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BRIGADA DE INCÊNDIO

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INSTRUTORES: DIONATAN DA ROSA
BRUNA CASTILHOS

PRIMEIROS SOCORROS

Os acidentes representam um dos mais sérios problemas de saúde pública, constituindo-se


na principal causa de mortes e invalidez entre jovens e crianças. Os acidentes destroem a
saúde, a vida e a família de milhões de pessoas.
A NECESSIDADE DO TREINAMENTO EM PRIMEIROS SOCORROS E RCP:
A expressão “Primeiros Socorros” significa o atendimento imediato prestado a uma pessoa
vítima de um acidente ou de um mal súbito
“Quando aplicados com eficiência, os primeiros socorros significam a diferença entre “vida
e morte”, “recuperação rápida e hospitalização longa” ou, “ invalidez temporária e
invalidez permanente”.

Lembre-se, a função do socorrista é:

 Manter a vítima viva até a chegada do socorro


 Evitar causar o chamado 2º trauma, isto é, não ocasionar outras lesões ou
agravar as já existentes.

Os primeiros minutos que se sucedem a todo acidente, principalmente nos casos mais
graves, são importantíssimos para a garantia de vida da vítima, principalmente se forem
bem aproveitados pelo Socorrista.
As chances de sobrevivência diminuem drasticamente para as vítimas de trauma que não
recebem cuidados médicos especiais dentro de uma hora após o acidente.

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Se o acidentado tiver a sorte de ter um Socorrista por perto, que possa prestar-lhe os
Primeiros Socorros, aumentam as suas chances de recuperação.
Da parte de quem presta o auxílio, há uma verdadeira corrida contra o tempo, onde os seus
conhecimentos técnicos (de primeiros socorros) têm de ser praticados com Rapidez e
Eficiência.
O autocontrole é fundamental porque, sem ele, atitudes irresponsáveis podem por em risco
a vida do paciente e a sua própria.

OS DEZ MANDAMENTOS DO SOCORRISTA


1. Mantenha a calma.
2. Tenha em mente a seguinte ordem de segurança quando você estiver prestando socorro:
 Você é a prioridade (o socorrista). Utilize luvas descartáveis para evitar contato
direto com sangue ou outras secreções.
 Depois a sua equipe (incluindo os transeuntes).
 E por último e nem menos importante, a vítima.
Isso parece ser contraditório a primeira vista, mas tem o intuito básico de não gerar
novas vítimas.
3. Ao prestar socorro, é fundamental ligar ao atendimento pré-hospitalar de imediato ao
chegar no local do acidente. Podemos por exemplo discar 3 números: 193 (número do
corpo de bombeiros).
4. Sempre verifique se há riscos no local, para você e sua equipe, antes de agir no acidente.
5. Mantenha sempre o bom senso.
6. Mantenha o espírito de liderança, pedindo ajuda e afastando os curiosos.
7. Distribua tarefas, assim os transeuntes que poderiam atrapalhar lhe ajudarão e se sentirão
mais úteis.
8. Evite manobras intempestivas (realizadas de forma imprudente, com pressa).
9. Em caso de múltiplas vítimas dê preferência àquelas que correm maior risco de vida
como, por exemplo, vítimas em parada cárdio-respiratória ou que estejam sangrando muito.
10. Seja socorrista e não herói (lembre-se do 2o mandamento).
BIOSSEGURANÇA

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A biossegurança pode ser definida como um conjunto de medidas que busca minimizar os
riscos inerentes a uma determinada atividade. Esses riscos não são apenas aqueles que
afetam o profissional que desempenha uma função, e sim todos aqueles que podem causar
danos ao meio ambiente e à saúde das pessoas.

-Proteção Biológica

-Proteção mecânica

-Proteção psicológica

AVALIAÇÕES

Primária e Secundária

Na prestação dos Primeiros Socorros, convém observar:

1 - Local: seguro ou perigoso? perto ou longe do Posto Médico ou Hospital? há necessidade


e meios de remover dali o acidentado?
2 - Acidentado: está consciente? e tentando dizer-lhe algo ou apontando para alguma parte
do seu (dele) corpo? está sozinho? (se há vários corpos, pode-se suspeitar, por exemplo, de
envenenamento por Monóxido de Carbono).
3 - Curiosos: escute o que dizem. Peça ajuda. Afaste os que estiverem só atrapalhando.
4 - Agente causador: caiu algo sobre o paciente?
5 - Ferimentos: o acidentado está caido numa posição anormal (com o braço torto, por ex.)?
há sangue?
6 - Sintomas: o Socorrista deve apurar os seus sentidos, de modo a poder ver, ouvir e
cheirar, à procura de sintomas. O vômito, por exemplo, é indicativo de algumas lesões
específicas; urinar sangue é sinal de fratura de bacia; etc. Observar se o acidentado

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apresenta sintomas como: náusea, sede, fraqueza, inquietação, medo, etc. Esses sintomas
serão muito úteis ao serem passados, posteriormente, ao Médico que atender o acidentado.

Roteiro de Prioridades no atendimento (Chamado de ABC da Vida):


SISTEMATIZAÇÃO

A- Abertura das vias aéreas com controle cervical


B- Boa ventilação
C- Circulação / Controle das hemorragias
D- Distúrbios Neurológicos
E- Exposição completa da Vítima e controle térmico.

* Toda vítima de trauma possui lesão cervical até provar o contrário!


* O Estado de uma vítima é inversamente proporcional ao número de informações obtidas
pelo Socorrista.
* Não se administra nada via oral para vítimas inconscientes!

Sinais Vitais: Ver / Ouvir / Sentir

Respiração: Geralmente usa-se o dorso da mão para senti-la.


Pulso: No Carotídeo ou Radial (adultos e crianças).

Pulso:

O que se chama comumente de "pulso" está associado às pulsações ou às batidas do


coração, impulsionando o sangue pelas artérias, e que podem ser sentidas ao posicionarmos
as pontas dos dedos em locais estratégicos do corpo. As pulsações devem ser contadas
durante 60 segundos, para se determinar o número de batidas por minuto. Ou, como mostra
o texto da figura acima, contam-se os batimentos durante 15 segundos e multiplica-se por 4.
A interpretação deste resultado, nos adultos, é mostrada na tabela a seguir:

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BATIMENTOS CARDÍACOS EM ADULTOS (Bat. /min)
NÚMERO INTERPRETAÇÃO
60 a 80 Normal
< 60 Lento (bradicardia)
>= 100 Rápido (taquicardia)
100 – 150 Emergência (acidentado)
> 150 Procurar Médico rápido

Como regra geral, sempre que os batimentos cardíacos forem menores que 50 ou maiores
que 120 por minuto, algo seriamente errado está acontecendo com o paciente.
É possível que haja a necessidade de se proceder à massagem cárdio- respiratória e à
respiração boca-a-boca.

Respiração:

A respiração, na prática, é o conjunto de 2 movimentos normais dos pulmões e músculos


do peito:
1 - inspiração (entrada de ar pela boca/nariz); e
2 - expiração (saída de ar, pelas mesmas vias respiratórias).
Nota-se a respiração pelo arfar (movimento de sobe e desce do peito) ritmado do indivíduo.
A respiração normal e alterada, é mostrada na tabela abaixo:
RESPIRAÇÃO EM ADULTOS (No./min)
NÚMERO INTERPRETAÇÃO
12 -20 Normal
<10 >28 Séria emergência

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Nível de Consciência:

Alguns traumas provocados por acidentes, podem alterar o nível de consciência do


indivíduo.
A verificação desse nível pode ser checada do seguinte modo:

A = Alerta. Se o acidentado estiver alerta (ou acordado), provavelmente não deve ter sido
alterado o seu nível de consciência.
F = Fala. Deve-se procurar fazer perguntas ao acidentado, neste caso, para saber se sua fala
foi afetada e qual o seu nível de consciência.
D = Dor. Um terceiro estágio do nível de consciência, ainda mais grave, é quando o
acidentado não fala, mas geme de dor.
N = Não fala. Este é o caso extremo ou o mais perigoso. Possivelmente o paciente está
desacordado (desmaiado) ou em estado de coma.

