRADICIONAL E AS
INOVAÇÕES: QUAIS TECNOLOGIAS
EDUCACIONAIS?
RESUMOS DAS MESAS-REDONDAS
O contexto desta mesa nasce da necessidade de propiciarmos condições para o uso e apropriação
de tecnologias de maneira participativa, considerando as diferenças e identidades existentes na
sociedade de forma efetiva, criativa, proativa e colaborativa. Independentemente da tecnologia
em questão, é necessário que as pessoas sejam consideradas e ouvidas de forma participativa
para que possam ser engajadas em experiências significativas e positivas por meio de atividades e
dinâmicas que promovam o bem-estar e a inclusão. Promover espaços para entender como essas
experiências devem ser pensadas e viabilizadas é um desafio que requer uma compreensão
situada do contexto a ser trabalhado, sabendo as necessidades, expectativas, valores, dificuldades
e motivações do público-alvo; requer, também, conhecer a realidade socioeconômica, os recursos
disponíveis, a linguagem não verbal da interação cotidiana. O desafio de pensar e propor essas
experiências assume dimensões ainda maiores e demanda responsabilidade, já que nossa
sociedade carrega marcas da exclusão digital e social. Neste contexto, pensar na Educação
brasileira e em viabilizar essas experiências de aprendizado exige manter em mente que ninguém
ensina ninguém: enquanto professores, somos responsáveis por criar ambientes propícios para
que as pessoas construam seus conhecimentos, aprendam, explorem e evoluam de acordo com
suas diferenças. As experiências vivenciadas podem ser traduzidas em ações colaborativas,
buscando a transformação da pessoa e do ambiente em que ela está inserida. A interação da
pessoa com o meio, integrada às competências e o suporte das tecnologias educacionais, podem
fazer com que a aprendizagem se torne mais relevante e concreta. Além disso, deve-se
reconhecer as diferentes formas de busca de conhecimento, seja este regulado ou não, presencial
nos diferentes níveis, híbrido ou totalmente on-line, e as tecnologias educacionais devem permitir
que as pessoas sejam ativas e protagonistas no processo de ensino e aprendizagem. Para tal,
novos modelos de educação serão discutidos por todos os envolvidos, criando uma rede que
produz e compartilha conhecimentos, estimulando o uso de tecnologias para facilitar o
aprendizado autônomo, aberto e de qualidade. Somos parte do processo de construção do
conhecimento e, por isso mesmo, mais uma das partes interessadas nesse processo, carregando a
responsabilidade e a missão de torná-lo rico, importante, motivador e feliz, por meio de práticas
pedagógicas com metodologias inovadoras que considerem as tecnologias digitais como meio, e
que valorizem o conhecimento prévio, contextualizado, dos alunos.
INOVAÇÃO, TECNOLOGIAS
EDUCACIONAIS E PERSPECTIVAS
DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS PARA A
EDUCAÇÃO BÁSICA: DESAFIOS
GLOBAIS
RESUMOS DAS MESAS-REDONDAS
A comunicação desta mesa está inserida como uma das ações do grupo de pesquisa registrado
junto ao CNPQ, Observatório de Práticas Curriculares, o qual coordenamos na UFSC Blumenau. É
também uma ação do projeto de pesquisa intitulado EDUCAÇÃO ESCOLAR, CURRÍCULO E
TECNOLOGIAS: Análise de infraestrutura, formação docente e aspectos didático-pedagógico-
curriculares sobre o uso de tecnologias digitais na escola. O projeto tem como objetivo principal
investigar os usos pedagógicos de tecnologias digitais contemporâneas (computadores, tablets,
celulares, etc.) em escolas públicas da rede estadual de ensino localizadas no município de
Blumenau, estado de Santa Catarina, atentando-se, sobretudo, para elementos didáticos e
pedagógicos que revelem elementos de possíveis mudanças curriculares durante os processos de
ensino e de aprendizagem no ensino de Matemática e Química, relacionando os campos da
Educação, Currículo e Tecnologias. Como ênfase teórica, tem-se diferentes interfaces entre os
campos do Currículo, Formação de Professores e Políticas Educacionais, além de outras linhas de
atuação teórica, como cultura escolar, práticas pedagógicas. No campo macro, realizamos um
mapeamento social das políticas que contemplam os usos de Tecnologias Digitais - TD na escola,
juntamente com um mapeamento da situação de escolas públicas blumenauenses no que diz
respeito à infraestrutura tecnológica, formação docente e práticas curriculares com o uso dessas
TD. Com base nesse diagnóstico, almejamos ao final realizar um estudo qualitativo em escolas,
objetivando investigar em que medida, possíveis mudanças curriculares, especialmente,
vinculadas aos processos de seleção, organização, difusão e socialização do conhecimento escolar
(conteúdos escolares), podem ser identificadas no cotidiano das escolas selecionadas a partir dos
usos das TD e quais dessas relações são possíveis configurá-las como inovadoras ao processo de
aprendizagem dos estudantes. Como base de dados, pretende-se trabalhar com as informações
disponibilizadas nos resultados do Censo Escolar e INEP, bem como dados dos questionários,
entrevistas e, se possível, observações de práticas pedagógicas, todos estes em relações estreita
com disciplinas que ministramos nos cursos de Licenciatura em Química e Matemática, a saber:
Didática; Organização Escolar; Educação, Ciência e Tecnologias. Com o projeto, almejamos criar
redes de pesquisa com outras instituições, inclusive Universidades e grupos de pesquisa já
constituídos, a fim de estabelecer interlocução com a rede pública de educação básica na cidade
de Blumenau, contribuindo com a formação inicial e continuada de professores.
Face às crescentes dificuldades apresentadas pelos discentes no ensino de ciências, tais como
associar fenômenos e linguagens científicas ou compreender a natureza desses saberes e suas
relações com a sociedade, discuto desafios relativos à aprendizagem desses conteúdos visando o
pensamento crítico, com intuito de formar estudantes autônomos e autossuficientes.
Contraponho ao modelo de ensino tradicional, no qual temos um aluno passivo que pouco fala
nas aulas, limitando-se a “absorver” os temas expostos, a abordagem didática investigativa com
foco no desenvolvimento de algumas práticas científicas – nos valemos da metáfora de
aprendizagem como enculturação, na qual aprender ciência é sinônimo de se envolver na cultura
científica, apreendendo parte de suas linguagens, métodos, processos e práticas, adquirindo
novas visões de mundo e ampliando as antigas. Para tal fim, é imprescindível outra lógica além da
formal que predomina nos ensinos básico e superior, denominada informal, que nada tem a ver
com o pensamento informal. Ou melhor, a primeira trata das representações científicas formais
em sua apresentação final, por exemplo, em deduções matemáticas sobre alguma área científica,
e a segunda, que trata das formas como o conhecimento é gerado e validado, tanto na ciência
quanto na sala de aula. Nesse contexto, a argumentação desempenha papel central na construção
de explicações na resolução dos problemas de ciência adaptados ao contexto educacional, visando
o desenvolvimento do raciocínio crítico. Dessa forma, a qualidade argumentativa tem um papel
essencial, por isso, proponho uma ferramenta de análise dessa qualidade, envolvendo formas e
conteúdos para coordenação de alegações e evidências no processo argumentativo de construção
de conhecimentos em sala de aula. Respectivamente, essa maneira de olhar para a justificação
dos conhecimentos, perpassa necessariamente pelos critérios como são validados os saberes e
pelas linguagens utilizadas no contexto escolar. Além disso, em ambas as categorias, há elementos
importantes que envolvem esse processo, a saber: levantamento e teste de hipóteses; seriação,
classificação e organização de informações; explicação; previsão; dedução; indução; abdução e
raciocínio lógico e proporcional. Ao longo desse cenário, destaco o ensino por investigação como
alternativa para um ensino de ciências mais coerente do ponto de vista epistemológico, por meio
de sugestões de atividades em sala de aula.
COMUNICAÇÕES ORAIS
DESENVOLVIMENTO
CURRICULAR
RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES ORAIS
Esta pesquisa traz, primeiramente, considerações apresentadas por dois recentes trabalhos que
buscam o real entendimento do porquê da presença da disciplina de Análise Real, ou Análise na
Reta, nos cursos de Licenciatura em Matemática no Brasil. Com raros trabalhos de pesquisa em
instituições de ensino já realizados acerca deste tema, os autores dos artigos de base divulgam
opiniões de agentes envolvidos no tema: professores e licenciandos. São comentadas algumas
motivações para a existência da disciplina nos últimos períodos da graduação na visão dos
próprios envolvidos. Após pesquisa e análise bibliográfica, partiu-se para uma pesquisa qualitativa
por meio de questionário via internet. Buscou-se investigar na região de Joinville, no Estado de
Santa Catarina, a opinião de licenciados em Matemática acerca dessa disciplina. Perguntou-se, em
resumo, o que se lembravam da disciplina, a forma como a mesma foi ministrada, como foi o seu
desempenho acadêmico e o quanto a mesma enriqueceu seu trabalho após conclusão do curso.
As respostas foram variadas. Alguns acreditam que a disciplina tem a função de fundamentar o
conhecimento matemático do licenciando, consolidando e formalizando conceitos não estudados
em sua forma completa em fases acadêmicas anteriores. Entretanto, outros veem a disciplina
como dispensável no currículo, por ser de cunho pesado para um curso que forma professores
para o ensino básico. Creem que uma disciplina da área de Educação Matemática poderia atuar
de maneira mais enriquecedora nos últimos momentos da graduação do que o curso de Análise
Real, entre outras disciplinas citadas. Este trabalho de revisão não busca verdades últimas ou
dados inquestionáveis, apenas deseja levar a uma reflexão sobre o tema, tão pouco discutido.
Neste caso, concluiu-se que alguns alunos finalizam a matéria de Análise Real sem entender as
motivações para a mesma compor o currículo de seu curso. Mas, também, pode-se estudar as
causas que justificam a disciplina na graduação. Assim, entende-se que há uma possível falha na
ligação professor-aluno, que acarreta numa confusão quanto a importância desta matéria.
Defende-se, por fim, que não somente na educação básica se deve buscar significado para os
estudos, mas que também os alunos do ensino superior, em especial os de Licenciatura em
Matemática, gostariam de compreender melhor a implicação das disciplinas para seu futuro como
professor.
DC-001
DC-002
Este artigo vincula-se a uma pesquisa mais ampla, acerca da modalidade de Educação Escolar
Quilombola nas escolas quilombolas do Paraná. O objetivo principal é investigar como as
expectativas das comunidades quilombolas em relação a escola e também seu modo de vida se
materializam no currículo escolar. Tratamos de analisar a interface dos saberes quilombolas na
composição e organização do currículo escolar. A opção teórica sobre currículo filia-se à
perspectiva crítica, por possibilitar questionar e problematizar as formas dominantes de
conhecimento escolar, e por defender a formação crítica dos sujeitos e lhes habilitar para intervir
e transformar condições ideológicas e materiais de subordinação. Assim, no âmbito da teoria
crítica elaboramos indagações centrais sobre: como as práticas curriculares na escola quilombola
podem fortalecer os mecanismos de luta e defesa dos sujeitos quilombolas no campo
sociocultural? Que papel assume o currículo escolar no contexto das escolas quilombolas? Ainda,
compreendemos o currículo como um “território em disputa” (ARROYO, 2011), um artefato
produzido pela humanidade, portanto, histórico, cultural e social (MOREIRA & SILVA, 2003;
VASCONCELLOS, 2009). O percurso metodológico foi de abordagem qualitativa, com método
etnográfico. Como resultados da pesquisa, destacamos que a comunidade quilombola demanda
da escola a construção de um currículo escolar que reconheça e valorize suas tradições
culturais/históricas transmitidas por seus antepassados e recriadas na atualidade. A comunidade
não está solicitando à escola a continuidade de um currículo que não dialoga com sua realidade,
que não considera o contexto sociocultural e histórico em que a escola está inserida, mas sim,
que a escola construa práticas curriculares que possibilitem ampliar, gradativamente, a visão de
mundo dos alunos, pois com isso terão acesso à universalização do saber, à cultura universal
patrimônio comum de toda humanidade. A análise dos dados coletados em entrevistas e
observação na realidade escolar e comunidade quilombola nos permite inferir que as
especificidades do currículo nas escolas quilombolas perpassam pelo entrelaçamento dos
conteúdos disciplinares com modo de vida quilombola. Ainda, mediante interpretação dos
dados, verifica-se que o currículo nas escolas quilombolas do Paraná ainda sufoca a voz dos
sujeitos quilombolas, torna folclóricos seus saberes tradicionais e ignora a dinâmica social das
comunidades quilombolas. As escolas quilombolas não apresentam nos seus componentes
curriculares uma estrutura voltada para a formação dos sujeitos que vivem nas comunidades
quilombolas. O desenvolvimento curricular das escolas quilombolas deve possibilitar uma
integração entre os conhecimentos escolares/científicos com os saberes tecnológicos, formas de
produção do trabalho, as formas de organização social, as estratégias de resistências e defesas,
em síntese, os saberes da ancestralidade negra. O desenvolvimento curricular nas escolas
quilombolas requer que se pense acerca que práticas curriculares devem ser construídas, que
conhecimentos/conteúdos dos componentes curriculares são significativos para as comunidades
quilombolas, que conceitos/teorias servem para potenciar possibilidades emancipatórias e
afirmação indenitária dos estudantes quilombolas.
DC-003
Este relato tem por objetivo apresentar propostas de intervenção na educação infantil com 130
crianças de 1 a 6 anos em uma escola bilíngue de Joinville/SC, de acordo com as alterações
previstas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Este documento define, em sua
estruturação, o agrupamento de crianças em três fases: bebês, crianças bem pequenas e crianças
pequenas. As fases “correspondem, aproximadamente, às possibilidades de aprendizagem e às
características do desenvolvimento das crianças”. (BRASIL, 2017). Outra inovação proposta pela
BNCC são os seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento: conviver, brincar, participar,
explorar, expressar, conhecer-se, essenciais para a construção da identidade e da subjetividade
das crianças. Dando continuidade ao olhar de infância apresentado dos Referencias Curriculares
da Educação Infantil (RCNEI, 1998) a BNCC defende que na Educação Infantil, o desenvolvimento
se dá por meio das brincadeiras e do relacionamento das crianças com outras crianças, com os
adultos e consigo mesma. Destacando que a função da escola é diversificar e ampliar as
aprendizagens, direcionando de maneira intencional as atividades, brincadeiras e experiências.
Para isto apresenta os campos de experiência que colocam a criança como protagonistas no
processo educativo. Ao todo, são cinco campos: O eu, o outro e o nós; Corpo, gestos e
movimentos; Traços, sons, cores e formas; Escuta, fala, pensamento e imaginação; Espaços,
tempos, quantidades, relações e transformações. Estes evidenciam noções, habilidades, atitudes,
valores e afetos que devem ser desenvolvidos nas crianças. Desta forma, a proposta de
intervenção teve como objetivo estimular as diferentes linguagens da criança analisando a
atividade criadora e as diferentes maneiras que cada uma constrói o pensamento. As crianças
foram incentivadas a investigar o ambiente e a expressar incluindo a utilização de palavras,
movimentos, desenhos, pinturas, montagens, projeção, esculturas, música e dramatizações. A
organização dos espaços deixou transparecer a atenção dada ao protagonismo infantil,
favorecendo a ação e a construção da identidade individual e do grupo, onde as crianças foram
percebidas como sujeitos ativos em seu processo de criação. Os objetos oferecidos explicitaram
as possibilidades oferecidas e aguçaram a curiosidade, atenção e o desejo das crianças em
produzirem com autonomia e autoria. A análise das atividades ocorreu por meio de registros de
imagens, falas, diálogos, reações e expressões face aos diferentes estímulos apresentados, tendo
os registros nas paredes e demais áreas da escola como um meio de reflexão dessa vivência.
Através desta documentação foi possível constatar a potencialidade das atividades sensoriais na
primeira infância e a importância da interação e da mediação do outro/professor na construção
do pensamento a partir da utilização de diferentes linguagens. A mediação dos professores
produziu significados e sentidos que contribuíram com o processo de internalização constituído
por meio das atividades integradas, O direito de todas as crianças é aprender a brincar e a
interagir e esta foi a escolha pedagógica desta proposição.
DC-004
Este texto apresenta parte dos estudos realizados no doutorado, cujo objetivo foi analisar
documentos dos sistemas educativos brasileiro e português, os quais regulamentam a
organização dos percursos escolares de alunos com deficiência da educação básica numa
perspectiva da educação, considerando a diferenciação curricular como possibilidade de mobilizar
a justiça curricular. Compreendemos a justiça curricular no movimento que envolve a tomada de
decisões sobre o currículo, desde a elaboração até sua atuação nas práticas curriculares, visando
minimizar as desigualdades presentes nos percursos de escolarização dos alunos (CONNELL, 1997;
SILVA, 2018). O desenvolvimento dessa investigação foi de natureza qualitativa, na qual a
pesquisa documental identificou um conjunto de documentos oficiais que regulamentam a
inclusão escolar no Brasil e Portugal, entre os anos de 2008 e 2016. Dos documentos identificados
verificamos que o Decreto-Lei nº. 3/2008 (PORTUGAL, 2008) e a Política Nacional de Educação
Especial na perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008) ganharam maior visibilidade, por se
tratar de documentos de referência em seus contextos educativos. Esses documentos foram
analisados por meio da “análise temática” (BARDIN, 2009) e política de atuação (BALL, MAGUIRE,
BRAUN, 2016), a fim de extrair os significados que deram sentido às temáticas sobre ‘políticas de
inclusão escolar’; ‘diferenciação curricular’ e ‘justiça curricular e escolarização’. Além disso, de
compreender a tradução e interpretação dos textos políticos, a partir dos atores que produzem a
política e dos que colocam em atuação nas práticas curriculares, pois é nesse movimento que “as
políticas tornam-se “vivas” e atuantes (ou não)” no contexto das práticas curriculares (BALL,
MAGUIRE, BRAUN, 2016). Mediante as análises empreendidas nos contextos brasileiro e
português, constatamos que a convergência das políticas internacionais (BALL, 2001) tem
influenciado a condução das políticas nacionais na perspectiva da educação inclusiva como
princípio de equidade na educação escolar, desde a década de 1990. Verificamos que os
desdobramentos das políticas educativas no Brasil se expressam pela implantação das salas de
recursos multifuncionais, com o objetivo de realizar o atendimento educacional especializado aos
alunos com deficiência, atribuindo ao professor especializado, a responsabilidade de assegurar a
inclusão escolar, mediante sua atuação com os recursos tecnológicos disponíveis sem qualquer
objeção a sua atuação docente de cunho pedagógico, menos ainda, aos conhecimentos
curriculares, e, muitas vezes, sem estabelecer uma dialética com os demais profissionais do
ensino comum. Em Portugal, as políticas curriculares estabelecem a inclusão dos alunos com
deficiência em projetos de formação escolar nos agrupamento de escolas, subsidiados pela
diversificação e diferenciação curricular (PORTUGAL, 2008), que se mantém vigente com a
instituição do novo Decreto-Lei 54/2018 (PORTUGAL, 2018). Cumpre dizer que em ambos os
sistemas educativos há presença de políticas educativas que regulamentam a escolarização de
alunos com deficiência. Entretanto, não encontramos evidências mais explícitas sobre o acesso
aos conhecimentos escolares, os quais fazem sentido a garantia de justiça curricular para todos os
alunos. Assim, o acesso aos conhecimentos escolares continua sendo um desafio da
contemporaneidade e a justiça curricular um ideário a ser atingido no processo de inclusão
escolar de alunos com deficiência na educação básica.
DC-005
Este artigo parte de uma atividade realizada pelos alunos de Licenciatura em Química e
Licenciatura em Matemática, da disciplina de Psicologia da Educação II – na Universidade do
Estado de Santa Catarina – Joinville/SC. Essa atividade foi intitulada ‘Memorial da Vida
Acadêmica’ e ela é uma adaptação de uma das técnicas de ensino-aprendizagem de Célestin
Freinet: o Livro da Vida. A proposta do Memorial da Vida Acadêmica é que a turma (sala de aula)
apresente a sua trajetória escolar, desde o primeiro contato com a escola, até os dias mais atuais
na graduação. Além dos estudantes resgatarem as memórias da infância e até mesmo da
adolescência, o Memorial da Vida Acadêmica tem como finalidade a assimilação entre as
vivências escolares da turma com os conteúdos estudados na disciplina de Psicologia da Educação
II. Com isso, os estudantes abordam situações vivenciadas no meio escolar, com uma visão
docente adicionada, a partir dos autores e correntes de aprendizagens apresentados na disciplina.
Contudo, os alunos relatam sobre metodologias utilizadas pelo professor e/ou a escola, postura
do professor com os alunos, métodos de avaliação do professor, etc. Os relatos para a produção
do Memorial podem ser feitos através de textos, fotos, desenhos, documentos, figuras ou
recortes. Portanto, o presente artigo tem por objetivo discorrer e analisar os aspectos da vida
escolar desses acadêmicos seguindo as teorias de aprendizagem ou metodologias de ensino
utilizadas por autores que estão contidos na ementa da disciplina de Psicologia da Educação II,
nos quais são: Paulo Freire, Rogers, Bruner, Skinner, Wallon, Freinet, Emília Ferreiro, Piaget,
Gardner, Vygotsky, Maria Montessori, entre outros. Para esta pesquisa, foram analisados os
memoriais de 36 alunos, de Licenciatura em Química e Licenciatura em Matemática, dos
semestres 2013/1, 2013/2, 2014/1 e 2014/2. A proposta para a análise desses memoriais foi a
construção de uma tabela, onde nela continha as informações ‘aluno’, ‘trecho do memorial’ e
‘autor citado’. Com isso, separou-se os memoriais dos graduandos por autor e ainda, eles foram
divididos em três outras grandes categorias, seguindo as teorias de aprendizagem – behaviorista,
cognitivista e humanista. Após as análises dos memoriais, concluiu-se que, além dos estudantes
apresentarem memórias ‘marcantes’ de sua trajetória acadêmica, eles fizeram relações, das suas
vivências, com os conteúdos aprendidos na disciplina de Psicologia da Educação II.
DC-006
DC-007
A inclusão de pessoas com deficiência na rede regular de ensino é uma realidade. Até há pouco
tempo, pessoas com deficiência frequentavam escolas especiais ou ficavam em casa, vivendo à
margem da sociedade. Entretanto, para que existam efetivas práticas inclusivas, é importante que
os profissionais conheçam essa realidade e se adaptem a ela. Esta adequação tem sido um longo
processo, o qual tem demandado não somente a adaptação do espaço físico, mas também o
preparo por parte dos profissionais envolvidos. Na educação musical não é diferente. Embora as
pesquisas sejam recentes, os profissionais buscam conhecer alternativas para a educação musical
inclusiva. Com a Lei n.º 11.769/2008, o ensino da música tornou-se obrigatório nas escolas de
Educação Básica. Essa obrigatoriedade foi ratificada por meio da Resolução n.º 2/2016. Sendo
assim, é importante que os professores estejam preparados para o atendimento desta demanda
de trabalho, considerando-se a inclusão de crianças com deficiência, de modo a realizar um
ensino de qualidade, conforme os objetivos propostos em sua disciplina. Partindo desses
pressupostos, a presente pesquisa apresenta o estado do conhecimento sobre o que tem sido
pesquisado e publicado envolvendo a educação musical e a deficiência visual. Além disso, objetiva
refletir a esse respeito, com vistas a contribuir com os estudos que entrelaçam ambas as áreas.
Como resultados da pesquisa foram coletadas 35 publicações, incluindo artigos científicos,
dissertações, teses, resumos, projetos de pesquisa e livros online. A maioria dos materiais
coletados trata do ensino e/ou da importância da Musicografia Braille como recurso de
aprendizagem para as pessoas com deficiência visual. Observou-se, também, na maior parte das
publicações, a procura por músicos ou estudantes de música com deficiência visual como sujeitos
de pesquisa. Em apenas uma investigação, caracterizada como tese, houve o interesse em
conhecer a realidade sobre o ensino de música para crianças cegas, considerando este como um
campo que pode ser estudado com mais detalhes. A inclusão tem sido um desafio em diversas
áreas da sociedade. Na escola, tem-se mostrado cada vez mais efetiva, ao mesmo tempo em que
os profissionais estão buscando aperfeiçoamento e capacitações para que possam aprender a
lidar com as diferenças. Esta realidade tem se apresentado, também, aos professores de música.
Entende-se, portanto, a necessidade de haver um incremento nas pesquisas sobre educação
musical e deficiência visual, bem como a formação dos professores de música no que se refere à
educação inclusiva, beneficiando a população com deficiência visual que deseja ter acesso à
educação musical.
DC-008
O racismo é um fenômeno que recentemente foi reconhecido como sendo algo intrínseco a
diversos setores que compõem a sociedade brasileira. Por muito tempo acreditamos que nossa
sociedade era de fato uma “democracia racial”, porém hoje em dia percebemos que a realidade
se apresenta como algo distante disso. É perceptível que a entrada de um grande número de
pessoas negras nas universidades, por meio das políticas afirmativas dos últimos anos, foi um
fenômeno que deu voz a uma parcela da sociedade dentro dos ambientes acadêmicos. Ainda
assim, em vários setores da educação é visível que o racismo institucional ainda se apresenta
persistente. Diferentemente do racismo enquanto conduta individual, o racismo institucional se
caracteriza por ser um sistema de negação de direitos a um determinado grupo por conta de sua
raça. No Brasil, ainda há muito que ser estudado quanto à questão do racismo institucional, no
entanto atualmente muito tem sido feito para desconstruir todo um sistema que invisibiliza a
população afro-brasileira, negando-lhe muitas vezes direitos mais básicos, como saúde e
educação de qualidade. As instituições de ensino não fogem à regra, sendo facilmente observado
que, em nosso sistema educacional, nos deparamos com um arcabouço de conhecimento, a ser
trabalhado pelas escolas, baseado em uma epistemologia eminentemente eurocêntrica, negando
o direito ao conhecimento de suas origens e de sua história a uma parte considerável da
população brasileira. Por conta dessa situação, o objetivo desse trabalho foi analisar as
intervenções de educação decolonial desenvolvidas no âmbito escolar do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, em seus mais diversos campi, por meio das intervenções
de docentes e servidores técnico-administrativos. A o estudo em questão é eminentemente
qualitativo e foi feito ao longo de 2 anos. Através das análises dos eventos e intervenções, foi
observado que foram abordadas as mais diversas temáticas como saúde da população negra,
educação decolonial, religiões de matriz africana, cultura afro-brasileira. A análise feita mostrou
também que as intervenções não eram feitas apenas no âmbito escolar mas também por meio de
projetos de extensão, para benefício de comunidades no entorno das instituições. As intervenções
dos servidores e docentes, em conjunto com os estudantes, é uma prática importante para o
desenvolvimento de uma sociedade mais plural e igualitária. Em especial no que concerne à
representatividade dos mais diversos grupos que compõem a comunidade discente que é
atendida pelos Institutos Federais.
DC-009
DC-010
DC-011
Analisar os fatores que contribuem para com a motivação dos estudantes no ambiente acadêmico
pode auxiliar na construção de novas políticas públicas relacionadas com o ensino superior, além
de estender programas que promovem a permanência dos estudantes na universidade até a
conclusão do curso, fortalece a saúde mental dos alunos que os capacita para o mercado de
trabalho. A motivação por si só não é algo que se manifesta apenas no aluno, ela envolve o
sistema educacional como um todo, a família e o ambiente social, afetando os estudantes de
forma intrapessoal, interpessoal, contextual e situacional. O presente trabalho tem como objetivo
identificar quais são os fatores que motivam os alunos dos cursos de licenciatura da UDESC/CCT a
permanecer na universidade, bem como o que a universidade poderia fazer para auxiliá-los nesse
caminho. Para tal foi desenvolvido um questionário online no “google forms” e divulgado por e-
mail e em redes sociais para alunos dos três cursos de licenciatura: física, matemática e química.
As perguntas do questionário foram divididas em objetivas e descritiva. O questionário foi
aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da universidade e foi respondido por 77 alunos dos
cursos de licenciaturas, sendo 17 da física, 33 da matemática e 27 da química. Nos três cursos
estão matriculados regularmente 507 alunos (148 em física, 196 em matemática e 163 em
química) no primeiro semestre de 2019. Obteve-se 15,18% respostas do questionário (11,48% da
física, 16,83% da matemática e 16,56% da química). Dentro dos fatores os alunos mencionam os
motivarem a permanecer na universidade destacam-se: o amor pela profissão (46,7%); o diploma
(14,3%); um futuro melhor (14,3%); a educação de qualidade e gratuita (5,2%); Os estudantes
também disseram que: não se sentem motivados (6,5%); tem medo de desistir (3,9%) e ou que
não possuem outra opção (1,3%). De acordo com Cardoso e Bzuneck (2004), para que o aluno
esteja motivado é necessário que ele tenha escolhido o curso que frequenta, estando envolvido
de forma ativa nas tarefas que levam ao processo de aprendizagem. Além disso, o contexto
universitário tem um papel importante a desempenhar no processo de adaptação à universidade,
sendo necessário compreender o papel da universidade no desempenho e motivação dos
estudantes. Os alunos ainda responderam que para se sentirem mais acolhidos a universidade
poderia possuir mais ações voltadas a este fim (24,7%); integração entre alunos, cursos e
universidade (22,1%); ser mais empática e humana (9,17%); ter mais ambientes de lazer (11,7%);
ser menos competitiva (6,5%). 16,9% não souberam opinar e 9,1% disseram que a universidade
não tem que fazer nada. Esses fatores poderiam ser trabalhados pela universidade para que o
ambiente acadêmico seja um espaço seguro e profícuo para que os estudantes se sintam mais
motivados. Sendo assim, é possível concluir que os estudantes têm como maior motivação a
paixão pela profissão, entretanto, ainda existem ações que a universidade poderia tomar para
acolher todo e qualquer estudante em situação de vulnerabilidade. Além disso, proporcionar um
ambiente de lazer, de maior integração e menos competitivo também poderiam auxiliar na
motivação dos estudantes.