Exame da Cabeça-aos-Pés:

Uma vez verificados os sinais vitais, o Socorrista deve proceder a um exame minucioso do
acidentado, literalmente da cabeça aos pés. Neste exame:
4.1 - OLHE: para possíveis descolorações da pele, deformidades, penetrações, ferimentos,
aberturas no pescoço e qualquer movimento anormal do tórax.
4.2 - OUÇA: mudanças no ritmo da respiração, sons estranhos ao respirar e ruídos de ossos
quebrados.
4.3 - CHEIRE: odores estranhos vindos do corpo do paciente, hálito e roupas.
4.4 - SINTA: as deformações, flacidez, pulsações, endurecimentos ou maciez anormais,
espasmos e temperatura da pele.

Alterações:

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Vários são os tipos de ferimentos com os quais você poderá se deparar num acidente ou
situação de emergência. Sabendo dos passos a serem seguidos (avaliação da vítima) será
mais fácil prestar um adequado socorro e evitar complicações ou pioras do quadro.

Transporte do Acidentado:

Conceito:
Remoção da vítima de um local perigoso para um seguro e deve ser feito por pessoas
treinadas e em algumas situações com equipamentos especiais.

Indicações:
Vítimas inconscientes.
Vítimas com queimaduras grandes.
Hemorrágicos.
Envenenados.
Chocados.
Vítimas sob suspeita de fraturas, luxações e entorses.

Cuidados:
Tem que verificar o que é mais grave no momento.
Observar os sinais vitais.
Controlar hemorragia.
Imobilizar (se houver suspeita de fratura).
Evitar ou controlar estado de choque.
Manter o corpo da vítima em linha reta.
Cada parte do corpo deve ser apoiada.
Em caso de suspeita de envenenamento, não deixar a vítima andar.

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Sistematização no Politraumatizado: Atendimento no Trauma.

Princípio Básico:

Agir rapidamente nas condições que colocam a Vida em Risco.

Trauma: Se Baseia no Tripé dos 3 “R”.

 Reconhecer as Lesões
 Reanimar
 Reparar

Norma de Conduta nos Politraumatizados:

 Avaliação Primária
 Reanimação
ABORDAGEM SISTEMÁTICA
 Avaliação Secundária
 Cuidados Definitivos

O Socorrista que avalia o Traumatizado tem em suas mãos a possibilidade de modificar o


resultado final, isto faz a diferença entre a Vida e a Morte.

Avaliação Primária: RECONHECER AS LESÕES.

 Nesta fase determina-se a presença de condições que ameaçam a Vida e


inicia-se seu tratamento simultaneamente

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 Deve ser completada em 20 a 30 Segundos.
 Ordem de Prioridade: ABC da VIDA

A- Abordagem das Vias Aéreas e Controle da Coluna Cervical


B- Boa Ventilação
C- Circulação Garantida com Controle das Hemorragias
D- Déficit Neurológico
E- Exposição Total do Paciente

As Prioridades NÃO significam atendimento por ETAPAS


Devem ser avaliadas SIMULTÂNEAMENTE na dependência da Gravidade de cada um
dos itens.

Se Identificar qualquer alteração em uma Função Vital, deverá ser realizada,


Imediatamente, a Medida de REANIMAÇÃO para posteriormente RESTAURAR esta
Função.

Avaliação Secundária:

 Coluna Cervical e Crânio


 Traumatismo Maxilo-facial: Sem alterações nas Vias Aéreas é avaliado depois do
paciente estabilizado e fora de Risco Iminente de Morte
 Tórax: Inspeção, Palpação, Percussão e Ausculta Pulmonar e Cardíaca.
 Abdomem: Escoriação e Ferimentos: Suspeitar de lesão interna. Tenta-se identificar
o Sangue na cavidade abdominal por lesões de vísceras internas:
o Dor
o Distensão Abdominal
o Macices Móvel

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Seqüência de Atuação no Resgate do Politraumatizado:

1º Passo: Avaliar o Risco de Vida da Vítima no Local do Acidente

2º Passo: Realizar a Primeira Avaliação:

 Avaliar a Vítima com Base nos Princípios Básicos da Vida:


A. Vias Aéreas Pérvias e Proteção da Coluna Cervical
B. Boa Ventilação
C. Circulação: Controle das Hemorragias
 Reconhecer, Reanimar e Restaurar as Lesão da Vítima

3º Passo: Evitar Lesões Secundárias no Resgate:

 Manter Sempre Oxigênio Suplementar


 Imobilizar a Coluna Vertebral
 Controlar as Hemorragias
 Imobilizar as Extremidades com Suspeita de Lesões Osteo-articulares

4º Passo: Avaliar a Melhor Forma para Resgatar a Vítima:

 Remoção / Extricação de Ferragens e Colocar a Vítima na Prancha Longa.


 Colocar a Vítima Devidamente Estabilizada na Prancha Longa

5º Passo: Transportar a Vítima até a Ambulância

6º Passo: Contatar o Hospital Receptor e Informar o Estado Clínico da Vítima.

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7º Passo: Manter e Monitorizar os Sinais Vitais, Mantendo a Vida da Vítima.

8º Passo: Transportar a Vítima de Forma Rápida e Segura.

Parada Cárdio-Respiratória (PCR)

Definição:

É a cessação abrupta da Ventilação e Perfusão Sistêmica Efetiva e Espontânea.

Atenção: Não há Parada somente cardíaca, pois, essa situação é impossível de ocorrer.
Parando o coração, imediatamente ocorrerá a parada da função pulmonar, ou seja:
Parada Cárdio Respiratória

Diagnóstico:

 Inconsciência
 Apnéia: Ausência de Movimentos Respiratórios
 Ausência de Pulsos Periféricos: Carotídeos e Femorais
 Palidez, Pele Fria e Úmida
 Cianose de Extremidades
 Dilatação das Pupilas: Falta de Oxigênio Cerebral

Dúvida entre Morte e Parada Cárdio Respiratória: Faz-se as Manobras de Reanimação


Cárdio Pulmonar.

Reanimação Cárdio Respiratória / Reanimação Cárdio Pulmonar:

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É a Realização de Procedimentos em vítmas com Parada Cardíaca com a finalidade de
Restabelecer a Circulação e a Oxigenação Cerebral e dos demais Órgãos, através da
Massagem Cardíaca e da Respiração.

Objetivos:

 Evitar a Morte: “Salvar a Vida e Não Prolongar a Morte”.


 Restabelecer a Circulação e a Oxigenação
 Atendimento Imediato da Vítima Reduzindo as Chances de Lesões Cerebrais por
Falta de Circulação e Oxigenação Cerebral

Atendimento: Reanimação Cárdio Respiratória:

1º Passo: Estabelecer o Diagnóstico da Parada Cárdio Respiratória, onde o Sinal Clínico de


Certeza Mais Importante é a Ausência de Pulso Carotídeo.
2º Passo: Posicionamento Adequado do Paciente: Decúbito Dorsal em uma superfície
rígida e Procedendo a Extensão da Cabeça para Trás (Atenção com a Coluna Cervical no
Politraumatizado) e Deslocando a Mandíbula para Frente (Corrige a Obstrução da Faringe
Posterior pela Base de Língua): Mantendo uma Via Aérea Potente.
3º Passo: Ventilar o Paciente com os Métodos de Respiração Ambú-Máscara: Estimular a
Ventilação: Movimentos Respiratórios e Oxigenação
4º Passo: Massagem Cardíaca:
o Apoiar uma das Mãos Sobre a Metade Inferior do Esterno com os Dedos Fletidos e
a Outra Mão sobre a Primeira.
o Utilizar o Próprio Peso do Corpo e Manter os Braços em Extensão, Aplicando uma
Pressão que Deprima o Esterno Cerca de 4 a 5 cm e Retira-se Subitamente a
Compressão.

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Seqüência das Manobras de Reanimação Cárdio Respiratória:

 30 Massagens Cardíacas
 2 Ventilações

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Desmaio:

Conceito:
É a diminuição da circulação e oxigenação cerebral, evoluindo com Perda Súbita da
Consciência

Causas:
 Ambientes com muitas pessoas, sem uma adequada ventilação
 Emoções fortes
 Fome
 Insolação
 Inadequado recebimento de circulação e oxigênio no cérebro
 Dor intensa
 Outras causas

Sinais e Sintomas:
 Perda da Consciência
 Palidez
 Pulso Rápido e Fraco
 Sudorese

Atendimento:
 Arejar o ambiente, ou transportar a vítima para um local com melhor ventilação.
 Elevar os membros inferiores, com uma mochila, roupas, etc. com isso, o sangue
circula em maior quantidade no cérebro e nos órgãos nobres.

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 Virar a cabeça para o lado, evitando que a vítima venha a vomitar e possa se
asfixiar.
 Afrouxar a roupa, para uma melhor circulação.
 Após o desmaio ter passado, não dê água imediatamente, para evitar que a vítima se
afogue, pois ainda não está com seus reflexos recuperados totalmente.
 O mesmo em relação a deixá-la caminhar sozinha imediatamente após o desmaio.
Faça-a sentar e respirar fundo, após auxilie-a a dar uma volta, respirando fundo e
devagar.
 Com isso, o organismo se readapta a posição vertical e evita que ela possa desmaiar
novamente, o que pode ocorrer se ela levantar bruscamente.
 Após esses procedimentos, pode dar água a vítima.

Convulsões:

Conceito:
Distúrbio que ocorre no cérebro, podendo ocasionar contrações involuntárias da
musculatura, provocando movimentos desordenados e em geral, perda da consciência.

Causas:

 Acidentes com Traumatismo de Crânio.


 Febre Alta.
 Epilepsia.
 Alcoolismo.
 Drogas.
 Determinados Medicamentos.

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 Tumores Cerebrais.
 Toxoplasmose.
 Lesões Neurológicas.
 Choque Elétrico.
 Origem Desconhecida.
Sinais e Sintomas:

 Agitação Psicomotora.
 Espasmos Musculares com Clônus e Tremores.
 Salivação Intensa.
 Perda da Consciência.
 Relaxamento dos Esfíncteres: podendo urinar e evacuar, durante a convulsão.

Atendimento:

 Afastar objetos do chão que possam causar lesões ou fraturas.


 Afastar os curiosos, dar espaço para a vítima.
 Proteger a cabeça da vítima com a mão, roupa, travesseiro, etc.
 Lateralizar a cabeça para que a saliva escorra , evitando com isso que venha a se
afogar.
 Não imobilizar membros (braços e pernas), deixá-los livres.
 Afrouxar roupas.
 Observar se a respiração está adequada, se não há obstrução das vias aéreas.
 Não tracionar a língua ou colocar objetos na boca para segurar a língua (tipo colher,
caneta, madeira, dedos, etc.).
 Ao lateralizar a cabeça, a língua lateralizou-se também, liberando a passagem do ar.

Engasgamento:

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É mais freqüente em Crianças Menores de 6 anos. Mas adultos e idosos também se
engasgam, por isso é fundamental saber como proceder diante de crianças, adultos e idosos
engasgados.

O engasgamento pode ocorrer com qualquer coisa que possa entrar pelas Vias Aéreas e
Obstruir a Passagem de ar até os Pulmões.

Sinais de Engasgamento:

 Pode ser que a pessoa se engasque na sua frente. Neste caso é fácil saber - uma
pessoa que está respirando sem dificuldades passa a tossir sem parar.
 Uma tosse diferente - como se ela tentasse tirar alguma coisa de dentro da garganta
- e é isso mesmo o que está acontecendo. Ela pode também, tentar apontar para a
garganta!

A Tosse é a forma mais eficiente de tirar qualquer "corpo estranho" de dentro das vias
aéreas. Ela ocorre em obstruções parciais. Naquelas que ainda existe algum ar passando
pelas cordas vocais, algum ar ainda chega ao pulmão. Se uma pessoa engasgada estiver
tossindo, estimule-a.

Atendimento:
Proceder com a Manobra de Heimlich. A manobra de Heimlich é simples e muito eficaz
quando bem realizada.

 A mão fechada é posicionada abaixo do osso do peito (processo xifóide). A outra


mão é colocada sobre a primeira e então são realizados movimentos em JOTA (para
dentro e para cima). Isto provoca aumento da pressão dentro do peito - capaz de
expulsar o objeto. Pense na garrafa de champagne - é a pressão que tira a rolha.
Neste caso é usado o mesmo mecanismo, porém diferentemente do que acontece
com a garrafa de champagne, é desencadeado por compressão extrínseca - o

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movimento das mãos forçando de fora para dentro - em JOTA - para aumentar a
pressão.

 Faça 5 Movimentos Rápidos em Jota (para dentro e para cima). Cada movimento
deve ser separado do outro, ou seja, Todos os Movimentos devem ser Completos.
Não inicie um novo movimento na metade do anterior. Após os 5 movimentos,
reavalie a vítima. Veja se esta já está tossindo ou respirando.

Atenção:
A manobra Não deve ser feita em Mulheres Grávidas ou Pessoas Muito Obesas.
Gestantes e Pessoas Muito Obesas a Manobra recomendada é das Compressões Torácicas:
 Nesta manobra o que é muda é o local e a forma dos movimentos:
 São compressões (não mais em JOTA) realizadas 2 dedos acima do apêndice
xifóide (no mesmo local onde é feita a massagem cardíaca externa).
 São feitas 5 compressões rápidas com a pessoa em pé ou deitada *se a pessoa
estiver deitada, abrir as vias aéreas antes de fazer a manobra.

Atenção: Manobras Realizadas em Bebês:


 O bebê é colocado no antebraço com a barriga encostando no antebraço do
socorrista.(Decúbito Ventral)
 São realizados 3 tapas secos entre as escápulas (osso das costas).
 A criança é então passada para o outro braço de forma que as costas da criança
fiquem apoiadas do antebraço do socorritas.
 São então realizados 3 compressões entre os mamilos da criança.

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Este procedimento é repetido até que a criança coloque o corpo estranho para fora.

QUEIMADURAS
Queimadura é toda lesão provocada pelo contato direto com alguma fonte de calor ou frio,
produtos químicos, corrente elétrica, radiação, ou mesmo alguns animais e plantas (como
larvas, água-viva, urtiga), entre outros. Se a queimadura atingir 10% do corpo de uma
criança ela corre sério risco. Já em adultos, o risco existe se a área atingida for superior a
15%.
Tipos de queimaduras:
- Queimaduras térmicas: são provocadas por fontes de calor como o fogo, líquidos
ferventes, vapores, objetos quentes e excesso de exposição ao sol;
- Queimaduras químicas: são provocadas por substância química em contato com a pele ou
mesmo através das roupas;
- Queimaduras por eletricidade: são provocadas por descargas elétricas.
Quanto à profundidade, as queimaduras podem ser classificadas como:
- 1º grau: atingem as camadas superficiais da pele. Apresentam vermelhidão, inchaço e dor
local suportável, sem a formação de bolhas;
- 2º grau: atingem as camadas mais profundas da pele. Apresentam bolhas, pele
avermelhada, manchada ou com coloração variável, dor, inchaço, despreendimento de
camadas da pele e possível estado de choque.
Queimaduras de 2º grau profundas são aquelas que acometem toda a derme, sendo
semelhantes às queimaduras de 3º grau. Como há risco de destruição das terminações
nervosas da pele, este tipo de queimadura, que é bem mais grave, pode até ser menos
doloroso que as queimaduras mais superficiais. As glândulas sudoríparas e os folículos
capilares também podem ser destruídos, fazendo com a pele fique seca e perca seus pelos.
A cicatrização demora mais que 3 semanas e costuma deixar cicatrizes.
- 3º grau: atingem todas as camadas da pele e podem chegar aos ossos. Apresentam pouca
ou nenhuma dor e a pele branca ou carbonizada.
Primeiros socorros:
Colocar a parte queimada debaixo da água corrente fria, com jato suave, por,
aproximadamente, dez minutos. Compressas úmidas e frias também são indicadas. Se