DC-012
Este trabalho apresenta reflexões do coletivo Uni Bilingual School durante o processo de
reelaboração do projeto político-pedagógico (PPP), com vistas a adequar-se às orientações
estabelecidas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Este documento foi homologado pelo
Ministério da Educação (MEC) para nortear as equipes pedagógicas na elaboração dos seus
currículos. Por ser obrigatória, prevista na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e no
Plano Nacional da Educação, define os direitos de aprendizagens a serem vivenciados pelos
estudantes em todas as escolas brasileiras. Não há consenso quanto ao que significa o termo
bilíngue. Bloomfield (1935) o conceituou como o controle nativo de duas línguas; Macnamara
(1967) definiu que para ser bilíngue o indivíduo deve possuir competência mínima em uma das
quatro habilidades linguísticas (fala, audição, leitura e escrita) em uma língua diferente da sua
nativa; Titone (1972) descreveu como a "capacidade individual de falar uma segunda língua
obedecendo às suas estruturas e não parafraseando a primeira língua". Vale ressaltar que, para o
MEC são consideradas bilíngues somente as escolas para deficientes auditivos, indígenas e de
fronteiras. Deste modo não há, na legislação brasileira, uma regulamentação específica para
escolas bilingues de língua estrangeira. Diferente das escolas internacionais, que seguem o
currículo do país de origem, as bilingues devem seguir o currículo nacional. Uni Bilingual School
atua a 25 anos na cidade de Joinville/ SC nas etapas da educação infantil e anos iniciais do Ensino
Fundamental. Seguindo o currículo internacional de Cambridge, propõem um currículo flexível,
desafiador e inspirador, culturalmente sensível, mas internacional na abordagem. Buscando
promover o desenvolvimento dos estudantes em todas as dimensões: intelectual, física, social,
emocional e cultural as turmas do Toddlers ao K2 (4 anos) têm contato com a língua portuguesa e
inglesa nas situações de aprendizagem. A partir do K3 (5 anos) iniciam com o “Framework” de
Cambridge nas disciplinas inglês, matemática e ciências tendo no Fundamental I, a progressão do
conhecimento pela consolidação das aprendizagens anteriores e pela ampliação práticas de
linguagem e da experiência estética e intercultural. A certificação "Statement of Achievement" e
o "Report to Student” é alcançada ao final do Stage 6 (5º ano) mediante realização do
"Checkpoint" de cada matéria. O Uni ampliou a carga horária com o segundo idioma, de maneira
que os conteúdos a serem abordados sejam complementares aos definidos na Base. Na vida
social, os textos/gêneros discursivos que abrangem uma multiplicidade de linguagens e recursos
semióticos estão cada vez mais presentes, apontando para a necessidade dos multiletramentos.
Na BNCC, a visão dos multiletramentos é “concebida também nas práticas sociais do mundo
digital” (BRASIL, 2017, p. 240) onde estudantes passam a interagir com uma variedade de textos,
seja na condição de leitores ou produtores. As perspectivas de ensino-aprendizagem do inglês,
propostas na BNCC encontram-se em sintonia com as demandas mundial, e no Uni são
alavancadas pelo advento de novas linguagens e formas de interação multimodalizadas e híbridas.
Rever as avaliações, integrar disciplinas, entender estudantes e professores como protagonistas,
foram outras formas de atender às demandas da Base.
DC-013
DC-014
Este estudo pretende mostrar como a Educação Ambiental pode contribuir para o
desenvolvimento e aprendizagem para as crianças já na Educação Infantil. Evidencia-se como o
Centro de Educação Infantil Nossa Senhora de Aparecida, localizado na cidade de São José – SC
adaptou-se para transformar seus espaços e adequá-los ao interesse das crianças, levando-se em
consideração que muitas crianças, estão à mercê de alimentos industrializados e fast-food e ainda
diante da percepção dos professores sobre os hábitos alimentares apresentados pelas crianças. O
objetivo se configura em oferecer novas possibilidades às crianças, para que de fato possam
conhecer novos alimentos e a partir do contato com eles desenvolverem uma alimentação mais
saudável e cuidados com a natureza levando-se em consideração que somos parte dela.
Embasamos este estudo nos estudos Alves (2018), Campos (2015), Costa (2015), Santos (2013),
entre outros. A metodologia adotada foi a pesquisa qualitativa e bibliográfica. Nas análises de
dados podemos considerar que a educação ambiental faz parte do dia a dia das crianças, que ao
trazê-las para o cotidiano da educação infantil efetivamos uma prática de desenvolvimento muito
significativo, e enquanto, no que tange ao papel do professor, devemos rever nossas posturas e
buscar efetivarmos uma prática que valorize e respeite a natureza e fortaleça os vínculos das
crianças com algo tão importante para nossas vidas. Optou-se por escrever sobre este tema tendo
em vista sua importância para e na sociedade e evidenciando o fato de muitas crianças no dia a
dia não terem contato com a natureza. A educação ambiental corrobora de modo significativo na
questão da compreensão das crianças acerca do cuidado e preservação da natureza, levando-se
em consideração que para a realização deste trabalho não é necessário muito espaço e que sua
proposta favorece o desenvolvimento de aptidões como, por exemplo, o conhecimento, hábitos
saudáveis e qualidade de vida, não somente para as crianças, mas para todos. Por fim, este
estudo, tem como finalidade contribuir com os colegas e profissionais da educação no sentido de
elucidar a importância da educação ambiental já na educação infantil, de modo que as crianças
possam de fato fazer parte deste movimento de cuidar do planeta como cuida de si mesma.
DC-015
DC-016
Com enfoque em estudos acerca da nova Base Nacional Comum Curricular - BNCC, da Educação
Infantil e Ensino Fundamental buscou-se compreender como está a receptividade dos professores
dos municípios da região de Blumenau (SC) em relação a estas mudanças em seus contextos
educativos no ano de 2018. A avaliação desta receptividade se deu no contexto do curso de
extensão do Programa de Educação Superior para Desenvolvimento Regional – PROESDE
Licenciaturas, na Universidade Regional de Blumenau – FURB. Durante esse percurso, 45 alunos
bolsistas, estudantes de diversas licenciaturas presenciais participaram de momentos formativos
com atividades tendo como foco: a BNCC; a diversidade e a interdisciplinaridade; acompanharam
as formações docentes da Secretaria Municipal de Blumenau e de Gaspar. Por fim, aplicaram
questionários, formulados pela Secretaria Estadual de Educação a aproximadamente cem
professores atuantes na Educação Básica das Escolas Estaduais e Municipais de Blumenau,
Gaspar, Laurentino e Pomerode. Desses percursos diversas questões problemas foram levantadas
de acordo com a vivência especifica de cada grupo de estudante e de professores e de suas áreas
de conhecimento. Como resultados desse levantamento de dados, prevaleceram profissionais da
Educação Infantil e no Ensino Médio, seguindo das séries iniciais e finais do Ensino Fundamental,
que em sua maioria já haviam tomado conhecimento sobre a BNCC e seu material por meio de
palestras, informações da internet, o Dia D, curso presencial e seminários. Referente aos maiores
desafios a serem enfrentados para a implantação da BNCC, a maioria apontou ser a possibilidade
de Formação Integral do Estudante, seguido das Competências e Habilidades a serem atingidas,
assim como do Material Didático. Com relação ao fato de conciliar o novo currículo com a
proposta do seu Município, a maioria destacou que esse processo deve ser gradativo e constante,
afirmando a existência de momentos de formação continuada, mas ainda insuficientes. Além do
mais, apontam que para tal, essas formações poderiam ser por meio de cursos e palestras, como
embasamento epistemológico e oficinas, seminários para a discussão e troca de experiências, em
um viés metodológico. Esses resultados fomentaram a capacidade reflexiva em grupo, fazendo a
formação assumir um papel de superação das atualizações científicas, pedagógicas e didáticas,
nas perspectivas tecnicistas de um grupo de formadores especialistas para os professores. Por
outro, que propiciou uma formação com criação de espaços de participação e reflexão coletiva
dessas dimensões, envolvendo formadores com professores. O curso PROESDE – Licenciatura
FURB, fez um percurso bastante interessante, buscando integrar os acadêmicos nas atividades na
comunidade acadêmica que discutiram a BNCC e propostas curriculares na própria universidade e
nos municípios da região. A participação das atividades de formação docente da Secretaria
Municipal de Blumenau e de Gaspar envolvendo a BNCC e as propostas Municipais e aplicação in
loco dos questionários em outras cidades, possibilitaram aos acadêmicos o encontro presencial
com professores, ou seja, o entrelaçamento da formação inicial com a formação continuada.
Neste sentido afirmamos a importância de ações sistematizadas entre as redes de ensino e a
universidade relacionando pesquisa e extensão, pois nesses percursos ambos reafirmam seus
papeis e parcerias nesse processo.
Palavras-chave: BNCC, formação docente inicial, percurso formativo, PROESDE Licenciaturas FURB,
região de Blumenau.
DC-017
DC-018
Em meio a uma proposta de um currículo nacional que contempla todos os níveis de escolaridade,
compreendemos que a Educação de Jovens e Adultos - EJA também merece atenção. Esta é uma
modalidade de ensino que tem por objetivo formar adultos capazes de compreender o mundo e
sua complexidade, para que possam participar da sociedade de forma ativa e dinâmica com
possibilidade de transformação. Assim, o presente estudo se pauta em questões como: Que tipo
de currículo pode ser pensado para alunos da EJA? Com a nova Base Nacional Curricular Comum –
BNCC, de que modo que esses alunos terão, de fato, uma aprendizagem significativa e seus
direitos garantidos? Como pressupostos da pesquisa, entendemos que ao considerar as mudanças
nas políticas curriculares e consequentemente no currículo escolar, cada vez mais se observa que
as políticas públicas da educação ocorrem de acordo com os modelos impostos por organismos
internacionais, determinando o que estudar, o que avaliar e como ensinar (MORGADO, 2018).
Dessa forma, o Estado, vinculado a um ideário neoliberal e neoconservador, passa a exercer um
papel de regulador do funcionamento da educação, com políticas cada vez mais descentralizadas,
atendendo a uma lógica de inovação e de eficácia. Então, qual o lugar da EJA nesse processo?
Portanto, o objetivo dessa comunicação é apresentar reflexões oriundas de uma pesquisa sobre o
currículo da EJA na BNCC. O referencial teórico da pesquisa, numa perspectiva crítica, contempla
os estudos do currículo, das políticas curriculares e da EJA. De abordagem qualitativa, a pesquisa
foi realizada por meio de estudo documental, buscando nos documentos curriculares nacionais
elementos orientadores do currículo da EJA. Os resultados são analisados com base em autores
como Morgado (2018), Pacheco (2002) e Apple (2011). As análises indicaram que os documentos
curriculares nacionais para a Educação de Jovens e Adultos foram elaborados sem considerar as
experiências desses jovens e adultos, o que poderia tornar a prática curricular mais significativa
para esses estudantes. As ausências de garantias a respeito das particularidades da EJA podem
levar a oferta de uma educação precária, uma vez que exigem tempos e espaços diferentes e
singularizadas formas de atuação. Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB
9.394/96) e as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação de Jovens e Adultos (Parecer
CNE/CEB 11/2000 e Resolução CNE/CEB 1/2000) devem ser garantidos os direitos a educação a
todos os jovens e adultos. No entanto, a nova BNCC não define um programa diferenciado de
currículo para a EJA, apenas para o ensino regular, subentendendo-se que esta modalidade sirva
também à educação da EJA. Não podemos deixar de trazer o pensamento de Pacheco (2002), ao
defender um currículo no qual os professores desenvolvam práticas multiculturais e flexíveis,
reconhecendo cenários particulares que atenda às individualidades de cada aluno.
DC-019
DC-020
Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa realizada com 48 estudantes do ensino
médio noturno de uma escola de Joinville que implantará o Novo Ensino Médio em 2020. Os
dados foram coletados em agosto de 2019 a partir de uma adaptação ao questionário
estruturado, disponível no Portal do Novo Ensino Médio. Buscava-se uma escuta, quantitativa e
qualitativa, das duas turmas selecionadas para a aplicação dos projetos de docência do curso de
Psicologia da Faculdade Guilherme Guimbala, bem como o confronto com os dados
anteriormente coletados nas demais turmas. Há muito as estatísticas de evasão escolar e baixo
índice do IDEB, vem sinalizando a necessidade de mudanças na educação. A crise de legitimidade
da escola apontada por Krawczyk (2009), não se restringem ao Ensino Médio, no entanto a
partir, da Lei nº 13.415/2017, que alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, o
Ministério da Educação estabeleceu mudanças na estrutura do Ensino Médio, ampliando o tempo
mínimo (de 800 horas para 1.000 horas anuais até 2022) e definindo uma organização curricular
mais flexível, contemplada na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Tal proposta traz três
grandes frentes: garantia de direitos de aprendizagem comuns a todos os jovens; a valorização da
aprendizagem, com a ampliação da carga horária de estudos; o desenvolvimento do
protagonismo estudantil e de seu projeto de vida, incluindo uma escolha orientada do que
querem estudar (itinerários formativos). Os jovens, sujeitos de pesquisa, tinham, sua maioria,
entre 16 e 18 anos, (63%) indicando uma boa correspondência idade/série. Pode-se constatar que
a relação dos entrevistados com a escola é permeada por sentimentos positivos e negativos aos
quais são atribuídos múltiplos sentidos e significados, Ora visto como espaço de encontro e
sociabilidade, onde os saberes e conhecimentos são úteis à vida, à continuidade dos estudos e ao
trabalho, ora apontada para um sentimento de abandono, desinteresse e não identificação,
expressa numa visão crítica sobre a escola e seus problemas de infraestrutura e pessoal. Ao lado
do reconhecimento da importância dos docentes, muitos pesquisados ressaltaram a fragilidade na
relação professor-aluno, quanto a falta de diálogo, referida por estes não apenas como conversa
e brincadeiras mas associada ao respeito no modo de ensinar. A desmotivação dos professores,
revelada pelo número de faltas também é vista como determinante para a desmotivação dos
estudantes. O futuro é uma das principais preocupações dos pesquisados, de modo que temáticas
como orientação profissional, saúde mental foram sugeridas para o desenvolvimento dos
projetos. A partir dos depoimentos dos jovens, foi possível identificar algumas contribuições das
escolas à realização de suas demandas e expectativas, mas também muitas lacunas e impasses. A
pesquisa possibilitou descortinar um quadro de dificuldades nas relações interpessoais, em um
momento que a educação passa por grandes mudanças, e são estabelecidas novas exigências em
termos de habilidades e conhecimentos. Numa sociedade onde a incerteza e a imprevisibilidade
preponderam, a escolha assertiva dos itinerários associados à educação das emoções,
desenvolvimento da empatia, autocontrole, pode gerar a tão sonhada equidade.
DC-021
DC-022
DC-023
A inclusão escolar se apresenta como um desafio para a realidade da escola e propõe a busca de
alternativas flexíveis para o desenvolvimento educacional. O mediador escolar pode fazer parte
deste processo, acompanhando o educando durante o dia letivo, potencializando a socialização e
aprendizagem, atuando como um facilitador das tarefas escolares por meio da adaptação
curricular. A brincadeira ocupa papel fundamental na vida das crianças. Sabemos que é na
infância onde muitos conceitos são aprendidos a partir do brincar, bem como novas amizades se
estabelecem de acordo com os tipos de brincadeiras. O horário do intervalo ou recreio é onde
acontecem as brincadeiras de maneira mais livre e espontânea. Para as crianças que enxergam
(ou videntes) é automático a ação de sair da sala de aula e ir direto para o pátio brincar. Em
seguida encontram um ou mais amigos e logo se distraem durante todo o tempo livre.
Entretanto, como é esta questão para as crianças cegas? A utilização do lúdico como alternativa
para inclusão pode ser muito eficaz, pois se apresenta como uma outra via de aprendizagem para
as pluralidades presentes na escola que tem modos de aprender igualmente diversos, como em
casos de alunos cegos. De acordo com Sá, Campos e Silva (2007, p.15) o deficiente visual é aquele
que “tem uma alteração grave ou total de uma ou mais das funções elementares da visão que
afeta de modo irremediável a capacidade de perceber cor, tamanho, distância, forma, posição ou
movimento em um campo mais ou menos abrangente”. Temos visto que os deficientes visuais,
em geral, não são estimulados pela escola a participar das atividades cotidianas, de modo que se
cria um sistema paralelo de exclusão num aparente modelo de inclusão, uma prática de
in/exclusão (VEIGA-NETO, 2011). Desse modo, esta pesquisa exploratória teve como objetivo
realizar um levantamento teórico realizado a respeito da temática acerca do professor mediador
como profissional ativo no processo do brincar para a criança cega, no sentido de acolher as
necessidades das pessoas com deficiência visual oferecendo uma alternativa, a partir do brincar,
para potencializar seu desenvolvimento escolar e social. A pesquisa em questão não propõe
esgotar o tema trabalhado por ser de caráter exploratório. Sendo assim, são necessárias mais
pesquisas que abordem esta temática, bem como, que ocorra a divulgação destes conhecimentos
aos profissionais que trabalham em escolas, seja por meio de capacitações, eventos, seminários
entre outros, a fim de difundir subsídios teóricos para práticas inclusivas.
DC-024
DC-025
DC-026
Este texto é um recorte de uma pesquisa de mestrado em andamento que tem como objetivo
investigar como os cursos de Licenciatura em Matemática têm implementado em seus currículos
as mudanças nas leis e diretrizes nacionais para formação docente, ocorridas entre os anos de
2015 e 2017. A Resolução CNE/CP nº 2/2015 determinou novas diretrizes para a formação de
professores no Brasil e estabeleceu o prazo de dois anos para a adequação dos currículos dos
cursos de licenciatura do país, estipulando o dia 1º de julho de 2017 como prazo máximo. Essa
Resolução, dentre outras coisas, definiu carga horária de, no mínimo, 3.200 horas para os cursos
de licenciatura, o que representa uma ampliação de 400 horas nos cursos. Essa adequação
curricular ficou a cargo de cada Instituição de Ensino Superior, incluindo a interpretação e
definição dos diferentes aspectos a serem considerados nessa reestruturação. Para atingir tal
objetivo, além da análise dos documentos oficiais, uma maior compreensão dessas adequações
realizadas nos cursos de Licenciatura em Matemática será possível a partir da produção de fontes
orais fundamentadas nos parâmetros metodológicos da História Oral praticada pelo Grupo de
Pesquisa em História Oral e Educação Matemática (GHOEM), em sua vertente História Oral
temática. Ao trabalhar com a História Oral temática o pesquisador centraliza-se nas experiências
vividas pelo entrevistado referente a um tema específico e elabora um roteiro a fim de guiar o
depoente, cuidando para que ele não se afaste demais ou deixe de abordar questões relevantes
ao tema da pesquisa. Em fase final de produção de fontes orais, a pesquisa já referida apresenta
as entrevistas realizadas com coordenadores envolvidos na reestruturação dos cursos de
Licenciatura em Matemática em universidades públicas do sul do Brasil, sendo realizadas com um
professor vinculado a cada uma das seguintes instituições: Universidade do Estado de Santa
Catarina (UDESC), Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Universidade Federal de Santa Maria
(UFSM). Através das fontes orais já produzidas foi possível perceber uma superposição de
aspectos técnicos e administrativos sobre os pedagógicos, os problemas relativos à burocracia
interna das Universidades, a escassez de recursos humanos, as relações de poder nas disputa
entre disciplinas e a ausência de tempo para uma discussão mais aprofundada. Por outro lado, é
importante salientar o saudável movimento de discussão curricular que tais adequações acabam
gerando. Dessa forma, acredita-se que a finalização dessa pesquisa possa contribuir para apontar
caminhos que visem a aprimorar indicações de futuras reformas que poderão ser realizadas de
forma conjunta com aqueles que a implantarão, reduzindo as situações negativas aqui citadas.
Entende-se que tais situações, sobretudo da forma como as indicações foram realizadas,
aparentam um desconhecimento da realidade das instituições, sobretudo públicas, de ensino
superior, tanto no que diz respeito à sua estrutura como, principalmente, no que diz respeito à
escassez de recursos humanos.
DC-027
DC-028
Este trabalho discute a importância da arte contemporânea como parte integrante do currículo
das escolas de educação infantil e do desenvolvimento de atividades gráfico plásticas com
crianças bem pequenas. Parte da problematização da percepção da arte como sujeira pelas
próprias crianças a partir de experiências expressivas empobrecidas. Traz a arte contemporânea
como referencial, a partir do entendimento das similaridades entre suas diferentes linguagens e
os modos de ser e estar das crianças no mundo. (cunha 2017a; 2017b); (LAVELBERG 2017);
(PILLAR 2014); (GANDINI 2012). É resultado de pesquisa realizada no segundo semestre de 2017
para o trabalho conclusão de curso de Pedagogia da Faculdade de Educação da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Foi desenvolvido em uma Escola de Educação Infantil na
cidade de Porto Alegre (RS) com grupos de 6 a 12 crianças de 2 a 3 anos e 11 meses. A
metodologia utilizada foi a da pesquisa-ação, tendo em vista a importância de pesquisas com
crianças que produzam novas possibilidades de reflexão sobre o currículo de forma ética e
comprometida com a infância. Foram desenvolvidos oito momentos de atividades gráfico-
plásticas, de outubro a novembro de 2017 denominados respectivamente: “Com os pés também é
arte?”; “Se apertar sai bastante, né, profe?” “Tubarões e peixes em um mar de carvão vegetal”;
“Dá mais tinta, profe?:Se misturar tudo faz marrom!”; “Somos um tipo de artistas, né, profe?”;
“Dá pra se esconder, né, profe?: borrifando o varal de TNT”; “Em cima do outro trabalho pode?: A
arte em movimento”;” Vampiros, lobos, fantasmas e a Pepa”. Os referenciais utilizados neste
trabalho foram a arte contemporânea e suas possíveis conexões com os campos de experiências
que fazem parte das concepções atuais do currículo para educação das crianças de 0 a 5 anos e 11
meses (LOBORUK & BARBOSA, 2017); (BARBOSA, 2016); (RICHTER & BARBOSA, 2010); (BRASIL,
2009a; 2009b), presentes na Base Nacional Comum Curricular BNCC (MEC, 2017) .Ainda as
discussões propostas por diversos (as) teóricos (as) da sociologia da infância, a respeito do
protagonismo das crianças bem pequenas, em suas relações com seus pares e com os adultos em
suas experiências e descobertas sobre o mundo. Discussões que representam importante
mudança de paradigma não só das concepções sobre a infância, mas também nas concepções das
práticas docentes promovendo uma nova visão de currículo. (SARMENTO, 2004); (PEDROSA,
2009); (CORSARO, 2009; 2014); (RICHTER & BARBOSA, 2010). A análise das narrativas das crianças
nos momentos propostos evidenciou a relevância de experiências significativas com os materiais
expressivos para desconstrução da percepção destas atividades como sujeira, sendo de grande
relevância a postura das professoras. Também ao analisar o tempo de permanência nestas
atividades verificou-se que os tempos e espaços devem ser cambiáveis e necessitam de
flexibilização para que a arte possa fazer parte do cotidiano da escola como parte integrante do
currículo.
DC-029
O presente trabalho a partir do campo dos Estudos Sociais da Infância tem como objetivo
contribuir com as reflexões sobre arte contemporânea e currículo na Educação Infantil. A
pesquisa é decorrente do trabalho conclusão de curso de Pedagogia da Faculdade de Educação da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), realizado em uma Escola de Educação Infantil
na cidade de Porto Alegre (RS) com crianças de 2 a 5 anos, no primeiro semestre de 2018. Para
tanto, são apresentadas outras possibilidades de práticas pedagógicas na Educação Infantil
envolvendo especificamente propostas de arquiteturas de jogo (ABAD, 2018), as quais são
inspiradas em instalações de arte contemporânea. A partir da problematização dessas propostas
frente a uma realidade de trabalho com arte com as crianças, por vezes, ainda sob um viés da
impossibilidade do fazer e do senso comum, busca-se discutir outras perspectivas para os
currículos das escolas infantis, articulando com os cinco campos de experiências – 1) O eu, o outro
e o nós; 2) Corpo, gestos e movimentos; 3) Traços, sons, cores e formas; 4) Escuta, fala,
pensamento e imaginação; e 5) Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações -
presentes na Base Nacional Comum Curricular – BNCC (MEC, 2017). O percurso metodológico da
investigação é pautado teoricamente na pesquisa-ação, a qual, é refletida, pensada, participativa,
e vislumbra mudanças no contexto pesquisado junto aos sujeitos envolvidos. O referencial teórico
desenvolvido ao longo do estudo baseou-se em autores como Cunha (2017a e 2017b), Iavelberg
(2017) e Barbieri (2012) nas discussões acerca da arte contemporânea e as crianças; Díaz-Obregón
Cruzado (2003) buscando conceituar instalação; e Abad (2008) embasando o conceito utilizado,
arquiteturas efêmeras de jogo. Metodologicamente, foram propostas sete sessões de
arquiteturas de jogo denominadas “O Mar de Bolas”, “A Festa dos Papéis”, “Caminhos Possíveis”,
“Chuva de Arco-Irís”, “Possibilidades ao Cubo”, e “Entrelaços, Cordas e Tecidos”, as quais, foram
inspiradas em instalações de artistas (Martin Creed, Reiner Ruthenbeck, Kimsooja, Pipilotti Rist,
Mitsuo Miura, Bianca Santini) e um projeto de arte contemporânea (Createctura) para um grupo
de seis crianças pequenas e bem pequenas (2 a 5 anos). Nesta pesquisa com crianças, o cuidado
ético e respeitoso permeou todo o processo de escrita e campo perante as crianças, suas escolhas
e sentimentos, frente às sessões desenvolvidas e seus desejos ou não de participação. A partir das
análises das sessões de arquiteturas de jogo propostas durante a pesquisa, foi possível perceber
que as sessões desenvolvidas com arquiteturas de jogo, relacionadas às discussões acerca do
currículo na Educação Infantil, possibilitam o (re)pensar o mesmo e fornecem pistas para a
constituição de um olhar que valoriza a arte, como campo próprio para experimentação, criação,
imaginação e ação performática das crianças. Da mesma maneira, as reflexões apresentadas no
trabalho sobre as possíveis interlocuções entre arte contemporânea e campos de experiências
apontam para uma noção de currículo que valoriza as crianças e seus fazeres em seu cerne.
DC-030
Com a ampliação dos processos inclusivos nas escolas é preciso pensar em diferentes estratégias
pedagógicas frente aos novos desafios que surgem, dentre os quais destaco a necessidade de
avaliação escolar numa perspectiva inclusiva. A avaliação de alunos deficientes ainda tem gerado
muitas incertezas por parte das escolas que ficam na dúvida entre manter o padrão de avaliação
oferecida para todos os alunos ou considerar as limitações dos educandos em propostas
diferenciadas. Tais questões foram acolhidas por meio de uma pesquisa exploratória através da
atuação profissional de assistência pedagógica especializada a diversas escolas do município de
Miracema/RJ, enquanto pedagogo do município. A pesquisa fundamenta-se na Cartografia,
método de Gilles Deleuze e Félix Guattari, que visa o acompanhamento de processos, não de
objetos (PASSOS; KASTREUP; ESCÓSSIA, 2015). Fazer pesquisa cartográfica é posicionar-se de
forma engajada com a vivência num território existencial, direcionando a pesquisa de acordo com
as pistas que surgem ao habitar o território, pois o pesquisador cartográfico participa dos
acontecimentos que fluem do cotidiano da escola, não se limitando a uma postura passiva
(PASSOS; KASTRUP; ESCÓSSIA, 2015, p.17). Com isso, o presente trabalho objetiva apresentar a
avaliação como processo multidimensional, portanto, assumida em diversos planos, o que implica
na utilização de várias estratégias avaliativas e na valorização de múltiplas inteligências e estilos
cognitivos. Além disso, busca também refletir em alternativas inclusivas de avaliação e auxiliar na
elaboração de propostas diferenciadas. Destaco para isso a necessidade de assumir a
flexibilização do currículo escolar e adaptação desse currículo à realidade do aluno em processo
de inclusão, para que se alcance metas mais realistas de acordo com a condição de cada aluno,
em acordo com o que orienta a LDB em seu artigo 59. Dessa forma, para que a avaliação alcance
suas finalidades, é necessário que se tenha conhecimento do potencial de aprendizagem do aluno
e dos avanços que ele alcança com relação ao seu próprio desempenho, sem comparar com o
desempenho dos outros. Esse aluno vai requerer atenção especial devido às características de
aprendizagem diferentes que apresenta. De modo prático, a escola precisará ampliar suas
ferramentas de avaliação, pois uma avaliação dinâmica considera os diferentes estilos cognitivos
e os diferentes processos de aprendizagem presentes numa mesma sala de aula. Para que isso
seja possível, a avaliação precisa ser contínua, ou seja, não apenas em um dia específico, mas por
meio de observação do progresso do discente. A prática para educação inclusiva requer a busca
por múltiplas formas de ensinar a partir do reconhecimento de haver na sala de aula uma
diversidade de formas de aprender. Então, é necessário sair do lugar da acomodação e se
aventurar com esses alunos para traçar estratégias diferenciadas.
DC-031
Ao falarmos sobre os instrumentos necessários para a promoção de uma educação básica que
possua uma identidade inclusiva para alunos com necessidades educacionais especiais (NEE’s), é
de suma importância que nos atentemos ao currículo escolar e sua contribuição para a
aprendizagem. O mesmo trata-se de um documento que reúne conteúdos específicos
relacionados às disciplinas, objetivos a serem alcançados com foco no corpo discente e práticas
pedagógicas a serem desenvolvidas pelas instituições de ensino e seus profissionais (BRASIL,
2001). No contexto da educação especial a partir de uma perspectiva inclusiva, a estrutura
curricular deve apresentar-se de maneira aberta à modificações ou adaptações que possam
auxiliar nos processos de ensino e aprendizagem de alunos com necessidades educacionais
especiais. Considerando as peculiaridades dos alunos e atentando-se ao fato de que ao longo de
processos de ensino e aprendizagem os caminhos que nos levam a alcançar nossos objetivos
podem ser construídos de diversas maneiras, as adaptações, flexibilizações ou até adequações
curriculares vêm com o propósito de buscar alternativas para que o currículo escolar alcance a
todos os alunos, independentemente das especificidades. O presente trabalho tem por objetivo
propor reflexões acerca da utilização de adaptações curriculares para a promoção de um ensino
inclusivo para alunos com necessidades educacionais especiais diante da exigência de uma Base
Nacional Comum Curricular (BNCC). A pesquisa possui uma abordagem qualitativa e caracteriza-se
como uma pesquisa documental. Foram analisadas as três versões da Base Nacional Comum
Curricular, publicadas nos anos de 2015, 2016 e 2017, como referencial de análise utilizamos a
Análise Textual Discursiva de Moraes e Galiazzi (2016). A BNCC ao longo de suas três versões
apresenta a educação especial e suas possibilidades de trabalho, no que diz respeito a adaptações
curriculares, de maneira progressivamente menos evidente em seu corpo textual. Foi possível
observar que os espaços dentro dos textos da BNCC de 2015 e 2016 (1ª e 2ª versões) propunham
com mais clareza os objetivos e princípios relacionados a educação de alunos com necessidades
educacionais especiais, inclusive reconhecendo desafios e dificuldades como as condições, até
aquele momento, de não acessibilidade de alunos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades (BRASIL, 2015). A BNCC publicada em 2017, faz breves
citações referentes a educação inclusiva, contudo não discute de maneira mais profunda o tema
como feito em versões anteriores. A implementação de uma base nacional para o currículo deve
ser amplamente discutida, pois pensar em um documento único sem considerar as singularidades
do processo de aprendizagem em diferentes contextos não oferece contribuições para amenizar
as desigualdades presentes no sistema educacional brasileiro (MERCADO e FUMES, 2017).
Consideramos o currículo escolar um elemento essencial e decisivo no desenvolvimento de um
ensino cada vez mais inclusivo para alunos público alvo da educação especial, o mesmo deve
caracterizar-se como um documento de estrutura flexível e aberto a modificações, tendo como
principal objetivo possibilitar e maximizar as condições de aprendizagem de maneira igualitária a
todos.
DC-032
Este artigo apresentará parte de uma dissertação de mestrado defendida em 2018 pela
Universidade Federal do Paraná, intitulada: Branquitude na Educação Infantil: um estudo sobre a
Educação das Relações Étnico-Raciais em uma Unidade Educativa do Município de Florianópolis,
que objetivou compreender a branquitude, -a identidade racial atribuída às pessoas brancas-
como prática de poder e configuração de uma identidade branca, se expressa nas experiências
educativo-pedagógicas da educação infantil em uma Unidade Educativa da Rede Municipal de
Ensino de Florianópolis/SC. Compreender as desigualdades raciais na educação, de forma
relacional, tendo o branco como tema principal, pois o negro é geralmente posto no centro dos
estudos que tratam do tema como vítima de uma violência racial, por outro lado à obscuridade
deliberada sobre o branco dificultou que se analisassem de maneira relacional as relações étnico-
raciais, e mais, provocou poucos pesquisadores e pesquisadoras a investigarem o branco como
sujeito central dos estudos acadêmicos sobre relações raciais brasileiras, e neste estudo o foco é a
identidade racial branca e as construções sociais em torno, porém vale ponderar que embora
crianças e professoras brancas seja o foco da pesquisa a perspectiva da abordagem é relacional,
portanto, as relações envolvem todos os sujeitos e as ações identificadas no contexto, pois é na
relação que analiso o papel que cada um ocupa. Compreendemos como experiências educativo-
pedagógicas, o conjunto de práticas e saberes, o próprio desenvolvimento curricular buscando
com isso apreender essas experiências focando nas pessoas e suas interações com os espaços, os
diferentes elementos que o compõem no interior da unidade educativa, as linguagens, as ações
pedagógicas, as materialidades, sobretudo, as dimensões das relações raciais vividas no espaço.
Neste esforço, optei pela etnografia como metodologia de pesquisa e os instrumentos peculiares:
a fotografia, as conversas informais com as professoras brancas, diálogos com as crianças brancas,
a construção do diário de campo e o uso da gravação de áudio. Os resultados apontam que há a
preponderância de uma hegemonia curricular, ou seja, uma supervalorização do branco e a
negação da representatividade de outros segmentos raciais como negros e indígenas. Nas
materialidades como o acervo literário, as imagens lançadas nas paredes, as bonecas e bonecos
priorizam a criança branca e coloca em desvantagem racial a criança negra e de outros grupos
étnico-raciais, que por ventura, frequentem o espaço. Nesse ínterim as crianças brancas desta
unidade educativa contam com vantagens raciais que se materializam nas práticas pedagógicas e
na diferença de tratamento que reiteram o lugar de destaque e de positividade a elas que lhes
dão a certeza de que são merecedoras de toda a deferência, que entre todas elas são as
escolhidas e por isso, podem deduzir que são melhores que outros grupos não representados com
a mesma frequência, com o mesmo destaque. Por consequência apreendem esse lugar
hierárquico nas relações raciais brasileiras, assim o privilégio/vantagem raciais vai sendo
ensinados às crianças brancas na infância nos espaços de educação infantil.
DC-033
Palavras-chave: ensino superior, curso de música, currículo, teoria crítica, formação do músico.
DC-034
Para muitos docentes, trabalhar com alunos surdos tem se configurado em um grande desafio no
dia a dia da prática docente. O desafio é ainda maior considerando a falta de experiência da
maioria dos docentes com este público. Para vencer esse desafio, os docentes do Instituto Federal
de Roraima (IFRR) / Campus Boa Vista Zona Oeste (CBVZO) têm buscado criar estratégias para a
efetivação do processo de ensino e aprendizagem, assim como favorecer a interculturalidade por
meio da comunicação. Dessa forma, o objetivo deste estudo é apresentar a experiência dos
docentes do IFRR / CBVZO na utilização de estratégias para colaborar com a aprendizagem de
alunos surdos. A experiência em questão tem possibilitado o desenvolvimento de estratégias com
foco no aprendizado de uma aluna surda, especialmente considerando as competências
necessárias no processo, com ênfase no maior aproveitamento desta aluna nos componentes
curriculares, especificamente da área técnica, uma vez que ela faz curso técnico integrado ao
ensino médio. Tem-se observado que a utilização de diferentes estratégias tem oportunizado à
aluna maiores chances de obter os resultados acadêmicos que são exigidos pela instituição, assim
como tem contribuído para a comunicação da aluna com os demais alunos ouvintes. Nessa
perspectiva do desenvolvimento de mecanismos para favorecer o aprendizado, Dell’areti et al.
(2004) ressaltaram a necessidade de se propor novas estratégias e instrumentos que incentivem o
desenvolvimento de habilidades e de competências básicas. Como estratégias utilizadas pelos
docentes, têm-se: apresentação de vídeos/filmes, uso de imagens, produção de cartazes,
elaboração de projetos e produção textual. Foi possível perceber que a utilização de tais
estratégias garantiu maior participação da aluna nas atividades desenvolvidas dentro e fora de
sala de aula, individual e coletivamente. Apesar da falta de letramento da aluna, as atividades
desenvolvidas em sala contribuíram para bons resultados da aluna, uma vez que no momento de
atividades práticas ela conseguiu desenvolver sem que houvesse a intervenção do intérprete de
libras. Diante das novas práticas utilizadas, percebeu-se que a aluna se mostrou mais envolvida no
processo de ensino e aprendizagem. Assim, destaca-se que a utilização de diferentes estratégias
para buscar sanar os percalços que surgiram ao longo da caminhada acadêmica da aluna, com
intuito de garantir bom aproveitamento, pode ser uma alternativa viável a ser adotada.
DC-035
O presente trabalho, é decorrente de uma pesquisa no campo dos Estudos Sociais da Infância,
que tem como objetivo discutir as implicações e os efeitos das práticas de letramento na pré-
escola, a partir da análise do campo de experiência “escuta, fala, pensamento e imaginação”,
apresentado na Base Nacional Comum Curricular para Educação Infantil (MEC, 2018), assim como
dos demais documentos curriculares. Trata-se de um estudo teórico, que se fundamenta na
discussão sobre a produção de narrativas orais (COOPER, 2005; SAWYER, 2011; BINDER, 2017;
GARVIS, 2017; PRAMLING, 2017; PHIL et al., 2017; TSAI, 2017) pelas crianças pré-escolares por
meio da mediação literária (CARDOSO, 2014) e do brincar letrado (ROSKOS; CHRISTIE, 2009;
ROWE, 2009; PELLEGRINI; VAN RYZIN, 2009; WASJKOP, 2017). Metodologicamente, trata-se de
uma análise documental. Além do estudo da Base Nacional Comum Curricular (MEC, 2018), a
materialidade investigativa da pesquisa, também é constituída pelas Diretrizes Curriculares
Nacionais de Educação Infantil (BRASIL, 2013) e Referencial Curricular Gaúcho de Educação
Infantil (RS, 2018). A partir dos estudos realizados, o trabalho apresenta uma análise sobre: 1) as
discussões sobre o letramento na Educação Infantil e tensões enfrentadas no âmbito epistêmico
da área; 2) as orientações expressas nos documentos curriculares (DCNEI, BNCC e RCG) sobre o
trabalho com a linguagem oral na Educação Infantil e suas possíveis reverberações na prática
pedagógica docente; 3) as potentes interlocuções entre o brincar e o letrar na pré-escola a partir
de uma proposta de trabalho participativa, intencional e sistematizada; 4) as implicações e os
efeitos do trabalho com letramento na pré-escola no que diz respeito ao desenvolvimento do
vocabulário das crianças, capacidade expressiva, narratividade e imaginação. A partir das análises
empreendidas no decorrer da pesquisa, foi possível depreender que as orientações curriculares
da Educação Infantil, sobretudo, a Base Nacional Comum Curricular (MEC, 2018), apresenta
importantes contribuições para o planejamento de práticas pedagógicas envolvendo o letramento
e a brincadeira na pré-escola. Trata-se, sem dúvida alguma, de indicativos que possibilitam com
que o professor realize o planejamento de práticas pedagógicas que tenham como foco o
desenvolvimento da linguagem oral/escrita das crianças. Por outro lado, ressalta-se a importância
de que seja realizada uma análise crítica dos objetivos de aprendizagem e desenvolvimento da
pré-escola, relativos ao campo de experiência “escuta, fala, pensamento e imaginação”, para que
não seja cometido o equívoco de antecipação da escolarização das crianças na Educação Infantil e
desrespeito aos direitos de aprendizagem – conviver, brincar, participar, explorar, expressar e
conhecer-se – expressos na Base Nacional Comum Curricular (MEC, 2018).
DC-036
DC-037
O presente trabalho é decorrente de uma pesquisa, que a partir das contribuições dos Estudos
sobre Currículo na Educação Infantil, tem como objetivo discutir o processo de recontextualização
da Base Nacional Comum Curricular de Educação Infantil (MEC, 2017), no processo de elaboração
do Referencial Curricular do município de Canoas (RCC) – Rio Grande do Sul. Tendo em vista que a
Base Nacional Comum Curricular (MEC, 2017) é um documento normativo nacional que demanda
a reorganização curricular dos municípios, justifica-se a importância de que sejam analisados
detalhadamente os processos de recontextualização presentes na elaboração do documento
curricular local da Educação Infantil. Metodologicamente, trata-se de uma análise documental, a
partir da qual é realizada uma análise do conteúdo. A materialidade investigativa é composta
pelas Diretrizes Curriculares Nacionais de Educação Infantil (BRASIL, 2009), Base Nacional Comum
Curricular (MEC, 2017) e Referencial Curricular da cidade de Canoas – RS (CANOAS, 2019). Tendo
em vista o exposto, cabe esclarecer que o Referencial Curricular de Canoasemergiu a partir da
exigência da formulação de um documento que contemplasse as especificidades do município.Tal
processo foi iniciado no ano de 2018, oportunizando discussões com os docentes da rede
municipal de Canoas e entrando em vigor no ano de 2019, a partir do processo de reformulação
dos Projetos Políticos Pedagógicos das Escolas de Educação Infantil municipais e da efetiva
operacionalização das orientações curriculares nas práticas pedagógicas desenvolvidas com as
crianças.Desse modo, o trabalho aborda especificamente o campo da Educação Infantil, o qual na
Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2017) se distingue das demais etapas da Educação
Básica com relação a sua organização, reiterando os seis direitos de aprendizagem e
desenvolvimento (Conviver, Brincar, Participar, Explorar, Expressar, Conhecer-se), já presentes
nas Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil (BRASIL, 2009).Apresentandoos cinco
campos de experiência (1 - O eu, o outro e o nós; 2 - Corpo, gestos e movimentos; 3 - Traços,
sons, cores e formas; 4 - Escuta, fala, pensamento e imaginação; e 5 - Espaços, tempos,
quantidades, relações e transformações)para se pensar os currículos nas instituições, assim como
os objetivos específicos de aprendizagem e desenvolvimento de acordo com cada faixa etária que
compreendem as crianças que frequentam a Educação Infantil.Nesse sentido, o trabalhoanalisa e
discute de que maneira a Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2017) está caracterizada no
Referencial Curricular, indicando pontos que se assemelham entre os documentos, bem como o
que se difere com relação as particularidades do município. Além disso, as análises empreendidas,
indicamtensionamentos que devem ser realizados no Referencial Curricular, para que o mesmo
não se torne um manual pedagógico orientativo da ação docente.Enfim, a partir do trabalho é
possível refletir a respeito da importância de discussão dos documentos curriculares, bem como
de seus processos de recontextualização nas cidades em que são implementados. Isso porque,
nos processos de implantação curricular, sempre devem ser levadas em consideração as
particularidades do contexto da cidade, bem como da comunidade escolar.
DC-038
O presente trabalho tem como objetivo relatar a experiência da construção de materiais de apoio
pedagógico para alunos de uma Escola Municipal de Ensino Fundamental localizada na periferia
do município de Uruguaiana, Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul. O projeto surgiu após a
análise e reflexão do período de sondagem por parte dos educadores/as, juntamente com a
equipe pedagógica. Durante a reflexão das dificuldades encontradas o grupo observou que os
alunos apresentavam dificuldades em conteúdos básicos e essenciais para a consolidação da
aprendizagem. No decorrer da investigação sobre os fatos apresentados surgiu a importância que
os materiais visuais, como cartazes, imagens e material concreto, influenciam o processo de
aquisição por parte do educando. Durante os anos iniciais o lúdico e o visual são elementos que
tornam a aprendizagem mais significativa, porém quando os educandos contemplam a
aprendizagem inicial e ingressam nos anos finais, o lúdico e o visual já não são vistos em sala de
aula. Com o objetivo de buscar possíveis soluções para as dificuldades encontradas os
educadores/as planejaram atividades que propiciassem a construção do material de apoio,
contando com a participação dos próprios educandos, para que os mesmos tornassem a atividade
significativa para o processo de ensino aprendizagem. Foram elaborados cartazes com dicas e
informações sobre erros ortográficos, regra de acentuação, separação silábica, pontuação,
gêneros textuais, uso dos porquês, figuras geométricas, tabuada, reta numérica, linha do tempo,
cores primárias, movimentos históricos, quebra cabeças, material de contagem e alfabeto móvel.
Os materiais foram confeccionados por níveis e dispostos nas turmas. Após a construção das
ferramentas os alunos conseguiram estabelecer uma relação significativa entre o que estava
sendo construído com as dificuldades encontradas durante o processo da aprendizagem, pois
durante a produção muitas dúvidas surgiam e os alunos conseguiram produzir o material com
autonomia. O material a ser utilizado deve proporcionar ao aluno o estímulo à pesquisa e a busca
de novos conhecimentos. O propósito do uso de materiais concretos no ensino escolar é o de
fazer o aluno a adquirir a cultura investigativa, o que o preparará para enfrentar o mundo com
ações práticas e ser sujeito ativo na sociedade. Os educadores/as juntamente com os educandos
conseguiram compreender que o recurso didático pode ser fundamental para que ocorra
desenvolvimento cognitivo da criança, mas o recurso mais adequado, nem sempre será o
visualmente mais bonito e nem o já construído. Muitas vezes, durante a construção de um
recurso, o aluno tem a oportunidade de aprender de forma mais efetiva e marcante para toda sua
vida. Em outro momento, o mais importante não será o recurso, mas sim, a discussão e resolução
de uma situação problema ligada ao contexto do aluno, ou ainda, à discussão e utilização de um
raciocínio mais abstrato, tendo como proposta formar um aluno reflexivo com relação ao seu
contexto social.
DC-039
O presente trabalho tem por objetivo relatar as vivências de um projeto desenvolvido pelo
Laboratório de Direitos Humanos (LabDH) do Centro de Educação a Distância (CEAD/UDESC) com
sede na cidade de Florianópolis/SC em parceria com a Escola Municipal de Ensino Fundamental
Maria de Lourdes Castro na cidade de Santa Maria/RS. O Projeto tem o objetivo de contribuir para
o conhecimento e aplicação de ações pedagógicas relacionadas à saúde, cidadania,
sustentabilidade, e cultura de paz, auxiliando na construção de uma sociedade que respeita os
direitos humanos e os direitos da criança e do adolescente. O contexto brasileiro atual apresenta
uma enorme demanda de formação de professores/as para fazer frente a uma política pública
educacional de direitos humanos, uma vez que, embora na legislação brasileira vigente os direitos
do/a cidadão/ã estejam resguardados, as condições físicas e de recursos das instituições de ensino
bem como a formação docente, na maioria das vezes, não são suficientes para atender as
demandas educacionais dos/as estudantes. Neste sentido, numa relação multilateral com os
setores da sociedade, este projeto desenvolve ações de extensão que buscam intervir e contribuir
através da realização de atividades educativas de promoção da saúde, da cidadania, da
sustentabilidade e da cultura de paz em ambientes escolares, pois a transformação se dá pela
educação, e a semeadura dessa intenção pode ser inserida no cotidiano da escola, na sala de aula,
no recreio, na cantina e demais dependências por onde as crianças circulem. Para tanto, foram
elaboradas atividades educativas atraentes para as crianças com a utilização de musicalização,
jogos, brincadeiras, teatro, contos, entre outras. O projeto é composto por oficinas para os/as
estudantes e professores/as, as ações são planejadas e executadas envolvendo também outros/as
profissionais da educação, acadêmicos/as dos cursos de licenciatura e de enfermagem das
instituições parceiras e representações da sociedade civil organizada. Durante o processo de
execução das ações de extensão, a avaliação e o replanejamento são constantes, principalmente
pela diversidade do conhecimento dos/as cursistas atendidos/as, verificando-se ao longo do
percurso se os objetivos propostos foram alcançados e se o trabalho desenvolvido proporcionou
ao grupo a aquisição de conceitos e o desenvolvimento pessoal. Além disso, percebeu-se que a
indissociabilidade entre extensão, ensino e pesquisa é fundamental para a articulação entre a
teoria e a prática, possibilitando o intercâmbio de saberes entre academia e a sociedade. Utilizou-
se como ferramentas metodológicas dinâmicas e atividades lúdicas com enfoque nos eixos
orientadores: saúde, cidadania, sustentabilidade e cultura de paz, conforme as demandas,
necessidades e anseios da comunidade escolar. Como resultado pode-se observar um espaço de
convívio inspirado no respeito ao próximo, e na aceitação das diferenças, com o desenvolvimento
de uma educação em valores e o estímulo de ações que contribuam para a transformação da
sociedade, tornando-a mais humana, socialmente justa e voltada para a preservação da natureza.
DC-040
Este trabalho expõe parte dos estudos, realizados no processo de escrita de tese, desenvolvida no
Programa de Pesquisa do Grupo de Estudos e Pesquisa Observatório de Cultura Escolar, que
envolve seleção e análise de dissertações e teses, produzidas entre 2007 a 2017. Tais produtos
acadêmicos são tomados como fontes e objetos no (re)conhecimento das posições
epistemológicas, assumidas na/pelas múltiplas relações e categorias apresentadas ao estudo do
currículo na/da Educação do Campo. Vale registrar que investigamos as análises construídas
acerca dos saberes prescritos para a escolarização do campesino, por meio de aproximações à
compreensão dos elementos e dos relacionamentos que envolvem o papel do Estado e que são
produzidos na relação com ele. Nesse contexto, sinalizamos para a centralidade do currículo
estabelecer as ligações existentes entre os âmbitos cultural, social, político, econômico e o
campo. Para tanto, as reflexões acerca da relação currículo e conhecimento devem problematizar
a maneira como vemos e projetamos as aprendizagens para o sujeito campesino, bem como as
interpretações do senso comum que a ela atribuímos, atuando para “saturar” nossa própria
consciência da diferença instituída. O senso comum encontra-se imbricado na noção de
hegemonia, uma vez que os discursos hegemônicos se configuram na medida em que estão
aliados à vida prática e com os alicerces que a sustentam. Depreendemos dessa noção, a tarefa
de apreender a estrutura do campo da educação do/no campo, dada pelas relações de força
entre os agentes (indivíduos e grupos) e as instituições que lutam pela hegemonia, isto é, o
monopólio da autoridade que outorga o poder de ditar as regras, de repartir o capital específico
deste campo. Capital definido por tempos e ritmos, luta pela terra e cultura, que acabam por
encontrar-se repartido, dispondo as relações internas do/no campo, formatando a sua estrutura
Nesta perspectiva, apresentamos os resultados dessa investigação em três tópicos: o primeiro
expondo breves informações sobre a Educação do Campo e alguns aspectos históricos; o
segundo, incorrendo em reflexões sobre o currículo e o conhecimento e; o terceiro, transitando
pelas informações trazidas pelas/nas teses e dissertações. Em conclusão, ainda, defendemos que
a relação currículo e conhecimento precisa distanciar-se da produção e preservação de divisões e
diferenças, que reforçam a ausência de uma orientação multicultural numa perspectiva
emancipatória.
DC-041
ENSINO DE CIÊNCIAS
RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES ORAIS
EC-001
EC-002
Giovana Hanae Pereira Assanuma Loechel; Instituto Federal do Paraná – Campus Paranaguá;
giovanahanae2@gmail.com
Luise Quintanilha Severa dos Santos; Instituto Federal do Paraná – Campus Paranaguá;
luiseqss2@gmail.com
EC-003
Escolher a ciência como carreira profissional no Brasil sempre foi para poucos indivíduos, mas,
dentre aqueles que escolhem trilhar esse caminho, é possível reconhecer um perfil generalizado
de homens brancos e de capital aquisitivo elevado. Além disso, homens brancos, europeus e
aristocratas foram os que contaram e escreveram a história da ciência tal como é ensinada
atualmente nas escolas, na academia e tida como aceita por quase toda a comunidade científica.
Essa construção do conhecimento científico excluiu e silenciou mulheres, classe trabalhadora,
conhecimentos orientais, africanos e indígenas de maneira a tornar a participação deles
inacessível e questionável. Desde a Guerra Fria, a pesquisa em Ensino de Ciências pensa maneiras
de chamar os estudantes para a ciência, porém, ao não se preocupar com temas transversais
como gênero, raça e classe, ocorre uma conivência (implícita ou não) com a exclusão de minorias
por não articular formas de atrair esses indivíduos para as ciências e para integrá-los no meio
científico. A falta de representatividade, de protagonismo de personagens de identificação e de
saberes significativos à identidade desses também auxilia a causar essa exclusão. O apagamento
de indivíduos negros se torna preocupante quando se percebe que, mesmo a população negra
compondo mais de 54,6% da população brasileira, apenas 10,4% das mulheres negras entre 25 a
44 anos concluem o ensino superior, segundo dados do IBGE, em 2018, e, destas, menos de 3%
são doutoras professoras em programa de pós-graduação, segundo informações do Inep.
Entender esses dados e estudar os fatores que o tornam tão baixos é responsabilidade do Ensino
de Ciências. A Lei 10.369/03 não isenta disciplinas como a Física dessa pauta. Para tanto, como
apontado pelas pesquisadoras Barbara Pinheiro e Katemari Rosa, faz-se necessária a apropriação
de conhecimentos que: norteiam a democratização do ensino; entendem as influências racistas
na construção da ciência; trazem o protagonismo de indivíduos negros; levam em consideração a
vida, o genocídio da juventude negra e sua relação com a escolaridade; trazem empoderamento e
identidade para esses estudantes; e fazem a interseccionalidade entre raça e gênero na ciência.
Pensando nisso, estudamos estes tópicos para refletir a ausência das mulheres negras na Ciência,
com ênfase na Física, e tomar medidas para atrair alunas negras do Ensino Médio para as
Ciências, ou pelo menos aproximá-la de suas realidades, apropriá-las desses conhecimentos e
mostrar que a ciência também é uma opção viável para elas. Ações como minicursos, filmes,
palestras, oficinas e projetos temáticos irão compor as atividades articuladas para atingir este
propósito, além de promover na universidade o debate racial, visto que é um fator de exclusão de
alunos/as negros/as nos cursos de exatas e que promove a evasão. Afinal de contas, se
desejamos estudantes de Ensino Médio em cursos de exatas, a universidade deve estar
empenhada em combater o racismo estrutural e institucional em suas múltiplas manifestações de
maneira a tornar suas chegadas agradáveis e o mais favorável possível. Não basta apenas não ser
racista, é necessário ter um ensino de ciências, uma universidade e uma comunidade científica
antirracista.
EC-004
O termo “fazer ciência”, no Brasil, está diretamente atrelado às Universidades Públicas, isso
porque mais de 95% da produção científica desenvolvida no país vem dessas instituições. Em uma
pesquisa realizada, a pedido da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(CAPES), pela Clarivate Analytics o Brasil ocupa a 13ª posição no ranking, com mais de 190 países,
de produção científica global, acima de países como Holanda, Rússia e Suíça. Em março desse ano,
o Governo Federal anunciou dentre tantos outros, um corte orçamentário ao Ministério da
Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Esse corte reduz, em 42%, o orçamento
do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para o pagamento de
bolsas para alunos de ensino médio, iniciação científica, mestrados e doutorados. Embora a
medida se mostre negativa à ciência nacional, uma parcela da sociedade se posicionou contra às
universidades. Com isso, nota-se que apesar das instituições terem reconhecimento mundial, as
comunidades em que estão inseridas não possuem o conhecimento do que se produz e a
importância de uma universidade pública para o crescimento do país. Percebe-se então, uma
necessidade da divulgação cientifica no Brasil, divulgação essa que pode ocorrer de diferentes
maneiras3, porém é preciso que atinja a sociedade de maneira positiva, afim de que a sociedade
entenda e seja capaz de reproduzir essa fala. Dessa maneira, as redes sociais, podem se configurar
como um meio de divulgação científica, devido a facilidade de acesso da sociedade no geral.
Sabendo disso, o Programa de Extensão Cientifi-CIDADE: Popularizando a Ciência e a
Universidade, da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), criou uma série de vídeos,
denominada “Minha Pesquisa é Essa”. Visando a divulgação cientifica a partir da fala de pós-
graduandos, do Programa de Pós-graduação em Química (PPGQ) e Programa de Pós-Graduação
em Ensino de Ciências, Matemáticas e Tecnologias (PPGECMT), ao compartilharem suas pesquisas
científicas com a população, através das mídias sociais do projeto. Para isso, no início os
entrevistados informam o curso de graduação e a qual programa de pós graduação ele fez parte,
em seguida em até 2 minutos é explicada a sua pesquisa, logo depois são destacadas todas as
contribuições que o pós-graduando julga que essa pesquisa trouxe e ou/ trará para a sociedade e
por fim, é solicitado que explique novamente, porém para alunos de ensino médio. Esse exercício,
além de mostrar que muitas vezes, os indivíduos da comunidade científica não se atentam para
que a linguagem empregada atinja o mais amplo público, faz com que os entrevistados trabalhem
a conversão da linguagem cientifica em linguagem comum, tornando-a mais acessível à
população4. Com os vídeos, o programa espera diminuir o número de pessoas sem acesso à
informação, afim de aumentar o apoio as instituições públicas de ensino.
EC-005
Este trabalho, de revisão de literatura, busca localizar em periódicos brasileiros trabalhos que
abordam o tema de práticas epistêmicas, com o objetivo de analisar quais as principais linhas de
estudo que seguem essa área. Práticas epistêmicas são padrões de ações realizadas por membros
de uma comunidade enquanto compartilham objetivos, valores e significados e podem ocorrer
nas instâncias sociais de produção, comunicação e avaliação do conhecimento. Para a realização
da revisão bibliográfica optou-se por selecionar artigos nos principais periódicos brasileiros, pois
consistem em um dos principais meios de divulgação científica do país e são facilmente acessíveis
pelo público em geral, devido à maioria estar disponível via internet gratuitamente. Os periódicos
analisados foram selecionados utilizando a classificação Qualis da Capes, onde optou-se por
periódicos de ensino de ciências com classificações A1, A2, B1 e B2. A seleção de artigos se deu
manualmente, observando todos os títulos de cada periódico e lendo os potenciais artigos sobre o
tema, para então descartar ou incluir na pesquisa. A revisão limitou-se às publicações nos últimos
cinco anos, buscando uma perspectiva mais atual sobre a pesquisa no tema. Após a seleção dos
artigos, realizou-se uma análise de seus conteúdos, buscando classificá-los conforme seus
enfoques e verificando diferentes abordagens sobre práticas epistêmicas. Com base na revisão
que decorreu até o presente momento, os artigos que trabalham com práticas epistêmicas
utilizam os conceitos de KELLY e DUSCHL (2002) para auxiliar na explicação do tema. Até este
momento foram analisados dez periódicos de classificação Qualis A1, onde foram encontrados
seis trabalhos que abordaram o tema de práticas epistêmicas. A maior parte dos artigos
analisados buscam criar uma ferramenta analítica, ou utilizar/adaptar uma já existente, como
forma de categorizar as práticas epistêmicas que ocorrem no ensino de ciências, buscando
exemplificar de quais formas a produção, a comunicação e a avaliação do conhecimento
aparecem durante as aulas de ciências. Com a análise dos artigos é perceptível a aparição de
alguns temas que, com frequência acompanham práticas epistêmicas, como ensino por
investigação, argumentação, interações discursivas e movimentos epistêmicos. Como as práticas
epistêmicas são práticas sociais, era esperado que surgissem temas que incentivam ou emergem
de tais situações. Com apoio da FAPESC.
EC-006
EC-007
A música é um recurso didático de fácil acesso que pode ser utilizado para o ensino de Ciências e
pode ser favorável para a construção do conhecimento de conceitos químicos, auxiliando o
professor a diversificar as suas aulas, além de estar muito presente no cotidiano dos jovens e
adultos. “A música e a letra podem ser uma importante alternativa para estreitar o diálogo entre
alunos, professores e conhecimento científico, uma vez que abordam temáticas com grande
potencial de problematização e está presente na vida do aluno” (SILVEIRA e KIOURANIS, 2008, p.