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houver poeira ou insetos no local, mantenha a queimadura coberta com pano limpo e
úmido.
No caso de queimaduras em grandes extensões do corpo, por substâncias químicas ou
eletricidade, a vítima necessita de cuidados médicos urgentes.
- nunca toque a queimadura com as mãos;
- nunca fure bolhas;
- nunca tente descolar tecidos grudados na pele queimada;
- nunca retire corpos estranhos ou graxa do local queimado;
- nunca coloque manteiga, pó de café, creme dental ou qualquer outra substância sobre a
queimadura – somente o médico sabe o que deve ser aplicado sobre o local afetado.

HEMORRAGIAS

Hemorragia é a perda súbita de sangue, originada pelo rompimento de um ou mais vasos


sanguíneos.

Ela pode ter as seguintes classificações:

Externa
Quando a hemorragia está na superfície e pode ser visível.
Interna
Quando não pode ser visível, como por exemplo, no abdome ou tórax, podendo
exteriorizar-se pelos orifícios naturais do organismo (boca, nariz, ouvido etc.).

Tipos e causas

Arterial
O sangue está jorrando de uma artéria. O sangramento é vermelho vivo, em jatos,
pulsando em sincronia com as batidas do coração. A perda de sangue é rápida e
abundante.
Venosa
O sangue está saindo de uma veia. O sangramento é uniforme e de cor escura.
Capilar
O sangue está escoando de uma rede de capilares. A cor é vermelha, normalmente
menos viva que o sangue arterial e o fluxo é lento.

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Tratamento

Nos casos de sangramento de braços e pernas

Tentar estancar a hemorragia, utilizando um dos métodos abaixo:

 Compressão direta. É feita uma pressão direta sobre a ferida, usando um pano limpo
ou curativo. Mantenha até que ocorra a coagulação. A interrupção precoce dessa
manobra pode remover o coágulo recém-formado, reiniciando o sangramento;
 Elevação do membro. Consiste em elevar o membro afetado acima do nível do
tórax, normalmente usado em combinação com a compressão direta para controlar a
hemorragia de uma extremidade;
 Compressão indireta (pontos de pressão). É feita usando uma pressão da mão do
socorrista para comprimir uma artéria, distante do ferimento. Este procedimento é
executado frequentemente na artéria braquial e femural;
 Torniquete. Aplicar torniquete somente quando existir amputação traumática do
braço ou da perna:
 Se o centros médicos estiverem a mais de 30 minutos de distância.

Nos casos de sangramento do nariz

 Sentar a vítima com a cabeça para frente para evitar que a mesma engula sangue,
evitando náuseas e vômitos;
 Pressionar as narinas com o seu dedo indicador e o polegar em forma de pinça
durante 10 SEGUNDOS;
 Orientar a vítima para respirar pela boca;
 Após cessar o sangramento, orientar a vítima para não assoar o nariz, evitar esforços
e também evitar exposição ao calor;
 Caso o sangramento persista, repetir a ação por mais duas vezes;
 Se nenhuma das manobras resolver, remova a vítima imediatamente para o serviço

FRATURAS ENTORSES E LUXAÇOES

Uma fratura é um osso quebrado. Uma luxação é quando um osso se move para fora de
sua articulação, e um entorse/estiramento é o alongamento de ligamentos ou tendões. ...
Estiramento é o alongamento ou lesão parcial dos tendões, também conhecido como os
tecidos fibrosos que conectam seus músculos aos seus ossos.

ATENDENDO A VÍTIMA : IMOBILIZAÇÃO PROVISÓRIA

Para socorrer uma vítima com fratura entorse ou luzaçao, o mais aconselhável é realizar

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imobilização provisória até que ela seja atendida por um médico. Quando executada de
forma adequada, a imobilização alivia a dor, diminui a lesão tecidual, o sangramento e a
possibilidade de contaminação de uma ferida aberta.
Para fazer a imobilização provisória, utilize TALAS rígidas de papelão ou madeira ou ainda
outros materiais improvisados, tais como pedaços de madeira, réguas etc

PREVENÇAO E COMBATE Á INCENDIOS

Um dos maiores marcos da humanidade foi, sem dúvida, o domínio do fogo pelo ser
humano. A partir daí ele pode se aquecer, cozinhar os alimentos e fundir o metal para a
fabricação de utensílios e máquinas, tornando desta forma possível o desenvolvimento.
O fogo, do ponto de vista acima descrito nos é benéfico e de real necessidade,
porém a partir do momento que nos foge do controle passa a ser causador de danos à
propriedades, pessoas e meio ambiente.
Ainda hoje, quando o fogo ameaça, a reação do homem moderno é idêntica à dos
primitivos: FUGIR.
O homem primitivo fugia por desconhecer a natureza do fogo, já o homem moderno
conhece as origens do fogo, sabe que se trata de um fenômeno químico e também conhece
todas as maneiras de combatê-lo.
Todos nós sabemos que fugir é a atitude mais errada, pois:
 O fogo sempre começa pequeno, com exceção das grandes explosões;
 O homem conhece a natureza do fogo e possui os equipamentos
necessários para combatê-lo.
Nada como uma Brigada de Incêndio bem treinada para definir os caminhos que o fogo pode tomar.

Pela sua rapidez de intervenção na primeira fase do incêndio, poderá conter as


chamas que em segunda instância poderiam gerar graves conseqüências.

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Somente a Brigada de Incêndio conhece realmente as instalações, perigos
específicos e meios de extinção de que a empresa dispõe, e sabe como proceder para salvar
vidas e o patrimônio.

ATRIBUIÇÕES DE UMA BRIGADA DE INCÊNDIOS


a) Combater princípios de incêndio, efetuar salvamentos e exercer a prevenção de
acordo com as normas existentes.
b) Avaliar todos os riscos existentes na planta.
c) Realizar inspeções gerais dos equipamentos de combate a incêndio.
d) Conhecer todas as rotas de fuga existente e realizar inspeções gerais nas
mesmas.
e) Elaborar relatórios das irregularidades encontradas.
f) Promover as medidas de segurança propostas pelo Coordenador de Emergência
(Técnico de Segurança).
g) Conhecer os locais de alarme de incêndio e o princípio de acionamento de todo
o sistema.
h) Conhecer todas as instalações da fábrica.
i) Conhecer o princípio de funcionamento e acionamento de todos os extintores.
j) Atender rapidamente a qualquer chamado de emergência.
k) Agir de maneira rápida, enérgica e convincente em situações de emergência
qualquer que seja ela.
l) Verificar se os locais onde existe a proibição de se acender fósforos, utilizarem
chamas ou fumar estão sendo respeitados.
m) Atuar nos sinistros sempre utilizando os seus EPI’s, sem se esquecer jamais que
deve servir de exemplo para os outros.

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n) Orientar a população fixa e flutuante sobre as normas de segurança e prevenção,
bem como das rotas de fuga e áreas de escape.
o) Participar ativamente de exercícios e simulados.
p) Controlar o tráfego de pessoas e veículos de modo a facilitar a atuação das
equipes de combate e socorristas.
q) Prestar qualquer tipo de apoio, na ocasião do sinistro, caso não lhe caiba missão
específica.
r) Remover materiais combustíveis com o intuito de facilitar a entrada de
equipamentos de combate a incêndios.
s) Isolar e proteger equipamentos, máquinas, arquivos etc., ainda não atingidos
pelo fogo.
t) Orientar o Corpo de Bombeiros da Polícia Militar quando da sua chegada.
I. TEORIA DO FOGO
O fogo é um fenômeno químico, uma reação que provoca profundas alterações nas
substâncias que queimam.
Esta reação química que libera luz e calor é chamada de COMBUSTÃO.
Portanto, a combustão é a reação química de oxidação que libera luz e calor radiante
e tem como resultado gases tais como vapor d’água, gás carbônico, enxofre, etc., podendo
ainda, dependendo do material que está queimando liberar gases ácidos ou altamente
tóxicos.
A fim de melhor explicar vamos nos utilizar do TRIÂNGULO DO FOGO, que se
compõe de três elementos:

COMBUSTÍVEL
COMBURENTE

CALOR

COMBUSTÍVEL
É o elemento que alimenta o fogo e facilita a sua propagação e, com pequenas
exceções, compreende todos os materiais sólidos, líquidos e gasosos.

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 LÍQUIDOS: gasolina, álcool, éter, acetona, etc.
 SÓLIDOS: madeira, papel, papelão, plásticos, tecidos, etc.
 GASOSOS: butano, metano, propano, etc.
A maioria dos materiais de origem orgânica devem sofrer transformações para a
forma de vapores ou gases antes de ocorrer a combustão.
O combustível também é chamado de agente redutor.

COMBURENTE
É o elemento que ativa e dá vida ao fogo. Trata-se do oxigênio (O 2) presente na
atmosfera, na proporção de 21% ao nível do mar, sendo o restante constituído por 78% de
nitrogênio (N2) e 1% de outros gases como argônio, hélio, gás carbônico, etc.
Para que se ocorra o fogo (chamas), é necessário que se tenha pelo menos 16% de
oxigênio presente no ambiente.
CALOR
É o elemento que dá início ao fogo, que o mantém e amplia a sua propagação. Ele
eleva a temperatura de um combustível até um ponto no qual uma quantidade suficiente de
vapores seja obtida para ocorrer à combustão.
Podemos então concluir que para que possamos ter fogo, é necessário que tenhamos
os três elementos - COMBUSTÍVEL, CALOR E COMBURENTE – na proporção exata
para a queima e se retirarmos qualquer um deles não haverá a combustão.

CARACTERÍSTICAS FISÍCO QUÍMICAS


 PONTO DE FULGOR
É a temperatura mínima necessária para que um combustível comece a desprender
vapores ou gases inflamáveis que, combinados com o oxigênio do ar e em contato com uma
chama comecem a queimar.
O principal aspecto deste ponto é que se retiramos a chama, o fogo se apagará
devido a pouca quantidade de calor para produzir gases suficientes para manter a
transformação em cadeia, ou seja, o fogo.

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 PONTO DE COMBUSTÃO
É a temperatura mínima necessária para que um combustível desprenda vapores ou
gases inflamáveis que combinados com o oxigênio do ar e ao entrarem em contato com
uma chama se inflamem e, mesmo que se retire a chama, o fogo não se apagará, pois a
temperatura faz gerar do combustível vapores e gases suficientes para manutenção da
combustão ou transformação em cadeia.

 PONTO DE IGNIÇÃO
É a temperatura mínima em que os materiais, desprendendo gases ou vapores,
entram em combustão apenas ao contato com o oxigênio do ar, independente de qualquer
fonte de calor.

II. PROPAGAÇÃO DO FOGO


De importância indiscutível, quer nos trabalhos de extinção, quer nos trabalhos de
prevenção, é conhecer como o fogo pode se propagar.
Onde há fogo, há calor, e é este calor que faz com que o fogo apareça em pontos
onde menos se espera. Três são as formas de transmissão de calor:
CONDUÇÃO
É a transmissão de calor de molécula para molécula, de matéria para matéria, isto é,
sem intervalo entre os corpos. No vácuo absoluto não há condutibilidade de calor.
Como exemplo podemos citar uma experiência bastante simples: colocamos a ponta
de uma barra de ferro em uma chama. Depois de algum tempo a outra ponta estará tão
quente que não poderemos mais tocá-la.
O calor foi transmitido de molécula para molécula da barra de ferro tomando conta
da mesma como um todo.
Se, em um incêndio temos treliças, vigas ou outros materiais que se comuniquem
com áreas adjacentes, mesmo isoladas por paredes, estes se aquecerão e materiais que
tenham seu ponto de ignição mais baixo e estejam em contato com o material aquecido,
poderão entrar em combustão do outro lado da parede, gerando um novo foco de incêndio.
CONVECÇÃO
A transmissão de calor pela convecção é característica dos líquidos e gases. Nestas
substâncias as partes quentes tendem a subir e as mais frias a descer.

27
Normalmente a convecção se faz no sentido vertical, mas, correntes de ar podem
conduzir o calor por convecção para todas as direções.
Como exemplo podemos citar o incêndio em um edifício. Temos por exemplo, o
segundo andar pegando fogo e de repente verificamos que no quarto ou quinto andar
também começa um novo foco de incêndio. Como Isto é possível?
O incêndio que começou no segundo andar super aquece o ar neste andar. O ar e os
gases de incêndio superaquecidos sobem pelo poço do elevador e aquecem materiais dois
ou três andares acima. Estes materiais são aquecidos até atingirem seu ponto ignição,
entrando em combustão e gerando novos focos de incêndio.

IRADIAÇÃO
É a transmissão de calor por meio de ondas caloríficas que se propagam através do
espaço, sem utilizar qualquer tipo de material.
A energia é transmitida na velocidade da luz e ao encontrar um corpo as ondas são
absorvidas ou refletidas.
Como exemplo podemos citar as ondas de calor emanadas do sol, de uma fogueira,
de um forno, etc

CLASSES DE INCÊNDIO
Os incêndios são classificados de acordo com as características do material,
levando-se em conta ainda, as condições em que queimam, sendo divididos em quatro
classes principais que veremos a seguir.
É de suma importância que, no combate ao fogo, o brigadista saiba identificar
imediatamente à que classe de incêndio pertence aquele que está à sua frente. Somente com
o conhecimento do material que está queimando, poderá descobrir o melhor método a ser
utilizado para uma extinção rápida e segura.

INCÊNDIOS CLASSE “A”


Nesta classe enquadram-se os incêndios produzidos por materiais sólidos ou
fibrosos tais como o papel, a madeira, tecidos, algodão, e outros.

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Uma característica importante, é que estes materiais queimam em superfície e
profundidade, formando brasas em pontos profundos.
Outra característica é que deixam como resíduos da queima, brasas e cinzas,
necessitando para sua extinção um agente extintor que absorva calor e tenha poder de
penetração (água e seus derivados).

INCÊNDIOS CLASSE “B”


Ocorrem em líquidos inflamáveis, graxas, óleos e em outros líquidos voláteis e
gases inflamáveis e são incêndios de superfície.

Os incêndios de classe B ocorrem freqüentemente em tanques abertos,


derramamentos ou vazamentos.

INCÊNDIOS CLASSE “C”

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Ocorrem em equipamentos elétricos energizados como motores elétricos,
transformadores, cabos elétricos, etc., podendo ser atacado somente com agentes extintores
específicos, que não conduzam corrente elétrica.
Após a interrupção do fornecimento de energia elétrica, podem ser combatidos
como sendo um incêndio de classe ª.

INCÊNDIOS CLASSE “D”


Este tipo de incêndio ocorre em metais pirofóricos tais como o alumínio, titânio,
lítio, magnésio, etc., exigindo para sua extinção agentes extintores especiais que isolem o
material em combustão do oxigênio presente no ar interrompendo a combustão.