29). Muitos autores descrevem a música como sendo auxiliadora da memorização e percepção ao
estudar o conteúdo, além de motivar o processo de ensino-aprendizagem, Mortimer (2002)
destaca que ao considerar a realidade de muitos alunos, é necessário que haja uma mudança na
maneira de conduzir o trabalho pedagógico. Também é destacado por Silveira e Kiouranis (2008)
que “o conhecimento químico pode ser construído pelas crianças e pelos jovens de tal forma que
eles compreendam questões relevantes e outras tangíveis ao dia-a-dia, assim como possa
contribuir para modificar a imagem sobre a química”. Então, percebe-se a importância para o
ensino de Ciências da utilização da música como recurso didático, uma vez que há um
engajamento maior vindo dos alunos quando são estimulados com aulas diferentes das que estão
habituados. A visão de muitos alunos do Ensino Médio em relação ao ensino de Química é muitas
vezes distorcida e os que não apreciam muito essa ciência não conseguem relacioná-la com outras
áreas do conhecimento (VICINGUERA e CUNHA, 2012, p.6). Então, com o uso de recursos
didáticos para complementar o ensino de Ciências, o professor consegue trazer outra forma de
lecionar e agir em sala de aula, tornando o ensino de química mais efetivo e atraente para os
estudantes. A partir desta pesquisa sobre a música e recursos didáticos, o projeto de extensão
Cientifi-CIDADE deu início a série de vídeos “Música com Química”, trazendo algumas paródias
envolvendo conteúdos químicos, as letras são produzidas pelo projeto, e são gravadas por
estudantes de toda a universidade (UDESC). Um dos objetivos da série é permitir que os
professores de ensino médio utilizem os vídeos como material didático, alcançar os estudantes
através das redes sociais e popularizar a ciência, visando melhorar e diversificar o ensino de
química para que se torne mais interessante de acordo com os estudantes. Os vídeos são
publicados em plataformas digitais como o Youtube e Facebook e pode-se observar um grande
engajamento nos acessos, onde o vídeo mais acessado da série contém 3206 pessoas alcançadas e
180 envolvimentos no Facebook (dados de 03/09/2019), sendo um dos vídeos de maior alcance
na plataforma, destacando-se das demais séries produzidas pelo Cientifi-CIDADE.
EC-008
O presente trabalho é motivado por nossa experiência com Ensino de Biologia nas escolas
públicas, no qual, percebemos um desinteresse dos estudantes pelas atividades desenvolvidas em
sala de aula, principalmente nas séries finais do Ensino Médio. Buscando uma solução para essa
situação recorremos ao Ensino por Investigação (CARVALHO,2013; SCARPA e SILVA, 2013; SCARPA
e CARDOSO, 2018; CLEMENT, 2013; AZEVEDO, 2004; TEIXEIRA e NETO, 2017), no qual o estudante
é envolvido em um problema científico, desempenhando um papel ativo no processo de
construção do conhecimento. Dessa forma, visando uma melhoria de postura tanto do professor
quanto de seus alunos em relação ao ensino e a aprendizagem de Biologia, elaboramos uma
Sequência de Ensino Investigativa, inspirados pelos preceitos teóricos apresentados por Carvalho
(2013), elaborada com o propósito de discutir conceitos de ecologia e com foco na temática das
enchentes, que ocorrem na cidade de Rio do Sul/SC. As etapas que possibilitam essa construção
são descritas segundo (CARVALHO, 2013) como a de propor um problema que esteja relacionada
aos conteúdos curriculares e também com a realidade dos alunos. Outra etapa importante é a
resolução do problema, realizada em pequenos grupos para complementar a aprendizagem. Com
as hipóteses já estabelecidas, os grupos são desfeitos e os alunos discutem suas descobertas. Por
fim, na última etapa escrevem ou desenham individualmente sobre os conceitos científicos
contemplados com a atividade. A escolha deste tema justifica-se pelos pressupostos
desenvolvidos no trabalho de Carvalho (2013), que fomentam a importância de abordar conceitos
associados com o cotidiano do aluno, possibilitando assim, um interesse maior em desenvolver as
atividades investigativas. Tendo em vista, que esta temática pode ser abordada dentro do
conteúdo curricular da 3ª série do Ensino Médio, destinado ao estudo da Ecologia. Para verificar a
efetividade desse trabalho, utilizamos dois conceitos como ferramenta de análise: a autonomia
dos alunos na tomada de decisão e o engajamento (JULIO; VAZ; FAGUNDES, 2011; TRIVELATO;
TORINANDEL, 2015; MORAES; TAZIRI, 2019). A metodologia de pesquisa abordade é descrita como
de Natureza Interventiva com foco na pesquisa de aplicação que visa elaborar, aplicar e analisar
dados de modo que não altere significativamente a realidade do pesquisado ou objeto de
pesquisa, mas que permita gerar conhecimento (TEIXEIRA; NETO, 2017). Para a coleta de dados
será utilizado entrevistas, vídeo gravações e materiais produzidos pelos alunos. Com apoio
FAPESC.
EC-009
O Instituto Federal Catarinense (IFC) conceitua, em um dos seus documentos norteadores, que a
extensão é um processo educativo, cultural, social, científico e tecnológico que promove a
interação entre as instituições, os segmentos sociais e o mundo do trabalho, com ênfase na
produção, desenvolvimento e difusão de conhecimentos, visando o desenvolvimento
socioeconômico sustentável local e regional (PDI, 2014). Nessa visão interativa, de difusão de
conhecimentos e promoção de transformações nas comunidades interna e externa, dois projetos
de extensão vinham sendo desenvolvidos, cada com suas especificidades. Fazendo ou não uso de
fomentos disponibilizados em editais, os projetos Viagem pelo Céu e Apoio, Organização e
Formação de Docentes e Estudantes paras as Feiras de Matemática tinham atividades e público-
alvo distintos. Em 2019, as professoras proponentes verificaram a possibilidade de trabalhar em
conjunto. Uma das atividades propostas no projeto de apoio às Feiras, utilizou a astronomia, tema
do primeiro projeto descrito, como conteúdo chave para a alfabetização científica na educação
infantil e séries iniciais. Vale ressaltar que assuntos relacionados com o céu estão presentes no
cotidiano das crianças e que sol, lua, estrelas, buracos negros, planetas etc. sempre despertam
interesse. No entanto, uma das autoras constatou que o assunto era tratado equivocadamente
com as crianças, ou utilizava-se de assuntos místicos para sua explanação. Como os professores
das séries iniciais são graduados em pedagogia, nem sempre dominam conceitos fundamentais de
astronomia e acabam por descartá-los (LANGUI, NARDI, 2009). Para aliar um assunto interessante
para a educação infantil e séries iniciais, as professoras de matemática e física do IFC - Campus
Araquari - investiram na formação desses sujeitos. O intuito foi divulgar as Feiras de Matemática
e, com as atividades focadas na astronomia, preparar pelo menos dois estudantes a apresentar
numa Feira, que tem como principal objetivo socializar práticas pedagógicas. As atividades foram
executadas nos CEI Vovó Brandina, de Araquari-SC e no CRAS Jardim Paraíso, de Joinville-SC. Essas
instituições foram receptivas com a proposta e, as crianças mostravam-se interessadas,
empolgadas e ansiosas com o momento da viagem pelo céu. O trabalho teve como princípio a
ludicidade, visualizando as nebulosas e descobrindo a origem do sistema solar, ou verificando
nesse universo a cor de cada planeta, que se dá em razão de diferentes composições químicas. O
projeto obteve êxito em quase todas as etapas, observando-se o prazer em aprender e um
sentimento de “pertencimento” à Terra e ao universo por parte das crianças, favorecendo o
desenvolvimento de hábitos e atitudes diferenciadas em relação ao mundo. Empecilhos
ocorreram e a proposta de levar crianças para uma Feira de matemática não foi concretizada, seja
pela inexperiência das proponentes nessa ação e/ou pelo não conhecimento das famílias da
importância desse processo.
EC-010
EC-011
Apoiado nas notáveis contribuições que a fundamentação da Teoria dos Campos Conceituais (TCC)
de Gérard Vergnaud trouxe para publicações de trabalhos na área de Ensino de Ciências,
constatou-se a necessidade da elaboração de uma revisão literária para entender ou se aproximar
do estado da obra do autor. Destarte, toma-se como pressuposto que conhecimento e ciência são
construções coletivas e que, para haver problematizações relevantes, os pesquisadores devem se
interessar com a situação desse estado, independente do tema, algo certamente facilitado com o
encontro de revisões atualizadas. Esta revisão, então, apresenta artigos publicados no período de
2007 a 2018 e encontrados com a utilização de termos como “Vergnaud”, “Campos Conceituais” e
“Invariantes Operatórios” nos mecanismos de busca das revistas. A seleção das revistas foi de
acordo com seus respectivos parâmetros de impacto contidos na plataforma Sucupira da CAPES e
o grau de relevância no âmbito acadêmico. Foram contabilizadas quinze revistas com materiais e,
devido à grande quantidade de trabalhos, fez-se necessário dividi-los em categorias. Inicialmente
duas seções foram criadas: uma que utiliza a TCC como base para pesquisa em ensino e outra que
a encara apenas como uma teoria complementar, ou seja, cita a TCC apenas em alguns aspectos a
fim de agregar a outras teorias, sem preocupação com uma metodologia de análise aprofundada
ou com o desenvolvimento de sequências didáticas. A primeira seção ainda apresentou grandes
discrepâncias nos métodos de abordagem da TCC e, por isso, fez-se necessária a fragmentação em
três subseções: sequências didáticas fundamentadas na TCC (utilizam-na como base para o
desenvolvimento e análise de uma sequência didática, contribuindo para a construção de
situações-problemas com verdadeiros significados a serem utilizados na aplicação da sequência,
bem como a análise de invariantes operatórios explicitados pelos alunos); artigos que aliam a TCC
a outros referenciais teóricos para análise de situações-problema bem como, de possíveis
invariantes operatórios; artigos que utilizam a TCC como referencial teórico, mas sem apresentar
uma sequência didática aplicada ou analisada. Após estes recortes, verificou-se que alguns
trabalhos analisados ainda buscavam algum tipo de análise da eficiência da usabilidade da TCC,
especialmente os situados mais próximo do início do período analisado. Em outros já se
considerou o referencial com credibilidade adequada e partiu-se para a elaboração, a proposição
e a análise de sequências didáticas, mesmo que aliadas a outros referenciais, como o de Ausubel,
por exemplo. Nos trabalhos encontrados, não se encontrou críticas negativas a respeito do uso da
TCC. Aconselha-se, entretanto, que, para um bom entendimento do processo de aplicação da TCC,
os pesquisadores baseiem-se nos artigos que compõem a primeira e a segunda parte do primeiro
grande grupo. Caso queira-se ampliar as reflexões acerca de alguns aspectos mais específicos, os
trabalhos que compõem a terceira parte do primeiro grupo podem ser relevantes. Os artigos do
segundo grupo pouco têm a acrescentar sobre um entendimento da TCC. Salienta-se, no entanto,
que não é o objetivo e nem de competência invalidar nenhum trabalho, apenas nortear pesquisas
que venham a utilizar a TCC como referencial teórico.
EC-012
O projeto de formação continuada, proposta pela UDESC com parceria com a Secretaria da
Educação do Munícipio de Joinville no ano de 2016, com professores de Ciências, Geografia e
História teve como foco discutir propostas interdisciplinares em sala de aula. A proposta do
projeto que além de favorecer a mudança didática sobre a perspectiva do que se entende por
pesquisa escolar, apresenta a Alfabetização Científica e Tecnológica em seus objetivos gerais
(humanistas, sociais, econômicos e políticos), pedagógicos (comunicação, autonomia, e um certo
manejo do meio) e a identidade da metodologia de Ilha de Racionalidade. A metodologia
apresentada aos professores, contou com as etapas sugeridas por Fourez para a Ilha de
Racionalidade bem como uma etapa extra, indicada por pesquisadores no Ensino de Ciências da
UFSC, como etapa zero. Etapa esta com viés didático, no qual o professor delineia uma situação-
problema, que será ponto de partida para a construção da atividade. E é dentro desta situação-
problema elaborada, que este trabalho tem por objetivo identificar se as perguntas criadas pelos
professores, apresentam potencial para que uma atividade que favoreça a Alfabetização Científica
e Tecnológica (ACT). O curso de formação continuada contou com a participação de dezessete
escolas, na qual somente oito propuseram a situação-problema, dentre elas, quatro com
formação de perguntas e as outras a partir de temas. O delineamento da análise aqui apresentada
se deu sobre a criação da situação-problema, entendida como responsabilidade do professor.
Para tanto, utiliza-se da classificação proposta por Machado e Sasseron (2012), que categoriza as
perguntas do professor de modo a promover a Alfabetização Científica. Com indicadores
mapeados como: perguntas problematizadoras, perguntas de história e perguntas centradas na
pessoa. A partir dos resultados obtidos apresenta-se uma análise sobre as perguntas elaboradas
pelos professores participantes, inseridas em uma situações-problema destinadas aos alunos do
Ensino Fundamental. Os trechos analisados são parte dos registros apresentados na plataforma
Google drive, relatos da etapa que compõe cada Ilha de Racionalidade. Os relatos eram
compartilhados com seus colegas de formação, para que pudessem acompanhar a aplicação, bem
como proporcionar momentos de discussão e apreciação durante os encontros presenciais do
curso de formação. Parte dos indicadores são percebidos ao longo das perguntas geradas,
contudo por vezes de forma incompleta, não preenchendo todos os requisitos, percebe-se uma
profunda dificuldade sobre como elaborar uma pergunta que proporcione a argumentação dos
alunos de Ensino Fundamental.
EC-013
O presente trabalho tem por objetivo compreender como o ensino de Ciências pode contribuir
para a aprendizagem dos conhecimentos dos alunos deficientes visuais (DV). A metodologia
apresentou uma abordagem qualitativa através de entrevistas semiestruturadas com cinco alunos
DV e uma professora de Ciências de duas escolas da rede pública municipal de São Leopoldo, no
estado do Rio Grande do Sul. A fundamentação teórica trouxe autores como Vilela-Ribeiro e
Benite (2010, p. 587) que enfatizam, que a disciplina de Ciências é essencial na educação para a
cidadania, visto que a participação efetiva na sociedade, se faz de modo essencial, respeitando
suas necessidades educativas especiais. Aqui, destaca-se a importância, através da apreciação da
natureza na ciência, o fato de os conteúdos serem, em sua grande maioria, vivenciados na prática,
no cotidiano. Com isso, a integridade da postura do professor de Ciências deve ser fundamental,
frente aos conteúdos, buscando um ensino de qualidade a todos os educandos (LAUERMANN,
2017, p. 30). Silva (2014, p.191), lembra que uma das propostas educativas para o século XXI inclui
questões relacionadas com ciência, tecnologia e sociedade em todas as áreas do conhecimento,
especialmente no ensino de ciências. O autor ainda ressalta que os avanços da ciência têm se
instaurado na sociedade e, consequentemente, sua relação com o cotidiano se torna fator
imprescindível para o desenvolvimento da cidadania. Faz-se necessário, portanto, um ensino de
Ciências mais comprometido e problematizador da realidade, cuja aprendizagem seja mais
significativa para o estudante. Os livros didáticos em softwares compõem a Tecnologia Assistiva
(TA) e são uma das possibilidades dos alunos DVs no seu processo de ensino aprendizagem, que
de acordo com Riffel (apud COLPES 2014, p. 21), do ponto de vista educacional, engloba
mecanismos que proporcionem ao deficiente inclusão social e maior independência, contribuindo
para ampliar sua comunicação e adquirir melhor controle sobre seu ambiente e aprendizado.
Considerando estes conceitos, os resultados do estudo apontaram, através de transcrições das
entrevistas, para as adaptações curriculares no cotidiano por parte dos professores, que vem
beneficiando o processo de ensino aprendizagem dos educandos cegos e com baixa visão.
Conclui-se ressaltando a relevância da formação acadêmica na Biologia, quanto ao domínio do
conhecimento morfológico e fisiológico dos mamíferos. Indicando para a conscientização dos
educadores destas áreas quanto ao ensino voltado para todos, independentemente de suas
necessidades especiais. Aponta-se continuação de pesquisas na área do ensino de Ciências,
voltado aos livros didáticos em softwares das disciplinas de Química e Física.
EC-014
Dada a necessidade de superação do ensino tradicional a Base Nacional Comum Curricular propõe
que o ensino de Ciências no Ensino Fundamental seja construído através de situações de
aprendizagem organizadas com questões desafiadoras que incitem o espírito científico. O
presente estudo expõe uma proposta de problematização embasada no ensino por investigação,
que tem como eixo a participação ativa dos alunos e, por meio de um problema ou questão
central, realizam o levantamento de soluções e hipóteses. Nesse caso, a investigação foi sobre
energia termoelétrica e o foco das atividades foi transformação de energia. Com esta temática, os
processos químicos, físicos e biológicos puderam ser considerados e abordados de forma
interdisciplinar, permitindo uma gama de enfoques de acordo com a habilidade a ser
desenvolvida nos alunos, com o conteúdo pedagógico em questão e com o interesse da turma. O
objetivo foi analisar se a problematização proposta atende os requisitos: Levantamento de
soluções ou hipóteses; Apresentação dos conhecimentos prévios; Apropriação do problema pelo
aluno. A problematização foi implementada em uma turma de 7º ano com 14 alunos entre 12 e 13
anos de idade, com duração aproximadamente de 2 aulas (45 min. aula), analisadas por meio de
transcrições, produção dos alunos e entrevistas. A problematização constituiu-se de uma conversa
inicial sobre formas de geração de energia elétrica que os estudantes já conheciam e em seguida
uma discussão sobre os processos que ocorrem em uma usina termoelétrica. Dividiu-se os alunos
em pequenos grupos e a seguinte questão foi proposta: Quais processos seriam necessários para
que aja a produção de eletricidade a partir do carvão? Foi requisitado que construíssem um
desenho (esquema) e um pequeno texto explicando como seria esse processo. Durante esse
momento, o docente trabalhou com os grupos instigando-os. Então, cada grupo apresentou a sua
ideia para a turma e escolheram qual hipótese que melhor satisfez a questão. O professor
continuou a discussão, e deu sequência às demais etapas que constitui uma abordagem
investigativa a partir de pesquisas para teste das hipóteses e outras atividades. A análise do
processo de problematização, indicou que atendeu os critérios de atividade investigativa e que os
alunos participaram ativamente apontando e indicando hipóteses e soluções de como a energia é
produzida a partir da lenha ou carvão. Seus conhecimentos prévios estiveram presentes através
da apresentação de conceitos ou exemplos de seu cotidiano. De modo geral, se envolveram na
resolução discutindo e refletindo sobre o problema.
EC-015
Luise Quintanilha Severa dos Santos; Instituto Federal do Paraná – Campus Paranaguá;
luiseqss2@gmail.com
EC-016
Alex Rodrigues; IFC Instituto Federal Catarinense Campus Araquari – SC; chemicaalex@gmail.com
Anelise Grünfeld de Luca; IFC Instituto Federal Catarinense Campus Araquari – SC;
anelise.luca@ifc.edu.br.
EC-017
A Alfabetização Científica e Tecnológica (ACT) tem por objetivo desenvolver a capacidade reflexiva
do estudante em um processo que fornece subsídios à compreensão da Ciência e Tecnologia,
podendo ser considerada um meio de emancipação da sociedade, já que seus objetivos são
pautados em esferas humanas, sociais e econômica-políticas e conferem os atributos autonomia,
comunicação e domínio & responsabilidade (FOUREZ, 2003; 2005). O presente trabalho constitui-
se em uma pesquisa qualitativa realizada com 77 alunos da 1ª série do Ensino Médio, de uma
escola pública, na disciplina de Química, com o objetivo de analisar o desenvolvimento da ACT nos
estudantes através dos atributos. Em uma atividade desenvolvida em duplas, envolvendo a
discussão de problemáticas sociocientíficas relacionadas aos conceitos de substâncias puras,
misturas e suas técnicas de separação, os dados foram obtidos a partir das produções textuais dos
estudantes. As problemáticas foram baseadas em três notícias: uma sobre a poluição do Rio
Cachoeira (Joinville-SC) por corantes industriais; a segunda sobre a preservação desse rio; e a
terceira sobre o acesso à água barrenta de uma população maranhense. Tendo como base os
atributos da ACT, as categorias de análise, verificou-se que a proposta contemplou o
desenvolvimento da ACT. Para a categoria autonomia, que se refere à capacidade de
compreender e representar situações reais e lidar de modo razoável e racional com problemas
que se apresentam, foi constatado que os estudantes compreenderam que: 1. a poluição do rio
por corante poderia ter sido evitada se o filtro da empresa que o poluiu retivesse as impurezas; 2.
podem ocorrer alterações hidrológicas, morte de animais e proliferação de doenças, caso o rio
não seja preservado; 3. águas barrentas não são potáveis, trazendo hipóteses sobre possíveis
problemas de consumi-las, como doenças e intoxicação; e 4. foram capazes de propor técnicas de
separação de misturas que poderiam ser utilizadas para separar a água do barro. No que se refere
à comunicação, compreendida como a capacidade de relacionar-se com os demais realizando
trocas sobre as questões com que se depara, foi observado que a maior parte dos estudantes
desenvolveu a atividade por meio do diálogo com o colega da dupla, e que foi registrado o ponto
de vista conjunto acerca das problemáticas em questão. Em relação à categoria domínio &
responsabilidade, entendida como a tomada de decisão com base no domínio dos conceitos que
detém, apenas uma dupla a apresentou pois discutiu possibilidades para evitar a poluição do rio,
para que problemas como os de filtros que poluem rios não ocorram novamente e sugeriram
revisões e manutenções periódicas do equipamento de filtração. Diante da baixa ocorrência deste
último atributo em relação aos demais, pondera-se que isso pode ter ocorrido devido às
problemáticas trazidas não terem conduzido os estudantes a essa reflexão. Assim, a partir da
análise da atividade, almeja-se reformular a proposta de ensino para que o desenvolvimento de
todos os atributos possa ser alcançado por um maior número de estudantes.
EC-018
As pesquisas societais sobre a Percepção Pública da Ciência e Tecnologia (no inglês Public
Understanding Science, PUS) são realizadas há décadas, principalmente em decorrência da
Sociedade Real de Londres, fundada em 1653, interessada em divulgar e incentivar o
engajamento científico na população local e global. As discussões sobre a Percepção Pública da
Ciência e Tecnologia na sociedade é constante em função da necessidade da elaboração de ações
e políticas públicas voltadas à comunidade científica e ao bem público (CASTELFRANCHI, 2013;
CARIBÉ, 2011; FERREIRA, 2014), além do diálogo com a esfera popular em termos da educação,
de pesquisas e da cultura científica. Desse modo, entender os significados e os desdobramentos
da Ciência e Tecnologia (C&T) para a sociedade implica em analisar de que forma a esfera
científica e popular dialogam, pressupondo que interferem-se mutuamente, tanto em termos de
produção bem como de consumo das informações. Em muitos casos, além do desenvolvimento
de pesquisas e a produção do conhecimento propriamente dito, os cientistas esforçam-se em
produzir diferentes gêneros discursivos para a divulgação científica, o que pode ser mais ou
menos consumido pela população, o que interfere no grau de informação e conhecimento sobre
a Ciência. Assim, a comunicação e a divulgação científica auxiliam na prestação de contas, na
educação e cultura científica, além do engajamento e instrução da população em diversos
aspectos importantes para a qualidade de vida. Ao mesmo tempo, as interpretações e debates
promovidos pela sociedade afetam a produção científica, desde na reflexão sobre a ética até
mesmo a pertinência das pesquisas desenvolvidas. Igualmente importante é investigar o grau de
aceitação ou de rejeição da sociedade sobre as produções científicas e tecnológicas, em função da
necessária ética e de suas implicações societais. Desse modo, o presente estudo tem por objetivo
discutir a Percepção Pública da Ciência e Tecnologia de 54 acadêmicos, que integram fases
distintas de um curso de Licenciatura em Química a partir do uso de uma enquete aplicada
virtualmente pela ferramenta Survey Monkey® com nove questões, e que foi adaptada da
enquete originalmente elaborada em 2015 pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos e o
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (BRASIL, 2017), que foi respondida pela população
brasileira. A produção dos dados indicou que os acadêmicos possuem atividades de ensino na
graduação voltadas à Percepção Pública da C&T sobre diversos temas e análise crítica sobre sua
produção por meio de estudos epistemológicos. As exposições são realizadas principalmente
pelos professores, que procuram instruir os acadêmicos sobre as aplicações da C&T e como
produzir conhecimentos científicos. Ainda assim, as colocações são instrucionais e informativas,
por um discurso centrado apenas no par mais avançado, conferindo pouca autonomia,
participação e engajamento dos acadêmicos nessas atividades, dificultando as oportunidades de
crítica e aprendizado sobre a C&T, e suas implicações na sociedade, ou ainda, de que modo a
sociedade afeta a produção do conhecimento científico e tecnológico. Também foi constatado
divergências quanto ao grau de conhecimento dos acadêmicos sobre temas atuais da Ciência e
em suas percepções sobre a ética de cientistas.
EC-019
Com base na experiência como professor em escolas da rede pública do Estado de Santa Catarina,
se pode perceber algumas dificuldades relativas ao processo de ensino de Física, por exemplo, a
falta de interesse dos alunos pela disciplina, professores desestimulados, falta de laboratórios
adequados, falta de recursos humanos e financeiros para realização de atividades diferenciadas
de ensino, dentre outras. Identificamos a necessidade de investigações sobre perspectivas de
ensino-aprendizagem que proporcionem ao estudante maior envolvimento e protagonismo na
construção do seu conhecimento, bem como, uma aprendizagem mais efetiva e o
estabelecimento de uma concepção mais coerente sobre a produção do conhecimento científico.
Nesse sentido, consideramos que a perspectiva de Ensino por Investigação pode contribuir para o
alcance desses propósitos. O Ensino por Investigação é uma perspectiva de ensino-aprendizagem
que considera fundamental a utilização de situações-problema, além de localizar o estudante
como agente ativo no processo educacional e objetiva aprendizagens de e sobre Ciências. Neste
sentido, qualquer que seja o foco conceitual a ser abordado em aulas de ciências é importante
que se busque superar as perspectivas educativas pautadas em processos de ensino puramente
transmissivas, ainda estão muito presentes nos cenários educativos brasileiros. A Cinemática, por
exemplo, que é o primeiro conteúdo de Física a ser trabalho, tanto no Ensino Fundamental quanto
no Ensino Médio, costuma ser abordado de forma expositiva e descontextualizada, passando uma
visão limitada sobre Ciência e centralizando o processo de ensino-aprendizagem no professor.
Essa temática não precisa ser abordada dessa forma, uma vez que ela explica como os corpos se
movimentam e, portanto, sua contextualização é perfeitamente factível, com o professor
deixando de ser o detentor absoluto do conhecimento e apresentando os conceitos a partir da
observação dos movimentos de objetos presentes no dia a dia dos alunos. Com a intenção de
contribuir com a melhoria da qualidade de ensino desta área do conhecimento, elaboramos,
implementamos e analisamos uma sequência de aulas investigativas, em que abordamos o
Movimento Uniforme, Movimento Uniformemente Variado e o Movimento Oblíquo com o auxílio
de dois softwares educacionais, o Tracker e o Modellus. Adianta-se que os resultados obtidos
indicam a viabilidade da utilização de softwares educacionais para se abordar conceitos de
Cinemática. Os alunos agiram com naturalidade quando o professor apresentou o novo
instrumento didático, empenharam se para compreender o funcionamento e logo perceberam as
semelhanças entres os movimentos virtuais e os movimentos reais observados em aulas
anteriores. Essa atividade faz parte de um trabalho maior, junto ao Curso de Mestrado
Profissional em Ensino de Ciências, Matemática e Tecnologias, cuja investigação foi conduzida
com base no seguinte questionamento – a estruturação didático-pedagógica de SEI, em torno do
lançamento de foguetes de garrafas PET, favorece vivências investigativas em conteúdos de
Cinemática?
Palavras-chave: ensino de física, ensino por investigação, cinemática, foguetes de garrafas pet,
ensino fundamental.
EC-020
O trabalho “Um pé de quê? Em busca de uma cultura da indagação na sala de aula” originou-se do
projeto de intervenção aplicado durante o período de docência no Estágio Curricular
Supervisionado nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, pertencente à grade curricular do 4° ano
do curso de Pedagogia da Univille, realizado pela acadêmica Sarah Pessôa em uma escola da rede
municipal de Joinville em setembro de 2018. A justificativa e os objetivos do projeto surgiram ao
longo da etapa de observação, momento em que a acadêmica acompanhou as turmas do campo
de estágio. Nessa etapa pôde-se constatar que as crianças realizavam poucos questionamentos
relativos aos conteúdos durante as aulas, aparentando pouca curiosidade ou insegurança em
expressá-la. Tal cenário levou a acadêmica a refletir e pesquisar sobre a importância da
curiosidade e os caminhos que a escola pode encontrar para contribuir na formação integral de
cidadãos ativos e questionadores. Logo, a estagiária optou por abordar os conteúdos da docência
a partir de uma perspectiva questionadora, de forma que a curiosidade das crianças fosse um
facilitador e propulsor da aprendizagem, proporcionando uma sala de aula imersa na “cultura da
indagação”, termo utilizado por Vickery para designar um ambiente de aprendizagem crítica onde
todos sintam-se acolhidos para perguntar, questionar e aprender por meio da exploração. Para
alcançar este propósito, surgiu a necessidade de encontrar um tema que fosse de curiosidade das
crianças: por meio de uma ficha os alunos escreveram perguntas que poderiam ser acerca de
qualquer tema. Após a análise das perguntas, percebeu-se que a grande maioria dos
questionamentos eram relativos a elementos pertencentes ao mundo natural: surgiu assim o
tema “árvores”. Ao longo da semana a turma realizou diversas investigações com o objetivo de
ampliar os conhecimentos sobre as árvores, investigar as espécies presentes no campo de estágio
e compreender a sua importância para a vida na terra, ao mesmo tempo que aprendessem a
valorizar o ato de perguntar. As perguntas investigadas foram: “O que é uma árvore?”, “Quais são
as árvores que temos na nossa escola?”, “Como as árvores vivem?” e “Como seria um mundo sem
árvores?” A partir de cada pergunta investigativa, as crianças levantavam suas próprias hipóteses
para, em seguida, iniciarem a investigação. Para responder essas questões foram adotadas
diferentes metodologias como a leitura de textos explicativos, pesquisas na sala de informática,
experiências científicas e a observação das árvores presentes na escola em grupos (por meio de
uma ficha de observação construída coletivamente), entre outras. A culminância da docência
consistiu na organização de uma exposição com cartazes e textos explicativos (todos elaborados
pelos alunos), de forma que suas descobertas fossem compartilhadas com os demais colegas. O
projeto alcançou os objetivos propostos, de modo que as crianças tiveram os seus conhecimentos
ampliados e sua curiosidade provocada, participando ativamente de todo o percurso de
construção do conhecimento com questionamentos frequentes.