MEDIDAS DE PREVENÇÃO
Após a exposição das causas mais comuns de incêndios podemos adotar algumas
medidas que podem minimizar o risco de incêndios:
 Quando do trabalho com chama exposta certificar-se de que o local da
realização dos trabalhos não possui materiais inflamáveis ou combustíveis
próximos;
 Cobertura de tubulações de passagem de produtos

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 Manter sempre um extintor de incêndio próximo aos trabalhos com chama
exposta;
 Não permitir “gatos ou gambiarras” em circuitos elétricos;
 Não aumentar as saídas das tomadas utilizando-se benjamins;
 Verificar se máquinas e equipamentos estão desligados e seus plugs retirados das
tomadas ao término do expediente;
 Manter equipamentos de combate a incêndios desobstruídos;
Não deixar materiais combustíveis ou inflamáveis próximos a tomadas ou painéis
 Não deixar materiais combustíveis ou inflamáveis próximos a tomadas ou
painéis elétricos;
 Identificar os processos de produção que possam gerar energia calórica e adotar
as medidas preventivas necessárias;
Estes são alguns pontos ora relacionados, mas o brigadista deve utilizar de seu
conhecimento dos processos produtivos e de perspicácia para localizar outros pontos e
adotar as medidas preventivas necessárias.

III. MÉTODOS DE EXTINÇÃO


Para que o combate ao fogo seja realizado de maneira eficiente, o brigadista deve
conhecer também os métodos de extinção a fim de deles se utilizar corretamente.
São três os métodos de extinção:
 RESFRIAMENTO que é quando se retira o calor
 ABAFAMENTO que é quando se retira o comburente (oxigênio)
 ISOLAMENTO que é quando se retira o combustível

RESFRIAMENTO
É o método mais comum de extinção de incêndios, ou seja, quando baixamos a
temperatura do combustível até um ponto onde não exista mais a possibilidade de
desprendimento de gases ou vapores.
Em grandes quantidades a água tem a capacidade de absorver uma grande
quantidade de calor e pode ser aplicada na forma de jato pleno, neblina ou incorporada à
espuma.

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ABAFAMENTO
A grande maioria dos combustíveis só queima na presença do oxigênio
(comburente), presente na atmosfera a uma quantidade de 21%, portanto se conseguirmos
retirá-lo o fogo será extinto.
Quando a porcentagem de oxigênio é limitada ou reduzida à 15% o fogo deixa de
existir, o que é conseguido através da diluição com gás carbônico ou espuma mecânica.
Convém lembrar que certos materiais queimam em concentrações muito baixa de
oxigênio, como ocorre com a madeira (sólido) ou o acetileno (gás) que necessitam de
menos de 4% de oxigênio para manterem a combustão.

ISOLAMENTO
A retirada do combustível diminui muito o vulto que tomaria o incêndio, pois
estaria diminuindo as possibilidades de propagação do fogo por contato ou condução.
Muitas vezes a retirada do combustível é perigosa e difícil, mas há exceções.
O combustível poderá ser retirado isolando-o, bloqueando seu suprimento,
transferindo-o, etc., sempre que houver condições de segurança para a equipe que está
realizando o trabalho.

Um quarto método é a interrupção da reação em cadeia entre o combustível e o agente

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oxidante. Estudos realizados nos últimos anos têm demonstrado que o conceito de “remover o
calor, o combustível e comburente” para extinção do fogo não se aplica quando são utilizados o
pó químico seco ou compostos halogenados. Estes agentes inibem o produto da queima,
resultando na diminuição da velocidade da combustão – a velocidade da evolução do calor –
com conseqüente extinção do fogo.

IV. AGENTES EXTINTORES


Todo material que por ventura possa ser utilizado no combate ao fogo podemos
considerar como agente extintor.
São certas substâncias químicas, líquidas ou gasosas, que são utilizadas para
extinção de um incêndio, dispostas em aparelhos portáteis de utilização imediata
(extintores), conjuntos hidráulicos (hidrantes) e dispositivos especiais (sprinklers ou
baterias fixas de CO2).
ÁGUA

É o mais comum e mais utilizado agente extintor utilizado no combate ao fogo,


sendo também o mais barato e o mais fácil de se encontrar na maioria dos casos.
É utilizada principalmente nos incêndios de classe A, quando necessitamos extinguir
as brasas em pontos profundos do material incendiado. Para aumento da capacidade de

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penetração da água nestes materiais é comum que se misture à mesma detergentes ou
agentes umectantes, que quebram a tensão superficial da água, solução esta que recebe o
nome de “água molhada”.
Com o esguicho regulável, a água pode ser aplicada em jatos de 30 o aumentando o
seu rendimento no que se refere à área a ser resfriada, além de proteger ao mesmo tempo o
brigadista ou bombeiro que se encontra manejando o esguicho. Também com o esguicho
regulável, podemos utilizá-la em forma de neblina, aumentando ainda mais o campo de
aplicação, sendo muito utilizada nesta forma para combater incêndios da classe B.
Há ainda, o vapor d’água, muito utilizado em locais onde os agentes convencionais
não podem ser utilizados ou por qualquer motivo se tornem ineficazes, agindo, neste caso,
por abafamento.
Utilizamos ainda a forma de espuma, que é formada quase que exclusivamente por
água mais um agente espumante – Líquido Gerador de Espuma (LGE) – que pode ser à
base de proteínas ou sintético. É obtida através de um sistema de aeração e batimento em
um esguicho especial chamado de canhão lançador de espuma.
Nos líquidos inflamáveis ou combustíveis, a espuma forma uma película em sua
superfície isolando-o do ar ambiente extinguindo o fogo por abafamento.
Toda vez que líquidos imissíveis são agitados juntos e um dos líquidos se dispersa
através do outro em forma de pequenas gotículas, forma-se uma emulsão. Pode-se obter por
este método a extinção de incêndios em líquidos inflamáveis viscosos, pela aplicação de
água, pois o efeito de resfriamento que proporcionará na superfície destes líquidos,
impedira a liberação de seus vapores inflamáveis.
Normalmente na emulsificação, gotas de inflamáveis ficam envolvidas
individualmente por gotas de água, dando no caso dos óleos, um aspecto leitoso.
Com alguns líquidos viscosos a emulsificação apresenta-se na forma de uma
espumação que retarda a liberação de vapores inflamáveis.
Precisam ser tomados cuidados especiais na utilização deste método em líquidos
com grande profundidade, pois o efeito de espumação pode ser violento, a ponto de
derramar o líquido para fora do tanque que o contém.
O efeito da emulsificação pode ser obtido por meio de jatos de neblina de alta
velocidade com partículas pesadas.

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Jatos plenos devem ser evitados nos líquidos inflamáveis viscosos, pois podem
ocasionar violenta efervescência com grande espumação (superebulição).
Incêndios em materiais solúveis em água podem, em alguns casos, serem extintos
por diluição.
Por exemplo, a diluição técnica pode ser realizada com sucesso em incêndios
envolvendo álcool etílico ou metílico derramado e espalmado no solo, onde for possível
estabelecer-se uma adequada mistura de água e álcool não inflamável, não sendo esta
técnica recomendável para extinção em tanques ou recipientes contendo grandes
quantidades de inflamável.
GÁS CARBÔNICO

Trata-se de um gás mais pesado que o ar e age por abafamento. Possui também a
ação de resfriamento e pode ser utilizado em qualquer tipo de incêndio, sendo, porém mais
eficiente em incêndios em equipamentos elétricos energizados.
O dióxido de carbono ou simplesmente gás carbônico, é composto de carbono e
oxigênio. Neste gás o carbono está ligado ao máximo de átomos de oxigênio que
quimicamente pode adquirir, portando não pode ocorrer nova oxidação e conseqüentemente
isto determina que este gás é incombustível.