EC-021
EC-022
Este presente trabalho de revisão de literatura, tem como objetivo estudar como os
pesquisadores brasileiros pensam sobre o ensino por investigação, buscando estabelecer uma
referência sobre os tipos de interpretação e enfoques sobre esta temática. Este tipo de
abordagem didática é uma metodologia que, apesar de possuir várias interpretações, têm o aluno
como protagonista na construção do próprio conhecimento, dando-lhe mais liberdade intelectual,
e colocando o professor numa posição de orientador no processo de aprendizagem. Os autores na
área concordam ser necessário que os estudantes se engajem na resolução de problemas, emitam
e testem hipóteses através de experimentos, bibliografias, entre outras fontes de pesquisa,
busquem informações e que eles comuniquem e argumentem sobre seus resultados aos demais
colegas de sala. A presente pesquisa parte de uma revisão bibliográfica dos últimos cinco anos de
publicações nos principais periódicos brasileiros de ensino de ciências, buscando as pesquisas
mais atuais sobre a temática. Os periódicos selecionados foram escolhidos através da classificação
Qualis da CAPES, onde optou-se por aqueles avaliados com as classificações A1, A2, B1 e B2, ou
seja, os de maior relevância em termos de pesquisa. As publicações foram escolhidas
manualmente, observando os títulos de cada uma nos periódicos de nossa amostra, em seguida,
separou-se e leu-se os artigos em potencial, para então incluí-los ou não à base estudada. A
avaliação dos mesmos, está sendo feita em duas etapas. A primeira busca verificar quais os níveis
de ensino os autores trabalham e se o foco deles com o estudo são os alunos, a formação de
professores ou relatos de experiências. E, na segunda etapa, pretende classificá-los conforme seus
enfoques e com isso analisar as interpretações dos autores sobre o tema. Para a realização dessa
segunda etapa, foi necessário mapear o conceito de ensino por investigação, com isso uma breve
revisão histórica foi feita, estudando alguns artigos nacionais e internacionais, mapeando as
origens, principais interpretações e tendências. Até o momento analisamos quatro revistas com
classificação A1 (Ciência e Educação, Educação e Pesquisa, Ensaio: Pesquisa e Educação em
Ciências e a Revista Brasileira de Ensino de Física) e uma com classificação A2 (Investigações em
Ensino de Ciências) e foram encontrados até o momento dez artigos sobre o tema. Por meio de
uma análise preliminar, verificamos que boa parte dos artigos estudados tem seu foco nos alunos
do ensino médio e notamos também, que a grande maioria dos autores brasileiros ainda utilizam
as definições propostas e praticadas pela pesquisadora Ana Maria Pessoa de Carvalho.
EC-023
Esse trabalho se refere ao Projeto Sementeira Suzano, que é caracterizado como um espaço de
aprendizado, reflexão e socialização de informações. Tem como objetivo informar, envolver e
sensibilizar pessoas para implementar recursos e propostas em ações socioambientais ligadas à
educação ambiental. Seu objetivo maior é o de que os conceitos propostos sejam reeditados - e
não apenas multiplicados pelo participante no ambiente das comunidades contíguas à empresa
Suzano S.A. nos estados da Bahia e Espírito Santo.O trabalho é o relato de um resultado da
atuação de uma equipe interdisciplinarde Educação Ambiental e Sanitária em uma comunidade
quilombola no norte do Espírito Santo denominada Córrego do Macuco, - município de Conceição
da Barra. Trata-se de uma ação realizada por uma empresa de projetos educativos (Árvore da
Vida- Consultoria) contratada pela Suzano S.A, empresa de celulose, para buscar soluções
educativas e ambientais para as comunidades tradicionais locais sob dois eixos temáticos: água e
lixo.Partindo de um marco zero, quando a realidade era precária, as ações pioneiras aconteceram
nos anos de 2010, 2011 e 2012 e seus resultados positivos se estenderam aos anos seguintes,
quando a comunidade, agora legalizada e autônoma, deu prosseguimento a uma série de
empreendimentos e melhorias na infraestrutura. A busca de melhoria permanece até os dias
atuais. Os resultados apontam para a autodeterminação e a mobilização daquela importante
comunidade quilombola que conseguiu melhorar substancialmente a sua realidade ambiental,
social, sanitária e econômica, a partir de atividades e metodologias ativas de educação
empregadas pela equipe multidisciplinar. Partindo de uma realidade inicial, precária, de miséria,
desequilíbrio ambiental e sanitário, a equipe apoiando-se em três prismas: a contextualização, a
concretização e a globalização do conhecimento, realizou encontros com múltiplos temas
didáticos e sustentáveis para ações educativas de sustentabilidade em uma relação de
interdependências que caracterizam a responsabilidade socioambiental. Posteriormente a
Empresa Suzano continuou com diversas ações, incentivando a população local a buscar o seu
desenvolvimento culminando em uma realidade bem melhor em relação àquela de 2010, 2011.
Hoje a Comunidade Córrego do Macuco é um exemplo de autonomia, gestão e superação. Esse
trabalho descreve as metodologias e procedimentos didáticos que foram utilizados na pesquisa.
EC-025
Este trabalho apresenta uma discussão teórica acerca de algumas concepções, de viés tanto
epistemológico quanto pedagógico, a respeito do conceito de problema no que diz respeito ao
Ensino de Ciências em geral e de Física, em particular no nível do Ensino Médio. Defende-se que a
existência de uma falta de harmonização entre a maneira em que ocorre o ensino da ciência e a
sua própria natureza seja um dos fatores que contribuem para o baixo rendimento escolar,
geralmente observado no Ensino Médio nas disciplinas de ciências naturais, em especial da Física.
O recorte aqui utilizado trata dessa inconsistência entre aspectos epistemológicos e pedagógicos
no que diz respeito à função dos problemas, os quais são importantes tanto para a construção do
conhecimento científico quanto para o seu ensino. A partir dos resultados de algumas pesquisas
anteriores, tais como Massoni e Moreira (2010), acredita-se na necessidade de uma maior
compreensão dos professores de Física a respeito da natureza da ciência, o que poderia contribuir
para que se alcançasse melhores resultados na aprendizagem escolar dos estudantes. Admite-se a
necessidade de uma maior harmonização entre a forma de utilização dos problemas enquanto
instrumentos didáticos e a sua função epistemológica. O principal referencial do ponto de vista
epistemológico é Gaston Bachelard, a partir do qual entende-se que os problemas têm a função
de atuarem como motores para o desenvolvimento do conhecimento científico, ou seja, é a partir
de problemas que a ciência se desenvolve. Assim, um tratamento didático aproblemático se
distancia da maneira pela qual se constrói o conhecimento científico. Quanto à questão
pedagógica, utilizando como principal referencial Paulo Freire, defende-se que os problemas
sejam elementos introdutores do conteúdo científico e não apenas fixadores deste, o que permite
a abertura de um canal de diálogo com os estudantes de modo a possibilitar que estes se tornem
sujeitos ativos na construção do seu conhecimento. Esta inversão da sequência didática, com os
problemas precedendo o conteúdo propriamente dito, é sugerida pela perspectiva
problematizadora do Ensino de Ciências, a qual é aqui apontada como uma possível abordagem
para que se consiga a desejada aproximação entre as naturezas pedagógica e epistemológica dos
problemas para o Ensino de Física.
EC-026
EDUCAÇÃO
MATEMÁTICA
RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES ORAIS
EM-001
EM-002
Este artigo apresenta uma proposta didática que aborda o conteúdo do Teorema de Tales por
meio de material manipulativo, onde também se aplica as tendências da História da Matemática e
da Etnomatemática. Justifica-se a importância do ensino do Teorema de Tales na Geometria
devido aplicação deste na resolução de problemas em diversas áreas, inclusive em situações
básicas do cotidiano. Desde sua origem, segundo os Registros da História o Teorema de Tales,
encontra-se fundamentado em necessidades vivenciadas pelos humanos para resolver diversos
problemas que estes passavam. Nascido antes da era de Cristo, Tales de Mileto era um
importante matemático, filósofo e também astrônomo grego. Tales de Mileto utilizou alguns de
seus conhecimentos mais básicos de Geometria e de Proporcionalidade para calcular a altura
exata de uma pirâmide, assim surgiu um de seus mais famosos e conhecidos teoremas. Ele
percebeu que havia uma proporcionalidade curiosa entre a medida da sombra de um objeto e a
medida real de sua altura, observando que os raios do Sol chegavam ao nosso planeta sempre em
posição inclinada e paralelos (ALICE, 2018). Embora apontado como um conteúdo necessário,
com aplicações em diversas áreas, infelizmente é pouco explorado nas escolas. Pois segundo os
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) (1998), a Geometria, aqui se inclui o Teorema de Tales,
não tem tido destaque nas aulas de Matemática e em geral é confundida com o estudo de
medidas. Pensando em realizar uma atividade diferenciada para trabalhar esse conteúdo, essa
proposta foi construída e aplicada no quinto semestre do curso de Licenciatura em Matemática
do Instituto Federal Catarinense – Campus Avançado Sombrio nas disciplinas de Educação
Inclusiva, Prática de Ensino da Matemática na Educação Básica e Estágio Supervisionado I, tendo
por objetivo a aplicação futura para os estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental. Para a aula
foi construída uma maquete objetivando uma melhor visualização da aplicação do Teorema de
Tales no cotidiano. Essa atividade foi pensada devido ao fato de que os autistas têm como
característica uma ótima memória de imagens e objetos. Então, utilizou-se a maquete como um
material manipulativo para aplicação do Teorema de Tales. O material foi elaborado assim como a
problematização com base na realidade de ruas presente em um bairro da cidade de Sombrio,
tendo em vista a futura aplicação darse-á em uma escola do município. A maquete pode ser vista
como material manipulativo que chama a atenção dos estudantes de um modo geral e inclui os
que têm autismo. Foi considerado também elo entre a História matemática e a Etnomatemática.
Após a aplicação da aula constatou-se a importância de adaptar estratégias e metodologias a
realidade local, também foi possível identificar o quanto um material concreto – a maquete-
torna a aula mais atrativa até mesmo para quem já conhece o conteúdo abordado, pois permite
que o mesmo seja explanado sobre outra ótica.
EM-003
EM-004
Neste artigo apresento alguns elementos sobre a metodologia da Modelagem Matemática como
estratégia de ensino, além do relato de experiência acerca da aplicação do projeto “Uma proposta
de Modelagem Matemática: Decaimento Radioativo e Função Exponencial”. Durante a realização
da disciplina de Prática de Ensino de Matemática do curso de Licenciatura em Matemática, da
Universidade do Estado de Santa Catarina, efetuei a aplicação deste projeto com 25 alunos, em
uma turma de 1º ano do Ensino Médio, no Colégio da Univille, localizado em Joinville, Santa
Catarina. A proposta desta disciplina é baseada e objetivada no exercício da criação, elaboração e
aplicação de um projeto de ensino de matemática, utilizando alguma metodologia diferenciada
sobre conteúdos que compõem a grade curricular da educação básica. A aplicação do projeto que
consta nesse relato ocorreu no primeiro semestre de 2019, e se desenvolveu durante 08
encontros, os quais foram divididos entre pesquisas, discussões, montagem e entrega do produto
final. Ressaltando que seguir etapas a fim de que o conteúdo matemático seja sistematizado e
aplicado, é uma estratégia de ensino e aprendizagem dentro da metodologia da modelagem
matemática. O conteúdo abordado neste projeto compreendeu as análises e estudos acerca de
funções exponenciais em relação as situações problemas, geradas pela meia vida de um
determinado elemento radioativo. Aos alunos foram propostas as seguintes atividades: pesquisar
informações sobre um elemento químico radioativo; buscar informações sobre suas aplicações na
sociedade, assim como seus malefícios e benefícios; pesquisar sobre a preocupação
governamental a respeito da contaminação ambiental e social, através de materiais radioativos.
Ainda, os alunos elaboraram uma situação problema, com referências reais, de algum decaimento
radioativo presente em um determinado corpo, assim, envolvendo a função exponencial para a
análise do caso. Por fim, foi trabalhada a análise gráfica de cada situação de decaimento
radioativo, com o auxílio do software Geogebra. Através do uso de etapas da metodologia da
Modelagem Matemática na sala de aula, foi possível trabalhar a interdisciplinaridade, mostrando
ao aluno como a matemática pode ser útil em sua vida fora do ambiente escolar e como ela
interage com as demais áreas do conhecimento, além de aproximar a matemática de problemas
reais. Ainda, a proposta de ensino apresentada permitiu que o aluno tenha sido o promotor de
toda discussão e pesquisa, onde foi motivado pelo professor através da questão motriz, que os
guiou em todo o projeto.
EM-005
O objetivo deste trabalho é relatar experiências obtidas após elaborar e aplicar um plano de aula
diferenciado sobre o conteúdo de Geometria Analítica e Espacial para alunos do Ensino Médio.
Considerando que a grande dificuldade dos alunos, nesses conteúdos, são a visualização dos
sólidos geométrico e a sua abstração, buscou-se uma metodologia diferenciada que abordasse
melhor esses aspectos. Após pesquisas bibliográficas, tais como: “Laboratório de ensino de
matemática e materiais didáticos manipuláveis” de Lorenzato (2009) e “A aprendizagem de
polinômios através da resolução de problemas por meio de um ensino contextualizado” de Morais
(2008) optou-se pelos materiais manipuláveis a fim de trazer uma abordagem mais
contextualizada. Os materiais preparados foram os sólidos geométricos e um plano cartesiano
desenhado sobre a cartolina, em tamanho maior, para resolver os problemas propostos. Para a
contextualização da atividade, o plano cartesiano serviu como planta da cidade e os sólidos
representavam os prédios. A aula foi baseada em uma revisão, então os alunos já tinham
conhecimento sobre as fórmulas, de onde e para que funcionavam. Por isso, a aula teve uma
característica mais de fixação de conteúdo, avaliação e contextualização. A sala foi dividida em
duplas, cada dupla escolheu um sólido, com seu terreno numerado sobre o plano cartesiano e,
assim, receberam um questionário para responder com o auxílio do professor, tendo como
questões, por exemplo, para calcular a distância entre dois prédios ou verificar se os prédios de
colegas de outras duplas caberiam no seu terreno, entre outras questões. Esses exercícios foram
recolhidos, como forma de avaliação, assim como o exercício seguinte, no qual os alunos tiveram
que calcular a área da superfície e o volume de todos os prédios presentes no mapa. A aula
contextualizada atraiu muito os alunos e isso auxiliou no interesse durante as atividades, porém
os materiais manipuláveis dividiram a turma, para alguns auxiliou na visão espacial, porém outros
se confundiram, uma vez que a planificação dos sólidos deveria ser realizada mentalmente. Então,
percebemos que uma aula diferenciada atinge os alunos de formas diferentes e é nosso trabalho
como professores ter domínio do conhecimento e do material que está sendo aplicado para poder
aproveitar ao máximo seu potencial. Entre os resultados encontrados e que poderia ser
repensado para uma próxima vez, foi a escala dos prédios, pois o mapa foi feito com uma escala
de 2cm para 1u.m no mapa, causando um pouco de confusão para a retirada de medidas, já que
os prédios não estavam na mesma escala. Isso nos mostra que mesmo que a aula lúdica seja uma
opção diferente e atraente aos olhos de alunos e professores, ainda assim possui dificuldades e
nem sempre toda turma atingirá o seu potencial esperado. No entanto, concluímos que mesmo
que o planejamento deste tipo de aula exija mais do professor, sua aplicação pode apresentar
bons resultados em sala de aula. Essas aulas atraem a atenção do aluno e possibilita uma maior
interação entre conteúdo.
EM-006
Atualmente, percebe-se que muitos estudantes não estão motivados para a aprendizagem de
conceitos no dia a dia escolar. Para que ocorra a reversão desse quadro, vários projetos vêm
sendo desenvolvidos na escola, como, por exemplo, a realização de olimpíadas científicas. No
Brasil as olimpíadas de conhecimento envolvem milhões de alunos e centenas de milhares de
professores. A mais importante é a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas -
OBMEP que é um projeto nacional dirigido às escolas públicas e privadas brasileiras, realizado
pelo Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada - IMPA, com o apoio da Sociedade
Brasileira de Matemática – SBM. Este artigo, parte de uma pesquisa de Pós doutorado, analisa as
percepções de futuros professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental sobre a
1ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas – Nível A aplicada em 2018 e está
fundamentado principalmente em Zabala (1998), Bachelard (1996), Lins (2005), Nacarato ( 2011),
Sá (2009) e Cocco (2014). Este trabalho envolveu 11 estudantes de pedagogia da Faculdade
Cenecista Farroupilha, localizada em Farroupilha, Rio Grande do Sul. Os envolvidos resolveram as
questões da Olimpíada e também foram submetidas a responder um questionário com 5
questões abertas e 5 questões fechadas, a respeito do entendimento sobre a olimpíada aplicada.
Será também apresentado as opiniões e constatações dos futuros educadores referentes a
formação desenvolvida no curso de Pedagogia que estão cursando. Constatou-se que as questões
com maior índice de erros cometidos pelas graduandas, referem-se principalmente aos conteúdos
das unidades temáticas de álgebra, grandezas e medidas; boa parte apresentou dificuldade de
interpretação das questões da olimpíada, metade das graduandas destacam que apresentam
muita dificuldade em matemática e que nas escolas não deixarão trabalhar alguns conteúdos da
olimpíada porque as direções pedem para priorizar as quatro operações. Os professores
investigados também destacam que recebem muito embasamento teórico, porém precisariam de
atividades mais práticas para adquirirem melhores experiências para o trabalho de sala de aula,
ou seja, acreditam que o curso poderia oportunizar mais o estudo de conceitos matemáticos, pois
muitas não viram em sua caminhada estudantil certos conceitos.
EM-007
EM-008
EM-009
Este resumo retrata o desenvolvimento do projeto de oficinas de Matemática Básica que ocorrem
nas imediações do Instituto Federal do Paraná – Campus Paranaguá, cujo principal objetivo é
minimizar a defasagem apresentada pelos estudantes perante conteúdos ditos “básicos” na
disciplina de Matemática. Diante dos últimos dados apresentados pelo Sistema de Avaliação da
Educação Básica (SAEB) para a disciplina de Matemática, observa-se que para os três níveis
avaliados (5º e 9º ano do Ensino Fundamental e 3ª série do Ensino Médio) os índices estão
relativamente abaixo do esperado, evidenciando assim a dificuldade apresentada pelos
estudantes diante da disciplina. Ressalta-se ainda que o índice do 9º ano do Ensino Fundamental
está muito próximo ao índice dos estudantes concluintes do Ensino Médio. Baseado nessas
informações criou-se então o projeto das oficinas de Matemática Básica, oriundo do grupo de
estudos e pesquisas em Expressão Gráfica e/no processo de ensino-aprendizagem. As oficinas são
ofertadas aos estudantes do primeiro ano do Ensino Médio, semanalmente. São preparadas em
conjunto entre a docente responsável e os estudantes voluntários que ajudam desde a pesquisa
dos conteúdos, até a criação das atividades e a aplicação das oficinas para as turmas
participantes. Os conteúdos são pré-estabelecidos perante uma avaliação diagnóstica aplicada a
esses estudantes no primeiro encontro, podendo ser adaptados conforme a necessidade dos
participantes. As oficinas pedagógicas são fomentadas com base na Expressão Gráfica, sendo este
um campo de estudos que utiliza de desenhos, modelos, materiais manipuláveis e recursos
computacionais, afim de apresentar, representar, exemplificar, aplicar, formalizar e visualizar
conceitos. Deste modo a essência das oficinas pedagógicas de Matemática Básica, que buscam
ilustrar os conteúdos de Matemática de forma mais lúdica e dinâmica. A escolha pela metodologia
de oficinas pedagógicas ocorreu por se tratar de uma proposta de trabalho em grupo que visa
contribuir de forma coletiva na construção do saber e principalmente pelas trocas de experiências
entre todos os envolvidos (docente, estudantes voluntários e estudantes participantes). Além
disso, as oficinas pedagógicas dinamizam o processo de ensino-aprendizagem e instigam o
engajamento criativo. Nas oficinas diversos são os processos de estímulos aos estudantes, tais
como: sala temática, jogos, materiais manipuláveis, uso de recursos computacionais, entre outros.
Os resultados apresentados até o momento são bastante satisfatórios, desde a participação dos
estudantes, quanto a observação da melhora do rendimento desses estudantes na disciplina de
Matemática. Pode-se dizer também que para alguns estudantes as oficinas funcionam como
desmistificadora desta disciplina, ou seja, mudando a ideia de que a Matemática é dita como
“difícil”. Abrindo uma série de oportunidades para que os presentes participantes tornem-se
futuros voluntários na aplicação das oficinas pedagógicas. Para alguns estudantes a melhor
estratégia de aprendizagem é auxiliando colegas, portanto, posteriormente podem contribuir no
desenvolvimento do projeto como voluntários.
EM-010
O Laboratório de Ensino de Matemática (LEM) é um tema que vem sendo estudado e debatido há
algum tempo no campo da Educação Matemática, encontramos artigos que discutem sobre as
potencialidades dos laboratórios para o ensino e a aprendizagem de matemática, os quais
mostram que esta potencialidade está estreitamente relacionada com a concepção que os
professores que o utilizam trazem consigo a respeito da educação (LORENZATO, 2012), há os que
falam da influência do LEM na formação de professores de matemática (PASSOS, 2012; TURRIOTI;
PEREZ, 2012), como um espaço que proporciona ao docente, ou futuro docente, uma prática
profissional reflexiva sobre suas ações, além de promover criações que auxiliam no
desenvolvimento da criatividade do professor. Ainda sobre estas produções, vale lembrar que o
LEM geralmente está relacionado à criação de materiais didáticos e atividades com o uso de
tecnologias de informação e comunicação, outros elementos que influenciam diretamente a
formação docente. Por fim, identificamos ainda produções que discutem o LEM como um meio
para realizar a interação entre universidade e comunidade (BERTONI, GASPAR, 2012). O curso de
Licenciatura em Matemática da UDESC participa do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à
Docência (PIBID) desde julho de 2011 e no último edital de 2018 foi contemplado com 30 bolsas
de Iniciação à Docência, o que fez com que os bolsistas dividissem sua atuação em três escolas
públicas da cidade de Joinville (SC). Em duas delas há laboratórios de matemática que são
organizados pelos bolsistas para o trabalho com os alunos das escolas, um destes laboratórios foi
fundado em maio de 2013 numa parceria entre escola e o grupo PIBID/Matemática da UDESC, o
outro já existia como espaço físico – que muitas vezes era partilhado com outras disciplinas –, mas
foi “revitalizado” quando um dos grupos do PIBID/Matemática passou a atuar na escola. Neste
trabalho procuramos mostrar, por meio da apresentação de algumas das ações realizadas, como
os bolsistas deste programa vêm atuando no LEM. Buscamos focar nas discussões existentes em
Educação Matemática inicialmente apresentadas, o ensino e a aprendizagem de matemática, os
efeitos na formação dos bolsistas e professores da escola envolvidos, e sua contribuição na
interação entre universidade e escola. Pudemos constatar que o LEM – conforme os discursos que
circulam no campo acadêmico – contribui para motivar a aprendizagem dos alunos,
principalmente por se tratar de um espaço que, diferentemente da sala de aula, faz com que as
expectativas dos alunos no processo de ensino e aprendizagem se modifique de forma positiva.
Além disso, a produção de jogos, atividades com o uso de materiais manipuláveis e até mesmo os
reforços escolares realizados no LEM, trouxeram valiosas contribuições para a prática docente,
principalmente no que tange a concepção de educação que os graduandos e professores trazem
consigo.
EM-011
EM-012
EM-013
EM-014
Quando olhamos para as pesquisas no campo da Educação Matemática que discutem a formação
de professores, fica evidente o discurso que aponta para ações que propiciem o desenvolvimento
de profissionais com duas características principais, a reflexão sobre sua prática e a autonomia em
suas ações (SCHÖN, 1995, GÓMEZ, 1995, FIORENTINI; COSTA, 2002). Reflexão esta que acontece
mediante uma articulação dialética entre teoria e prática, por meio da interação entre o professor
e diferentes grupos, como matemáticos, profissionais que atuam na formação de professores,
educadores matemáticos, pesquisadores do campo da Educação, entre outros, tomando o
cuidado de buscar por uma identidade entre o seu interesse como professor e do grupo que
pretende se aproximar, para que esta interação possa gerar resultados à ação docente
(FIORENTINI, COSTA, 2002). Neste trabalho apresento algumas concepções que estudantes do
curso de Licenciatura em Matemática, da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC),
apresentaram em duas disciplinas do curso que tem relação com a prática profissional, uma que
tem como foco a discussão e o trabalho com materiais manipuláveis nas aulas de matemática,
Laboratório de Ensino de Matemática I (LEM1), e a outra trata-se do primeiro estágio de regência
do curso, Estágio Curricular Supervisionado III (ECS3). Analisando as propostas de atividades
construídas em LEM1, e alguns planos de aulas elaborados por estudantes em ECS3, foi possível
identificar de forma muito bem delineada alguns saberes (TARDIF, 2000) e concepções que estes
licenciandos trazem consigo, servindo para uma discussão no que tange a interação deste futuro
profissional com outros campos de conhecimento. Uma das características mais marcantes está
relacionada com a forma que os estudantes lhe dão com o saber matemático, em suas ações nas
referidas disciplinas é possível verificar uma tendência a seguir o forte formalismo de disciplinas
específicas – como Cálculo, Álgebra, Geometria Plana – para abordar um conteúdo, buscando
sempre por iniciar suas ações no estágio com definições mais rigorosas, que muitas vezes
parecem irrelevantes no âmbito da sala de aula, seguidas de exemplos; ou propondo atividades
com manipulações de sólidos que tentem mostrar resultados que deixam em dúvida se o esforço
que a manipulação demanda é relevante para a aprendizagem dos alunos. Além disso, quando
colocados na posição de alunos, seja para experienciar alguma atividade que demandam o uso de
materiais concretos, ou para refletir sobre algum conteúdo que será trabalhado em sala de aula,
suas respostas apresentam uma forma de agir que se ancora mais em fórmulas, teoremas e
imagens já estabelecidos, institucionalizados, do que na livre reflexão sobre a atividade proposta,
o que evidencia ainda mais o pensamento formal e de certa forma “mecanizado”. Outra
característica marcante é que muitos estudantes ao ter que abordar um conteúdo matemática na
preparação de uma aula de regência, ou na produção de alguma atividade com material
manipulável, buscam sempre pela memória que trazem consigo sobre o conteúdo, ao invés de se
disporem a uma investigação em livros didáticos e outras fontes visando primeiramente uma
construção epistemológica do conteúdo que se pretende ensinar.
EM-015
O termo gamificação compreende o uso de elementos de design de jogos em contextos que não
são jogos, a fim de promover ao usuário uma experiência maravilhosa, atraente e memorável.
Esse conceito foi inicialmente aplicado por empresas como Foursquare, Nike e Starbucks e
rapidamente ganhou interesse da comunidade em geral. A ideia do uso de design de jogos pode
ser potencialmente aplicada à educação, uma vez que eles podem motivar e engajar o aluno nas
atividades, além de possuir design persuasivo e influência social. Aplicar a gamificação na
educação é identificar um problema educacional e aplicar elementos de jogos (e.g. avatares,
narrativas, feedback, desafios, conquistas, emblemas, regras, etc.), a fim de conseguir uma
mudança de comportamento e consequentemente uma aprendizagem significativa, colocando o
aluno como protagonista do processo. Isso é feito mediante a introdução dos elementos de jogos
que mudem a percepção das coisas que estão causando problemas motivacionais. Por exemplo,
antes, a leitura de um material era obrigatória (problema motivacional), agora, com a inserção de
elementos de jogos, a leitura de um livro é uma ferramenta para ganhar o adversário, que pode
ser uma atividade avaliativa. Frequentemente, a avaliação formal é vista, pelos alunos, como
inimiga, pois é classificatória, fechada e não possibilita a exploração das potencialidades dos
alunos, além de causar desconfortos psicológicos, como ansiedade e medo. O conceito de
gamificação e sua potencialidade foram aplicados nas avaliações de Matemática do 2º ano das
Séries Iniciais de uma escola privada do munícipio de Joinville, Santa Catarina. As avaliações,
anteriormente apenas restritas ao individualismo e classificação, tornaram-se mais dinâmicas.
Foram introduzidos elementos de jogos como a narrativa, desafios, recompensas e missões, para
tornar a avaliação de Matemática uma experiência engajadora, possibilitando a imersão sensorial,
imaginativa e baseada em desafios. Já nas primeiras avaliações gamificadas percebeu-se um
envolvimento crescente dos alunos e consequentemente um ganho exponencial no processo de
ensino-aprendizagem. Os alunos tornaram-se mais participativos, percebendo que a avaliação é
um processo prazeroso. Com as alterações feitas, a criatividade, a tomada de decisões e a
colaboração, habilidade tão essencial, foram sendo desenvolvidas. A gamificação aplicada às
avaliações de Matemática foi usada para melhorar o esforço cognitivo dos alunos, motivando-os a
focar sua atenção, criar estratégias de resolução e facilitaram a tomada de decisão, além de
promover feedback instantâneo e, se necessário, a retomada de conceitos matemáticos sanando
dúvidas e criando insights para novas aprendizagens.
EM-016
EM-017
EM-018
EM-019
EM-020
Guilherme Mendes Tomaz dos Santos; Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN;
mendes.guilherme234@gmail.com
Júlio Paulo Cabral dos Reis; Instituto Federal de Minas Gerais – IFMG; julio.reis@ifmg.edu.br
Marcos Manoel da Silva; UDESC; parceria.marcos@gmail.com
Alex Manoel Vieira; UDESC; alexvieira.264@gmail.com
EM-021
O presente trabalho tem como característica principal apresentar uma pesquisa em andamento
envolvendo a Educação Ambiental Crítica, a Educação Matemática Crítica e o conteúdo de Função
Afim. O objetivo geral dessa pesquisa é apresentar uma proposta de ensino que relacione a
Matemática Crítica e questões socioambientais com a realidade do aluno. Com este intuito
apresenta-se num primeiro momento um breve estudo do referencial teórico sobre Educação
Ambiental Crítica e Educação Matemática Crítica, bem como as conexões que podem ser
estabelecidas entre essas áreas. A Educação Ambiental Crítica, em seu âmbito está preocupada
com uma sociedade mais justa, mais sustentável e principalmente mais crítica, buscando assim a
compreensão do mundo e o repensar das relações individuais, coletivas e planetárias. Nesse
sentido destaca-se também a relevância da cidadania, confirmando a importância do tema a ser
abordado na prática escolar. Considerando uma abordagem complexa, pois abrange o
entendimento de natureza, sociedade, ser humano e educação, trabalha entre ciências (sociais e
natureza) e filosofia. Na Matemática Crítica destaca-se a devida dificuldade dos professores de
tornar a matemática mais contextualizada e não apenas baseada na repetição de fórmulas e
principalmente perpetuando a dificuldade dos alunos em resolverem e interpretarem problemas
matematicamente. Portanto, existe a necessidade do desenvolvimento de competências, que não
se refere apenas as habilidades matemáticas, mas possibilita interpretar e agir em uma situação
social e política que seja desenvolvida pela matemática. O desenvolvimento de atividades que
relacionem a Educação Ambiental Crítica e a Matemática Crítica, podem se constituir em uma
possibilidade para que problemas socioambientais sejam analisados a partir de conteúdos
matemáticos e desta forma estes conteúdos passem a fazer sentido para os alunos por estarem
contextualizados. Desta forma, o trabalho aqui apresentado procurou envolver a Educação
Ambiental Crítica, Matemática Crítica e o conteúdo de Função Afim, especificamente a partir da
leitura de uma fatura da luz, buscando um caminho que aproximasse os educandos da
Matemática. Assim, aborda-se de que forma essas concepções em conexão podem ser
desenvolvidas em sala de aula, apresentando uma proposta de atividade direcionada ao 1º ano do
Ensino Médio. Importante destacar que a atividade propostas não foi aplicada em sala,
evidenciando seu processo em andamento e sua futura aplicação. Torna-se um desafio para o
professor ter a responsabilidade de formar cidadãos críticos, de ensinar e ainda de tornar essa
aprendizagem prazerosa para seus alunos. Por esse motivo destaca a relevância da incessante
busca por novas possibilidades a serem trabalhadas em sala de aula.
EM-022
Luise Quintanilha Severa dos Santos; Instituto Federal do Paraná – Campus Paranaguá;
luiseqss2@gmail.com
Davi Paula da Silva; Instituto Federal do Paraná – Campus Paranaguá;
davipaulasilva@hotmail.com
Eduarda Lopes Mendes; Instituto Federal do Paraná – Campus Paranaguá;
eduardalopesmendes@hotmail.com
O presente trabalho traz como relato de experiência uma prática de Educação Matemática aliada
à Educação Ambiental (EA), adaptada a um público de dez estudantes com deficiências
intelectuais em sala de aula de uma escola municipal de educação especial da cidade de
Paranaguá - Paraná. O objetivo das atividades fundamentou-se no desenvolvimento de
metodologias educacionais inclusivas e facilitadoras das aprendizagens múltiplas ao ensino da
matemática básica, no exercício dos direitos à Educação Ambiental previsto pela lei 9.795/99 a
todos os públicos sociais, e na transversalidade de tal ensino. Desta forma, a prática em questão,
que ocorreu na segunda semana de junho de 2019, teve como tema a flora nativa da Mata
Atlântica, utilizando as ferramentas da Educação Matemática. O plano de aula constituiu-se em
quatro momentos: avaliação de conhecimentos prévios, debates sobre a temática, atividade de
fixação, e avaliação de conhecimentos subsequentes. Tais atividades ocorreram por meio da
aplicação de jogos produzidos pelos autores a partir de materiais recicláveis e de papelaria, com a
finalidade de serem reproduzíveis em outros contextos, sendo eles: jogo da memória, para
avaliação prévia; jogo de dominó, para fixação; e jogo de tabuleiro, para avaliação subsequente.
Além dos objetivos educacionais ambientais, a aula do dia em questão focou no ensino
matemático dos conteúdos previamente abordados pela professora titular da turma, e procurou
atender as demandas indicadas com relação às dificuldades dos alunos. Dessa forma, por meio do
diálogo, determinaram-se três obstáculos que atingiam ao grupo estudantil como um todo, sendo
estes a associação entre quantidades e símbolos matemáticos, contagem, antecessores e
sucessores. A cada dificuldade atribuiu-se um jogo, e assim os conhecimentos sobre tais assuntos
puderam ser exercitados de forma contextualizada e dinâmica pelos estudantes. Através do jogo
da memória, trabalhou-se a contagem, pois ao terem retirado todas as “cartas” da mesa, as peças
foram contadas a fim de determinar quem possuía em mãos, o maior número de pares. Com o
jogo de dominó, contemplou-se a associação quantitativa e os símbolos matemáticos, uma vez
que a peça do dominó contém um número de um dos lados, e uma fotografia do outro com
imagens da flora. O objetivo era conectar sempre uma imagem da flora (com uma quantidade
variante de 1 a 6 elementos), aos símbolos matemáticos correspondentes a quantidade da
fotografia (números de 1 a 6). Por meio do jogo de tabuleiro, desenvolveu-se a contagem, os
sucessores e antecessores, pois os alunos ao se depararem com casas do tabuleiro contendo
pontos de exclamação deveriam avançar ou retroceder um número determinado de espaços.
Após a finalização dos procedimentos, por meio das avaliações e conversas, pode-se concluir que
a compreensão dos alunos para com os objetivos educacionais ambientais e matemáticos
mostrou-se efetiva, além de constatar que a associação entre matemática e EA beneficiou o
processo de ensino-aprendizagem de ambas as matérias. Ademais, constatou-se na prática a
transversalidade da Educação Ambiental, e sua adaptabilidade possível a todas as áreas do
conhecimento.
EM-024
A Resolução de Problemas (RP) pode ser vista como uma metodologia de ensino que propicia ao
aluno a participação mais ativa na construção do conhecimento matemático dentro da sala de
aula, perpassando desde as séries iniciais até o Ensino Superior. Na tentativa de compreender
como a metodologia de ensino-aprendizagem-avaliação de Matemática através da RP tem sido
usada, realizamos uma pesquisa de estado do conhecimento a partir de publicações em
periódicos em nível nacional e das pesquisas acadêmicas disponíveis no portal da CAPES, no
período de 2011 a 2018. A coleta de dados partiu da seleção de artigos em periódicos Qualis A1,
teses e dissertações do Catálogo da CAPES que compreendiam a área da Educação Matemática.
Os critérios de busca foram assim definidos: stringer “Resolução de Problemas” AND
“Matemática”, no período supracitado; leitura do título e resumo; leitura da introdução e
conclusão. Nessa busca encontramos 20 objetos que atenderam os critérios estabelecidos, sendo
que desses, foram obtidos quatorze artigos, cinco dissertações e uma tese. Para concluir,
realizamos a leitura completa dos artigos e uma leitura em diagonal nas dissertações e teses de
modo a responder os questionamentos que nortearam a pesquisa de modo geral. Esse trabalho
apresenta a categorização desses vinte objetos no que tange a utilização da RP como sendo uma
pesquisa teórica ou empírica; classificando sua aplicação como metodologia de ensino e de
aprendizagem ou como processo de resolução de problemas. Destacamos que desses vinte
objetos, sete atenderam diretamente nosso foco de busca, a utilização da metodologia de ensino-
aprendizagem-avaliação de Matemática através da RP. Sendo, esses sete, formados por três
objetos que apresentam resultados de atividades desenvolvidas com alunos, três objetos que
apresentam atividades desenvolvidas com professores e futuros professores, caracterizando
formação docente e/ou formação continuada e um objeto que traz um estado da arte acrescido
de novas contribuições de pesquisas realizadas pelo Grupo de Trabalho e Estudos em Resolução
de Problemas.
EM-025
Este trabalho trata sobre uma ação realizada no Projeto de Extensão Apoio, Organização e
Formação de Docentes e Estudantes para as Feiras de Matemática. A formação de docentes
ocorre desde 2017, em parceria entre o IFC e a Gerência Regional de Educação de Joinville
(GERED), para incentivar professores atuantes em todos os níveis de ensino a compartilhar, nessas
Feiras, suas experiências pedagógicas. Ainda há muitos desafios nesse processo, dentre eles, a
carga horária dos docentes e a inexperiência da escrita de um artigo científico, fatores que
impedem muitos professores de finalizar o curso de formação. Além disso, ajustes na organização
do curso de formação são necessários todos os anos, tendo em vista a ampliação de público,
sendo necessário também a adequação da fala dos palestrantes. Em 2019, as atividades foram
pensadas em consonância com as colocações e questionamentos dos participantes no encontro
anterior, propondo-se um trabalho mais voltado ao interesse do público das Feiras de
Matemática, abordando as questões essenciais de uma Feira desse porte. Neste resumo,
descreve-se a vivência de uma participante do curso, desde a formação até a avaliação de
trabalhos na Mostra Regional de Joinville. A participante e uma das autoras deste trabalho,
destacou a importância de conhecer todas as etapas de organização e participação de uma Feira
de Matemática e a possibilidade de compreender os motivos que levam às mudanças na produção
escrita e na forma de avaliação, sempre valorizando a prática pedagógica com os estudantes. A
abordagem utilizada na citada versão do curso coloca o professor no centro da capacitação, para
vivenciar a experiência e não apenas escutar relatos. A maior dificuldade foi a avaliação,
considerada como ação complexa, pois o avaliador deve ter um olhar científico para as
habilidades desenvolvidas pelos estudantes durante o processo e, identificar a relevância da
produção para esse sujeito. Outra dificuldade foi sintetizar a experiência aos professores
avaliadores que não participaram do curso, mas precisavam avaliar os trabalhos. Esse momento
de síntese foi importante para que as avaliações seguissem os mesmos critérios e tivessem o
mesmo olhar. Percebeu-se que muitos professores não foram informados que o IFC e a GERED
eram os realizadores do curso. Diante do exposto, o curso de formação proporcionou encontros
focados na discussão e práticas diferenciadas de como ensinar Matemática e publicar em evento
científico. A intenção era evidenciar que todos os professores, não somente matemáticos, podem
adquirir conhecimentos e participar de um evento da área, além de comprovar que a proximidade
entre palestrantes, organizadoras e participantes num processo de formação docente é o caminho
para uma educação igualitária, e os objetivos tendem a ser alcançados.
EM-026
EM-027
Sabe-se que os alunos possuem uma certa dificuldade com questões que envolvem o cálculo de
volumes dentro da geometria espacial. Esse artigo visa abordar uma dessas deficiências, que é a
dificuldade de percepção dos alunos na visualização dos sólidos geométricos e ao cálculo de
volumes. A falta de familiaridade e interação com esses sólidos em sua forma tridimensional
influencia no momento dos alunos fazerem seus cálculos. Com a intenção de reduzir essa
deficiência, foi elaborada uma sequência didática que aborda o cálculo de volumes utilizando o
Princípio de Cavalieri, auxiliada pela manipulação de materiais concretos confeccionados em
impressão 3D e pela visualização dinâmica propiciada pelo software GeoGebra. O Princípio de
Cavalieri é uma ferramenta que pode ser ensinada aos alunos do Ensino Médio, pois possui ideias
simples e permite determinar o volume de sólidos não usuais de modo facilitado, desde que se
possa compará-lo a um sólido mais simples que possua as características necessárias. Tal princípio
é apresentado na maioria dos livros didáticos, mas é pouco abordado pelos professores. Para
aguçar a curiosidade dos alunos acerca desse tema, foram confeccionados alguns sólidos
geométricos na impressora 3D, para que os alunos pudessem manipular e medir seus elementos,
de modo que os compreendessem e os analisassem melhor. Os alunos contaram com a
visualização dessas figuras no software GeoGebra, de modo que os elementos dos sólidos
puderam ser explorados e modificados, levando os alunos a uma melhor compreensão dos
parâmetros encontrados em cada sólido. Percorrendo as ideias envolvidas pelo Princípio de
Cavalieri, os alunos foram capazes de reconhecer os elementos necessários para a criação das
fórmulas que calculam o volume dos prismas, pirâmides, cones e cilindros, bem como da esfera,
utilizando a anticlépsidra para comparação. A sequência didática elaborada possui um total de
sete atividades, que foram distribuídas em seis aulas em novembro de 2018, aplicada aos alunos
da terceira série do Ensino Médio de uma escola pública de Joinville. A sequência didática teve
como objetivo explorar o princípio de Cavalieri a fim de calcular o volume de sólidos geométricos
sem recorrer unicamente às fórmulas memorizadas. Apesar das fórmulas encontradas serem
justificadas por esse princípio, sua aplicação em sala de aula é pouco explorada e com as
atividades da sequência didática os alunos puderam vivenciar outra maneira de se efetuar o
cálculo de volumes de alguns sólidos geométricos. Portanto, da maneira como ela foi proposta,
utilizando-se materiais concretos e o software GeoGebra como recursos auxiliares, permitiu-se
que os alunos entendessem o Princípio de Cavalieri para calcular o volume de sólidos
geométricos, de modo que podemos afirmar que essa estratégia de ensino pode ser uma
alternativa para ensino de cálculo de volumes no Ensino Médio, como prevê a BNCC.
EM-028
O presente trabalho apresenta reflexões sobre o ensino e a prática com Modelagem Matemática
no Ciclo de Alfabetização, que compreende o 1.º, 2.º e 3.º anos dos Anos Iniciais. É nessa etapa
que acontece à Alfabetização Matemática, na qual a criança deve construir as primeiras noções
de espaço, forma, grandezas e pensamento lógico. Diversos estudos apontam essa metodologia
de ensino como profícua para os Anos Inicias, evidenciam que seu uso possibilita compreender e
interpretar as diferentes situações do cotidiano. Visando analisar como os estudantes
desenvolvem os pensamentos e conceitos relacionados a geometria em uma atividade sob a luz
dessa metodologia de ensino. Para tanto foi desenvolvida uma atividade de modelagem
matemática em uma sala de aula multi-seriada de 1º e 2º anos, em uma escola da zona rural do
município de Porto União, no estado de Santa Catarina – BR. A temática escolhida pelos
estudantes foi brincadeiras de criança. Na pesquisa exploratória, os estudantes realizaram uma
entrevista com seus familiares sobre as brincadeiras de antigamente, dessa pesquisa a
brincadeiras que se destacou foi à pipa. Ao desenvolver a atividade foi possível abordar diversos
conceitos, alguns não essencialmente matemáticos. Foi favorecida também a leitura e a escrita, o
espirito cooperativo durante o trabalho em equipe e a criatividade dos alunos. Em relação ao
objetivo proposto neste trabalho, a Modelagem Matemática proporcionou trabalhar conteúdos
geométricos como conceitos de quadrados, triângulos, e retângulos. Com essas figuras foi
trabalho as suas características, bem como as componentes que as formam (lados e vértices), a
atividade ainda proporcionou estabelecendo relação entre os conceitos matemáticos (de
geometria) e a situação oriunda da realidade (construção da pipa), o que favoreceu a
compreensão dos estudantes. É possível inferir que esta metodologia favorece a aprendizagem
das crianças, pois elas se sentem motivadas e valorizadas em seu processo de escolarização.
Ressaltamos ainda, que ao trabalhar com atividades relacionadas ao interesse dos estudantes,
gera entusiasmo e envolvimento durante a atividade.
EM-029
Esta comunicação traz um relato das atividades desenvolvidas durante o ano de 2019 em parceria
com uma escola municipal do ensino fundamental (anos iniciais) onde foram realizadas
observações da aula de matemática de duas turmas do 3o ano do Ensino Fundamental e também
algumas intervenções. Estas atividades fazem parte de um projeto do programa Núcleos de
Ensino da Unesp (projeto em andamento), que tem por objetivo principal investigar a prática em
sala de aula de matemática dos professores do 3o. ano, com foco no conteúdo de números e
operações. O projeto tem por objetivo também contribuir para a formação da aluna bolsista
(licencianda em matemática), que tem acompanhado as aulas na escola parceira (uma vez por
semana, cerca de 2 horas, com cada turma). A investigação em sala de aula tem permitido aos
pesquisadores deste projeto uma melhor compreensão dos processos de ensino e de
aprendizagem; em particular, das práticas dos professores e também das competências
adquiridas e das dificuldades dos alunos. Observamos que ao abordarem as quatro operações
fundamentais, os professores têm uma prática mais voltada para o cálculo mental e também com
lápis e papel, com listas de exercícios do tipo calcule e também com problemas contextualizados.
Outra observação relevante foi o fato dos professores, num momento posterior, não se
preocuparem tanto com os princípios básicos das operações, como por exemplo, no caso da
tabuada, os professores esperam que os alunos decorem a tabuada, não se utilizando da definição
básica da multiplicação como a soma de parcelas iguais. Ainda que boa parte (cerca de 50%) dos
alunos consiga se sair bem com esta abordagem, podemos perceber que os alunos que não
decoraram o resultado ficam sem auxílio para compreender como efetuar o cálculo. Observamos
ainda que um dos professores tem, em alguns momentos, uma dinâmica que envolve os alunos,
através de desafios e atividades recreativas, entretanto nenhum deles trouxe um material
concreto para a sala de aula, um material que pudesse contribuir para a construção do
conhecimento pelo aluno, reforçando o modelo mental dos mesmos. Baseado nestas
observações, elaboramos algumas propostas de intervenção em sala de aula, usando materiais
concretos e/ou estruturados, como o material dourado, peças de dominó, baralho, entre outros,
para que os alunos, distribuídos em grupos, coloquem a “mão na massa” para efetuar alguns
cálculos, e assim, possam estabelecer conexões entre o cálculo formal e os materiais que estavam
manipulando. Durante as intervenções, pudemos observar os alunos se manifestarem sobre o que
estavam fazendo, em particular, da matemática envolvida nas manipulações. Observamos que
alguns dos alunos com dificuldade no cálculo formal se saíram bem nas manipulações e
conseguiram uma boa compreensão da matemática envolvida. Esta comunicação pretende
detalhar alguns destes fatos, apresentando maiores detalhes do projeto, do contexto (escola,
professores e turmas), das observações realizadas, e focar em algumas das intervenções
realizadas, apresentando a proposta e o relato da experiência em sala de aula.
EM-030
Comumente, o saber matemático é visto na sociedade como exclusivo para alguns poucos, que
possuem “o dom” ou algo do tipo. A ideia de que as ciências exatas estão em um patamar
elevado, acaba por insinuar o encontro com uma dificuldade que beira o impossível e tende a
amedrontar e inibir muitos alunos antes mesmo de eles encontrarem de fato os empecilhos
prometidos, desmotivando-os e enfim transformando a disciplina em uma grande incógnita para
a maior parte dos estudantes. Além disso, a necessidade do formalismo na Matemática e o pouco
tempo disponível para a abordagem dos diversos conteúdos programados para o período letivo,
na maioria das vezes impulsiona a omissão do processo de construção desse saber e de sua
formalização, o que gera a equivocada impressão de que a Matemática não admite erros. Vimos
como alternativa para a desmitificação da “soberania matemática” o uso da História como
recurso metodológico, visando ressaltar que a evolução da Ciência em geral, e em especial da
Matemática, em muitos casos foi possível apenas a partir de incontáveis tentativas e erros ao
longo da história. Utilizando o site Pixton, que permite a criação de histórias em quadrinho online,
desenvolvemos uma sequência de atividades envolvendo tanto o uso dessa tecnologia como a
pesquisa da História que envolve a Matemática. O projeto pode ser aplicado no decorrer do ano
letivo, iniciando com uma explicação a respeito do projeto e em seguida proporcionado o
primeiro contato com o site, onde os alunos seriam orientados a criar um endereço de e-mail e a
realizar o cadastro na plataforma Pixton. Posteriormente algumas ferramentas do site devem ser
explanadas e é interessante que seja disponibilizado um tempo para que os próprios alunos
possam se familiarizar com o site, iniciando uma história em quadrinhos com tema livre. Tendo
sido aplicada essa parte introdutória, o professor pode solicitar a construção de uma história em
quadrinhos para os conteúdos que julgar mais interessantes ou determinantes para a História da
Matemática. Ao final do semestre, podem ser selecionadas algumas das histórias em quadrinhos
para serem expostas em um mural na escola, formando uma linha do tempo da Matemática.
Aplicamos o projeto com uma turma do 8º ano da Escola Municipal Padre Valente Simioni em oito
aulas. A professora titular da turma disponibilizou oito de suas aulas de introdução ao conceito de
circunferências alunos foram separados em duplas e trabalharam na história em quadrinhos a
origem do Pi. Na semana seguinte, ao término da construção da história em quadrinhos,
aplicamos também um teste auto avaliativo que consistia em perguntas a respeito do projeto, da
absorção do conteúdo, da participação pessoal e da correspondente dupla no projeto e alguns
dos conceitos que esperávamos que os alunos pudessem adquirir na pesquisa para a construção
da história em quadrinhos criada. Tivemos grande adesão da turma com o projeto, o que teve um
impacto positivo na autoavaliação, onde pudemos notar que os alunos não só conseguiram
formalizar os conceitos matemáticos que envolvem o tema, mas também gostaram bastante da
atividade.
EM-031
A Educação Infantil, atualmente considerada primeira etapa da educação básica, passou por
inúmeras transformações durante a sua trajetória histórica no que concerne às concepções da
educação de crianças em espaços coletivos e às práticas pedagógicas promotoras de
aprendizagens e desenvolvimento articuladas aos processos do Ensino Fundamental. Diante disso,
com este trabalho busca-se refletir sobre práticas pedagógicas que promovam a articulação de
diferentes saberes especificamente envolvendo a Matemática e a Literatura na Educação Infantil.
Sendo assim, a partir da perspectiva de que a criança compreende o mundo de forma integrada,
questões como “Onde os saberes começam a se fragmentar?” surgiram no decorrer desta
pesquisa, provocando inquietações, as quais têm contribuído para perceber a relevância de
aproximar e articular diferentes saberes em todas as etapas da educação básica. No caso
específico deste estudo busca-se compreender como aproximar Literatura e Matemática na
Educação Infantil. Nesse sentido, fez-se necessária a busca por referenciais teóricos que
abordassem a Matemática, Literatura e Educação Infantil. Assim, como resultados, para o
entendimento da Matemática na Educação Infantil, referenciais como Smole (2000), Duhalde e
Cuberes (1998), Revisão das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (2013) e a
Base Nacional Comum Curricular (2017) foram utilizados, no que diz respeito à compreensão da
Literatura na Educação Infantil os estudos de Lajolo (2005), Abramovich (1983/2005) e Bunn
(2016) e para apresentar as possibilidades de aproximação entre Matemática e Literatura na
Educação Infantil as pesquisas de Dewey (1978) e Smole (2013). Este estudo integra uma pesquisa
de mestrado que se caracteriza como qualitativa no âmbito das ciências sociais e de natureza
aplicada. O contexto de aplicação da pesquisa é uma turma de 20 crianças na faixa etária entre
cinco e seis anos da rede municipal de Joinville. Os dados coletados serão articulados aos
referenciais teóricos e às percepções da pesquisadora durante o desenvolvimento do trabalho
com projetos. A triangulação de dados auxiliará na elaboração do produto educacional, o qual tem
como objetivo inspirar e instrumentalizar professores de Educação Infantil no desenvolvimento de
propostas pedagógicas que promovam experiências articulando saberes relacionados à
Matemática e à Literatura com crianças entre cinco e seis anos. Além da triangulação de dados
realizada com o desenvolvimento do trabalho com projeto o produto educacional será analisado
por professores da Educação Infantil com objetivo de verificar sob o olhar destes se as propostas
sugeridas oportunizam a aproximação entre Matemática e Literatura, se garantem os direitos das
crianças e o desenvolvimento de competências conforme BNCC (2017), bem como verificar a
viabilidade das propostas sugeridas.
EM-032
Este trabalho destina-se a apresentar o relato de um projeto realizado com os alunos do primeiro
ano do ensino médio na Escola de Ensino Básico Bailarina Liselott Trinks, no período de
20/05/2019 a 10/06/2019, com a participação da professora Clarice Erhardt e orientação da
professora Débora Nass. O principal objetivo do projeto foi, a partir dos conceitos de modelagem
matemática, encontrar um modelo para calcular o valor final da conta de água, levando em
consideração as tarifas da Companhia de Águas de Joinville. Alguma das atividades que foram
desenvolvidas foram: pesquisa em laboratório de informática, construção de gráficos e resolução
de problemas. Dentro desta proposta, os alunos que já haviam estudado o conteúdo de função do
primeiro grau, tiveram a oportunidade de revisar o conteúdo de uma maneira contextualizada.
Acredito que a relação entre uma situação do cotidiano e o modelo matemático, mostrou aos
alunos que o que é aprendido na escola não é algo isolado do mundo, e sim pertencente ao meio
em que estão inseridos. De início houve algumas dificuldades, como alterar o modelo de sala de
aula com que os alunos estavam acostumados, e fazer com que eles pensassem em como resolver
um problema sem que o professor indicasse uma solução, ou fazer com que os alunos se
interessassem pelo projeto. Outra dificuldade foi que muitos alunos, mesmo estando no primeiro
ano do ensino médio, ainda não sabiam resolver ou representar uma função. Durante o
desenvolvimento das atividades todas essas dúvidas que surgiam acabaram colaborando com o
desenvolvimento do projeto e com a interação dos alunos na aula. Na maioria das aulas os alunos
trabalharam em grupos de até seis alunos. No primeiro momento do projeto foi construída uma
função que determinava o custo da fatura residencial de água, essa função foi construída pela
professora em conjunto com os alunos, e para finalizar o projeto os alunos construíram sozinhos a
função e os gráficos que determinavam os valores das faturas dos tipos comerciais e industriais. A
avaliação foi processual e foi perceptível a melhora dos alunos na compreensão do conteúdo, nas
construções dos gráficos, nas resoluções e até no entrosamento da turma. Alguns dos objetivos
específicos eram construir gráficos de função do primeiro grau, relembrar conceitos como
domínio e imagem de uma função, e com a avaliação, e principalmente a correção dos gráficos e
funções construídas pelos alunos foi possível observar que os objetivos foram alcançados de
maneira satisfatória.
EM-034
EM-035
O presente trabalho tem por objetivo explicitar um conjunto de resultados sobre uma prática
pedagógica investigativa com cerne no ensino de geometria nos anos iniciais do ensino
fundamental. A temática está relacionada com um grupo de atividades desenvolvidas em uma
Escola Municipal de Ensino Fundamental de um município do Vale do Taquari, em parceria com a
Secretaria de Educação, com as turmas de 4º e 5º anos. Metodologicamente, a investigação
iniciou com a análise e leitura de referenciais teóricos de autores que estudam a Etnomatemática,
principalmente nos estudos de Ubiratan D’Ambrosio e Gelsa Knijinik, abordando conceitos de
semelhanças de família e jogos de linguagem. A partir de então, os integrantes da pesquisa
reuniram-se com as professoras das respectivas turmas para iniciar o planejamento das
atividades. Dessa forma, os encontros com os alunos começaram e as ações foram desenvolvidas.
A organização das práticas pedagógicas estava intimamente ligada com a Etnomatemática, os
alunos, então, foram instigados a pensar em diferentes formas de moradias, utilizamos
indagações sobre suas próprias casas. Houve questionamentos acerca de como diferentes
culturas constroem moradias ou se distintas regiões do planeta teriam que adaptar suas
habitações por motivos naturais (frio, calor, chuva, neve, etc). A partir disso, os alunos foram
divididos em grupos menores, e cada um teve o encargo de desenhar um projeto de moradia, de
sua preferência, com base na experiência que tiveram anteriormente, conhecendo diferentes
culturas e formas de construir. Nos encontros seguintes, os estudantes tiveram a tarefa de
construir uma maquete, baseada no projeto desenhado para posterior apresentação ao grupo
todo. Como consequência, pode-se observar resultados bastante consideráveis. A princípio
pensou-se que os projetos elaborados pelos alunos seriam utilizados como alicerce durante a
montagem das maquetes, porém, a maioria desconsiderou a existência do projeto, visto que suas
preocupações se apoiaram na fase de construção da maquete em detrimento de observar a fase
anterior do projeto. A esse respeito um dos alunos explicitou que “ [...] só eu que acho que a
gente não precisa escrever do que é feito, por exemplo, o prédio vai ser de caixa de papelão, a
gente já tem esse modelo aqui [...]”, seguido de outro que comentou “[...] Por que quando a
gente foi fazer essa maquete, a gente não se lembrava muito bem do projeto, como eram as
coisas e então nós esquecemos [...]”. Por outro lado, os estudantes deram relevância para o
cálculo das medidas necessárias para a construção das maquetes e o formato geométrico das
estruturas. Indagações como “[...] A régua está reta? [...] Precisamos medir [...]” Aluno 2: “[...] Ah,
não importa se está reto [...]” Aluno 1 “[...] Mas a margem é importante também [...]”. Em síntese,
os alunos demonstraram interesse e empenho durante as atividades, sobretudo explicitando
diferentes formas de pensar matematicamente e relacionando culturas e tipos de moradias.
EM-036
Este estudo tem por objetivo apresentar e desenvolver a estatística na Educação Infantil, como
um meio de interpretação da realidade e desenvolver a cidadania. O trabalho foi realizado com
15 crianças de 3 a 6 anos em uma escola privada de Educação Infantil do município de
Farroupilha, Rio Grande do Sul. Os alunos investigados pertenciam à turma do maternal III e Pré I
e já haviam trabalhado com sua professora regente noções de números, como a contagem verbal
do 1 ao 10 e a escrita de cada um deles, mas ainda não tinham estudados noções de estatística.