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Embora não seja tóxico, pode ocasionar asfixia, pois quando liberado provoca o
deslocamento do ar respirável, substituindo – º.
São armazenados em cilindros de aço e quando liberado da compressão, se vaporiza
e sua rápida expansão abaixa violentamente a temperatura que pode chegar a menos 78o C,
sendo que parte do gás se solidifica em pequenas partículas formando uma neve carbônica
conhecida como “gelo seco”.
O gás carbônico é utilizado para extinção de incêndios especiais, onde é exigido um
agente extintor não condutor de eletricidade ou que não deixe resíduos, que não tenha ação
prejudicial sobre os equipamentos ou pessoas.
Como agente extintor tem inúmeras qualidades: não é corrosivo, não produz
estragos, não deixa resíduos, fornece sua própria pressão para funcionamento dos
extintores, penetra e se espalha por todos os lados, não conduz eletricidade, etc.

PÓ QUÍMICO SECO – PQS

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Os principais produtos químicos utilizados na produção industrial normal dos pós químicos
para agentes extintores são:
 bicarbonato de sódio
 bicarbonato de potássio
 cloreto de potássio
 uréia-bicarbonato de potássio
 fosfato de monoamônio
Também diversos aditivos são misturados a estes produtos básicos a fim de
melhorar suas características de armazenamento, fluidez, repelência à água, resistência à
aglomeração e resistência à vibração.
Os aditivos mais comuns utilizados são os estearatos metálicos, tricloreto de fosfato
e polímeros de silicone, que recobrem as partículas do pó para torná-las soltas e fluentes,
resistentes ao empedramento, à umidade e à vibração.
Os ingredientes utilizados atualmente nos pós químicos não são tóxicos, mas uma
descarga de grande volume pode causar dificuldades respiratórias temporárias durante e
imediatamente após, além de dificultar seriamente a visão.

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O sucesso na aplicação de qualquer agente extintor depende quase sempre da forma
que este é utilizado pelo operador, no caso do pó químico segue abaixo algumas regras
básicas:
 O efeito extintor aumenta na proporção que a área de queima seja envolvida por
nuvem de pó, pois abrangendo toda a superfície de queima, esta interrompe a
reação em cadeia a um só tempo;
 A nuvem de pó deve pairar sobre a superfície em chamas a uma altura entre 30 e
40 centímetros;
 A nuvem de pó somente será obtida sobre a superfície em combustão, se for
respeitada uma determinada distância entre a pistola do aparelho extintor e a
superfície em chamas, variando de três a cinco metros para extintores e de cinco
a dez metros para unidades móveis providas de pistolas.
 Não havendo distância, ou sendo ela muito pequena, entre a pistola do aparelho
extintor e a superfície em chamas, o pó atingirá as chamas em forma de jato e
terá seu efeito muito reduzido, aumentando o consumo;
 Sendo muito grande à distância a nuvem de pó se formará antes da área de
queima e o efeito será praticamente nulo;

 Em qualquer circunstância o fogo deverá ser atacado na direção do vento, não só


para que este não desfaça a nuvem de pó, como também para que o brigadista
esteja protegido pela própria nuvem;
 Para uma rápida e melhor formação da nuvem de pó recomenda-se logo após o
acionamento da pistola, realizar movimentos laterais com a mão, como um
pêndulo, realizando um trajeto em zig-zag;
 Outra forma de produzir a nuvem de pó é dirigir o jato sólido para o solo, nas
proximidades do incêndio. A nuvem se forma próximo à parede de chamas e é
empurrada para dentro do incêndio à medida que o brigadista avança, saturando
o ambiente e extinguindo o fogo rapidamente;
 Na extinção com PQS, como com qualquer outro agente extintor, é importante
notar que a vazão do agente influi decisivamente no sucesso. Quando a vazão é
pequena nenhuma quantidade de agente extintor é capaz de controlar o incêndio;

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 Se um aparelho extintor for insuficiente para garantir boa vazão de PQS, em
razão do volume do fogo, recomenda-se a utilização conjunta de dois ou mais
aparelhos;
 Há casos onde existe obstáculos na área do fogo, os quais seriam uma barragem
para o pó, atrás do qual o fogo não se extingue. Deve-se então utilizar um
segundo extintor para extinção dos focos secundários.

V. EQUIPAMENTOS DE COMBATE A INCÊNDIOS


EXTINTORES
Todos os estabelecimentos deverão ser dotados de extintores de incêndio portáteis,
inclusive os dotados de chuveiros automáticos, a fim de combater as chamas em seu início,
devendo serem apropriados à classe do fogo a extinguir, conforme descrito abaixo:
 Espuma Mecânica deverá ser utilizado em incêndios das classes A e B.
 Dióxido de Carbono (CO2) deverá ser utilizado em incêndios das classes B e
C, embora possa ser utilizado nos de classe A.
 Pó Químico Seco deverá ser utilizado para os incêndios das classes B e C.
 Água Pressurizada ou “Água Gás” deverá ser utilizada em incêndios da classe
A.
Os extintores deverão ser inspecionados pelo menos uma vez por mês, examinando-
se o seu aspecto externo, os lacres e os manômetros quando o extintor for do tipo
pressurizado.
Os cilindros dos extintores de pressão injetada devem ser pesados semestralmente, e
se a perda de peso for além dos 10%, deverá ser providenciada a sua recarga.
Devem, os extintores, possuir uma etiqueta de identificação presa em seu bojo,
constando data da carga, data para recarga, e número de identificação, devendo esta ser
convenientemente protegida a fim de que estes dados não sejam danificados.
Chamamos de extintores portáteis as unidades extintoras que possuem as seguintes
características referentes à sua capacidade:

Água Pressurizada 10 litros

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Pó Químico Seco 1, 4, 6, 8 e 12 kg

CO2 4 e 6 Kg

Espuma Mecânica 9 litros


Acima destas capacidades os extintores obrigatoriamente devem ser sobre rodas, já
sendo caracterizados como carretas.
Ainda podem ser pressurizados, ou seja, já possuem pressão interna de trabalho ou
de pressão injetada, quando o extintor possui em sua lateral uma ampola de nitrogênio que
deve ser aberta antes do uso, a fim de pressurizar o cilindro tornando-o apto para o uso.
Os extintores de água pressurizada, pó químico seco e espuma mecânica possuem
manômetros que indicam as condições de pressão de trabalho, sendo normalmente
compostos de três cores:
 VERMELHO: o extintor está sem pressurização ou descarregado
 VERDE: o extintor está em condições normais de operacionalidade
 BRANCO OU AMARELO: o extintor está com pressão acima do normal.
Os extintores deverão estar localizados em locais onde haja menos probabilidades
do fogo bloquear o seu acesso, e bem sinalizados além de terem que ter fácil acesso.
Devem possuir sinalização aérea e de solo, imediatamente abaixo do extintor, a qual
não poderá ser obstruída de forma alguma, devendo esta área ter no mínimo 1m x 1m, não
podendo os mesmos terem a sua parte superior a mais de 1,60 m acima do piso.

SELEÇÃO DE EXTINTORES

GÁS PÓ QUÍMICO
CLASSES DE
CARBÔNICO SECO ESPUMA ÁGUA
INCÊNDIO
(CO2) (PQS)
NÃO NÃO RECOMENDADO EXCELENTE
CLASSE “A” RECOMENDADO RECOMENDADO
Fogo em materiais
combustíveis comuns, tais Apaga por Resfria, encharca e
Apaga o fogo Apaga o fogo

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como papel, papelão, somente na somente na resfriamento e apaga totalmente.
tecidos, madeira, onde o superfície superfície abafamento
efeito de resfriamento
pela água ou soluções
contendo água é de
primordial importância.
RECOMENDADO EXCELENTE EXCELENTE NÃO
CLASSE “B” RECOMENDADO
Fogo em líquidos Não deixa resíduos e
inflamáveis, graxas, óleos é inofensivo. Age Abafa rapidamente Produz um lençol de
e outros semelhantes onde por diluição do espuma que abafa o
o efeito abafante é oxigênio fogo
primordial.
CLASSE “C” EXCELENTE BOM NÃO NÃO
Fogo em equipamentos RECOMENDADO RECOMENDADO
elétricos energizados, Não deixa resíduos, Não conduz energia
onde a extinção deve ser não danifica e não elétrica É condutora e É condutora
feita com material não conduz eletricidade. danifica o
condutor de eletricidade. equipamento
CLASSE “D” NÃO RECOMENDADO NUNCA NUNCA
Fogo em metais como o RECOMENDADO Compostos químicos
magnésio, titânio, especiais, sal gema,
alumínio em pó e outros grafite, areia,
onde a extinção deverá ser monofosfato de
feita por meios especiais. amônia.