Sendo assim, tendo em vista os conhecimentos prévios de cada criança, elaborou-se uma aula
com o intuito de introduzir e aprofundar noções de estatística, trabalhando quantidades,
investigação, comparação e avaliação. O trabalho consiste em uma pesquisa feita através da
seguinte pergunta: “Entre as opções banana, maçã e bergamota, é a fruta favorita da turma?
”Para responder esse questionamento as crianças deveriam realizar uma pesquisa, e com o
resultado desta, desenvolver um gráfico e posteriormente avaliá-lo. Inicialmente a atividade foi
realizada com uma roda de conversa, onde o tema a ser discutido era alimentação. Os alunos
responderam questões referentes as suas preferências, se costumam comer frutas e quais as
preferidas. Ao responderem, relataram situações do seu cotidiano que envolviam essa temática.
Eles por sua vez mostraram interesse sobre o tema pois, todos estavam empolgados para
responder cada questionamento. Posteriormente, foi realizada uma brincadeira, na qual todos
alunos construíram um gráfico, com a resposta de cada criança, sobre a fruta favorita entre as
opções apresentadas. Para a realização dos gráficos, a turma realizou um círculo no chão com os
desenhos de três frutas (banana, maçã e bergamota). Cada aluno recebeu um coração que
representava o voto dos estudantes que eram colocados ao lado da figura que representava sua
fruta favorita. Quando questionados sobre os resultados, os alunos foram instigados a responder
qual era a fruta predileta da turma. Mesmo sem a contagem dos corações, alguns souberam dizer
a resposta correta, outros apenas responderam, a fruta que haviam votado, sem pensar na
somatória dos votos. Portanto, foi proposto que todos fizessem a contagem de votos de cada
fruta, para averiguar se a resposta dada estava correta. Este trabalho está fundamentado
principalmente em Zabala (1998), Bachelard (1996), Lins (2005), Nacarato ( 2011), Sá (2009) e
Cocco (2014) e traz a importância de trabalhar a estatística na escola desde a Educação Infantil,
pois desta forma são oportunizadas ferramentas que levam os estudantes a interpretar fatos
cotidianos e até mesmo, desenvolver a cidadania.
EM-037
EM-038
EM-039
Jaqueline Molon; Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS)
– Campus Canoas e Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS);
jaqueline.molon@canoas.ifrs.edu.br
EM-040
Ao ouvir diariamente pessoas afirmarem que não gostam da disciplina de Matemática por
apresentar dificuldade em entender e aprender certos conteúdos relacionados a disciplina, surge
uma inquietação em pesquisar por que muitos alunos concluem a Educação Básica com
dificuldade em compreender conceitos matemáticos simples. Esta pesquisa busca refletir sobre as
habilidades em defasagem em Matemática dos alunos no Ensino Fundamental II através da
análise dos resultados de reprovação da Escola Estadual de Ensino Fundamental Liberal
Zandonadi e os resultados da escola na Prova Brasil. A escola está localizada na região urbana de
Venda Nova do Imigrante/ES. De acordo com o IBGE (2018), têm aproximadamente 24.800
habitantes. A economia da cidade se baseia na agricultura, principalmente do café. É referência
nacional no agroturismo com destaque na confecção artesanal de produtos típicos da culinária
como: socol, doces, geleias, licores, biscoitos, entre outros. A execução da pesquisa se justifica em
virtude dos desafios enfrentados pelos estudantes em relação a disciplina e ao índice elevado de
reprovação. Tendo como base o ano letivo de 2016 da escola, observou-se que dos 171 alunos
matriculados no Ensino Fundamental II, 72 alunos reprovaram na disciplina de Matemática o que
corresponde a um percentual de 42,1% de reprovação. Para confirmar os desafios enfrentados
pelos alunos do Ensino Fundamental II da escola em questão em relação a disciplina de
Matemática, foi analisado o resultado de uma determinada turma na Prova Brasil nos anos de
2013 e 2017. Em 2013, 92 alunos matriculados no 5º ano participaram da Prova Brasil e
constatou-se que 5,24% dos alunos encontram-se no Nível Insuficiente, 59,86% no Nível Básico e
34,9% no Nível Adequado. Em 2017, o desempenho desta mesma turma, agora cursando o 9º Ano
do Ensino Fundamental II, o resultado da avalição mostrou que em Nível de Proficiência, 37,24%
dos alunos encontram-se no Nível Insuficiente, 55,64% encontram-se no Nível Básico e apenas
7,12% (aproximadamente 4 alunos) no Nível Adequado que indica que o aluno é capaz, preparado,
competente e eficiente no que faz. A hipótese é que a dificuldade de aprendizagem em
Matemática nas séries iniciais interfere no desenvolvimento de competências e habilidades das
etapas seguintes, e esta defasagem vai se perpetuando por toda a Educação Básica. Diante desta
realidade, este trabalho busca refletir sobre resultados de reprovação e seus reflexos na Prova
Brasil, explicitando uma fragilidade no nosso sistema de ensino.
Palavras-chave: dificuldade de aprendizagem, currículo, sistema de ensino, prova Brasil.
EM-041
Este artigo apresenta estudos iniciais de uma investigação de doutorado realizada no Programa
de Estudos Pós-Graduados em Educação Matemática da Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo (PUC-SP) e tem como foco os processos de construção do pensamento estatístico, em
específico, os da Transnumeração mediados pela utilização de tecnologias digitais. Esta pesquisa é
resultante de questionamentos oriundos de mestrado acadêmico em Educação Matemática de
um dos autores. A problemática emerge na medida que observamos a quantidade de informações
que nos chegam em todos os momentos, sob formas de representações que, em sua maioria,
sugerem domínio de alguma tecnologia que permita a sua compreensão. Nesse sentido,
identificar formas estruturais de pensamentos que afetam a compreensão das informações, é
algo que consideramos emergente, pois a Transnumeração, como um tipo de pensamento
estatístico, pode favorecer a compreensão destas informações. Na perspectiva do ambiente
tecnológico, se observa sua influência nos processos cognitivos concomitantes com os processos
da Transnumeração e com a relação do ser humano com a tecnologia, induzindo a reflexão no
âmbito educacional da importância de acesso a essas tecnologias. Decorrente dessa reflexão, a
partir da década de 1980, foram consideradas, pela comunidade de Educação Estatística, as
potencialidades dos computadores como suporte para o tratamento de informações. Diante dos
avanços, no desenvolvimento curricular, desde então, já se tem em conta o interesse de
considerar a utilização de softwares para o ensino da Estatística. Podemos considerar, por
exemplo, o GeoGebra com suas potencialidades para o processo de construção de significados
dos objetos da Estatística, nas múltiplas representações de dados, que se configura como uma
vantagem didática que pode favorecer os processos de Transnumeração. A noção de
Transnumeração refere-se à ideia fundamental, em uma abordagem estatística, para o
aprendizado, indicando formas de alterar representações de dados e aspectos de um sistema
para chegar a um melhor entendimento desse sistema. Deste modo, computadores e softwares
podem ser usados como ferramentas na solução de problemas, contribuindo para a compreensão
de informações e, por consequência, na formação do pensamento. Deste modo a intenção desse
estudo é aplicar sequências de atividades com aporte metodológico de uma Engenharia Didática
e, as conjecturas, ainda que introdutórias, apontam para a possibilidade de resultados positivos
quanto ao suporte das tecnologias digitais para a construção do pensamento estatístico e, por
consequência, aos processos de Transnumeração.
EM-042
Atualmente, é comum encontrarmos estudantes de ensino médio que não sabem o significado
das operações matemáticas básicas, sendo estas tratadas no início do ensino básico, como por
exemplo, a multiplicação ou a divisão. É possível que saibam o modo de calcular e o procedimento
passo a passo para encontrar o resultado, mas não conseguem compreender o significado, apenas
reproduzem fórmulas. Não existem problemas somente com as operações básicas, mas também
em outros conceitos matemáticos em que elas estão envolvidas. Este ato de apenas reproduzir ou
decorar fórmulas é definido por David Ausubel como uma aprendizagem mecânica, segundo
Moreira e Masini (2008, p.25) “a aprendizagem mecânica é uma aprendizagem sem compreensão,
sem transferência, quase sem significado e com pouca retenção”. Sendo assim, o estudante pode
saber encontrar o resultado, mas com o passar do tempo esquecerá o método de resolução e
encontrará dificuldades em conteúdos posteriores, que necessitem do entendimento deste
conteúdo básico. Segundo a teoria de David Ausubel este conhecimento anterior a outro é
chamado de conceito subsunçor que serve como âncora para um novo conhecimento, o processo
de ancoragem é definido pelo mesmo teórico como o “processo responsável por ligar os
conhecimentos já adquiridos aos novos conhecimentos colocando-os em interação” (BESSA, 2011,
p.190). Em contrapartida com a aprendizagem mecânica, quando o aluno possui o conceito
subsunçor bem definido, isto é, um conceito bem definido que pode ser a base para outro novo e
depois consegue assimilar este conteúdo já aprendido com o novo através do processo de
ancoragem, ele pode ter uma aprendizagem significativa. A aprendizagem significativa é o
processo onde uma nova informação se relaciona com um aspecto relevante da estrutura do
conhecimento do aprendiz. Moreira e Masini (2008, p.16) enfatizam que “se não há essa
interação, não há aprendizagem significativa”. Na área de geometria podem ser utilizados
materiais manipuláveis como materiais introdutórios, para que possibilitem a aquisição de
conceitos subsunçores aos alunos e possam facilitar a aprendizagem significativa do conteúdo a
ser trabalhado em seguida. Os materiais manipuláveis podem ser entendidos como “objetos ou
coisas que o aluno é capaz de sentir, tocar, manipular e movimentar. Podem ser objetos reais que
têm aplicação no dia-a-dia ou podem ser objetos que são usados para representar uma ideia”
(REYS apud PASSOS, 2006, p. 78), portanto, são instrumentos de aprendizagem, artefatos
didáticos ou materiais didáticos. Durante a aplicação da proposta de atividade em sala de aula, no
9º ano do ensino fundamental, pode-se perceber a importância deste conceito subsunçor, pois a
utilização do material manipulável ajudou e despertou interesse, facilitando o processo de
aprendizagem, tornando-a uma aprendizagem significativa.
EM-043
EM-044
Existem diversas fatorações matriciais que são úteis para determinadas classes de problemas que
podem facilitar, dependendo do método utilizado, a análise de estabilidade de sistemas
dinâmicos. Geralmente estas fatorações são utilizadas para simplificar a análise de sistemas,
aperfeiçoar algoritmos computacionais ou para programar de maneira mais eficiente os
algoritmos numéricos que envolvem operações com matrizes e vetores. Em muitas aplicações
práticas, onde se faz necessário o uso de cálculos matriciais, como no caso das resoluções de
sistemas de equações diferenciais lineares, vale mais a pena realizar a conversão desses
problemas em outros mais fáceis por meio de uma fatoração matricial conveniente. Além disto,
matrizes de dados representando alguma observação numérica são geralmente de grande
dimensão e de difícil análise e, portanto, a fatoração destas matrizes em formas canônicas pode
revelar suas características e estruturas inerentes, ajudando na interpretação de seus significados
de maneira mais rápida. Quando resolvemos um sistema de equação linear, raramente
resolvemos o sistema que pretendemos resolver, em vez disso resolvemos um que o aproxima.
Em um sistema Ax = b, os coeficientes em A e b serão tipicamente conhecidos por algumas
medições e, portanto, estarão sujeitos a erros de medição. A álgebra linear pode ser abordada de
diferentes pontos de vistas: por meio de transformações lineares, por meio de matrizes e
também do ponto de vista das formas quadráticas. A escolha por um destes pontos de vista
depende do objetivo que se pretende alcançar, em geral nos cursos de graduação a álgebra linear
é apresentada do ponto de vista de transformações lineares, sendo preliminarmente apresentada
a teoria inicial de matrizes e os espaços vetoriais. Quando a intenção é desenvolver algoritmos
computacionais para a solução de problemas práticos, cuja solução numérica é aceitável, recorre-
se a álgebra linear do ponto de vista das matrizes. As formas quadráticas mostram-se do ponto de
vista geométrico, devido a sua aplicação à classificação de cônicas no plano e quádricas no espaço
tridimensional. Vetores, matrizes, transformações lineares, formas quadráticas são objetos
matemáticos que ocorrem com frequência em várias aplicações, principalmente nas áreas de
engenharia e da Física. A riqueza das fatorações matriciais está na introdução dos métodos
computacionais ao estudo da álgebra linear. O presente projeto de pesquisa desenvolvido visa
mostrar outro ponto de vista da álgebra linear, pouco abordado no curso de licenciatura em
matemática, além de mostrar uma aplicação prática do seu estudo, respondendo de modo parcial
a recorrente pergunta: Para que serve álgebra linear? Para tanto, desenvolvemos a pesquisa por
meio de embasamentos teóricos buscando as diferentes formas de fatorações matriciais bem
como as suas aplicações práticas.
EC-027
TECNOLOGIA
EDUCACIONAL
RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES ORAIS
Com o crescente uso das tecnologias digitais na educação, torna-se necessário um preparo mais
abrangente do docente quando se apresentam as novas possibilidades agregadas às práticas
pedagógicas. Para tanto, este estudo tem como objetivo propor uma formação docente coletiva
fundamentada na ideia da pesquisa no processo formativo e na prática pedagógica. Pretende-se
por meio dos objetivos específicos: identificar as concepções de ensino e práticas pedagógicas
usadas com as tecnologias digitais; verificar a relação teoria e prática dos professores
participantes; as práticas pedagógicas propostas. Os resultados esperados com esta pesquisa são
de que a partir dos estudos e reflexões realizadas seja possível planejar propostas inovadoras com
o uso das tecnologias digitais para o ensino fundamental e que a prática docente possa se
transformar numa formação docente coletiva. Este estudo terá uma abordagem qualitativa, que,
segundo Minayo (2010), caracteriza-se por privilegiar a compreensão e/ou a interpretação de
uma dada realidade ou problemática, ao invés de mensurar. A metodologia utilizada será a
pesquisa-ação, que é uma forma de mobilizar os participantes a construírem novos saberes. A
pesquisa-ação educacional é principalmente uma estratégia para o desenvolvimento de
professores pesquisadores de modo que eles possam utilizar suas pesquisas para aprimorar seu
ensino e, em decorrência, o aprendizado de seus alunos (TRIPP, 2005). Os participantes desta
pesquisa serão seis professoras que lecionam para a 3ªsérie do ensino fundamental de um colégio
particular da cidade de Joinville. A pesquisa ocorrerá em 2019/2020, com encontros de estudos,
reflexões, relatos e diálogos a respeito das práticas pedagógicas dessas seis professoras,
mediadas pelas tecnologias digitais. Será apresentado e decidido em conjunto com as professoras
um plano de trabalho e um cronograma para os encontros. Estes momentos se caracterizarão por
estudos de textos propostos pela pesquisadora ou pelas professoras, planejamento de atividades
mediadas pelas tecnologias digitais, que serão aplicadas em suas respectivas turmas e relato dos
resultados das atividades desenvolvidas. O Plano Inicial a ser apresentado para as participantes
da pesquisa é o seguinte: 1º encontro- apresentação das participantes, explicação sobre a
proposta, discussão do plano de trabalho, cronograma e temas a serem estudados; 2º encontro-
estudo e discussão do primeiro texto; 3º encontro- estudo e discussão do segundo texto; 4º
encontro- elaboração de uma atividade com uso das tecnologias; 5º encontro- relato e análise
reflexiva dos resultados da atividade desenvolvida; 6º encontro- relato e análise reflexiva dos
resultados da atividade desenvolvida. Avaliação do processo de pesquisa será nos encontros que
serão filmados como forma de coleta de dados para a possível análise das falas, as quais serão
transcritas. Espera-se que a participação nos encontros possa promover a prática das professoras
com vista a inserção das tecnologias de forma crítica e emancipatória.
TE-001
A utilização dos microscópios nas aulas de Ciências e Biologia são fundamentais para a construção
do saber individual e coletivo, contudo, a possibilidade de aquisição dos mesmos é uma realidade
distante para muitos colégios públicos, devido ao seu elevado custo de aquisição e manutenção.
No presente trabalho almeja-se abordar a criação de um modelo de microscópio portátil para o
celular, que realiza aumentos significativos, de forma a auxiliar principalmente nas aulas práticas.
Para tanto, por meio da utilização de materiais de baixo custo, produziram-se vários modelos que,
posteriormente, foram distribuídos para as instituições com maior demanda. A identificação das
instituições com maiores demandas se deu a partir de uma pesquisa efetuada pela equipe deste
projeto, que quantificou os microscópios existentes nas escolas de esfera estadual e municipal do
município de Paranaguá-PR, e portanto, identificou os colégios com maior déficit destes
instrumentos ópticos. Simultaneamente, no ato de doação dos microscópios, realizou-se também
oficinas pedagógicas de manipulação e visualização de espécimes da fauna e flora, auxiliando nas
práticas educativas de ensino das Ciências. No que diz respeito ao processo de construção do
equipamento, a pesquisa contemplou duas versões de microscópio, sendo a primeira, um
microscópio de mesa construído a partir de resíduos eletrônicos, que serviu de inspiração para o
atual projeto, que tange o aprimoramento do primeiro: um microscópio portátil para celular
fabricado a partir de uma impressora 3D. Como resultado da pesquisa foi possível analisar que
dos 16 colégios contemplados no presente estudo, 31,25% não possuem microscópio, enquanto,
das 11 escolas que possuem ao menos 1 microscópio, 27,27% alegam mal funcionamento do
mesmo, justificando a relevância deste trabalho. Até o presente momento foi possível aplicar
duas oficinas de manipulação do microscópio, gerando imagens de alta qualidade e ampliação de
40 vezes. Além disso, têm-se que as demonstrações foram significativas tanto para os alunos, que
compreenderam as estruturas microscópicas das plantas e demais elementos, quanto para os
integrantes do projeto, que se sentiram motivados a apresentarem o microscópio a outros
educandos. Portanto, pretende-se, desta forma, ampliar as oficinas para outras instituições de
ensino, aprimorando a pesquisa através da criação de um manual que possa fornecer instruções
passo a passo da construção do microscópio, tendo como finalidade facilitar o acesso ao
instrumento por meio da fabricação autônoma dos equipamentos pelas demais escolas. Os
resultados obtidos até o momento reforçam o objetivo de contribuir para a democratização do
Ensino das Ciências, proporcionando o acesso ao equipamento pelas instituições de ensino,
mesmo com poucos recursos, e aos alunos a possibilidade de realizar aulas práticas e interativas
através do microscópio portátil.
TE-002
TE-003
Este trabalho apresenta uma análise colaborativa do vídeo "A Guiana sumiu", do grupo
humorístico "Porta dos Fundos" disponibilizado no sítio do YouTube e explorá-lo como recurso
didático para a promoção do debate geopolítico na Educação de Jovens e Adultos (EJA). A
proposta é oferecer uma visão interdisciplinar aliando os princípios da mídia-educação e da
geopolítica. Desse modo, o ensaio oferece reflexões sobre como o professor pode ser um
mediador cultural (MARTIN-BARBERO, 2006) na medida em que contribui para o desenvolvimento
de estudos geográficos e políticos no contexto das transformações sociotécnicas
contemporâneas. A reflexão sobre o vídeo prevê um ambiente pedagógico como um lugar de
fascinação e inventividade (ASSMAN, 1998). Além disso, é preciso pensar na escola como um
espaço que impulsione o pensamento autônomo e possibilite aos estudantes a produção de seu
próprio entendimento da realidade (FREIRE, 1996). A utilização do vídeo parte do entendimento
de que os estudantes da EJA são parte de uma geração conectada a internet e propor um
conteúdo disponibilizado pelo YouTube chamaria a atenção deles por fazer parte desse cenário da
cibercultura (LEVY, 1999) e da sociedade em rede (CASTELLS, 2008). O docente com uma visão
interdisciplinar da educação pode eleger um site que promove canais de vídeos para despertar a
curiosidade pelo conhecimento geográfico. Vive-se na era em que o YouTube assume o
protagonismo que antes era dominado pela televisão (BURGESS & GREEN, 2009). As mudanças
tanto tecnológicas quanto sociais evidenciam a necessidade de reconfiguração contínua da escola
no sentido de criar novas linguagens de ensino, promovendo outras formas de leitura e análise de
mundo para além de métodos descontextualizados e especializados. Para tanto, adota-se os
métodos indutivo e descritivo (MARCONI e LAKATOS, 2003; FURASTE, 2012). Neste estudo serão
abordados os temas a respeito das práticas pedagógicas no ensino de Geografia (KAERCHER,
2016) aliada aos aspectos da cultura da convergência (JENKINS, 2008). Assim, a base teórica está
apoiada nas discussões a respeito da educação, da escola, da comunicação e das tecnologias na
mídia-educação (FANTIN, 2006). A iniciativa de sugerir essa atividade para salas de aula da EJA
surge no Núcleo de Pesquisa e Produção do Conhecimento da Escola da Assembleia Legislativa do
Estado de Santa Catarina que tem como objetivo incentivar a investigação científica na Casa. Os
pesquisadores trabalham através da colaboração para o desenvolvimento de estudos para
evidenciar a mediação cultural realizada no núcleo para a troca e a disseminação de informações,
experiências e conhecimento. Espera-se que este estudo possa contribuir para a melhoria do
cotidiano de docentes e discentes da EJA a partir da apropriação das tecnologias para uso
educacional na construção do conhecimento interdisciplinar da geopolítica.
TE-004
A violência sexual infantil é um problema de saúde pública mundial que sequela tanto a vítima
quanto a sociedade, sendo agravada pelo fato de as crianças em sua maioria não denunciarem
seus agressores, seja por coerção ou seja por considerarem os atos realizados como uma prática
comum e normal. Somado a isso, o assunto ainda é pouco abordado na sociedade, sendo
considerado um tabu por muitos, dificultando desta forma a conscientização infantil acerca do
tema. Nesse sentido, aplicativos para prevenção da violência sexual infantil se demonstram
promissores por proporcionarem uma abordagem educacional lúdica acerca do tema. Dentre
alguns aplicativos do gênero, destaca-se o jogo “Infância Segura”, pois além da educação infantil,
o jogo também proporciona um sistema de gestão educacional, com o professor sendo
retroalimentado com as ações executadas pelas crianças no jogo. A ideia de um jogo para
prevenção da violência sexual infantil é promissora, no entanto é algo que precisa ser visto com a
devida cautela, para se evitar traumas ou constrangimentos. O jogo em questão, inicialmente
instrui as crianças sobre as partes do corpo. Posteriormente o jogo educa os menores apontando
quais partes do corpo são íntimas, para por fim, o jogo lecionar sobre os tipos de toques, dando
exemplos de toques bons e toques ruins no corpo. Com o intuito de mensurar seus reais
impactos, a ferramenta educacional infantil foi disponibilizada a duas crianças. Com base no
modelo de avaliação educacional de Savi, o nível de engajamento, interesse e satisfação dos
menores foi medido, alcançando uma pontuação de 37 pontos em um máximo de 46 pontos, um
resultado preliminar promissor. Durante os experimentos realizados, foi constatado uma certa
dificuldade na compreensão inicial de certas tarefas, destacando desta forma, a necessidade da
remodelagem das instruções dadas ao jogador. O atual estágio de desenvolvimento do jogo, o
coloca em uma situação na qual recomendações e sugestões de professores e especialistas, sejam
mais fáceis de serem implementadas. Com o devido retoque na ferramenta e com o apoio da
comunidade educacional e científica, o jogo possui potencial para assumir um papel chave na
prevenção da violência sexual infantil no Brasil.
TE-005
Este trabalho retrata a proeminência do uso das tecnologias e sua contribuição na educação como
ferramenta indispensável no processo de aprendizagem dos alunos, principalmente aqueles com
deficiência. Visto que muitas tecnologias estão sendo utilizadas na sala de aula potencializando o
conhecimento a fim de efetivar o desenvolvimento e o saber dos educandos em uma escola
inclusiva. Optou-se por escrever este relato tendo em vista seus avanços na sociedade e
evidenciando a inclusão dos educandos no sistema educacional. As tecnologias corroboram de
modo significativo na questão da educação inclusiva, sabe-se, no entanto que muitas escolas
carecem de material e salas de aulas especializadas para a realização deste trabalho.
Dessa maneira, deve-se pensar em uma prática pedagógica diversificada, sabemos que para isso é
necessário ter uma formação docente qualificada e eficiente que seja voltada a todas as
necessidades do indivíduo, direcionando o ensino alicerçado em bases pedagógicas que
reverencie a construção de um saber que respeite as diferenças e se adapte a toda e qualquer
diversidade. Os objetivos traçados nesse caso estão orientados a oferecerem oportunidades de
conhecimento com o uso das tecnologias, refletir as situações de aprendizagem de forma que
todos os alunos participem e avancem em função de suas possibilidades e por fim, encorajar o
esforço, e não apenas o resultado no processo de inclusão. A metodologia utilizada foi através de
pesquisa realizada em sala de aula na Escola Básica Frei Damião no Município de Palhoça – SC,
durante as aulas de Geografia com os alunos do 7º ano na sala digital. Os alunos que fazem parte
deste grupo utilizaram recursos pedagógicos que proporcionaram diante das dificuldades
apresentas uma premissa de possibilidades de avanços no aprendizado e consequente
desenvolvimento e inclusão dos educandos com deficiência. O presente estudo buscou conceitos
onde a mediação tecnológica e a educação inclusiva fossem ampliadas no universo tecnológico e
o uso de suas ferramentas servisse de intermediação para que o professor de modo reflexivo atue
de forma a ampliar seus conceitos e o uso positivo da tecnologia de comunicação no universo
educacional inclusivo. Por fim, sugestiona-se que futuras pesquisas e trabalhos sejam
desenvolvidos a respeito desta temática tão relevante no tocante à Educação Especial de uma
forma geral.
TE-006
A sociedade contemporânea tem realizado práticas cotidianas cada vez mais dependentes das
tecnologias, especialmente as digitais, que com suas diferentes funcionalidades e aplicações têm
se apresentado como objetos de comunicação e informação essenciais à atuação do homem em
diversos contextos, dentre eles o educacional, foco deste artigo. Neste sentido, e sob o viés
pedagógico, observamos com frequência na literatura científica que as práticas docentes com
tecnologias digitais têm visado o planejamento de ações formativas que proporcionam aos
aprendizes não apenas o conhecimento do artefato tecnológico em si, podendo ser o software
educativo, o celular, internet, ou outro, mas que procuram considerá-las influências na aquisição
do conhecimento e na transformação do aluno. Isto posto, sopesamos que os professores que
utilizam das tecnologias digitais para ensinar e aprender conteúdos disciplinares, como os de
Matemática, necessitam percorrer caminhos didáticos e pedagógicos que contribuam à
constituição do aluno crítico, capaz de tomada de decisões, consciente de suas responsabilidades
e ações exercidas dentro e fora da escola. Nesse contexto, entendemos que artefato tecnológico
digital precisa ser concebido por esses profissionais como mediador desse processo de
emancipação. Todavia, associar esse pensamento ao fazer docente pode não ser trivial para
muitos professores, porque há aqueles que cujas práticas de ensino não são pensadas nesse
propósito, e, por consequência, não ocorrem visando a construção do conhecimento. Por esta
razão, com o interesse de compreendermos epistemologicamente como os professores de
Matemática têm posicionado as tecnologias digitais em suas práticas de ensino objetivamos
apresentar uma reflexão a respeito da abordagem dessas tecnologias nas atividades de ensino de
matemática, com particular interesse no uso do Geogebra e do Scratch, que contribuem para a
transformação do aluno como sujeito. Para tanto, a investigação realizada foi de cunho qualitativo
com base na análise bibliográfica. Esperamos com os resultados provocar, de maneira reflexiva, os
professores que ensinam Matemática e utilizam das tecnologias digitais para fins educativos,
sobre o modo como os artefatos digitais são concebidos em seus planejamentos e o quanto isso
pode repercutir na formação do aluno, bem como despertar o interesse de mais docentes sobre o
uso das tecnologias digitais em suas práticas pedagógicas.
TE-007
TE-008
A tecnologia não para de invadir a vida dos indivíduos. Desta forma, no campo da educação, não
pode ser diferente, ela está presente no cotidiano dos alunos e professores. Destacamos que é
uma necessidade das instituições de ensino técnico implementem métodos que facilitem a
integração com as tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC) no processo ensino-
aprendizagem. Segundo o autor Valente (2014, p. 162) corrobora afirmando que as TDICs “podem
ser importantes aliadas na implantação de atividades inovadoras [...] e possibilitam o
desenvolvimento das estratégias de aprendizagem ativa”. Tal perspectiva, cria um desafio para os
docentes do século XXI em utilizarem metodologias inovadoras dentro da sala de aula e
consequentemente, que as mesmas, proporcionem uma práxis pedagógica que ultrapasse os
limites do ensino tradicional, possibilitando uma formação do discente como um ser crítico e
reflexivo. A contribuição das TDICs especificamente para a educação a distância, nesta
modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e
aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com
estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos.
(BRASIL, 2005). O objetivo deste estudo é analisar a importância da utilização de metodologias
ativas no processo de formação do conhecimento dentro da sala de aula, ou seja, no encontro
presencial semanal com entre os docentes e os discentes. De todo modo, o recurso escolhido para
aplicarmos neste momento foi a plataforma Kahoot! que nos parece adequada para integrar uma
das tarefas do modelo de gamificação por meio dos questionários de escolha múltipla que podem
ser criados pela professora. E que pode ser jogado pelos alunos, usando qualquer dispositivo
móvel, como: smartphones, desktop ou laptop com conexão à internet e navegador web. Outra
metodologia ativa que pode ser aplicada no ensino EAD é o aprendizado baseada em projetos ou
problemas. Nelas, os alunos adquirem conhecimentos e habilidades trabalhando, boa parte do
tempo, para investigar e responder a uma questão complexa, um problema ou um desafio (ROSA
JUNIOR, 2015). A investigação concentrou-se em uma pesquisa quantitativo, através de um
estudo de caso, por meio de aplicação de um questionário, confeccionado no google formulário
com perguntas fechadas, e aplicado no dia 15 de agosto de 2019, junto aos discentes, buscando
subsídios para fundamentar o uso de gamificação dentro do contexto escolar. Num cenário, que
trata a questão do engajamento e incorpora jogos colaborativos ou individuais na Educação,
sendo conhecida como Gamificação, do inglês Gamification. A partir do resultado da pesquisa, é
possível afirmar que as metodologias ativas são capazes de promover um processo de ensino–
aprendizagem satisfatório em cursos técnicos de modalidade distância. “A experiência indica que
a aprendizagem é mais significativa com metodologias de aprendizagem ativa. [...] Alunos que
experimentam este método adquirem mais confiança em suas decisões e aplicação do
conhecimento” (SANTANA et al, 2015, p. 173). Ressaltamos para que isso acontecer, é importante
que todos os envolvidos no processo de ensino consigam compreender o que são metodologias
ativas e que acreditem na sua capacidade pedagógica.
TE-009
Este ensaio tem como objetivo apresentar o apoio à pesquisa acadêmica promovido pela Escola
da Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina - Alesc por meio das tecnologias móveis,
em especial, com o uso do Whatsapp. A Escola do Legislativo, denominada Deputado Lício Mauro
da Silveira, é uma coordenadoria que é responsável pelas ações pedagógicas do parlamento
catarinense. Foi fundada a partir da Resolução Nº 72/2000, de 19 de dezembro de 2000, com base
na Emenda Constitucional 19/1998 e está diretamente ligada ao gabinete da presidência da Casa.
O suporte a pesquisa é baseado nos preceitos da orientação educacional. A mentoria que prevê
aporte metodológico a produção de conhecimento é realizada presencialmente nas dependências
da Escola, e a distância com o aplicativo de mensagens instantâneas. Para este estudo, o objeto
de análise será o suporte pedagógico realizado com dispositivos móveis pelo aplicativo de
mensagens. Essa orientação é destinada aos que se dedicam a produção acadêmica, tanto
servidores quanto estagiários da Alesc. A iniciativa visa apoiar os interessados na elaboração de
trabalhos relativos à investigação científica de graduação e pós-graduação. O apoio pedagógico
via sistema de interação móvel, consiste no encaminhamento de arquivos (artigos, monografias,
dissertações, teses) relacionados aos temas de pesquisa, envio de notícias sobre os eventos do
ensino superior e na interlocução continua sobre metodologia para a produção textual
acadêmica. Essa interação mediada por sistema de comunicação segue um mapeamento de
processos com cronograma determinado para o envio e a execução de tarefas. Desse modo, a
iniciativa de orientação educacional evidencia a mediação cultural realizada pelos pesquisadores
do Núcleo de Pesquisa e Produção do Conhecimento da Escola da Alesc utilizando o aplicativo de
mensagens como ferramenta pedagógica. O artigo se enquadraria como estudo da utilização das
tecnologias na orientação educacional no campo maior das Ciências da Educação. Para tanto,
adota-se os métodos indutivo e descritivo (MARCONI e LAKATOS, 2003; FURASTE, 2012). Neste
ensaio serão utilizados os fundamentos epistemológicos da sociedade em rede (CASTELLS, 2008),
da cibercultura (LEVY, 2000), das mediações culturais (MARTIN-BARBERO, 2006), da cultura da
convergência (JENKINS, 2008). Desse modo, o recorte teórico está baseado nas interfaces
educação, comunicação, tecnologias e culturas organizacionais da mídia-educação (FANTIN,
2006). Acredita-se que esta investigação possa contribuir para a organização de dados sobre as
tecnologias na educação e para a melhoria do cotidiano dos docentes e discentes do ensino
superior a partir da sugestão do uso pedagógico de aplicativos disponibilizados pela
telecomunicação móvel.
TE-010
Os investimentos estatais em tecnologia educacional nas últimas décadas têm sido elevados
mesmo em nível mundial. Computadores, tablets, lousas digitais etc., entraram em nossas escolas
nos diferentes níveis de ensino. Em vista da transformação da sociedade contemporânea
possibilitada, também, pela democratização das TDIC (tecnologias digitais da informação e
comunicação), contraditoriamente, nossas escolas ainda não absorveram a cultura digital de
maneira efetiva no seu cotidiano pedagógico. Observamos então, de acordo com o pensamento
de Bonilla (2014) e Hargreaves (2004) que devemos repensar a escola, para que ela possa se abrir
para as novas demandas sociais, tecnológicas e culturais da contemporaneidade. Acreditamos
que o uso de tecnologias digitais como ferramentas pedagógicas em sala de aula pode contribuir
para que a escola possa interagir com a cultura digital (cibercultura), trazendo para seu interior o
encontro entre a cultura digital e a cultura da escola. Segundo Cuban (2000) e Coll (2014) ainda
pouco destas tecnologias transformaram-se em estratégias de sucesso para a aprendizagem
escolar. Isso nos leva a pensar na realidade do uso de tecnologias digitais na educação básica e
nas justificativas para o investimento público, tanto em equipamentos quanto em formação de
professores para a utilização pedagógica destas ferramentas em sala de aula. Algumas questões
que levantamos neste trabalho: 1. Qual a função da escola e como isso se relaciona com a
utilização das tecnologias digitais na educação formal? 2. Qual o impacto das tecnologias digitais
na sociedade e na formação do cidadão, principalmente aqueles em situação de vulnerabilidade
social? 3. O que justifica o uso de tecnologias digitais na educação básica? Qual a concepção
epistemológica deve ser adotada como base teórica de nossas atividades pedagógicas de modo a
garantir o sucesso na aprendizagem dos alunos? Para dar conta deste debate trazemos autores
consagrados a nível nacional e internacional que embasam nosso discurso, tais como: Borba
(2009), Brito (2011), Bonilla (2009), Almeida (2017), Hargreaves (2004), COLL (2014), Cuban
(2000), Sacristan (1998), Lengel (2013), Novoa (2014) e Charlot (2014).
TE-011
TE-012
TE-013
TE-014
TE-015
TE-016
TE-017
O presente estudo objetivou identificar quais são as barreiras tecnológicas encontradas pelos
alunos no momento de desenvolver o seu trabalho de conclusão do curso (TCC) e qual o reflexo
no processo de ensino-aprendizagem durante a sua jornada acadêmica. E consequentemente,
compreender e analisar os impactos que o uso do computador e de softwares básicos como por
exemplo: word, power point e excel são expostos no decorrer do desenvolvimento da formação
dos discentes. O uso das tecnologias na educação tem sido um desafio, tendo em vista, que o
professor precisa planejar as suas aulas, com o uso das ferramentas tecnológicas digitais e o
segundo ponto, quais utilizar. Conforme o autor Perrenoud (1999), a melhoria do processo de
aprendizagem e familiarização dos alunos com as novas tecnologias exigem a necessidade de se
desenvolver competências. Nesse sentido, a ideia do autor obriga o processo de ensino-
aprendizagem se adaptar, para preparar e desenvolver cidadãos críticos e ativos. Atualmente,
necessitamos inserir na metodologia de ensino, o uso das Tecnologias de Informação e
Comunicação (TIC’s), além da facilidade e da qualidade de informações que se tornam disponíveis
e das diversidades de possibilidades no processo de aprendizagem interativo/construtivo, espera-
se contribuir para a autonomia intelectual do aluno. Com a intenção de levantar dados e refletir
sobre as barreiras das tecnologias digitais e a sua utilização no processo educativo dos jovens e
adultos, foi realizada, inicialmente, uma pesquisa bibliográfica sobre o referido tema. Em seguida,
foi elaborada uma pesquisa mista (quantitativa e qualitativa), do tipo exploratória, descritiva e
explicativa, na qual foi aplicada com os alunos do último ano dos cursos técnicos do eixo gestão e
negócios da escola técnica de ensino privada/RS. A partir da vinculação entre pesquisa
quantitativa e qualitativa, os estudos de métodos mistos promovem o entendimento sobre o
fenômeno de escolha de uma forma que não se obteria com a utilização de somente uma
abordagem (CRESWELL,2013). Os resultados foram analisados e comparados com o objetivo de
validar a pergunta de pesquisa e contribuir para discutir os desafios, as barreiras e possibilidades
do uso das tecnologias na educação. Com o resultado da investigação, descobrimos que um dos
desafios da instituição de ensino é preparar os seus alunos, pois aos mesmos, apontaram que
possuem dificuldades na hora do desenvolvimento do trabalho de conclusão do seu curso técnico.
Destacamos as referidas respostas: a falta de conhecimento e treinamento em softwares digitais
durante o decorrer das disciplinas. Como consequência disso tudo, a instituição pesquisada,
necessita reanalisar os métodos utilizados nas práticas pedagógicas, ou seja, é necessário
construir novas estratégias que desenvolva as devidas habilidades e competências nos referidos
alunos.
TE-018
Aline Dubal Machado; Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul,
Campus Osório e UFRGS; aline.dubal@osorio.ifrs.edu.br
Francieli Motter Ludovico; Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Dois Vizinhos e
UFRGS; francielim@utfpr.edu.br
Augusto Weiand; Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul,
Campus Osório e UFRGS; augusto.weiand@osorio.ifrs.edu.br
Patrícia da Silva Campelo Costa Barcellos; UFRGS; patricia.campelo@ufrgs.br
Na intenção de fazer uso da Tecnologia de Comunicação Digital (TCD) nas práticas escolares,
muitas vezes, o que acontece é a mera transposição do impresso para o digital, não despertando
o aprender protagonista e não sendo condizente com a sociedade atual. Rojo (2017) propõe o
Webcurrículo, que busca fortalecer o projeto pedagógico integrando a TCD nos processos de
ensino e aprendizagem. Assim, faz-se necessário discutir a possibilidade de se utilizar uma
proposta didática com base na concepção de um Webcurrículo, de modo a unir a escola e a
sociedade, complementar os processos de ensinar e aprender, possibilitar maior interação,
colaboração e abrir espaço para o desenvolvimento da autonomia. Diante disso, o objetivo do
presente trabalho é discutir e apresentar uma Unidade Didática estruturada com base nos
pressupostos de um Webcurrículo (ROJO, 2017) para uma práxis de ensino de Língua Inglesa (LI)
que permita a ação dos estudantes em benefício do seu aprender como autores de seu processo,
alinhando o interesse pela língua e pela tecnologia, de forma criativa, colaborativa e interativa. A
Unidade Didática aqui proposta tem como tema Expressões Idiomáticas (EI) e busca envolver o
estudante em todas as etapas. Para tanto, está dividida em cinco partes, trazendo diferentes
gêneros textuais e propondo tarefas que exigem a produção do estudante com o uso de
ferramentas digitais. Os recursos foram escolhidos buscando possibilitar colaboração entre os
participantes e construção do conhecimento. Com o gênero textual poema, as EI na LI são
apresentadas, e a tarefa é elaborar uma ilustração coletiva das estrofes por meio do software
Padlet. A segunda etapa abre espaço para que o estudante pesquise e apresente EI para seus
colegas por meio de um vídeo interativo produzido no software Vizia e depois esses discutam a
fim de construir sentido. Na sequência, os estudantes têm acesso a um Podcast sobre tradições e
costumes, que leva a discussões e, então, é realizada a elaboração de podcasts pelos estudantes,
apresentando sua própria cultura. Na quarta etapa um vídeo com EI, referente à região em que a
prática será aplicada, é apresentado e trazida à discussão a questão da produção de um
infográfico, o qual preconiza a larga utilização de elementos gráfico-visuais, nesse caso,
apresentando algumas EI que seriam úteis a turistas visitando o Brasil. Por fim, realizou-se a
utilização de planilhas eletrônicas com interface em tempo real para a construção colaborativa de
um dicionário de Expressões Idiomáticas. Todas as tarefas foram elaboradas buscando
proporcionar o uso autêntico da LI, fazendo relação com o uso da TCD e assim, agregar maior
suporte no contexto escolar para usufruir de recursos inovadores e motivadores em prol da
implementação de um Webcurrículo que possa promover uma educação mais concordante com a
realidade da sociedade da informação. Com apoio e fomento do Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS). Com apoio e fomento da Universidade
Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).
Palavras-chave: língua inglesa, webcurrículo, unidade didática, ferramentas digitais, expressões
idiomáticas.
TE-019
TE-020
Preocupações referentes à preservação do meio ambiente são cada vez mais vistas e vinda de
várias partes. Essa preocupação é notória visto a quantidade de leis pertinentes ao assunto,
formações de organizações visando trabalhos relacionados (SCHENINI et al., 2005). De acordo com
Cortez et al. (2001), o acelerado crescimento dos grandes centros urbanos foi responsável pela
escassez de depósito de lixo. A poluição do solo e da água aumentou por conta da sujeira
acumulada no meio ambiente, piorando as condições de saúde da população no mundo todo,
principalmente em regiões subdesenvolvidas. A produção excessiva de lixo complica a convivência
em grupos ou sociedade e é preciso disciplina e respeito ao ambiente. Tem sido um desafio
encontrar maneiras de educar as pessoas para terem uma melhor consciência ambiental. O
mecanismo de jogo tem sido pouco utilizado na educação para a consciência ambiental. O jogo
pode ser um meio para ensinar formas de reduzir o consumo de energia, apresentar quais itens
são recicláveis, entre outros pontos. Um jogo bem projetado deve fornecer ao jogador os
incentivos certos e orientar os usuários a fazer escolhas mais sábias para uma melhor proteção
ambiental (DU, 2015). Nesse sentido, a tecnologia é uma ferramenta importante na educação
ambiental (ORS, 2012). O objetivo desse trabalho é o desenvolvimento de um jogo sério para
educação ambiental, projetado durante o plano de conclusão de curso técnico (PCCT). Durante o
desenvolvimento da ferramenta, os agentes envolvidos foram submetidos à revisão de literatura
sobre educação ambiental para a construção das versões iniciais do jogo. O projeto possibilitou
aos envolvidos conhecimentos teóricos sobre a questão ambiental e conhecimento técnico
necessário para o desenvolvimento do jogo educacional. O projeto ainda está em fase de
execução com previsão de finalização em dezembro de 2019. A prototipação do jogo já foi iniciada
para avaliação dos usuários. A ferramenta escolhida para o desenvolvimento do jogo é o Construct
2 que é um ambiente para desenvolvimento de jogos estilo 2D. Após o processo de validação, o
jogo será modificado observando as recomendações dos avaliadores. Ao final do projeto, o jogo
será disponibilizado à comunidade acadêmica, promovendo a educação ambiental aos demais
usuários de forma lúdica e, ao mesmo tempo, educacional.
TE-021
Jaqueline Molon; Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS)
– Campus Canoas e Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS);
jaqueline.molon@canoas.ifrs.edu.br
Francieli Motter Ludovico; Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); francielim@utfpr.edu.br
Inserir a Tecnologia Digital da Informação e Comunicação (TDIC) na práxis escolar não é uma
questão da mudança do impresso para o digital, mas de adequação à sociedade da informação
(SI) que exige novos modos de ensinar e aprender. Embora os estudantes, nativos digitais
(PRENSKY, 2010) já possuam habilidades e façam uso da TDIC, na maioria das vezes, elas são
entendidas como entretenimento e diversão. É papel da escola possibilitar o letramento digital
dos estudantes para que deixem de ser meros receptores de informações e se constituam como
sujeitos ativos no próprio processo de construção do conhecimento. Possuir letramento digital
significa, além de dominar as funções e ações relacionadas às ferramentas digitais, ser crítico,
saber avaliar e, assim, tornar-se cidadão consciente. Dessa forma, a tecnologia deve ser
considerada como uma ferramenta para efetivação ou alcance de um objetivo pedagógico e não
apenas como nova metodologia de exposição de conteúdos. Ao recorrer à utilização da TDIC
deve-se questionar quais os objetivos de sua utilização e refletir sobre as contribuições efetivas
ao processo de aprendizagem de cada estudante. Nesse sentido, esse trabalho objetiva discutir
de que forma a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) articula os conceitos e procedimentos
inerentes a cada área de conhecimento nos diferentes níveis escolares com a TDIC levando em
consideração os aspectos elencados quanto ao desenvolvimento da criticidade e da autonomia,
necessárias aos estudantes na SI. Trata-se de uma pesquisa documental de caráter qualitativo e
objetivo descritivo. Constatou-se que, desde a educação infantil a BNCC contempla aspectos
inerentes à integração tecnológica nos processos escolares, o que é intensificado na medida em
que se avançam nos anos escolares. Tecnologia, mundo digital, cultura digital e pensamento
computacional são elementos presentes nas orientações, especialmente no ensino médio, ligadas
às competências e habilidades que os jovens devem desenvolver tendo em vista a sua imersão
em ambientes cada vez mais tecnológicos. O documento destaca que uma das competências
gerais da educação básica que os estudantes devem desenvolver refere-se a compreender,
utilizar e criar TDIC “de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais
(incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir
conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva”
(BRASIL, 2017, p. 9). É importante ressaltar que a BNCC contempla a questão da tecnologia em
todas as áreas do conhecimento e as relaciona com habilidades e competências específicas. No
entanto, não há uma receita para que esses requisitos sejam alcançados e os professores
precisam refletir criticamente nas possibilidades de promover o letramento digital dos estudantes
proporcionando a eles a articulação entre conceitos e procedimentos teóricos e a resolução de
problemas de caráter prático. Com apoio e fomento do Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS). Com apoio e fomento da Universidade Tecnológica
Federal do Paraná (UTFPR).
TE-022
A interdisciplinaridade é um tema que está contido nas práticas do ensino superior, mas ainda
pouco tratado quando o enfoque é a educação a distância. Dessa forma, o objetivo do estudo foi
identificar um conjunto de práticas interdisciplinares (guia) que possam ser aplicadas em
sequências didáticas de formação continuada na educação a distância nas instituições de ensino
superior. Com base nos levantamentos bibliográficos realizados por meio de mapeamentos
sistemáticos de literatura – MLS e de um levantamento exploratório através de um questionário
aplicado nas instituições de ensino superior de educação a distância, os resultados preliminares
obtidos, exibem práticas interdisciplinares conhecidas e realizadas de forma síncrona e
assíncrona. Podemos citar: os fóruns de discussão, chats com discussão em tempo real,
laboratórios online/remotos, enquetes, questionários e avaliações online, vídeo aulas, blogs para
discussão online, seminários, trocas de e-mails, exercícios de simulação, entre outras. O processo
de ensino-aprendizagem é pautado na Aprendizagem Baseada em Problemas – PBL e estudos de
casos, ambos apoiados por interfaces ativas. As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC)
mais comuns que apoiam as práticas interdisciplinares são: ambientes de aprendizagem como
BlackBoard, Moodle, E-Prayog, Campus Pack, e-Yantra Robotics Competition (eYRC), repositórios
de vídeo com Domínio Público e Youtube Edu, Zapiens.br, repositórios de objeto de
aprendizagem como Rived, Labvirt, Roau, Unijuí, Jogos Sérios como Minecraft, SimCity, Autopolis
e Education Editons, editores de texto colaborativos como wikis, hands e stormboard, Editores de
vídeo como Voice Thread, StoryKit entre outras. Quando o assunto é a avaliação das práticas
interdisciplinares na educação a distância no ensino superior o que encontramos é que elas são
realizadas através de questionários presenciais, feedbacks, análise de desempenho e
desenvolvimento do acadêmico frente a práticas realizadas, entre outras. A intenção de analisar
as práticas interdisciplinares na educação a distância no ensino superior se traduz na busca de
ações e atividades, onde as mesmas são realizadas de forma colaborativa, buscando a
transformação do sujeito e do ambiente em que ele está incluído. Vygotsky em sua teoria
intitulada sociointeracionismo defende que dessa interação do sujeito com o meio, arrolada a
integração dos saberes, faz com que a aprendizagem se torne mais relevante e concreta.
TE-023
André Luiz Alvarenga de Souza; Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS;
professorandrealvarenga@gmail.com
Este artigo discute a importância do aprendizado da língua inglesa como segunda língua por
brasileiros diante da crescente internacionalização dos estudos e oportunidades de trabalho e o
uso da tecnologia para o aprendizado. Diante das demandas crescentes dos mercados de trabalho
globalizados, o inglês se torna essencial para ampliar as oportunidades para que os brasileiros
possam circular em países estrangeiros, receber visitantes e ampliar seus horizontes de
aprendizado por meio do contato com materiais disponíveis somente nessa língua. Ferramentas
on-line gratuitas ou pagas contribuem para o aprendizado do inglês e podem ser consideradas
complementares ou mesmo substitutas ao ensino formal. O ensino da língua inglesa conta com
diversos recursos tecnológicos, principalmente os baseados em comunicação mediada por
tecnologias que passaram a integrar o cotidiano tanto dos alunos que frequentam o ensino formal
de idiomas, quanto daqueles que contam somente com os recursos tecnológicos para esse
aprendizado. O aprendizado do inglês como segunda língua também demanda uma distinção dos
contextos de aprendizado. O inglês é a língua que demanda uma distinção dos contextos globais e
tecnológicos modernos. O ensino de inglês nas escolas públicas brasileiras possui como diretrizes
diversos documentos oficiais pertencentes ao Ministério da Educação, como a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional (LDB) 9394 e Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino
Fundamental e Médio (PCNEF e PCNEM), e também as Orientações Curriculares para o Ensino
Médio (OCEM). Esses documentos são guias dos princípios educacionais que regem as aulas,
enfatizando a necessidade de habilitar os alunos no uso da língua. Essas diretrizes ressaltam que a
linguagem, seus códigos e tecnologias têm como objetivo desenvolver as competências e
habilidades para o efetivo uso da língua como instrumento de informação e acesso a outras
culturas. A maior dificuldade relatada pelos professores de escolas públicas é a falta ou a
inadequação dos materiais didáticos, a escassez de recursos tecnológicos ou complementares,
como aparelhos de som, notebooks, projetores, dicionários bilíngues. Considerando esses fatores,
os objetivos deste artigo foram: a) correlacionar as demandas do aprendizado da língua inglesa
com a popularização do acesso às ferramentas on-line de aprendizado; b) analisar alguns métodos
de ensino on-line da língua inglesa como segunda língua para brasileiros. A metodologia adotada
neste estudo foi a revisão bibliográfica, qualitativa. Os resultados constataram que as
possibilidades de combinações do uso dos recursos digitais on-line com sistemas de aprendizagem
formais levam a caracterizar essas abordagens práticas transformadoras centradas no aluno,
estimulado a autonomia e a motivação do aprendizado do inglês como língua estrangeira. A
língua inglesa poderá ser eficazmente aprendida na escola pública se houver recursos satisfatórios
para a demanda de alunos e a disponibilidade de tais recursos pelo poder público em consonância
as tecnologias da informação e comunicação (TICs).
TE-024
Já nos anos 90, Lévy (1999) defendia a premissa de que a tecnologia e a internet seriam um
fenômeno cultural que alteraria substancialmente a vida das pessoas. Atualmente, convivemos
com Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) que impactam a forma de agir e
viver, inclusive no cenário educacional. Este movimento acelerado de informações e as inovações
tecnológicas constantes fortalecem as críticas à uma educação conteudista, tradicional e centrada
no individualismo. Os conhecimentos específicos, isolados em suas especialidades, não dão mais
conta de compreender, explicitar e encaminhar as diversas situações do mundo contemporâneo.
Vários pesquisadores, dentre os quais citamos Mitre et al (2008); Masetto (2011); Araújo (2011),
Melques (2014), Araujo (2017), destacam que, diante das transformações pelas quais a sociedade
tem passado, torna-se urgente a discussão (e as mudanças) sobre a educação dada aos estudantes
de ensino superior rumo à inovação e conquista de seu novo papel social. Nos últimos anos viu-se
surgir um interesse - nacional e internacional - crescente por estudos que relacionam as novas
metodologias de aprendizagem ativa e as TDICs, visto cada vez mais a necessidade de inovação
nas salas de aulas das universidades. Estabelece-se desta forma, uma motivação de nossa parte
em conhecer a produção nesta área específica do campo, ou seja, as pesquisas que tratam das
Metodologias Ativas (MA) no Ensino Superior. Ademais, busca-se verificar como estão delineados
os trabalhos relacionados com os cursos de Engenharia, especialmente no que tange ao uso das
Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação. Trata-se assim de um mapeamento
sistemático, no qual o cenário de investigação foi constituído pelas publicações indexadas na
Scientific Eletronic Library Online (SciELO) e na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações
do Instituto Brasileiro de Ciência e Tecnologia (BDTD – IBICT), entre os dias 13 e 19 de março de
2019. Para a busca nessas bibliotecas digitais foram utilizados os descritores: metodologias ativas,
métodos ativos, ensino superior, graduação, universidade e nível superior, combinados por meio
de operadores booleanos. Ressalta-se que nenhuma delimitação temporal foi estabelecida. O
portfólio final foi constituído por 193 trabalhos, sendo que 14 deles tinham relação com o Ensino
de Engenharia. Estes, estão distribuídos da seguinte forma: 1 artigo, 8 dissertações e 5 teses. Seis
trabalhos (1 artigo e 5 dissertações) foram classificados como teóricos e 8 (3 dissertações e 5
teses) como aplicados. Observou-se que os trabalhos estavam vinculados a 8 instituições, sendo 7
públicas (3 estaduais e 4 federais) e 1 privada. Constatou-se que 86% (n=12) deles foram
produzidos em universidades localizadas na região sudeste. As regiões sul e nordeste estão
representadas, cada uma delas por um trabalho. Os resultados provenientes da análise dos
trabalhos aplicados nas Engenharias mostram que as TDIC são utilizadas como ferramenta de
busca de conhecimentos e/ou como forma de revisão/atualização combinadas com MA. Em
síntese, os estudos apontam como positiva a inserção de ferramentas tecnológicas nos cursos de
Engenharia bem como a introdução de metodologias inovadoras evidenciando resultados
positivos tanto para a aprendizagem quanto para a motivação em estudar.
TE-025
A disciplina de Sistemas Operacionais está presente na maioria dos cursos de computação, que
normalmente é apresentada para os alunos nos primeiros semestres e tem o objetivo de fazer o
estudante entender como funcionam os Sistemas Operacionais e tudo que é feito por eles para
abstrair os detalhes de hardware para o usuário (TANENBAUM, 1995). De acordo com Oliveira e
Carlos (2015), o estudo de Sistemas Operacionais é complexo, e demanda do aluno alta
capacidade de abstração. Esta complexidade, associada ao fato que o aluno muitas vezes está no
início da vida acadêmica, torna muito complicado o ensino da disciplina. Por se tratar de uma
disciplina tão importante e indispensável para a formação dos alunos dos cursos de Ciência da
Computação, os conteúdos abordados por ela devem ser devidamente ministrados pelos
professores e absorvidos pelos estudantes. Porém, isso se torna muito difícil tendo em vista o
grau de dificuldade dos conceitos e mecanismos dos Sistemas Operacionais (KIOKI et al 2008).
Transformar o ambiente de ensino-aprendizagem interessante e motivador ao aluno se tornou
um desafio para o docente em sala de aula nos dias atuais. Tecnologias como os jogos se
tornaram uma ferramenta importante no ensino-aprendizagem, pois manipulam grandes
informações, apresentadas de diversas formas, por meio de imagens, textos, sons, filmes, entre
outros (CALISTO et al., 2010). O objetivo desse projeto é o desenvolvimento de um jogo como
material de apoio no ensino de conceitos importantes de sistemas operacionais. O projeto está
em fase de prototipação. A primeira etapa do projeto foi a realização de uma pesquisa
exploratória sobre os principais conceitos relacionados à disciplina de sistemas operacionais que
serão abordados no jogo. De acordo com Gil (2002), a pesquisa exploratória tem como objetivo
proporcionar maior familiaridade com o tema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a constituir
hipóteses. Foi feito um estudo na literatura para buscar trabalhos relacionados com essa pesquisa
e, dessa forma, explorar lacunas existentes para contribuição científica. Para o desenvolvimento
dos protótipos do jogo, foi escolhido o Construct 2 que é um ambiente para desenvolvimento de
jogos estilo 2D. Após o processo de avaliação do jogo pelos usuários, será desenvolvida a versão
final da ferramenta considerando as modificações para atender as recomendações dos
avaliadores.
TE-026
O fraco desempenho dos alunos em disciplinas exatas tem sido objeto de debate nos Estados
Unidos e na Europa. O mercado atual requer mais graduados em disciplinas de Ciência, Tecnologia
e Engenharia. Além disso, os empregos relacionados às áreas exatas se tornaram mais
competitivos nos últimos anos e exigem profissionais altamente qualificados. A baixa capacidade
dos alunos em disciplinas exatas é um sério impedimento à satisfação das demandas do mercado
de trabalho (TRINCHERO et al, 2016). Para resolver esse problema, o jogo de xadrez se mostrou
um meio que proporciona diversos benefícios, pois é uma ferramenta que facilita a aprendizagem
de vários conteúdos. O estudo de seu tabuleiro, por exemplo, relaciona-se a conteúdos de
matemática e geometria, tornando uma ferramenta mais eficaz e prazerosa de ensino (GOULART;
FREI, 2004). Vários estudos confirmaram a eficácia do jogo de xadrez na educação como meio de
desenvolvimento intelectual dos alunos no ensino médio. Pesquisas identificaram que habilidades
intelectuais foram identificadas por estudantes que jogavam xadrez regularmente. O jogo de
xadrez tem um efeito positivo na melhora da psique, por um longo tempo estimula habilidades
intelectuais, suavizando os ciclos de capacidade de trabalho e fadiga do corpo durante o dia,
semana, mês e semestre. Pode-se considerar que o uso do jogo de xadrez na educação é um meio
eficaz de desenvolvimento intelectual dos estudantes (ALIFIROV et al, 2018). Ensinar xadrez nas
escolas é uma atividade promissora na educação. O jogo de xadrez recentemente se tornou parte
do currículo escolar em vários países. Vários estudos e projetos educacionais envolvendo o xadrez
estão atualmente em curso no Reino Unido, Espanha, Turquia, Alemanha e Itália, entre outros
países (TRINCHERO et al, 2016). O objetivo desse projeto é o desenvolvimento de um jogo para
dispositivo móvel para o ensino do xadrez. O projeto está na fase de design com a prototipação do
jogo. Primeiro foi feito um levantamento bibliográfico para estudar técnicas e ferramentas para o
ensino do xadrez a fim de localizar lacunas a serem preenchidas por esse projeto. Após esse
levantamento, foi desenvolvido um protótipo do jogo utilizando a ferramenta Construct 2, que é
um ambiente para desenvolvimento de jogos estilo 2D. A etapa seguinte desse trabalho é a
validação do protótipo do jogo junto aos alunos do Instituto Federal do Amazonas. Após a
validação, será desenvolvida a versão final do jogo, escrita de artigo com produto e resultados
discutidos.
TE-027
TE-028