HIDRANTES
O sistema de proteção por hidrantes, é composto pelo conjunto de canalizações,
abastecimento de água, válvulas ou registros, colunas ou tomadas d’água, mangueiras de
incêndio, esguichos, chaves de mangueiras e meios de aviso e alarme.
O conjunto compreende:

ABRIGO Compartimento destinado a proteger as mangueiras e demais


pertences do hidrante.

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ESGUICHO Dispositivo destinado a formar e orientar o jato de água.

REQUINTE Bocal rosqueado ao esguicho, destinado a dar forma ao jato.

MANGUEIRAS Tubo flexível, constituído internamente de borracha e protegido


externamente com lona
CHAVES DE UNIÃO
Peças destinadas a facilitar a conexão das uniões ou engates.

ENGATES RÁPIDOS Peças localizadas nas tomadas de água e mangueiras, destinadas a


interligar e conectar as mesmas ao sistema de hidrantes.
Os pontos de captação de água e os encanamentos de alimentação devem ser
acionados e testados freqüentemente, a fim de evitar o acúmulo de resíduos.
Existe ainda, uma infinidade de acessórios que utilizamos em conjunto com o
sistema hidráulico de combate a incêndios, tais como derivantes, redutoras,
proporcionadores entre outros, que trataremos com o decorrer do treinamento.

TÉCNICAS DE COMBATE À INCÊNDIOS E ABANDONO DE ÁREA


Neste capítulo iremos discutir normais gerais que se aplicam ao combate direto a
um sinistro, pois não existem livros nem instruções que possam ensinar as regras ou
maneiras exatas para que haja o domínio de um determinado incêndio., contudo, existem
certas práticas que quando seguidas aumentam as possibilidades de êxito no combate ao
fogo.
O combate ao fogo pode ser comparado a uma batalha na qual se enfrenta um
inimigo: O FOGO. Em toda operação de combate existem três fases que devem ser
consideradas:
a) A preparação
b) A Tática
c) A técnica

42
A preparação é levada a efeito antes do fogo se manifestar e compreende os meios e
disposições preventivas contra os incêndios. E, enfim, a prevenção contra incêndios.
A tática compreende o estudo do emprego adequado, no momento do fogo, de todos
os meios providenciados na preparação, conjugando-os de modo a se obter o máximo de
eficiência no mais curto espaço de tempo possível.
A técnica compreende a maneira como são utilizados acertadamente todos os meios
disponíveis.

1. PREPARAÇÃO
Da preparação – Prevenção – compreende, segundo o seu próprio nome, a
preparação do campo onde se dará o combate ao inimigo fogo. Para isso, deve-se criar as
maiores dificuldades possíveis para que, em caso de um princípio de incêndio surgir, os
meios de combate deverão estar disponíveis para ataque imediato.
A preparação deve ser sempre melhorada, e por este motivo, quando do surgimento
de um princípio de incêndio, este deve ser minuciosamente analisado para que tiremos o
máximo de proveito dos ensinamentos que possa oferecer, providenciando imediatamente
as correções e adotar as medidas preventivas que se fizerem necessárias.

2. TÁTICA DE INCÊNDIO
Começa com o preparo dos membros das equipes no que se refere à sua instrução
individual e coletiva, na distribuição do material de combate previamente estudado segundo
a prevenção contra incêndios.
Em qualquer luta que tenhamos que enfrentar, devemos nos estabelecer em terreno
seguro e com os meios suficientes para atacarmos o inimigo em seus pontos fracos. Esta é
uma idéia básica para combatermos qualquer inimigo, inclusive o fogo.
Para que tenhamos êxito em um combate, devemos conhecer as armas inimigas, que
no nosso caso são as que contribuem para o desenvolvimento do fogo, e é contra elas, que
as nossas ações devem se direcionar:
a) O tempo decorrido entre o início do fogo e o começo do combate
Exige dos brigadistas e bombeiros, rapidez, bons conhecimentos e
treinamento, que desta maneira reduzirão ao mínimo o tempo necessário
para o estabelecimento dos dispositivos de ataque ao fogo. Na preparação, os

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meios de combate devem ser oferecidos à equipe que atua diretamente no
combate, o mais perto possível da área de atuação.
b) Propagação do fogo durante aquele período
Os componentes da brigada de incêndio, devem estar psicologicamente preparados
para enfrentarem o fogo, pois durante os exercícios, dificilmente serão criadas condições e
situações idênticas às de um incêndio real, o que poderá ocasionar dificuldades em relação
ao pessoal se esta providência não for tomada.
c) Velocidade de combustão e poder calorífico do material da queima
Estes fatores muito contribuem para um rápido desenvolvimento do incêndio e
determinar as dificuldades em combatê-lo.
Este fator tem seu potencial reduzido pela prevenção através do armazenamento dos
materiais inflamáveis, explosivos e perigosos, em locais apropriados e em quantidades
limitadas dentro dos requisitos de segurança recomendáveis e adoção dos meios adequados
de extinção segundo o combustível.
Deve também concluir sobre os perigos a que ficarão expostos os membros das
equipes da brigada, como perigos de explosão, desmoronamentos, intoxicações, etc.
O combate deve ser conduzido diretamente ao fogo, atacando-o de frente,
lateralmente, e sempre procurando envolvê-lo para cortar o seu alastramento.
Entretanto as circunstâncias que o fogo se manifesta e as do terreno são fatores que
ditarão qual o meio de ataque mais apropriado.

3. TÉCNICA DE INCÊNDIO
A tática de incêndio só será empregada com êxito no combate ao fogo, quando os
membros das equipes da brigada que a empregarem conhecerem suficientemente a técnica
de extinção de incêndios, o emprego do agente extintor adequado e o conhecimento do
emprego técnico de todo material de bombeiro, usando-o sempre corretamente.
Devido a inúmeros fatores que cercam o desenvolvimento de um incêndio, são
diversos os problemas que se apresentam ao se atacar um sinistro. Para solucioná-los em
tempo oportuno no interior de um estabelecimento, necessitamos conjugar todos os fatores
acima estudados, ou melhor: “Dentro de uma organização perfeita devemos ter uma

44
preparação adequada do terreno onde segundo a técnica certa, será desenvolvida uma tática
de combate que proporcionará um rápido domínio do incêndio”.
Nos estabelecimentos com boa organização de proteção contra o fogo, inicia-se o
combate contra incêndios, pela defesa individual, que compreende o conhecimento do uso
do aparelhamento primário de combate por todos os empregados que não fazem parte da
brigada de incêndio, aos quais, devem ser ministrados, além do conhecimento sobre os
extintores, como dar um alarme, como proceder em caso de um incêndio em seu setor de
trabalho como desligar máquinas, desimpedir caminhos, afastar determinados materiais,
etc.
Entretanto, toda vez que o fogo for dominado por estes empregados, caberá a
brigada verificar se o fogo não se espalhou no interior de máquinas, dutos e outros espaços
fechados e quando necessário fará salvamento de máquinas, produtos e estoques.

TIPO DE JATOS

45
1. Jato solido
2.Jato neblina

LINHA DE PROTEÇÃO

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